Amorim, Mariana Barbosa de, e Sylvia Regina Pedrosa Maestrelli. "O isolamento docente e seus condicionantes no início da docência em ciências (Teacher isolation and its conditioning factors in beginning of teaching in science)". Revista Eletrônica de Educação 14 (9 de outubro de 2020): 4241121. http://dx.doi.org/10.14244/198271994241.
Resumo:
e4241121This work focuses on the beginning of teaching in science and more specifically on the issue of teacher isolation, considered one of the main challenges faced during professional induction. From a brief theoretical debate on the theme, based on authors who discuss the issues of teacher training, professional culture and teacher's work, and approaching perspectives of beginning science teachers from Florianópolis (Brazil) on the subject through narrative-reflective interviews, it was intended to identify which are the main factors that condition the isolation of these individuals. The identified conditioning factors are related to understandings about teaching and to the formative trajectory (life history, choice for teaching, professional education), to working conditions (more or less immediate but deep connected to the condition of being substitute teacher), to interpersonal relationships at school (the importance of the pedagogical team, the relationship difficulties with colleagues, the motivation provided by contact with students) and the ways in which the school operates (if isolation or collaboration are encouraged). School culture was identified as the main link between these conditioning factors, pointing out that the necessary school change, which allows the humanization of the individuals, requires the overcoming of the cultural shock at the beginning of teaching, which demands articulations between initial teacher education, school, educational system and public policies, in order to establish a significant dialogue with the professional reality, bringing together knowledges that support coherent pedagogical practices.ResumoEste trabalho direciona o olhar para o início da docência em ciências e mais especificamente para a questão do isolamento docente, trazido como um dos principais problemas enfrentados no período de inserção profissional. A partir de breve aporte teórico sobre o tema, fundamentado em autores que discutem a questão da formação, da cultura profissional e do trabalho docentes, e do contato com a perspectiva de professoras iniciantes de ciências de Florianópolis sobre o tema por meio da realização de entrevistas narrativo-reflexivas, buscou-se identificar quais são os principais condicionantes do isolamento destes sujeitos. Os condicionantes identificados se relacionam a compreensões sobre a docência e à trajetória formativa (história de vida, opção pela docência, formação profissional), a condições de trabalho (mais ou menos imediatas, mas bastante vinculadas à condição de substituto nas escolas), a relações interpessoais na escola (a importância da equipe pedagógica, as dificuldades nas relações com colegas, a motivação proporcionada pelo contato com estudantes) e aos modos de funcionamento da escola (se estimulam o isolamento ou a colaboração). A cultura escolar foi identificada como fio que conecta estes condicionantes, evidenciando que a mudança escolar necessária, que possibilite a humanização dos sujeitos, passa pela superação do choque cultural no início da docência, o que demanda da formação inicial, da escola, das redes de ensino e de políticas públicas articulações para uma maior aproximação com a realidade profissional, colocando em diálogo conhecimentos que sustentam práticas pedagógicas coerentes.ResumenEste trabajo se enfoca en la inserción a la docencia en ciencias y más específicamente en el tema del aislamiento de los docentes, planteado como uno de los principales problemas enfrentados en el período de socialización profesional. A partir de una breve contribución teórica sobre el tema, basada en autores que discuten el asunto de la formación, cultura profesional y trabajo docentes, tal como el contacto con la perspectiva de profesoras principiantes de ciencias en Florianópolis (Brasil) sobre el tema a través de la realización de entrevistas narrativo-reflexivas, buscamos identificar cuáles son las principales condiciones para el aislamiento de estos sujetos. Las condiciones identificadas están relacionadas con comprensiones sobre la docencia y trayectoria formativa (historia de vida, opción por la docencia, formación profesional), condiciones de trabajo (más o menos inmediatas, pero estrechamente vinculadas a condición de sustituto en las escuelas), a las relaciones interpersonales en la escuela (importancia del equipo pedagógico, dificultades en las relaciones con los colegas, motivación proporcionada por el contacto con los estudiantes) y las formas en que funciona la escuela (se fomenta el aislamiento o la colaboración). La cultura escolar se identificó como el hilo conductor que conecta estas limitaciones, lo que demuestra que el cambio escolar necesario, que permite la humanización de los sujetos, implica superar el choque cultural en la inserción a la docencia, que exige articulaciones entre formación inicial, escuela, redes educativas y políticas públicas para una relación más cercana con la realidad profesional, poniendo en diálogo conocimientos que apoyen prácticas pedagógicas coherentes.Palavras-chave: Início da docência, Inserção profissional, Isolamento docente, Professores iniciantes de ciências.Keywords: Beginning of teaching, Beginning teacher induction, Teacher isolation, Beginning science teachers.Palabras claves: Inserción a la docencia, Socialización profesional, Aislamiento docente, Profesores principiantes de ciencias.ReferencesAMORIM, Mariana Barbosa de; MAESTRELLI, Sylvia Regina Pedrosa. A docência na Educação em Ciências: um olhar para as políticas neoliberais. 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