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Artigos de revistas sobre o tema "Comunication delay"

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Souza, Juliana, Monica Santos, Ana Paula Coutinho, Natalia Gil, Alessandra Silva, Maria Carolina Fernandes, Larissa Souza, Vilceia Souza e Daniele Ferreira Neves. "Interdisciplinary risk assessment and delay of chemotherapy." Journal of Clinical Oncology 38, n.º 15_suppl (20 de maio de 2020): e14033-e14033. http://dx.doi.org/10.1200/jco.2020.38.15_suppl.e14033.

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Resumo:
e14033 Background: In 2015, in our outpatient clinic, we implemented a breast cancer interdisciplinary team with the goal of identifying risk factors for chemotherapy delay. Evaluation of individual cases and care plans were made by a medical oncologist, clinical pharmacologist, psychologist, dietician and oncology nurse. Methods: 81 patients with breast cancer in neoadjuvant/adjuvant chemotherapy were prospectively evaluated from July 2018 until July 2019 for clinical risk: age, anthracyckine use, presence of symptoms grade >3, ASGPPP questionnaire for nutritional risk, psychological risk for pre existent issues or induce by treatment and IRPO questionnaire for screening, nursing evaluation for comunication, organization and understanding issues, and pharmacologist evaluation of polypharmacy and unknown drugs or routine use. Results: Of 81 patients evaluated and had finish treatment, 55 pts (67.9%) received adjuvant chemotherapy. Median age was 57.9 years (range:29-90.6y). We defined as risk factors for delay chemotherapy treatment: anthracycline-based chemotherapy (9.34 vs 2.58 d p:0.002), psychological risk (both risks combined) (8.1 vs 4.7 p:0.047), comunication, organization and understanding issues (15.25 vs 5.83 d p: 0.004), and unknown drugs that routinely uses (11 vs 5.34d p:0.012). Patients who needed extra nutritional and psychological appointment had greater delay in chemotherapy (Dietician: 9.636 vs 4.7 d P:0.01; Psyc: 9.1 vs 4.2d p:0.008). Conclusions: The chemotherapy scheme, psychological risk, difficulty in understanding and organizing, and unaware of the drugs used routinely uses were high risk factors for delayed chemotherapy and these patients should be handled more carefully.
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Gang, Hae-Soon, e Dae-Young Jeong. "Analysis of the Relation between Childcare Teachelr’s Recognition and Their Father’s Parenting Participation on the Comunication of Infants with Developmental Delay from Multicultural Family". Korean Association For Learner-Centered Curriculum And Instruction 18, n.º 22 (30 de novembro de 2018): 383–408. http://dx.doi.org/10.22251/jlcci.2018.18.22.383.

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CHIRVASIU, Narcisa Delia Valentina, e Elena SIMION-BLÂNDĂ. "Alternative and Augmentative Communication in Support of Persons with Language Development Retardation". Revista Romaneasca pentru Educatie Multidimensionala 10, n.º 2 (4 de julho de 2018): 28. http://dx.doi.org/10.18662/rrem/43.

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Frequently, a child with severe deficiencies is at an early stage of communication development, which symbolizes a disadvantage in comparison to his chronological age. Although the child may display a certain repertoire of incipient communication behavior due to his motor, sensory, cognitive, or another type of deficiency, it is possible that adults may not be able or may not know to respond to these types of behavior. Furthermore, when adults try to answer, it can happen that the child can not understand their signals. As a result, the child is not able to acquire the necessary understanding in order to make the cognitive progress from unintentional communication to an intended one. In the individual therapy sessions, where the parent will participate, the augmentative and alternative communication specialist will implement the individual intervention program in order to develop the child's language functions and the transition to the intentional, symbolic communication in order to achieve a recovery or a compensation of the language function. In Augmentative and Alternative Communication interventions, subjects will be encouraged to use various methods and means in different situations and with different comunication parteners. The Augmentative and Alternative Communication system represents the opportunity for people with a delay in language development to aquire a certain level of indepence, contributing to greater social participation by these people.
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Moreira, Camila Ramos, e Fernanda Dreux Miranda Fernandes. "Avaliação da comunicação no espectro autístico: interferência da familiaridade no desempenho de linguagem". Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia 15, n.º 3 (2010): 430–35. http://dx.doi.org/10.1590/s1516-80342010000300019.

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OBJETIVO: Analisar a interferência da familiaridade da situação de avaliação na funcionalidade da comunicação de sujeitos com diagnóstico incluído no Espectro Autístico, buscando o melhor procedimento para avaliação da comunicação desta população. MÉTODOS: Participaram da presente pesquisa 18 sujeitos com diagnóstico incluído nos Distúrbios do Espectro Autístico, com idades entre três anos e 11 meses e 17 anos e 11 meses, com média etária de oito anos e nove meses (DP: 3,6 anos). Inicialmente foi realizada a filmagem da interação de cada participante com sua terapeuta em situação rotineira de avaliação (Situação Familiar), semelhante às sessões semanais de atendimento, e nas sessões seguintes foi realizada outra filmagem de cada sujeito em interação com uma fonoaudióloga não-familiar, com materiais lúdicos pré-determinados (Situação Não-Familiar). Os dados de interação foram transcritos e analisados e as variáveis foram selecionadas a partir do protocolo do Perfil Funcional da Comunicação (PFC). RESULTADOS: A comparação entre as situações demonstrou diferença apenas para quatro variáveis (23%), dentre as dezessete analisadas; três dessas mostraram resultado superior na Situação Familiar: atos comunicativos expressados por minuto, número de respostas e porcentagem de utilização da função comunicativa Não-Focalizada, e uma delas se mostrou superior na Situação Não-Familiar: porcentagem de utilização da função comunicativa Jogo. CONCLUSÃO: A interferência da familiaridade da situação comunicativa no desempenho comunicativo de sujeitos autistas é mínima, sendo que o procedimento de avaliação nos mesmos moldes da Situação Familiar mostrou-se ligeiramente melhor para a avaliação da comunicação dessa população.
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Supendar, Hendra, Yopi Handrianto e Santoso Setiawan. "Kualitas Pelayanan Dalam Voice Over Internet Protokol Berbasis Shorewall". PIKSEL : Penelitian Ilmu Komputer Sistem Embedded and Logic 7, n.º 2 (23 de setembro de 2019): 123–32. http://dx.doi.org/10.33558/piksel.v7i2.1815.

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Abstract Communication is very important and a success factor of the system at the company. Communication can be done using telephone media and internet media. PT. Interdev Prakarsa has several branches and communication between branches is still done using telephone media, and it is very costly for the company especially since the company is already using internet media in the network. The solution to this problem in this study was designing an internet-based technology as communication between branches, the technology is called Voice over Internet Protocol (VoIP) with an open source operating system and an open source firewall that was Shorewall. Result showed that after installation and testing, this firewall reliable enough to overcome the problem of attack problems from outside. The results of VoIP tightening on service quality found that the application of VoIP did not consume a lot of CPU Benchmarks, i.e. only 0.80 to 1.35 per cent. The bandwidth used is also very small between 86 to 86.8 kbps for incoming calls and 83.4 up to 84.3 kbps for outgoing calls. Communication built between VoIP peripherals has also been tested to run well because the value of delay, jitter and packet loss is included in the good category. Keywords: VoIP, Shorewall, Comunication Abstrak Komunikasi pada sebuah perusahaan sangatlah penting, dimana komunikasi menjadi alat ukur keberhasilan sistem di perusahaan tersebut. Komunikasi yang dilakukan dapat menggunakan media telepon dan media internet. PT. Interdev Prakarsa memiliki beberapa cabang dan komunikasi antar cabang masih dilakukan dengan menggunakan media telepon, dan itu sangatlah menghabiskan cost perusahaan apalagi perusahaan tersebut sudah menggunakan media internet dalam jaringan. Solusi dari permasalahan tersebut adalah dengan mendesain sebuah teknologi yang berbasis jaringan internet sebagai komunikasi antar cabang, teknologi tersebut bernama Voice over Internet Protocol (VoIP) dengan sebuah sistem operasi open source dan sebuah firewall open source yaitu Shorewall dimana setelah dilakukan penginstallan dan pengetesan, firewall ini cukup handal untuk mengatasi masalah masalah serangan dari luar. Hasil dari pengetasan VoIP terhadap kualitas pelayanan didapatkan bahwa penerapan VoIP tidak banyak menghabiskan Benchmark CPU yaitu hanya 0,80 sampai degan 1.35 persen per call. Untuk bandwidth yang di pakai juga sangatlah kecil berada di antara 86 sampai dengan 86.8 kbps untuk panggilan masuk dan 83.4 sampai dengan 84.3 kbps untuk panggilan keluar. Komunikasi yang dibangun antar peripheral VoIP pun teruji berjalan dengan baik karena nilai dari delay, jitter dan packet loss termasuk dalam katagori baik. Kata kunci: VoIP, Shorewall, Komunikasi
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Luz-Freitas, Márcia De Souza, e Pâmela Teixeira Ribeiro. "Hanseníase: um caso bem-sucedido de intervenção terminológica?" Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978) 50, n.º 2 (23 de julho de 2021): 685–705. http://dx.doi.org/10.21165/el.v50i2.2954.

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Não há, no Brasil, uma política linguística geral para o léxico especializado; no entanto, há ações glotopolíticas isoladas e uma delas foi a orientação terminológica para a denominação da patologia hanseníase (lepra). Com o objetivo de analisar as condições sociodiscursivas de uso das unidades lexicais especializadas relativas a essa doença, este trabalho fundamenta-se em teorias de viés comunicativo e linguístico da Terminologia, principalmente na Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT). O corpus é composto por 250 artigos científicos publicados entre as décadas de 1970 e 2020 no Brasil. A produção científica brasileira sobre a hanseníase é vasta e a análise mostra que, embora determinadas unidades lexicais tenham seu uso restringido por lei, elas continuam a ser empregadas em contextos específicos. Conclui-se que, no caso específico da hanseníase, a iniciativa de planificação linguística teve efeito, mas não gerou o desuso da forma concorrente.
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Nida, Eugene A. "Símbolos e tradução". Tradterm 8 (18 de abril de 2002): 11. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2002.49106.

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Resumo:
<p>Este artigo propõe uma discussão sobre as implicações semióticas inseridas em cada escolha e tomada de decisão tradutória. O autor busca enfatizar que em qualquer tradução há a necessidade de se compreender as combinações das palavras nos textos e não o significado isolado de cada uma delas. São apresentadas também as especificidades dos significados icônicos, indexados e convencionais, bem como a importância dos signos não verbais no processo comunicativo entre duas ou mais comunidades lingüísticas. Os cinco sentidos também são tidos como os meios pelos quais adquirimos todo e qualquer conhecimento. Por meio de exemplos práticos, Eugene Nida ainda nos informa que muitos símbolos semióticos alteram radicalmente suas funções e suas formas, conforme as mudanças ocorridas na própria sociedade. Finalmente, dois filtros comunicativos (o estado emocional dos receptores e as pressuposições da cultura) são apontados como fatores determinantes para a compreensão de um texto e sua posterior tradução.</p>
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Foletto, Denize Da Silveira, e Sílvia Maria De Aguiar Isaia. "Concepções de pesquisa a partir da experiência formativa vivenciada no espaço grupal". Revista Educação em Questão 55, n.º 46 (19 de dezembro de 2017): 106. http://dx.doi.org/10.21680/1981-1802.2017v55n46id13294.

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Este artigo tem como objetivo principal compreender a concepção de pesquisa das integrantes de um grupo de pesquisa consolidado no CNPq, a partir da experiência formativa vivenciada no espaço grupal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com apoio no referencial teórico da Teoria da Ação Comunicativa de Habermas (2012), e que utilizou como procedimento de interpretação a abordagem hermenêutica-reconstrutiva. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas coletivas com as dezessete integrantes do grupo. Como resultado, observou-se um significativo deslocamento da racionalidade cognitivo-instrumental para a racionalidade comunicativa, no que tange à compreensão das integrantes sobre pesquisa. Assim, conclui-se que a reflexão realizada no espaço coletivo e as ações conjuntas, efetivadas pelas integrantes, proporcionaram mudanças na realidade do grupo e nas concepções delas sobre pesquisa.
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Fechine, Yvana, e Gêsa Karla Maia Cavalcanti. "TV Social em telenovelas da Rede Globo: estratégias e papéis". Lumina 11, n.º 2 (30 de agosto de 2017): 193–215. http://dx.doi.org/10.34019/1981-4070.2017.v11.21393.

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Compreendendo a TV Social como uma estratégia de produção que revaloriza a grade de programação da televisão, identificamos e analisamos quatro delas a partir da observação da ficção seriada da Rede Globo. São elas: live-tweeting, determinação de hashtags, call for action e chat com o elenco. A despeito das particularidades de cada estratégia, foi possível observar posições e papéis comunicativos que dão lugar a uma dinâmica interacional, baseada na interdiscursividade e na intercambialidade de papéis inerentes às redes sociais.
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Souza, Silvano Carmo de, e Amadeu José Montagnini Logarezzi. "Educação Ambiental e participação comunicativa: diálogos com pescadoras e pescadores artesanais no Pantanal de Mato Grosso". Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA) 13, n.º 1 (30 de março de 2018): 322–43. http://dx.doi.org/10.34024/revbea.2018.v13.2564.

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Esta pesquisa de educação ambiental dialógico-crítica foi desenvolvida em Cáceres, Pantanal de Mato Grosso. Durante dois anos, dialogamos com pescadoras/es tradicionais vinculadas/os a duas entidades: a Colônia Z-2 e a Associação de Pescadores de Cáceres. Utilizamos a metodologia comunicativo-crítica e, a partir do pensamento freiriano e habermasiano, notamos que o giro dialógico contemporâneo tem sido fundamental para o surgimento de espaços de diálogo comprometidos com uma racionalidade ambiental; também identificamos que há um crescente interesse delas/es em participar, tanto das discussões sobre as tomadas de decisão de suas entidades, quanto dos processos de formulação do ordenamento pesqueiro.
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Medeiros, Arilene Maria Soares de, e Maria Auxiliadora de Resende Braga Marques. "Habermas e a teoria do conhecimento". ETD - Educação Temática Digital 5, n.º 1 (5 de dezembro de 2008): 1. http://dx.doi.org/10.20396/etd.v5i1.627.

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Este estudo tem o propósito de discutir algumas questões levantadas por Habermas em: Conhecimento e Interesse, O Discurso Filosófico da Modernidade e Teoria de la Acción Comunicativa: complementos y estudios previos. A escolha por essas três obras, de cunho mais epistemológico, baseia-se na representatividade delas para a compreensão e aprofundamento de questões que tratam da teoria do conhecimento, da superação paradigmática da filosofia da consciência pela filosofia da linguagem e da concretização de seu projeto de modernidade via a possibilidade da ampliação do conceito de racionalidade. É inegável a grande contribuição de Habermas na teoria do conhecimento, na compreensão das sociedades capitalistas avançadas e na radicalização de uma razão que se faz fundamentalmente emancipatória.
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Name, Cristina, e Juan Manuel Sosa. "Cadê o amor da mamãe? As interrogativas na Fala Dirigida à Criança adquirindo o PB". Veredas - Revista de Estudos Linguísticos 24, n.º 1 (11 de setembro de 2020): 72–93. http://dx.doi.org/10.34019/1982-2243.2020.v24.30916.

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A fala dirigida à criança (FDC) apresenta características consideradas facilitadoras da aquisição da linguagem. Neste artigo, focalizamos duas delas – o alto número de interrogativas e prosódia exagerada – em uma análise de corpora de enunciados produzidos em situações de interação entre quatro bebês (4-12 meses) adquirindo o PB e seus familiares. Os resultados revelaram que as interrogativas representam quase 40% do total dos enunciados, são marcadas por registro alto e amplo movimento de pitch, destacando-se de outras construções. Nos primeiros meses, são usadas para engajar o bebê na cena comunicativa, e depois passam a ter a função de verificar sua compreensão e pedir informação, acompanhando o desenvolvimento cognitivo e linguístico do bebê.
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Barbosa, Plínio Almeida, Sandra Madureira, Renata Regina Passetti e Cláudia Regina Brescancini. "Fonética, que bicho é esse?" Cadernos de Linguística 2, n.º 1 (17 de março de 2021): 01–19. http://dx.doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n1.id325.

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Resumo:
Este ensaio aprofunda temas discutidos na Mesa Redonda “Fonética, que bicho é esse?” conduzida por estes autores no evento Abralin Ao Vivo – Linguists Online, no dia 22 de maio de 2020. Assim, são apresentados o objeto de estudo da Fonética, suas três áreas de estudos, a Fonética Articulatória, a Fonética Acústica e a Fonética Auditiva, bem como técnicas de análises que permitem o estudo experimental de cada uma delas; além de suas aplicações para outros domínios comunicativos, como aqueles que emergem da veiculação de emoções na fala, do estudo de aspectos sociais e do contexto forense. Nosso objetivo é fornecer ao leitor e, principalmente, ao estudante da área de Ciências da Linguagem, uma primeira visão geral da área de atuação da Fonética.
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De Andrade, Wendell Antônio Ribeiro. "Dois conceitos de interpretação: os <em>hard cases</em> em dworkin e a racionalidade da jurisdição em Habermas". Brazilian Journal of Development 8, n.º 12 (7 de dezembro de 2022): 77618–35. http://dx.doi.org/10.34117/bjdv8n12-058.

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Resumo:
Esta pesquisa tem por objetivo contrastar as teorias de Ronald Dworkin, em especial no que diz respeito aos hard cases e o modelo de Juiz Hércules, com a teoria proposta por Jürgen Habermas, no que diz respeito à racionalidade da interpretação do juiz, e o papel da ação comunicativa como elemento responsável por efetivar a racionalidade do intérprete, no processo interpretativo e de tomada de decisão. Para seu desenvolvimento, foi utilizado o método de pesquisa exploratória, delineada pela revisão bibliográfica, a partir da análise de obras clássicas e contemporâneas, relacionadas ao tema. O artigo se pela definição conceitual de Hard Cases em Dworkin, definindo o papel do Juiz Hércules, bem como se dá sua atuação em cenários complexos visando a resposta correta. Em um segundo momento, apresenta a crítica feita por Jürgen Habermas ao modelo de juiz proposto por Dworkin, demonstrando suas falhas de concepção e de aplicação a casos concretos e, ainda, é trazida a Teoria da Ação Comunicativa proposta pelo autor demonstrando o caminho a ser seguido pelo intérprete para a aplicação plena de sua racionalidade. A pesquisa concluiu que, dentre as teorias apresentadas e os argumentos conceituais de cada uma delas, o modelo proposto por J6urgen Habermas é mais completo por permitir que, a partir da utilização dos elementos de sua teoria, é possível que qualquer juiz de carne e osso alcance a racionalidade esperada, não havendo a necessidade de criação de um modelo de juiz sobre-humano.
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Gontijo, Pedro Augusto Costa, e Flávio Couto Bernardes. "A Função da Constituição Financeira". REVISTA INTERNACIONAL CONSINTER DE DIREITO 11, n.º 11 (18 de dezembro de 2020): 327–49. http://dx.doi.org/10.19135/revista.consinter.00011.15.

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A partir da análise do sistema do Direito como sistema comunicativo, percebe-se a complexidade própria do fenômeno da Constituição Financeira. Esta é tomada como o acoplamento estrutural existente entre Política e Direito e que, em seu funcionamento orgânico, irrita diretamente o sistema da Economia. É a partir dessa visão de que a comunicação normativa da Constituição Financeira ocupa o papel central da estrutura estatal que o presente trabalho se apresenta no sentido de avaliar o valor da Constituição a partir de sua interrelação com a sociedade, com a normatividade e com os clássicos. Para construir o raciocínio, lançou-se mão de metodologia teorético-explicativa, especificamente com a contraposição de teorias e a extração dos principais significados de cada uma delas para revelar o que seria a Constituição Financeira.
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Amorim, Camila Rodrigues de, e Talita Storti Garcia. "Uma análise discursivo-funcional de orações prefaciadas por comoquiera". Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978) 51, n.º 3 (2 de agosto de 2023): 947–60. http://dx.doi.org/10.21165/el.v51i3.3155.

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Este trabalho investiga as orações introduzidas por comoquiera que no espanhol, concebidas, na literatura, como concessivas impróprias. Parazuelos (1993), Flamenco García (1999) e Rodríguez Rosique (2001) afirmam que essas orações abarcam um conjunto amplo de situações possíveis, de modo que nenhuma delas invalida a conclusão alcançada na oração principal. A fim de desvendar a que propósito comunicativo as orações prefaciadas por comoquiera que são utilizadas no espanhol atual, adotamos, como aparato teórico, o modelo da Gramática Discursivo-Funcional de Hengeveld e Mackenzie (2008). O universo de investigação consiste em 167 ocorrências extraídas do CREA (Corpus de Referencia del Español Actual). O resultado dessa pesquisa sugere um novo olhar para o fenômeno em análise, uma vez que o concebemos de forma discreta, em termos de funções retóricas ou semânticas.
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Barbosa, Mellissa Moreira Figueiredo, José Railson Da Silva Costa e Milenna Brun. "Competência comunicativa e letramento crítico: formação de professores de língua estrangeira para a cidadania e inclusão social". A Cor das Letras 18, n.º 3 (7 de março de 2018): 54. http://dx.doi.org/10.13102/cl.v18i3.2082.

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Este trabalho apresenta o processo de desenvolvimento da competência comunicativa e das práticas de letramento crítico no âmbito das turmas de língua inglesa do Programa de Extensão Portal: ensino-aprendizagem de línguas para a cidadania, inclusão social e diálogo multi e intercultural, na Universidade Estadual de Feira de Santana, em 2016, como também o percurso de elaboração de dois módulos didáticos autênticos que servem como suporte didático para o curso. Durante o curso os aprendizes buscam desenvolver a competência comunicativa ao passo que despertam a consciência sobre diversos temas instigantes debatidos em sala de aula e expandem sua capacidade de pensar de forma crítica e reflexiva sobre as relações individuais e coletivas em diversas dimensões. Focado no desenvolvimento de múltiplas competências e baseado nos princípios do trabalho cooperativo e colaborativo no processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa, o Programa Portal busca complementar a formação didática dos graduandos em Letras e oferecer oportunidades de aprendizagem de línguas estrangeiras para as comunidades interna e externa. No eixo formativo, o Programa Portal possibilita que os bolsistas de extensão desenvolvam suas competências didáticas teórico-reflexivas, através da leitura e discussão de textos vinculados ao grupo de pesquisa ELCE e suas habilidades docentes, através do planejamento das aulas e elaboração de material didático. No eixo inclusivo-social, oferece oportunidades de aprendizagem de línguas com base na partilha de conhecimentos, na interação entre os parceiros de turma, no empoderamento pessoal e no desenvolvimento da autonomia e da cidadania para ocuparem espaços em suas comunidades e fora delas estabelecendo um diálogo com indivíduos de diferentes contextos e origens.
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Andrade, Luís Fernando Silva, Valderí de Castro Alcântara e José Roberto Pereira. "Comunicação que constitui e transforma os sujeitos: agir comunicativo em Jürgen Habermas, ação dialógica em Paulo Freire e os estudos organizacionais". Cadernos EBAPE.BR 17, n.º 1 (março de 2019): 12–24. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395164054.

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Resumo Este artigo apresenta contribuições de Jürgen Habermas e Paulo Freire para a constituição de sujeitos crítico-reflexivos e suas implicações nos processos de ensino/pesquisa/extensão no campo dos Estudos Organizacionais. Mostramos que intersubjetividade e dialogicidade são condições para o entendimento entre sujeitos e é justamente por meio delas que ocorre sua constituição em um processo que é dialógico, pedagógico e político. Freire e Habermas oferecem elementos para desconstruir a lógica instrumental dominante e fornecem bases para a reconstrução de possibilidades inéditas/viáveis de formas de organizar e gerir. A partir disso, este artigo destaca a importância dos Estudos Organizacionais ampliarem o foco das possibilidades de ensino/pesquisa/extensão e direciona-os para um engajamento comunicativo e dialógico, ultrapassando as fronteiras das universidades. Essa reconstrução indica aos pesquisadores que participem de diferentes arenas públicas, do debate e da construção de problemas, em processos de resistência, da visibilidade e dramatização de questões problemáticas. Nos caminhos de Freire e Habermas, os Estudos Organizacionais não podem apenas desenvolver uma crítica à distância: é preciso coparticipar, co-agir, co-operar e coconstruir com os públicos em que se engajam.
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Dias, Cliver Gonçalves, e Célia Magalhães. "INTERVENÇÃO TRADUTÓRIA EM TEXTOS LITERÁRIOS:". Belas Infiéis 6, n.º 1 (30 de junho de 2017): 103–22. http://dx.doi.org/10.26512/belasinfieis.v6.n1.2017.11421.

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Este artigo apresenta uma pesquisa exploratória que objetivou investigar a estrutura comunicativa da narrativa e os recursos de avaliação de um corpus paralelo de textos literários no par linguístico inglês/português brasileiro. A amostra do estudo foi selecionada de Arrow of God (1969), de Chinua Achebe, e sua tradução A flecha de Deus (2011), por Costa e Silva. O estudo se baseou na proposta metodológica de Rosa (2009) e Munday (2012) e foi realizado em duas etapas. Na primeira, dois procedimentos foram usados. Um foi a segmentação do texto traduzido (TT) e do texto-fonte (TF) em sentenças, pelo critério grafológico, e a classificação delas em dialogais e não dialogais. O outro foi a classificação das sentenças dialogais quanto ao modo de apresentação da fala, segundo Leech e Short (2007). Na segunda etapa, as sentenças foram analisadas com base nos subsistemas da valoração[i] (MARTIN; WHITE, 2005) quanto à ocorrência ou não de avaliações de atitude, quanto à forma de inscrição (implícita ou explícita) e à carga avaliativa (positiva ou negativa) desses recursos, bem como quanto ao comprometimento e gradação relacionados a esses recursos. Os resultados mostram que houve mudanças (shifts in translation) tanto na estrutura comunicativa da narrativa traduzida quanto nos recursos de avaliação dessa narrativa. Mostram, ainda, que o maior número de mudanças (shifts) nos recursos de avaliação ocorreu, principalmente, no grau de intensificação e na forma de inscrição dos recursos. [i] Os termos técnicos dos subsistemas da valoração são apresentados em versalete para diferenciá-los de seu uso em outros cotextos e contextos. Além disso, cabe sublinhar que este e os demais termos do sistema da valoração estão apresentados conforme Souza (2011).
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Alves, Carolina Assunção e. "Imagens de si na tela do cinema: reflexões sobre o Ethos Fílmico". Cadernos de Estudos Lingüísticos 55, n.º 2 (19 de dezembro de 2013): 67–84. http://dx.doi.org/10.20396/cel.v55i2.8637291.

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Uma das funções do discurso fílmico, assim como dos outros tipos de discurso, é causar um determinado impacto sobre o público, ou seja, ele é portador de alguma dimensão argumentativa. Para isso, a instância de produção emprega estratégias dentre as quais é possível verificar a presença das provas retóricas. Uma delas é o ethos, que implica a construção de uma ou mais imagens de si por parte do enunciador, a fim de obter a adesão pretendida. No caso do filme narrativo de ficção, as circunstâncias determinantes da troca comunicativa chamam atenção para certas particularidades: a linguagem cinematográfica, o star system, os aspectos comerciais e dramáticos, as identidades envolvidas dentro e fora do mundo ficcional. O objetivo deste artigo é refletir sobre as possíveis configurações do ethos nesse gênero discursivo específico, com base principalmente nas categorias estabelecidas por Amossy (2006) e sob a perspectiva da teoria semiolinguística de Charaudeau (2001). A fim de poder melhor visualizar a aplicação das ideias propostas, será realizada uma análise do ethos no filme O Poderoso Chefão II (The Godfather Part II, 1974), de Francis Ford Coppola.
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Barreda-Aguilar, Lizeth Guadalupe, e Mauricio Velasco-Ávalos. "La evaluación de la gobernanza del ordenamiento territorial periurbano en los conjuntos habitacionales". Legado de Arquitectura y Diseño 17, n.º 32 (1 de julho de 2022): 139. http://dx.doi.org/10.36677/legado.v17i32.16906.

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Resumo:
En México, el modo en el que se ejecuta la gobernanza del ordenamiento territorial periurbano promueve la expansión urbana fragmentada mediante la producción de masivos conjuntos habitacionales que benefician a la economía del mercado y atentan al cumplimiento de las necesidades básicas sociales. En este artículo se evalúa la gobernanza del ordenamiento territorial periurbano en busca de garantizar el cumplimiento delas necesidades básicas sociales en los conjuntos habitacionales. La observación se fundamenta desde la Teoría de Sistemas Autorreferenciales y el Método Comparativo Constante de la Teoría Fundamentada. El estudio se llevó a cabo en La Paz, Baja California Sur y en Manzanillo, Colima (en el noroeste y el occidente de México), en donde se ha demostrado que la gobernanza se rodea de una descoordinación comunicativa que impulsa la desorganización, la expansión y la fragmentación de los conjuntos habitacionales. Los resultados apuntan a que desde la visión de la teoría de sistemas autorreferenciales se puede analizar y producir una autoorganización completa, en la que los intereses de todos los actores estén alineados a los beneficios de la sociedad como un todo.
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Carvalho, Luan, Guilherme Aranha e João Baptista Cardia Neto. "JOGOS DIGITAIS". Revista Interface Tecnológica 18, n.º 2 (14 de maio de 2022): 264–76. http://dx.doi.org/10.31510/infa.v18i2.1296.

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Resumo:
Este trabalho acadêmico pretende demonstrar a significância dos jogos digitais, Esportes Eletrônicos, e seu mercado em expansão na atualidade, expondo sua força econômica e comunicativa, que atinge grandes massas através da web. Portanto, o trabalho se inicia na história dos primeiros consoles feitos e segue até início de grandes competições mundiais de jogos. Para tal, usa-se como base artigos jornalísticos, selecionados através de clipping eletrônico, monografias da área e conteúdo online. O principal objetivo é adicionar ao nicho de atuação de TI esta área tão pouco explorada, incentivando-se possíveis novos trabalhos relacionados ao tema proposto. A escolha deste tema vem da curiosidade e necessidade de encontrar novos meios, e atualizar o mercado dos Esportes Eletrônicos / Jogos Digitais, pois os games deixaram de ser meros brinquedos e tornaram-se eventos competitivos no mundo todo. O trabalho pretende ainda, despertar interesse em todos aqueles que ainda não conhecem o tema, mostrando as oportunidades de entrar para esse mercado e fazer parte da história, iniciando-se a criação e comparação em 3 plataformas diferentes de criação de games, mostrando seu desenvolvimento em cada uma delas, como foi realizado e qual a diferença entre as mesmas.
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Trevisan, Marlon Dantas, Gilvane Reinke e Simone De Cássia Soares da Silva. "A adoção de apostilas na Educação Infantil: reflexões sobre uma unidade didática". Educação (UFSM) 44 (4 de abril de 2019): 31. http://dx.doi.org/10.5902/1984644435193.

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O presente texto reflete sobre a utilização de apostilas nas rotinas pedagógicas da Educação Infantil. Dados quantitativos são apresentados, revelando que a aquisição destes materiais por parte das prefeituras tem se expandido como política pública em nível nacional. Com aportes teóricos em Bakhtin (2011), Vygotsky (1991), Peirce (2005) e Dewey (1979), pretende-se analisar de que modo aparecem conceitos sobre aquisição da língua, experiência e signo, dentre outros de natureza comunicativa, no projeto discursivo dos materiais, especialmente em uma unidade didática coletada de um conhecido sistema de ensino, voltada para a faixa etária de cinco anos. Deste modo, o trabalho se caracteriza metodologicamente como análise semiótico-documental, concluindo que, se por um lado, os exercícios analisados encantam pelas imagens, diagramação e outras qualidades, por outro, reproduzem procedimentos tradicionais do ensino de língua, acentuando a dependência das crianças em relação ao educador, não valorizando a oralidade, a escrita espontânea e demais expressões do protagonismo delas na aprendizagem. Pelos conflitos inerentes à adoção de tais aparatos pedagógicos no contexto da Educação Infantil, defende-se a necessidade de ampliação do debate sobre tal, de modo que a adoção dos sistemas apostilados possa ser reavaliada, sem prejuízos para a infância.
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Wingeyer, Hugo Alberto, e María Virginia Bruzzo. "La escritura de estudiantes extranjeros de la Universidad Nacional del Nordeste (UNNE). Fragmentariedad y distorsiones enunciativas". Itinerarios Educativos, n.º 12 (30 de dezembro de 2019): 35–50. http://dx.doi.org/10.14409/ie.v0i12.8822.

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En el presente trabajo, enmarcado en elProyecto de Investigación (PI 16H009) «Descripcióny análisis de prácticas letradas académicas de estudiantesde la Facultad de Humanidades de la UNNE2017/2020», nos proponemos revisar propuestas superadorasdel enfoque comunicativo que sostiene que lalengua es un instrumento de comunicación, que siguesiendo utilizado actualmente en nuestra universidadtanto para enseñanza de L1 como para la de L2/E.En esta investigación, nos enfocamos en los estudiosdel español como L2/E y, más específicamente, en laexpresión escrita. Para eso, analizamos un corpus deproducciones escritas de estudiantes de intercambiode la UNNE, provenientes de Brasil y de RepúblicaCheca que cursaron en estos últimos años la materia«Taller de Comprensión y Producción de Textos», en la que introducimos a nuestros alumnos de español comolengua materna al discurso académico. Observamos,sobre la base de los conceptos de «fragmentariedad» y«distorsiones enunciativas» —propuestos por Desinano(2009) y García Negroni y Hall (2010) en el marcoteórico de la adquisición de la lengua materna del interaccionismobrasileño, la polifonía argumentativa y losestudios discursivos— fenómenos que dan cuenta delas relaciones que el sujeto establece con la lengua,en el proceso de constituirse en sujetos del discursoacadémico (García Negroni y Hall, 2010).
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Moreira, Bruno Alves, e André Soares Castelo Branco. "Eye voice: uma aplicação para comunicação aumentativa e alternativa baseada em rastreamento ocular para pessoas com dificuldade de fala e função motora reduzida". Interação 21, n.º 1 (30 de março de 2021): 374–90. http://dx.doi.org/10.53660/inter-179-s326.

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A comunicação é uma habilidade fundamental para que o ser humano possa se desenvolver e conviver em sociedade. Diversos acontecimentos ao longo da vida podem ocasionar deficiências que impedem ou prejudicam a comunicação pela fala. Apesar de existirem soluções para apoiar a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), a maioria delas não atende plenamente as pessoas com dificuldade de fala e função motora reduzida. Nesse contexto, o Eye Voice é proposto como uma solução CAA que auxilia pessoas com dificuldade comunicação por fala e por gestos. O Eye Voice é uma aplicação que utiliza o rastreamento ocular para estabelecer a comunicação, utilizando um computador e um rastreador ocular. O Eye Voice foi avaliado após ser utilizado por 6 participantes, sendo 2 participantes com necessidades complexa de comunicação (NCC) e 4 participantes que simularam NCC. Os resultados obtidos, considerando as atividades realizadas, mostraram que o Eye Voice tem potencial para proporcionar a inserção de seus usuários nos mais comuns contextos comunicativos funcionais de forma simples e objetiva, por meio de rastreamento ocular. Em especial, vale destacar que durante o experimento, um dos participantes com NCC informou, com o auxílio do Eye Voice, que sentia dor no braço direito. A partir dessa queixa, o responsável procurou o serviço de saúde e foi constatada uma fratura no braço direito do participante.
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Neves, Kelly Rose Tavares, Isabelle Magalhães Albuquerque, Emanuel Lucas Pinheiro Xavier, Sophia De Oliveira Martins e Gislei Frota Aragão. "SEGURANÇA DA RISPERIDONA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA". Infarma - Ciências Farmacêuticas 33, n.º 2 (30 de junho de 2021): 138. http://dx.doi.org/10.14450/2318-9312.v33.e2.a2021.pp138-148.

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O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio de desenvolvimento neurológico, apresentando comprometimentos de ordem sócio, comunicativa e comportamental. A risperidona é um medicamento antipsicótico que tem sido usado para alívio dos sintomas e melhoria comportamental do TEA, no entanto,vários efeitos adversos foram identificados. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão da literatura sobre os efeitos adversos da risperidona especificamente em indivíduos com TEA. Foram realizadas buscas abrangentes nas bases de dados MedLine, PsycInfo e Science Direct, utilizando os descritores: “Autism Spectrum Disorder”, “Risperidone” e “Drug Related Side Effects and Adverse Reactions”. Por meio desta busca foram selecionados 29 artigos, publicados entre 2000 e 2019. Os resultados mostraram uma heterogeneidade de reações adversas, sendo as mais prevalentes: aumento de apetite e ganho de peso, sonolência, hiperprolactinemia, sintomas gastrointestinais, taquicardia e efeitos extrapiramidais. A maioria delas apresenta grau leve ou moderado e bem gerenciável. Entretanto, estudos mais recentes indicam que existem características do autismo que podem influenciar a resposta à risperidona e elevar o risco de surgimento de reações adversas, principalmente ligadas aos polimorfismos genéticos, ao compartilhamento de condições médicas concomitantes, às interações medicamentosas, entre outros. Dessa forma, considerando a complexidade do TEA e a vulnerabilidade de crianças e jovens autistas, esse medicamento deve ser usado com cautela nessa população, com prévia triagem, acompanhamento dos fatores de risco e monitoramento do uso, em especial quando for necessário uso prolongado.
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RODRIGUES, Viviane, Juliane Aparecida de Paula Perez CAMPOS e Maria Amélia ALMEIDA. "USO DO PECS ASSOCIADO AO VIDEO MODELING NA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN". Revista Brasileira de Educação Especial 21, n.º 4 (dezembro de 2015): 379–92. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-65382115000400005.

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RESUMO A Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) é uma área da tecnologia assistiva que busca facilitar a participação das pessoas nos vários contextos comunicativos. Há uma variedade de estratégias em CSA e uma delas é o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS) que propõe desenvolver as habilidades de comunicação em pessoas com necessidades complexas de comunicação. Associado à aplicação do PECS, algumas pesquisas tem demonstrado os benefícios do uso do Video Modeling (VM) que consiste em uma técnica de ensino voltada às habilidades acadêmicas, sociais, de comunicação e vida diária para indivíduos das mais variadas deficiências. Este estudo teve por objetivo investigar os efeitos do PECS associado ao VM acerca do desenvolvimento das habilidades de comunicação de uma criança com síndrome de Down com necessidades complexas de comunicação. Neste sentido, para investigar os efeitos do PECS associado ao VM um delineamento AB foi empregado, sendo o PECS associado ao VM a variável independente, enquanto as habilidades de comunicação constituíram-se na variável dependente. Os dados foram analisados considerando alguns aspectos como o desempenho da participante, monitoramento do vocabulário, nível de independência nas etapas de linha de base, intervenção e manutenção. Os resultados indicaram que a participante aumentou as iniciações comunicativas, o vocabulário, além de demonstrar independência em utilizar o sistema PECS para se comunicar com diferentes pessoas. Dessa forma, o presente estudo mostrou uma possibilidade de intervenção que favoreceu o desenvolvimento das habilidades de comunicação da participante com síndrome de Down.
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Alves Guimarães, Ueudison, Andresa Accadrolli Gobatto, Laíse Bacelar Silva, Maria Betânia de Oliveira Marques, Vaneska Maria de Melo Silva, Silvania Maria Roque e Helena Maria Rocha. "TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E OUTROS RECURSOS: CAMINHOS PARA A INCLUSÃO". RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218 4, n.º 7 (26 de julho de 2023): e473579. http://dx.doi.org/10.47820/recima21.v4i7.3579.

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A implantação de recursos da comunicação alternativa na educação colabora diretamente no processo de desenvolvimento da criança além de ajudá-la quando há complicações na comunicação. As tecnologias assistivas apresentam uma extensa literatura e diversos sistemas e conjuntos de símbolos que possibilitam a comunicação de pessoas. Diante disto, este trabalho tem a finalidade de apresentar os benefícios das tecnologias assistivas como recursos de comunicação alternativa para caminhos para a inclusão. A comunicação alternativa é destinada a pessoas sem escrita e sem fala ou com alguma deficiência nestas citadas. A comunicação alternativa tem a finalidade de aumentar o repertório comunicativo que engloba as habilidades de expressão. Os recursos de comunicação são constituídos de maneiras diferentes, variando de pessoa para pessoa, levando em conta as características delas. Para tanto, a legislação brasileira foi consultada, além de revisão de literatura realizada em livros, artigos científicos e acervos online, caracterizando-se como pesquisa qualitativa de caráter descritivo. Tendo em vista apoiar os professores a desempenharem um papel na mais recente área de desenvolvimento de alunos com deficiência, incentivar a autonomia e a capacidade de desenvolver o potencial de cada aluno através de intervenções e adequações curriculares. Na concepção dos AEE (Atendimento Educacional Especializado), os professores podem utilizar os recursos deste tipo de serviço como forma de intervenção para facilitar e mediar o acesso ao conteúdo da sala de aula, e utilizar tecnologia assistiva para promover a aprendizagem e proporcionar aos alunos acesso adequado a as informações fornecidas em sala de aula.
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Lamenza, Alessandra Rabello de Oliveira, Jair De Carvalho e. Castro e Daniela Cecílio Capra Marques de Oliveira. "Análise da diferença entre os limiares auditivos comportamentais e os resultados obtidos através do exame potencial evocado auditivo de estado estável (PEAEE) em adultos jovens". Distúrbios da Comunicação 30, n.º 2 (29 de junho de 2018): 376. http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.2018v30i2p-376-384.

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Resumo:
Introdução: A audição, sentido que nos permite receber a informação sonora, se apresenta como um dos facilitadores para uma interação social eficaz. Um déficit nessa função acarreta prejuízo no processo comunicativo, devendo ser diagnosticado e tratado precocemente. Atualmente dispomos de meios subjetivos e objetivos para avaliar o sistema auditivo. A audiometria tonal é a forma subjetiva mais aplicada para medir esse sentido. Entretanto, em populações impossibilitadas de responder subjetivamente, aplicam-se técnicas objetivas, como o Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável. Ambos pesquisam respostas auditivas do sujeito sob teste, utilizando técnicas distintas. Objetivo: Avaliar adultos jovens, sem queixas auditivas, pesquisando a sensibilidade auditiva e, a partir de indicadores estatísticos, calcular as médias das diferenças das respostas obtidas nesses procedimentos, verificando se há correlação entre eles. Método: Pesquisa de respostas auditivas via Audiometria Tonal e Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável, nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, em 30 sujeitos normo-ouvintes. Resultados: Ao calcularmos a média das diferenças entre as frequências testadas nos dois procedimentos, elas variaram de 10,47 a 18,22, não havendo forte correlação em nenhuma delas, deixando dúvidas na frequência de 1000 Hz. Conclusão: Podemos dizer que as médias das diferenças entre os valores obtidos nos dois procedimentos foram razoavelmente elevadas, principalmente em 500 Hz e, em menor proporção, para 4 kHz. Os valores obtidos nos dois exames, embora não tenham apresentado forte correlação, apresentaram-se discretamente melhores para 500 Hz. Resultados de 1000 Hz não nos permitem afirmar, inclusive, se existe alguma correlação entre os testes.
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Silva, Divino José da. "Sociedade de desempenho e governo da vida deficiente". EDUCAÇÃO E FILOSOFIA 34, n.º 70 (18 de janeiro de 2021): 45–71. http://dx.doi.org/10.14393/revedfil.v34n70a2020-56419.

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Sociedade de desempenho e governo da vida deficiente Resumo: Na sociedade de desempenho, atribui-se a cada indivíduo a responsabilidade de fazer render seu corpo, seu tempo, sua criatividade e sua imaginação. Nesse jogo, a vida foi submetida ao cálculo administrativo, visando a eliminar a negatividade, os riscos e modos de resistências que impedem a realização do capital e de sua comunicação. É dessa perspectiva que a alteridade do deficiente, a qual resiste ou retarda a nova ordem, é negada, pois sua negatividade constitui obstáculo à lógica do desempenho, da eficiência e da lucratividade. Tendo em vista o referido contexto, busca-se pensar duas questões: Que ressonância a alteridade e a negatividade dos corpos deficientes têm sobre a cultura do desempenho e do empresariamento da vida? Que vida há nos corpos deficientes que afrontam o biopoder? Essas questões serão abordadas ao longo do artigo, tendo como ponto de referência algumas cenas - crônicas jornalísticas - nomeadas livremente de imagens literárias. Palavras-Chave: Sociedade de Desempenho. Corpo Deficiente. Empreendedorismo. Empresariamento de si. Performance society and the government of deficient life Abstract: In the performance society, each individual is responsible for making it profitable the body, the time, the creativity and the imagination. In this game, life was subjected to administrative calculation in order to eliminate negativity, risks and ways of resistance that prevent the realization of the capital and its communication. It is from this perspective that the alterity of the disabled, who resists or delays the new order, is denied as its negativity constitutes an obstacle to the logic of performance, efficiency and profitability. In view of the aforementioned context, we seek to think about two questions: What resonance do alterity and negativity of disabled bodies have on the culture of life's performance and entrepreneurship? What life is there in the deficient bodies that face the biopower? These issues will be addressed throughout the article with reference to some scenes - journalistic chronicles - which we freely named literary images. Keywords: Performance Society. Disabled Body. Entrepreneurship. Entrepreneur of oneself. Sociedad del desempeño y gobernanza deficiente Resumen: En la sociedad del desempeño, cada individuo es responsable de rendir su cuerpo, tiempo, creatividad e imaginación. En este juego, la vida fue sometida a un cálculo administrativo para eliminar la negatividad, los riesgos y las formas de resistencia que obstaculizan la realización del capital y su fuerza comunicativa. Es desde esta perspectiva que se niega la alteridad de los discapacitados, que resisten o retrasan el nuevo orden, ya que su negatividad constituye un obstáculo para la lógica del rendimiento, la eficiencia y la rentabilidad. En vista del contexto antes mencionado, tratamos de pensar en dos preguntas: ¿Qué resonancia tienen la alteridad y la negatividad de los cuerpos discapacitados en la cultura del desempeño de la vida y el espíritu empresarial? ¿Qué vida hay en los cuerpos discapacitados que enfrentan el biopoder? Estos temas se abordarán a lo largo del artículo con referencia a algunas escenas, crónicas periodísticas, que nombramos libremente imágenes literarias. Palabras clave: Sociedad del Desempeño. Cuerpo Discapacitado. Autogestión. Data de registro:30/07/2020 Data de aceite: 23/09/2020
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Zamith Cruz, Judite. "Marina. Lucchesi, Marco. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023". EccoS – Revista Científica, n.º 67 (18 de dezembro de 2023): e25392. http://dx.doi.org/10.5585/eccos.n67.25392.

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Jogo de espelhos e palavras Analogias duma beleza transitiva Foi entre “formigas e cupins”[1] que descobri e inventei por “ver” o que lia. Do jardim a casa, numa aprazível “distração”, li Marina (do latim, marinus, “marinho”). Se ia em busca de cupins, absorvi-me logo numa bela atividade intrínseca de “ler” a natureza humana. Os estados/processos emocionais deram-se ao meu sonho acordado, frente à lua cheia. Por contraste mínimo, o que acontece no sonho propriamente dito é antes uma não narrativa, uma dissociação não controlada, exibida a superfície de fundo inacessível[2], graciosa alternativa criativa à “associação de ideias”. “O sonho de uma sombra”, em Píndaro (522 – 443 a.C.)[3], foi a ofuscação da “verdade” nua e crua. O sonho e a fantasia permitem a estranha fragmentação da sequência do pensamento escorreito, quando se experiencie a realidade de All-Self (ser com tudo em redor). Um efeito é imaginarmos sermos nós aquela “estrela” e recategorizamos algo num “todos juntos”, “transitarmos”[4], sem fixação, encontrado “tudo em tudo”[5]. “Somos plurais”[6] e mutantes sem “coerência”. Colocado a par o ser e o não ser, dada a aparência de Marina, numa superfície lisa refletida, convoca à reflexão que muda, quando “… todos querem, buscam, sonham com você”[7]. Na afirmação do narrador, Celso, é partilhado o desejo de alguém ou dele com “você”. Num detalhe ora geral, ora específico, algo dela poderá ser comparável ou semelhante a outra coisa, uma analogia. No encalço dela, Marco Lucchesi acompanha-nos no “eterno retorno da leitura”[8], trocadas cartas entre Celso e Marina, na década de noventa do século passado[9]. “Rasgadas”, anos passados por ele, entendidas “inúteis e vazias”[10], tendo ela dirigido um e outro e-mail inúteis, para “confissões”, via ”correspondências”[11], em que culpas confessadas nem sejam alheias a “amores mortos”[12]. Anteriormente, Celso chegaria a procurar Marina em “mundos improváveis”. Em locais de sua casa, a falsa presença, inviável, “tão querida”… Possivelmente desejada, chega a ser atingido o paradoxo da perenidade da vida, no espaço exíguo, amor eterno. Marina encontra-se em quase tudo[13]: “Digamos: a) no terreno baldio das gavetas; b) na agenda que perdeu a validade; c) nas fotos inquietas de um álbum (andorinhas em queda: sem cola, pálidas ou saturadas); d) no velho sótão que não tenho.” Como se “pousássemos os pincéis”, em continuidade, o modelo analógico varia no tempo… O escritor acrescenta: “nosso passado é analógico”[14]. Celso escuta cantos, sons e silêncios (a música “dela”?), no aparelho de rádio analógico... “Analogia”, nas nuances de significado no dicionário, são uma entre outras. E dada a representação de um objeto assemelhar-se ao original, pode Marina ser “pintada” em eternas obras de arte. “Vejo-a”, no que vejo e no que leio: “Coroação da Virgem”, de Fra Angélico (1395 — 1455); “A Madona de San Sisto”, de Rafael (1483 — 1520) … Escolho logo a bela Gioventü, de Eliseu Visconti (1866 - 1944). Figura nº 1 – Óleo sobre tela, Gioventü, de Eliseu Visconti (1898) Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Giovent%C3%B9 Mas é em Candido Portinari[15], numa obra de 1957 – “O menino com pássaro”, que a voz e ela… se me apagou. Seria recolhida e cuidada por aquele que a encontrasse. Figura nº 2 – Elemento de obra de Candido Portinari (1957) – O menino com pássaro Fonte: https://www.wikiart.org/en/candido-portinari/menino-com-p-ssaro-1957 Numa analogia, a figura oscila de forma contínua, entre passado e presente, imparável no tempo. Sem comparecer perante Celso, também ele num não-lugar se quedou[16]. Os seus braços, “irredentos do todo”[17], vivido um “como se…”, avançariam o distanciamento/estranheza[18] face ao espelhado “teatro de sentimentos”. Fora Marina ferida? Num “jogo de espelhos e palavras”[19], “escrevo por espelhos reticentes, com frases e lacunas movediças” …. “Estendo as mãos para o espelho…”[20]. “Refletida” a escrita em processo, encontro Lucchesi solto no outro. Nos seus termos, a palavra “espelho” dará lugar ao oculto no “jogo de espelho, analogias”[21]. Quando a reflexão teria ainda o Sol no “espelho”, o encontro de ambos jorrava luz. Perdida a década de oitenta, o que é dado, antecipado[22]? Novas luzes e sombras. Celso e Marina foram inicial “espelho de paixão”. Seguiu-se a brecha na paixão. Num salão espelhado da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 1507, vejo uma figuração pintada por Hans Schäufelein. “Herodes” deu lugar à figuração doutros maus tempos, no “Espelho da Paixão” (Speculum Passionis). Cristo diante de Herodes, o malvado, que morreu com o Eclipse lunar. Num “reflexo“, o culpado, no julgamento em “Herodes”[23], convocara Cristo[24], um culpado. Eu sou o outro do outro eterno Eleia, às portas da atual Itália. Numa primeira estrofe de Poema, a expressão dum outro, Parménides (530 a.C. — 460 a.C.), para quem “deus” não foi gerado, existindo[25] ad eternum... A estaca foi colocada num limiar doutro lugar estranho, em Poema: “Aí se encontram as portas”. Talhada a via inovadora do caminhar, tendemos a cruzar linhagens para não nos perdermos. Nem tudo se desgasta e corrompe, com Parménides. No rumo incerto, outra conquista do explorador Ulisses[26], foi ter encontrado o retorno? Ulisses, Celso, Alice, Marina… Pierre e Natacha, Tristão e Isolda. No desencontro, Molly e Leopold ou Eurídice e Orfeu ... A ficarmos “aos pés da biblioteca”[27], a ler vidas nas figuras centrais, estas oferecem um recuo[28]. Abrem portas. Eternas personagens, nem todas juvenis. Celso, o narrador? Alguém que já teve um “matagal” de cabelo perdido, que “nasceu no coração [uma floresta, cabelos…] … com espinhos” - “O elogio da calvície” [29]. Outra personagem de Marina, Alice, foi um exemplo de ajuda, porto marítimo, seguro, onde atracar? Substitui, sem substituir Marina? Alice adotará, também ela, o enigmático porte de “Gioconda”, “a senhora Lisa, esposa de Giocondo”, representada por técnica do sfumato, de Da Vinci (1452 — 1519). Foi seu o “vaso”[30], que Celso amou - “vasos quebrados” [31]. Acresce que “Alice e o vira-lata branco” encontram-se ambos registados num “resumo” de carta[32], em união, bem juntos. Bem articulado no pensado é o que a carta diz e não diz. Mas quem será aquele outro vira latas? Marina ainda pede foto da outra – Alice[33]. Num e-mail registado: “Se puder [você, Celso], mande-me fotos ou vídeos de Alice. Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”. Será verdade? Uma inquebrável lembrança de Celso, uma só vez, Marina tocara piano com ele, a quatro mãos[34]. Celso poderá ter reparado (n)o vaso, a dado passo. Pode ter tido outra imagem fixada à Alice, de então. Seria aquele vaso que “amava”, ou Alice[35], uma figura magnética? “Para fugir de mil perigos”, a quem não faltou Alice? Alice usou “ampolas e unguentos, magos e poções”[36]? Cuidadora, Alice, com Celso, representado nos rapazes com pássaros feridos[37]? Em suma, pareceria a Celso não existir punção operada ou poder maior, quando os relacionamentos morrem, ainda que os vasos sejam compostos de cacos que se colam: “Não posso reparar o irreparável”[38]. No entanto, Celso conhecia a técnica das peças coladas do Japão - a técnica do kintsugi[39]. Observou, até mesmo o outro vaso por si trazido com os gerânios, da sua antiga casa… “Distancia que se perde. Vaso que se encontra…”[40] Na ficção, a fiação tudo interliga “Vimos a fiação que tudo interliga. Semântica e sintaxe”[41]. Dos golpes de génio ficcional e da sangrenta História, Marco Lucchesi concebeu comparações, em que “mudam as guerras”[42] e as linguagens. Numa realidade de rapto, guerra e paixão, o poema épico transcende o amor passado que eterniza. Homero fundador da literatura ocidental, numa autêntica carnificina, a incerta “Guerra de Troia”, contou com Ájax[43] dentro do cavalo, dando guerra (infinita)[44] a Heitor, o destemido troiano, incapaz de lhe perfurar o escudo. A guerra teve que ser interrompida ao pôr do sol, intervindo Apolo. Do inicial “pomo de discórdia” entre deusas até aos feitos, nove anos passados em guerra, Ájax é “muralha”. A Ilíada evidencia que esmagou o escudo de Heitor, com uma só pedra. Quem sabe se Celso seria uma barreira inexpugnável, de tão “glacial”[45], que se tornou? Numa contenda, para o romance histórico, de 1865 e 1869, Liev Tolstói cruzou aqueles que se amaram, na passagem do Grande Cometa, em 1811: na invasão napoleónica, em 1812, a personagem recorrente, Pierre encontra-se com a bela Natacha, aparentemente apaixonada por Boris, amada por Denisov. Como foi possível a “guerra sem paz”[46]? Celso e Marina viveram dessa “Guerra de quase e talvez”[47], no que foi a “guerra que nos mata”[48]. Lendários amores infelizes e apaixonados, trágicos, na bárbara Idade Média (século V a século XV)? Tristão («tristeza») e Isolda (“das mãos de fada”)[49]. E o Rei Marcos que a perdeu[50]. Guerras nos ensaios não-ficcionais e nas ficções. Já a estranha paixão da cantora Molly e Leopold termina com o “sim” dela, apenas num solilóquio. O corpo de Molly – no livro de James Joyce - seria “sensual”[51], no que ressalta o “incêndio” interior. Divergências? Foi numa dada “tarde”, vinte anos passados, que a caixa eletrónica de Celso recebe um primeiro e-mail de Marina. Iria acabar com a guerra entre ambos. Não parece de comparar com a ficção? Marina e Celso encontrar-se-iam no fim da “guerra fria”[52], em data marcada pela queda do muro de Berlim, 9 de novembro de 1989. Numa Rádio Londres, com “mensagem de Inglaterra aos aliados”, durante a longínqua Segunda Guerra Mundial, ele passava a escutar outra transmissão no rádio bem comum, no sistema analógico. Um sinal da mensagem dela, vulgar. Metáforas básicas da descrição do real Quando se coloque uma figura de estilo, cujos sentidos figurados utilizem comparações como a “metáfora do corpo em lua cheia”[53], é a Lua “tão nua e desarmada a vaporosa Lua”. A pessoa é então toda inteira, se bem que a Lua seja fragmentada noutra fase lunar. Damo-nos a facetas diversas, também. E a não ser a transição de fase a mesma daquela grande lua, Marco Lucchesi ainda afrontou a perda irreparável de parte dela, por Celso, num desaforo: “se você esperava tapetes e fanfarras, perdeu a viagem. Abandonei a timidez, digo o que penso, e sem rodeios.”[54] Dada a acentuada guerra entre Celso e Marina, ao referencial “real”, preferi antes juntar à lua a palavra “viagem” e a palavra “mundo”, no que coloco mais do que o que (a)parece – numa alegoria. Assim, na minha perceção subjetiva, uma fenomenologia, ocorreu algo mais a aprofundar. Nessa viragem, limito mais do que o que se me abra à fixação de “guerra”, quando se sucedam figuras de estilo, no livro[55]. Num jogo de linguagem, retiro a desafogada imagem concreta: o passeio na praia, junto da Cinelândia e o que faço? No termo metafórico duma “psicologia de viagem-vida”, encontro logo ali o figurativo, portanto, com os rodeios à casa velha de Celso, com os eventos no trânsito, com as margens do mar face à praia. Meios mundos são a frente “subaquático”[56] e outros territórios e sítios. Poderia convocar imensos espaços de transição, imaginando[57] além de um “mundo submarino”[58]. Lucchesi tantas vezes observa “estrelas”, algumas “estrelas não promissoras”[59]… Voltando ao avesso, na Terra, à “viagem à roda do piano e do quarto”[60], essas são breves viagens e têm fim. Contudo, é dada à incompletude a infinita “viagem à roda dos teus olhos, punhado de beleza, informe, passageira”[61]. Numa estranha viagem de recuo (na revirada do avesso), focada uma “correspondência” sem troca, é de antemão inviabilizado o “sim” e a chegada a bom porto[62]? Da presença na ausência de Marina: tempo de sonho e pesadelo Como “resumir” os “20 anos”[63] de afastamento? Um desapego de “dez mil dias”, após o “terremoto”. “Dez mil dias” sem se falarem? Pretendo dar forma ao texto, quando pense que uma correspondência convencionada abranja reciprocidade e presença, ainda que evitada a “literatice”[64] e o “episódico”. Não “agradará” ao narrador contar das cartas, para se livrar efetivamente delas. Ameaça que irá “destruí-las”. Celso foi intempestivo, aquando do primeiro e-mail de Marina[65], após aqueles vinte anos de alheamento dela… O livro Marina reproduz a reduzida “novela”[66] de singelas cartas e e-mails. Passado o texto a pente fino, no segundo e-mail de Celso, este redige uma desculpa: “Perdi tudo, não sei como. Preciso de um novo computador. Como se não bastassem formigas e cupins. Obstinado, insisto e recupero apenas uma parte”[67]. Numa convencional “não-narrativa”, coloco a tónica na congruência e na intencional, quando seja a “dissonância”[68] desarmante de “lirismos”. Alcançada a agressividade, a crítica mordaz, a sagacidade e o ardil… Frente ao quebra-cabeças, pede-se abertura (de espírito), quando se leia o “romance de ideias”, no pensamento do ser (em Parménides e Heidegger). Na dimensão emocional, a obra de resiliência traz-me a consciência da artificialidade da ficção. Cubro de culpas a protagonista Marina. Coloco logo a poção de amor viático, um mantimento para sustento num “líquido destino”[69]. Logo passa a parecer-me que “essa viagem nunca termina”[70], numa entusiástica volta no carrocel do mundo, num “eterno retorno”[71]. Essa segunda vez que é nomeado o eterno, dá-me esperança, ainda que Celso assuma: … “não quero este destino circular”. ~ E eu quero! Se o “nosso encontro não estava escrito [no destino] … Não houve um deus a decidir nosso destino, nem brilho de uma estrela promissora. Deixámos simplesmente de escrevê-lo [ao destino]”[72]. Escrevamos o que desejemos, então, por linhas tortas. Há ocasiões, em que um sonho se repete e elucida algo[73]… As produções estéticas de artistas foram os produtos de imaginações, ainda que acreditassem ser ajudados pelo diabo, por um santo ou pelo próprio sonho avassalador e as visões enigmáticas. Giuseppe Tartini (1692 - 1770), William Blake (1757 - 1827) ou o cavaleiro Adolf von Menzel (1815 - 1905) são exemplos elucidativos do pensamento mágico dominante, nos séculos XVIII e XIX. Há quase 100 anos, o psicanalista Carl Jung[74] escreveu o seguinte, com um sentido determinista do sonho: “uma experiência anómala, que não é compreendida permanece uma mera ocorrência; compreendida torna-se uma experiência [humana excecional] vivida”. Uma característica desse tipo de experiências únicas é serem inefáveis, mal descritas. Inefáveis ilações, na sombra que vira a luz? Posso recuar atrás, ao sonho e ao tempo de Píndaro[75]. O que alcançou aquele da Verdade, quando viveu entre 522 e 443 antes da nossa era? Com Píndaro, ficou assente que “[no humano] sonho é uma sombra”. Assim colocado, “sombra” opõe-se a brilho, a luz, quando a “verdade” seja ofuscada, esboroada na obscuridade. E na medida em que seja ausente um sentido puro para as palavras, damo-nos a alegorias, a metáforas, da “transparência” da palavra, da luz ao sábio recuo paradoxal. Possa o sonho ser “iluminação”, tal Marina, duma “beleza transitiva”[76], entre as luas cheias. Marina conforma aquilo[77], o deslocado pela sombra, quando fuja a juventude, na transitória impermanência. Que espelho da “verdade”? Logo na primeira configuração, se o par não foi (ou foi?) um “espelho inverso”[78], Marina chega a ser retratada no vidro fosco, na “transformação [dela] num espelho”[79]– “uma Gioconda cheia de segredos”, representada pelo impressionista Eliseu Visconti, em Gioventü. Indecidíveis formatos. Como abordar palavras guardadas num “poço” que, a ser “raso”[80], sempre igual e espalmado, lembra o “infinito” do “abismo (líquido)”[81], entre duas pessoas que “comunicam”[82]? 2 Analise textual de marina O método de analisar textos “Coerência” traduz a ideia, cunhada pelo psicoterapeuta Carl Rogers (1902 – 1987), em que o participante apresente um relato de experiência bem estruturada - lógica, a faceta cognitiva e interpretativa, uma significação de peso na experiência “arrumada”. Na narrativa literária, a noção de “coerência” coloca-se, no antigo Dicionário de teoria da narrativa[83]: “texto como unidade no processo comunicativo, resultante de intenções e estratégias comunicativas específicas, ele é também um texto semanticamente coerente... elementos recorrentes… não integralmente redundante… progressão de informação no interior de um texto … na ‘enciclopédia’ do recetor”[84]. Na nova literatura, Marina alude o “vórtice” do redemoinho amoroso de Celso e Marina, o forte movimento do “terramoto” bem rápido, cruzado com a empolgante sonoridade das bravas ondas. Marina retém uma imensa fluidez, em torno dum eixo fixado ao vórtice entre ambos. Sorvida a voragem sentimental no turbilhão do mar, noutra asserção a “vórtice” – um turbilhão, o fenómeno “incoerente” trespassa a vitalidade dos movimentos guerreiros de “homens”, nos tempos atuais. Onde encontrar uma “secreta harmonia”[85]? Em mulheres, no desaguisado com homens? “Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado”[86]. Seremos bem menos coerentes do que se pensou, tanto mulheres quanto homens. Todos nós, humanos, somos sujeitos de analogias. Com o “corpo inelutável”[87] de Marina, que foi o “corpo em fuga” e se encontra ao lado do seu, Celso é já do outro lado. Seja que suba ele à Tocata e Fuga em ré menor, de Bach[88]? A inconsistência é presente na ausência de outrem. Outra mexida foi dada ao mundo amoroso, com as híbridas histórias-ficções, realidades e alternativas. Na alternativa ao modo de organização de “identidade do ‘eu’ estacionário”, sem fluidez de maior, teríamos a fixação eterna. Um risco pode ser nem encararmos a vida sujeita a contingências/acasos – o sem ganhar folgo, “… e, de repente… o sobressalto”. Em Marina, o leitor transcende o sabido (ontológico) e o instituído “romance”, o que não pressupõe que todos os planos sejam antecipadamente traçados. Não sabemos se Marina nos deixou. Ela foi a “glória de um destino”[89]? Um famigerado destino? Um Deus não decide do destino do par amoroso[90]. “Desconheço a direção [do futuro, indeterminado]. Soubesse de uma senha [mágica, um código … e o controlaria Celso. No fluxo permanente de mudança, já o passado e o devir são escapes [na aparente “fuga”], uma “disfunção” no presente [na fantasia inviável]. Porque não viver o aqui-e-agora? Amplificado o tempo, a “hipertrofia…”, é inviável a luta interior, “contra a qual luta o presente”[91]. “Deu-se por fim a glória de um destino. Porque, Marina, os relógios não morrem”[92]. “O vento segue os rumos do destino [ou da predisposição de sorte]”[93], tão mais improvável do que a precisão do tempo dos relógios. Abordagem narrativa na psicologia Numa aproximação literária, na psicologia narrativa, “as personagens são os elementos permanentes que sustentam o desenrolar do enredo”[94]. Nem as personagens fogem, nem restam fragmentadas, na “transparência da voz”[95]. Quem fale no esqueleto narrativo, pensa em episódios de um “guião” (scripts) identitário ou coletivo e, para a “narrativa de perda”, em Celso, congrega-se uma “organização de significado”, no que dê conta de mudanças dessa organização afetiva e psicológica, tão frequente e intensa de privação, podendo tornar-se duradoura ou reatar uma mera ocorrência súbita. O presente texto sobre Marina apresenta “fenómenos” talhados. Dito de outro modo, dá corpo a “ideias centrais, ao happening, ao incidente em torno do qual um conjunto de ações e de interações são dirigidas, com vista a serem reconhecidas, geridas e integradas, ou com as quais um conjunto de ações se relaciona”[96]. Numa forma de encontrar e descobrir ocorrências, farei um parêntesis para o que sabemos de um autor. Na sua suspensão de ideias feitas, como nos “lugares comuns”, nos “hiatos” e nos “silêncios”, o que “lemos” nos não ditos, sem um código? Para o efeito enredado, temos a ajuda de comparações constantes, numa “codificação aberta” do texto. Utilizam-se atributos/características para as palavras todas inteiras e para a variabilidade de significados não ficar de fora. E as “palavras (sem) envelope”, plenas de pregnância e fugidias, impõem afundar numa rigorosa análise linha-a-linha. Haverá ainda que conceber dimensões gerais, para “linhas-da-história”, duma ou doutra mini narrativa ou história, em Marina, o “tempo eterno” e o imparável “relógio dos ponteiros”; a vida e a morte; a terra e o mar, a nuvem e a pedra, o fogo do amor e as suas cinzas… Ao “questionar” os dados/textos, no aprofundamento que se justifica, efetuam-se as aludidas “comparações constantes entre fenómenos”. Da projeção, da narrativa e do episódio Em Marina, identificam-se esparsas narrativas míticas, nas guerras e nos amores. No amor, o “projetado” Orfeu[97] chega a parecer ser Celso, na sua ânsia de que Marina não morra …[98]. Celso poder-se-á sentir, noutra volta, um Marcus[99], chegando tarde, perdida Isolda, amante de Tristão[100]. “Pobre rei Marcos. Tão tarde descobriu o desamor”[101]. Marina não é escrito na primeira pessoa, autorreferenciada. Discriminada a faceta “projetiva” (ex.: uma pessoa não específica ou segunda pessoa, outros, alguém de quem se fala ou escreve): Marina ou Alice descobrem-se entre uma “Gioconda cheia de segredos”, uma Molly, o “verbo infinito”, na “voz” da cantora. Um eco repetido da voz dela, Marina. O narrador e Marina “nadam no monólogo de Molly”[102]. É preciso dizer que “não sei até que ponto lembro da tua voz [Marina]”[103]. Dito de outro modo, Celso mal se recorda do que Marina “disse/diz”, repetidamente. Falhou a voz e “deixou de dizer”[104]. Por seu lado, os episódios reais reportam-se às mínimas ações/interações, as quais podem ser relatos de experiências significativas, por vezes truncadas nas premissas, donde a maior ou menor coerência lógica ou consistência lógica. Quando as palavras chegam a mudar de estado, digamos, aluadas, tornam-se “líquidas, turvas, transparentes”[105]. Passam palavras estranhas pela fluência de selves (“múltiplos eus”, mentais e subjetivos), transformações identitárias. Apreender-se-ão coerências doutros implícitos, aspetos tácitos e inaudíveis da daqui e dali. Narrativa episódica A partir dos fenómenos esparsos, no grosso volume da vida, alcançamos registos de realizações pessoais e dos impedimentos, destinos e acasos, sortes e desaires. Foi a partir dessas constatações que distingui os fenómenos de meros episódios, nas narrativas/histórias, que lembram “todo o texto mostrar de forma holística as cognições e os processos emocionais do autor”[106]. O que se designou de plot (na língua inglesa) para um “episódio”, portanto, vai de encontro à narrativa, ao deparar-se o leitor com uma sequência de eventos ao longo do tempo (“sucessão”), para um “texto”[107], mesmo no mínimo “enredo”[108]. Na forma bem estruturada, visou-se o elemento sequencial e dinâmico, na literatura (na lógica, “gramática” ou “sintaxe”), considerado o episódio o “único esqueleto indispensável” e “menos variável”[109]. A variabilidade de Marina encontra-se nas intercaladas unidades de significado/segmentos de tópico, nas breves temáticas, as quais identificam a substituição de conteúdos, nos registos escritos por Celso. Acresce haver processos narrativos de vários modos evidenciados, no sentir, no experienciar e no pensar: a “descrição externa/concreta de acontecimentos de vida (atuais ou imaginados / passados, presentes ou futuros); a “descrição interna experiencial” (subjetiva), de episódios/narrativas, com a identificação verbal de “reações afetivas e/ou estados emocionais” (ex.: “triste”, “zangado”, “frustrada”, etc.); e a “análise reflexiva/interpretativa da descrição de eventos e/ou da experiência subjetiva, sendo os eventos presentes, passados ou futuros”[110]. No primeiro domínio narrativo, a ênfase no sentir alcança menor complexidade do que o experienciar (interno) e o refletir/pensar. Episódios mínimos Após o desenlace por afastamento, surge um episódio elaborado quase no final do livro. Possui a tónica na conduta de Celso, antes da adesão ao refletido, somente após a imersão interior num quadro e num cenário: Episódio - Título Promessa de calor na aflição dela: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite (p. 91). Registei outros episódios relatados, com mais de “vinte anos”, exceto o primeiro, possivelmente mais recente: (1) Aflições de Celso no mar[111]; (2) Celso e Marina nadaram no mar e, sentir-se-iam “alegres”, possivelmente ao saírem para a praia[112]; (3) “Mística do encontro” de dois “tímidos” (“dissemos algo escasso, imponderável ... o clima, as gentes, a história”)[113]; e (4) Aludidos passeios de bicicleta[114]. Na narrativa criam-se então replays de experiência, quando se atenda ao “eu” subjetivo frente ao quotidiano, a rituais e a “inéditos”, como nos encontros a dois. Somente o episódio de Celso sozinho e aflito no mar não correu bem. Será invencível o revolto mar e a doença de coração: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[115]. E se é tremendo o risco de morte no mar bravo, não é impossível lutar a dois contra o tempestuoso. O que nem quer dizer deixar de ter mão para apagar aquela ou outra terrível imagem recordada. Afinal, qualquer um sonha com “você”[116]. Ora aquele primeiro “episódio de ‘sonho’”, mas pavoroso, é ilustrativo do mundo irreal, na forma “narrativa”[117]: “um belo dia quase me fui na onda[118] de seis metros. Eu me livrei a muito custo. Um sonho breve que o sal interrompeu. Vantagem provisória...” é acordar. Já o fustigou o voraz turbilhão real da ameaça e perigo no medo da morte dela, quando volte a passar ao mar… Deixar de ser, naquela praia – que “quase levou” Marina … e que é a mesma praia, que “seduz” o narrador[119]. O perigo de afogar-se na praia é real e irreal. Anotei ilações, decorrentes interpretações do texto, nas expressões do autor: (1) Risco frente ao mar[120]; (2) Juventude, em que se possa morrer com alegria[121]; (3) Encontros, fruto de “um milagre matemático… acaso e o seu mistério”[122]; e (4) A bicicleta que “morreu”[123]? A bicicleta? Um indicador do encontro com Marina: “Passeio de bicicleta. Voa o vestido azul. Essa viagem nunca termina”[124]. Noutra apropriação do contexto, o par poderia [ver] “baleias”, ao longe, “delicadas” [125], quando iam pedalando na “bicicleta” … Num contrassenso forjado na comparação, a bicicleta dele era um “cavalo”[126]? Antes dela “morrer”[127], melhor dito, “enferrujar”[128]. Na transição de pensamentos, afetos à morte: “Não há resumo para a última carta. Porque esta é uma carta definitiva. Porque se trata da morte de Marina”[129]. E adiante: “Imploro, Marina, que não morras antes de morrer”[130]. Ficaria ela sem maior sentido de vida? A viragem de alegre “surpresa” chegou a ser concebida, numa anterior “carta destroçada”, restos do que ficou dentro do “caderno escolar” e “cujos pedaços recomponho num mosaico bizantino”[131]: “Carta de amor (desesperado) que rasguei: “...pousa nos lábios uma estrela... secreta harmonia... deserto amanhecer... teu corpo inelutável... lagoa iluminada e seios úmidos... bosque sutil... pequena morte... jogo de espelhos e palavras... teu rosto desenhado no meu peito... à mesa um copo de absinto... duas palavras e voltamos a dormir... infame precipício...” (p. 86). Os procedimentos de análise de experiências são guias de leitura, no que prendem o elucidado “desespero”, o isolamento e o limitado prazer de Celso, quando a vida pudesse afigurar-se um pesado fardo, irado contra Marina, contra o violento mar, o amor eterno… A súmula de alegria - a “surpresa” … Num resumo analítico[132], estabelecem-se relações entre um fenómeno, no sentido da conceção de um episódio. Donde, uma ilustração de seis fatores envolvidos, no episódio Promessa de calor na aflição dela[133]: - Condições causais antecedentes, para a ocorrência reportada (antes do amanhecer, já levantado Celso da areia da praia onde dormiu, ao despontar do sol); - Fenómeno per se (“sacudidos ossos” ao sol, no limite do ser, entre eternas rochas, com a ausência de Marina); - Contexto (a praia junto ao mar ensoleirado); - Estratégias somente idealizadas de ação interativa (ser tomada Marina por indefesa a proteger, no que Celso escreve da sua possibilidade de “ajuda”); - Condições intervenientes (quadro “menino com pássaro” de Portinari…), - O que constrange ou facilita o incidente/fenómeno (recordações de encontros com Marina, num local partilhado e o fenómeno de imaginar um quadro) e - Condições consequentes (a dificuldade de continuar pela noite, sem a presença de Marina e a fixada promessa de calor humano). Nessa leitura duma abstração da experiência, um episódio pode ser idealmente estruturado, se bem que escapem as estratégias de ação interativa. Noutra margem encontram-se a filosofia (de Parménides e Heidegger), o jogo com textos míticos (Ájaz, Rei Marcus…). No “romance de ideias” de Marco Lucchesi, são vastos os domínios de conhecimento. Com o autor aprendi que, ao não aceder a “coisas em si”, tenho as coisas para mim e, talvez, nos apareçam amores e guerras, por prismas do entendimento e da sensibilidade. Dos fenómenos - as aparências - “O que sei?” No quotidiano, sei que vivemos de forma a criarmos conexões entre inauditos episódios, flashbacks, substituições de interesses/temáticas nem buscadas, redundâncias e omissões (como “lacunas de memória”), numa apreensão do que nisso assuma perene “relevância”. O núcleo duro, o “essencial”[134], segundo o autor? “Perdemos as palavras essenciais”[135]. Perdemos “baleias” naquele mar alto, enferrujaram-se as “bicicletas” e desapareceu o “corpo feminino em fuga”[136]. As cartas dizem muito “mais do que parece”[137]. 3 Do mundo poético “Tornei-me um leitor de Parmênides”[138] e de Heidegger No mundo eterno, Parménides colocou o “motor imóvel” do tempo, o “livre-arbítrio”[139], o “cálculo integral”[140] … “causa e concausa”[141] … “tudo em tudo”[142]… Bastará “puxarmos o fio…”[143]? Numa passagem paradoxal da breve (?) “novela”[144], logo vemos como “tudo muda” no (des)encontro, a par de “rádios, guerras, amores”[145]. Não há confissão, não há reparação, na “narrativa não projetiva”. As “narrativas” antes partem dela[146], nos “lugares comuns”[147], registados nas mensagens. O que procura despertar Celso? “A voz de quem morreu, não as histórias”[148]. Bastaria o alcance da superfície, na “voz” dela[149]… No início de Marina, nem se espera a finalização do encontro. Não é desejado o fim do amor. Um mal irremediável. Terá morrido? Obra de “criatividade” dissonante face a espectativas de cartas de amor, Marco Lucchesi coloca-nos a margem de manobra, uma deriva, mudado Celso em permanência e, nesse sentido, as suas posições emocionais básicas são sublevadas e revoltosas, sublimadas, substituídas. Existentia, como a explicitar? Quando numa página inicial, não numerada, o autor nomeia um filósofo italiano, Emanuele Severino (1929 - 2020), que escreveu sobre Martin Heidegger, que exploração de fenómenos “metafísicos”? Martin Heidegger[150], de que trata? Li algures que Heidegger se interessou por “atualidade, realidade, em oposição a possibilidade concebida como ideia”. Ser é a totalidade do que existe. “Aí onde está cada um de nós” - da sein, seria o lugar da nossa presença, duplicada pela sombra da subjetividade. Subjetividade é o vivido que torna algo maior, quanto dá à presença novas formas afetivo-cognitivas. Mundos universais musicais Tenho aquela “vontade” de mudar o passado[151] e de criar uma ideia prospetiva de florescimento. Do mito de amor a Marina, nem estranho virem três damas dar uma flauta a um príncipe, Tamino, que buscará a sua amada. A harmonia da música condensa o “universal”, atingidos géneros e variadas “vozes” trocadas, na “Flauta Mágica”, de Mozart (1756 – 1791). O poder unificador da música é uma metáfora para o príncipe neutralizar o mal. Outra das óperas que acompanham Celso? A ópera de Verdi (1813 – 1901)? Recuo, à procura de La forza del destino, de 1862, cantado por Galina Gorchakova. Será que soubemos escutar o ciciado na voz da atualidade e o que nem se abra ao previsível, no acaso, sem destino[152]? Vozes pessoais de visionários? Na aparência, as palavras são soltas numa poéticas. Meia página abala o leitor. Meia página, umas quantas linhas de “voz”[153] , “voz marinha”, vinda do mar, submarina. Marina. Na “poética da dissonância”, fica aberta a superfície ao “espaço descontínuo”, criado por Lucchesi para ela[154]. A inatingível voz dela? Não sabemos. Na aceção do termo “fragmento”, Heidegger sublinharia essa origem deslocada de textos únicos e incompletos, que deixam espaço por concretizar. Escritores como Lucchesi, coligindo fragmentos, escapam às “correntes literárias”, “movimentos identitários” e “evidências” repetidas. Um significado de recusa de continuidade no vestígio escrito, fragmentado, foi adquirido no mar, que não é terra firme. Todavia, com “intencionalidade”[155] na voz, “nunca poderemos deixar o mundo, o que nunca deixámos”[156], o mundo terreno. Numa particular fenomenologia[157], poder-se-á conceber a “suspensão de julgá-lo”. Como não julgar o mundo do pensamento oblíquo, da metafísica passada? Ficando pela rama, na área concreta, terrena (não marítima, à beira mar, o que “sobrenada” ...). No que importa, não estamos nós fora de água? É de todo difícil alcançar maneira de arrancar o “pensamento de superfície”, também a superfície da página de Marina encante, pela superfície que cobre os reflexos incessantes, os jogos de reflexos, como ilusões e evasões, que surgem e desaparecem. Se não for atingido o que aparece antes do fundo das letras, ficamos aquém de imergir: foi muito antes que Parménides e Heidegger viveram. É preciso dizer que a superfície não se confunde com a aparência - a realidade energética, a dança terreste, da vida dançante[158]. A máscara de Marina já arrasta a ilusão do que aflora (a superfície) – a “transparência da voz”[159]. Esconde-se ela algures, no “re-dobrar” do seu ser[160]. A sua aparência causar-me-ia a diligência em “lê-la” a preceito. A voltar a Parménides e Heidegger, a profundidade[161] do livro dá antes a explorar o ser e as coisas[162], ao invés da superfície (mas com a superfície), a sua luminosidade. Quando a metáfora da luz (do dia, do Sol, da Lua promissora do brilho dos olhos verdes…) não encontra um reino perdido que persiga o ser, quantas ideias ficam subterradas e obscuras ao leitor? Foi a partir daquele ilusório mundo de reflexos (a superfície), que alcancei a incerta profundidade. Será o outro mundo (“marinho”) contrastado ao ilusório da realidade e ainda aquele outro mundo perdura, mutável e instável, matizado de cor intensa e de brilho ténue de águas passadas. Quanto ao retorno à superfície, ao aparecer, no emergir de novo, volta a agitação do mar emocional, que se ressente, no que permanece do eterno esvaziamento. Ficou um poço vazio daquele outro momento de amor ou do que dele reste nas rochas imutáveis. “Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”[163]. Quando “aparecer é um compromisso metafísico”? A “metafísica” foi além de physis. Cientistas designam a metafísica de “especulação” de ideias, tantas vezes incertas, com que se debatam. O que se entende por “real” é, nesse segundo sentido, o que ultrapassa a “realidade” que conhecemos por perceção (inter)subjetiva. O real é um referencial profundo[164]e infinito; a realidade é o que conhecemos ou julgamos conhecer. Numa mediação poética para a metafísica, “aparecer” situa a presença original no mundo do ser, sendo que o mundo adote a incerteza na errância (e na morada no novo mundo). ~ Quanto “aparecer” vive acima da superfície e da aparência das coisas, é o ser que reflete um inóspito caminho de linguagem reflexiva, aproximativa e assintótica[165]. No ato de escrever, Marco Lucchesi delineou-me a possibilidade de especulação, a liberdade crítica e a ironia, abertas portas à metafísica fenomenológica. O existir em processo trouxera-me antes outros saberes e, nos espaços do mundo daqui, foi indicada a deslocação para a saída de “ex-” (em “existir”). Entretanto, aprendi que existir alcança o sentido de “pôr-se de pé”, de acordo com a etimologia. Num apelo a erguer-se (pondo-se de pé), já o próprio ser permanece em lugar recôndito, na condição de vir a aliar o desvelamento do ente – objeto, coisa, um ser, Marina... Outros “reivindicam” para si o “estar-aí” (da-sein), dito que todos “querem, buscam, sonham com você” [Marina], um corpo no que não “fuja”[166], na errância noturna. Consequência da fuga da luz? Será ela dada a “despertar” outra, a emergente Marina de Celso? Encontra-se ela ausente, no que seria de voltar a abordar a limpidez, a superfície, a “transparência”[167] da constelação “prometida” de dois seres. Uma forma de profundidade incompleta. Numa lúcida forma de escrita, patamar de sonho lúcido, Celso encontra-se em guarda. O narrador não deseja “despertar [vidas escritas]” … Talvez busque tão somente a “voz” dela, naquele eco, em que ressoa a limpidez, alcançará outra “voz”. A quem dar “voz”? A Molly, no seu solilóquio, na primeira pessoa[168]. Molly, uma inigualável cantora de ópera; Marina, de que nem sabe Celso se se lembra… da voz, dada à imagem fugidia na melodia, ao piano[169]. O que passou não se encravou. No ser em mudança, serão cristalizadas mínimas recordações, rareando “o caminho da verdade”[170], sem saída (uma aporia) tantas vezes paradoxal. Guerras dos mundos de ideias As ideias “verdadeiras” e as guerras de “opiniões” não se consolidam, nas correntes do paradoxo. Conjugam batalhas sem fim: Parménides e Zenão vs. Platão; Nicolau de Cusa vs. os que não cooperavam… Numa oposição ao seu tempo, questão cerrada e a descoberto, foi a permanência e a transformação. Parménides reteve a pura permanência, unilateral. Exigente na “ponderação”, Platão (428/427 – 348/347 a.C.) dedicou-lhe um diálogo inteiro - Parménides, em que Sócrates levou uma revisão verbal dum oponente, Zenão de Eleia (século V a.C.), para o efeito de inquirir o sentido do Uno, cujas “absurdas consequências seguem (ou não seguem?) em contradição com a referida doutrina”[171]. E se o ser é múltiplo? “Parménides”, um arauto da “revolução”? Esse é um ponto de um “resumo” do livro. Sendo que o germe da destruição estivesse plantado[172], que revisões foram geradas, a propósito das suas ideias? O que queriam mostrar os eleatas, com Zenão adiante das forças, o arauto da geometria e dos estranhos números, o infinito e o zero? Uma revolução, no conceito de tempo: fluxo constante e deixa de haver presente? O paradoxo de Zenão assinala o contrário à opinião recebida e comum, para o tempo virar uma sequência de mínimos momentos separados, donde vivermos o presente e a mudança ser ilusão. Quanto ao espaço? Sendo uno, não dá condições a haver “lugar” e “aqui”. No espaço fragmentado só há “aqui”, ausente o movimento. A revolução tem sentido no paradoxo, forjadas inesperadas dissensões. “Mudam [os tempos e] as guerras”[173]. No século XV, novo sobressalto. Gerador de ódios por contemporâneos, Nicolau de Cusa (1401 – 1464) alarmou muitos, pelo acento na compatibilidade entre extremos. Encarou a conjetura de “opostos”[174], dicotomizado o mundo por valores antagónicos, quando se creia num ponto de vista considerado válido. Nova batalha. Era Napoleónica, em França e na Europa, no ano VIII (ou, no calendário vigente, datado a 9 de novembro de 1799). Contrastaram adesões e oposições a Napoleão, herói e anti-herói, arrebatado o poder no golpe “18 do Brumário”[175]. As mudanças foram inquestionáveis, com a chefia e as saradas guerras. A guerra entre Marina e Celso não foi uma constante, também não persistiu. No foco da maior peleja, a distância a Marina[176] antecedeu outra circunstância: o entendimento de “como [Celso] se vê”[177]. Num “sinal de transição, de deslocamento”[178], veio de Celso a afirmação séria, numa trégua consigo mesmo: “já não habito na distância”[179]. Anteriormente, despedir-se-ia dela, como um Catulo[180], numa linguagem coloquial, sem intensidade e sem profundidade maior… Poderia estar a recuperar o “habitar”, junto dela. Existirem compatibilizados, nas suas oposições, requer o significado: “habitar”. Talvez se encontre algures, na linguagem. Para “morar”, fica bem longínqua a raiz etimológica, no sânscrito - vatami -, cujo termo alemão é wesen. Dir-se-ia que Celso possa já “estar-aí” (da-sein)[181]. No seu lugar - aí -, à fluência não lhe faltará diferença. Como expor uma diferença melhor do que com o ruído feito pelas diferenças da fala e do canto de Celso e Marina? Revejo a aliança, a separação, o que nem quer significar uma divisão de opostos. Há uma distinção nas “vozes”, para um sistema caótico, em várias escalas de linguagens. A organização de mundos No século XXI, em 2023, há ordem para parar e avançar no terreno do ser. “Há mais de dois milénios…”. Heidegger[182] introduziu essa conjetura perdurante[183], nas primeiras palavras de Ser e Tempo. Fora há muito “esquecido” o que surgira em Parménides, uma abstração – Poema – “onde se encontra o ser e o ente”? Ente pode ser objeto, coisa, ser … E o ser é o mais próximo do ser humano, sem que seja “um Deus ou um fundamento do mundo”[184]. Não existe um ente sem um ser. Acresce perguntar: “o que significa pensar?”[185]. Pensa-se em alguém, um ser, enquanto as guerras matam pessoas. Desde que a nossa imaginação pejou o mundo de deuses, entre ninfas, dragões ou quimeras, foi feita a equação, pelo menos: esquecido o humano. Não neutro, mas esclarecido, Heidegger rebelou-se contra ter sido minada essa incógnita do mundo – o ser, o guardião da questão[186]. Colocado o tão saliente à parte (o ser) e juntas as palavras a ideais, “ordenaram-se” melhor as coisas. Nessa incessante transformação, contra as utopias, foram cometidas “supressões” de coisas, acrescentos de quimeras, os “suplementos”, esquecidas possíveis “deformações”[187]. Aguardado o alvorecer da modernidade líquida, após a linha humanista dos anos sessenta do século passado, ainda seria antecipado o outro tempo do ser frágil, das diferenças e vulnerabilidades acrescidas. Vemos superada a razão não linear, o princípio da não-contradição[188], a alinhar o excluído. Arrastamos até mesmo para a paz a “coincidência de opostos”[189]. No reiterado pensamento ímpar de Lucchesi, um visionário de saberes ontológicos, preside o ser humano que é pensado, dito que ser e não ser não sejam iguais. Os seus conhecimentos são buscados entre um que é muitos[190]: ser e não ser e “ser de todo o ser”, na expressão de Giordano Bruno (1548 – 1600). Ruínas e salvação Um genial revolucionário, Giordano Bruno, foi o que retomara o ser, em On the infinite universe and worlds (“Sobre o infinito, o universo e os mundos”). Recordado num post scriptum[191], o opositor, Bruno, foi morto. Para mais escrevera “A ceia das cinzas”[192], em gritante contraste com o fogo da paixão. Deu-se ao desfecho inolvidável, à morte horrenda, após outra intrincada conjetura resistente à “ignorância” por dogmatismo e ceticismo do tempo. Bem além e aquém do “estar aí“, em substancial presença, o que resiste à fixação ao lugar encontra-se na imaginação, em múltiplas superfícies, no não linear, cujas diversas escalas se coloca Marina. Celso vive numa efetiva transição temporal, quando “o agora é um índice [indicador] da eternidade”[193]. Quando ainda se creia na “eternidade do mundo”[194], uma exceção. Enquanto nos insurgimos, Marina poderia “fixá-lo” ao passado em comum[195]. Na “correspondência” truncada, o narrador assumirá a perspetiva de “crer na eternidade do ser. Mundo sem fim e sem Deus. Essa é a ideia que me salva”[196]. Ademais, imaginar a “eternidade” não diz que não se “aclare a contingência” [197], o acaso, por contemplação intuitiva[198] e sensível. No perpétuo salto entre histos, reparo no ocaso do relacionamento, na paragem e esgotamento dum percurso: “[As cartas de Marina, “ibérica prudência”?] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo. Cartas inúteis e vazias! Abracem do não ser a eternidade!!”[199]. Creio no indecidível. Não cumpriremos todas as “promessas”, as coisas voltarão a ser as mesmas nas guerras e nos amores à beira mar: o “vestido azul”, a “pedra”, os “passeios” e as “bicicletas”[200]. Recordações e ilusões para “todas as cartas em princípio circular”[201]. “Quem sabe se…”[202], se “tudo se passa aquém da superfície”[203]? A verdade - domínio duplicado da aparência - agarra o “desvendamento”[204]. Da substância/essência não temos algo, além da aparência. E ainda que deixássemos há muito de atingir “as coisas em si”, vivemos demasiado no escuro em volta. Quanto muito, realizemos nova viragem às partes, quando “o passado é órfão do presente [índice de eternidade]”[205], no mundo compartimentado. Vivemos num “tempo inabordável”[206]. De forma paradoxal, deixámos o “museu”[207] e as “espécies” à solta, que diminuem com seres impreparados. Do ser e tempo[208] à nova hermenêutica, reatada “presença”, o que “aparece” no “compromisso metafísico” com o ser[209]? Numa filosofia para o século XX, o existencialismo ainda contou para O ser e o nada[210], no que importou o significado, o valor e o propósito da vida. Na época, avançado distanciamento/estranheza[211] face ao “teatro de sentimentos”. Na Europa, tanto “narrativa”, quanto “ficção” deram lugar ao “novo romance”[212], uma mistura de atores sociais e coletivos, de géneros misturados, uma “polifonia”[213]. A psicologia da vontade e a narrativa Na psicologia então emergente, William James[214] discriminara a “vontade de acreditar” do que queremos fazer “desacreditar” - o que seja convencionado para a época ou para a “troca” correspondida de “cartas” a e-mails, o que escape à explicação e/ou à compreensão[215]. Narrativa, na psicologia pós-racionalista, congregou a ideia de que “contadores de histórias” seriam os que estariam incrustados ao amor e ao sofrimento. Como sublinhado, nas teorias semânticas, havia outras “vozes” e “polifonias”, quando um discurso se enuncie. Fora enunciado. Ademais as (re)autorias e sensibilidades eram provenientes doutros domínios de saber, tomadas por empréstimo (nas teorias feministas, na narratologia, nas ciências sociais e humanas…). As temáticas ganharam sentidos segundos, o significado de ridículo e a ironia alcançou outra voz crítica, ainda com o romance de ideias. Com Laurence Stern[216] é possível “justificar” uns “resumos” dum Celso[217]. Os condensados foram ordenados, entre “ideias confusas”[218] dum amor límpido. Num modelo dos mundos emocionais e do “eu em processo”, as “organizações de significado pessoal” (OSP) remeteram, em fim de século, a "metáforas básicas da descrição do real”. Traduziram apreensões dinâmicas para “estrutura da personalidade” e consumaram “significados”, para formas de dar sentido à vida. O modelo OSP, de Vittorio Guidano Vittorio Guidano foi um psicoterapeuta romano, que viu a criatividade como possibilidade de transitarmos duma para outra organização de “significado pessoal”, da falta e perda à reorganização noutra emoção, talvez pelo receio da distanciação. Correu na margem de entendimentos do corpo e da culpa. Concebeu uma epistemologia, com Leslie Greenberg, Humberto Maturana, Michael Mahoney e Óscar Gonçalves. Numa visão emocional integradora, a faceta de experienciar a vida (I, em inglês; o nível de “eu experiencial”) nem se opôs mais a “significar” a experiência (a narrativa da experiência). Pode ser dado o exemplo buscado no que conheci em Guidano e num seu amigo, Leslie Greenberg, de saúde mental. Quando com eles estudei, partiram dde G. H. Mead[219], entre muitos outros. No sul africano Leslie Greenberg[220] senti a primazia conferida a existir, tão visceral, no âmago da experiência imediata, o "eu". Frente a frente ao vivido subjetivo, Vittorio Guidano[221] colocava-se noutro plano de conhecimento: o “mim reflexivo” (me, em inglês). Contrastava na relação à energia de Greenberg, uma “presença” por inteiro, uma conexão no momento, em níveis diversos (físico, emocional, cognitivo e espiritual), ou seja, havia uma consciência da plena experiência corporal e emocional, vontade de escuta ativa, busca de compreensão. Modelos para fazer mundo Na distância cavada, lemos que “a gota do mar é pequena, quando o tempo de ausência seja longo.” A memória nem se esvai na comparação e compreendido desgaste. O “piano – sobrenada”[222] … – voga à tona de água, assim sendo a memória[223], num “abismo líquido”[224]. Poderia ser a voz “atemporal”[225], inesquecível, aquela voz entretanto quebrada de Marina? Tendo lá permanecido uma presença, não se cravou… No incomensurável passar dos anos, quais “cardumes de palavras”[226], arrastaram “o vazio”[227]. A eternidade deixou de ser. Morreu um mundo terreno junto do mar. O eco imaginário de Marina, na ausência quedou-se. Existem as “rochas” [que] continuam imutáveis[228], fustigadas por ventos e marés. Do revolto mar à mata-bioma e às pedras encalhadas, sobressai o abandono, nas “correntes indomáveis”[229]. Celso, continente/recetáculo, sem mãos. Haja o que desapareça e volte com a “correnteza”[230]. Sem alcance do “mundo submarino”[231], as águas não brilham. Somente na “superfície” são “transparentes” [232] águas, para um mundo que foi desarticulado e fragmentado em partes. Como referido, no uno, teríamos um mundo total e eterno. Numa perspetiva particular, um amigo meu acentuou a condição física, metafórica e metafísica (“especulativa”) do ser. Sem ler Marina, António Maurício enfatizou o transitório – o humano para “ondas do mar” (o seu mundo parcial). Na expressão oral, coloquei as suas palavras de permeio, com parênteses retos, para elucidar o refletido do infinito: Em resumo, e metaforicamente, parece-me que [esse processo humano, dinâmico instável] tem semelhanças com o que acontece às ondas do mar[233] (…) configurações/formas locais e transitórias desse mar/suporte e alimento de todas as outras formas/configurações potencialmente possíveis do mesmo. Que podem nascer, crescer, viver/existir, reproduzir-se e morrer/deixar de ser/existir, porque são fenómenos/seres transitórios. (…) Mas não é por isso [por haver formas locais e transitórias de mar], que o mar/vácuo quântico/TAO/[234]o sem nome/... (pressuposto background/suporte/meio/ e fim de tudo o que é possível, e por isso intemporal, Total, global, cognoscível e/ou incognoscível), sem ser… seja redutível a qualquer aspeto antropomórfico[235] .... mas contendo-os... O meu amigo tem uma conceção física e de recipiente – o “vaso vazio”, o inamovível Uno[236]. Nessa substância, Maurício faz conter os mundos parciais contrastantes. Na “leitura desviante”, colocamos “entrelinhas”[237]. A “colocar parêntesis” no que se saiba ou julgue saber, houve um retorno ao mundo, no abalo cultural da consciência. Na aproximação a coisas[238], podemos condensar “cardumes de palavras”[239], no que sobreviveu unido, o par que se afastou: As “cartas deitam iodo [como o mar] e sal… [como lágrimas] [240]… novo sal”[241] Crescem as ondas que me arrastam para dentro [daquele mundo submerso]. Põe-se Celso “a nadar“[242]. [No mar] Haveria “… a correnteza“… e entretanto “as ondas sobem cada vez mais altas… Já não encontro salva-vidas. [Celso dirigindo-se a Marina, pede-lhe uma vez:] Nademos juntos”[243]… No relacionamento, terá havido … um “naufrágio e tempestade”[244]. Até no “perigo de [Celso] afogar-se na praia”[245]. Ergue-se, subleva-se ele, humano, que “não tem guelras nem escamas”[246] … No salva-vidas da terrena praia, onde não “para de chover” … “mal sei nadar em tanto azul… [Celso] Andava a saltar “nas rochas, acima do cinturão das algas”, mas mergulhara no mar, “quando é escassa a correnteza”[247]. “Caminho sobre a chuva, ondas revoltas [no mar], branca espuma”[248] … “nadar [para] tão longe” …[249]. Na deriva, as “leituras desviantes” de uma temática[250], colocam vários caminhos de leitura. Não fosse o vazio deixado de palavras… [Sempre permanecem] “As pedras [que] rugem no bater das ondas”[251] [instáveis]. [Muda o significado de] “Praia - Cadeia alimentar, baleias, pescadores”[252] … “Sinto no meu corpo a maresia [que muda também, após a vazante, de cheiro intenso do mar] e assim transformo o sal em novo sal”[253] [Em casa] O “relógio de areia” de Celso, quando se encontrava com Marina, no passado, “ficava na estante” … [porque o tempo era subjetivo]. “Um belo dia [a ampulheta] quebrou-se” … “Vinte anos” separaram [Celso e Marina] … quantos “grãos” de areia [na ampulheta] são necessário” para tanto tempo passado?[254] “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[255], sendo que o sal eliminado, baixe a pressão[256] [arterial] e “transformo o sal em novo sal”[257]. Nova vida. As palavras vão e vêm, na modernidade líquida. A tornarem-se as palavras “úmidas”, é o sinal de sofrimento no “sal” e na “lágrima” salgada. Qual garrafa que se joga ao mar? Flutuaram ambos num domínio intemporal, deram-se a palavras inevitavelmente “fartas de imprecisão, saudosas da beleza”[258]. E que “cartas” se virão a “salvar” do mar do esquecimento, com agrestes “ventos do Atlântico”? Na insana movimentação vital, Celso “decide [a dado momento] atravessar a maresia”[259] e quedou-se o mar de distância entre si e Marina[260], ao primeiro e-mail dela, seguido-das imagens coloridas, palavras dela. Marina aparecer-lhe-ia na imaginação dovbelo solilóquio de Molly Bloom[261], um encantatório eco. É dele o repente, quando não queira voltar ao passado: “Não me afasto deste mundo de areia… Passam navios à distância”[262]. Em terra firme, Celso, não sai de si mesmo. No final do livro, arredio, Celso dará conta do inesquecível mau tempo, em que se sentira “naufrago”, abraçado ao não-lugar[263]: “Passada a tempestade, me afogo nos teus olhos [verdes e do mar]”[264], olhos de luz fina e penetrante. Do repetido reparo no olhar de lince, o que ficamos cientes do passado na marinha de salinas, na praia e noutras paragens? A lembrança foi ter à imagem da “jovem” Lívia, sua prima e amiga de Marina… [Lívia] “deu-se às ondas”[265]. Deixou de ser. Condenado, Marcus, perdeu alguém; Celso perdeu Marina, não fossem as “fugas” intempestivas. Anunciado casamento ou “condenação”, na escuta de Grande Missa em Dó Menor, K 427[266], de Amadeus Mozart (1756 – 1791), o significado diverge, para o cineasta Robert Bresson[267]. A perda não justifica uma causa, que seja culpa de falta de pontualidade dela ou o atraso dele. Preso ao antecipado mito: “Cheguei tarde como o Rei Marcus”[268], já que a bela Isolda amava Tristão e vogariam num barco do amor à beira mar[269]. No enlevo por Isolda, Celso assumia encontrar-se na condição do rei[270]. Outro fora a lição de Orfeu[271], que olhou para trás… “Não se ergueu” (no existir). E como a palavra concretiza o pensamento (quando o alcance), em inumeráveis mundos atingimos a parte num ou noutro fator – o mar subterrâneo, o envelope na palavra, uma sinédoque. A crer na memória “líquida”, mais uma vez, em imaginação de Marina[272], Celso “lembrou-a” de que já teriam pisado as pedras até à onda, ao imenso mar[273] Quando o a sair último apaga a luz Na ausência de fundamentos externos e de princípios internos, temos o reino perdido do ser. No mundo abandonado, aliado no estranhamento, é o esquecimento (“o fundador”) uma implicação do recuo do ser[274]. Como constatado, em Heidegger[275], surgiu o ser, um dos seus dois temas constantes. Como ser nem seja fundamento, nem seja princípio, incorreria na dobra original “ser-ente”[276]. Donde, a possibilidade de “re-dobra” do ser em Marina. Para o incauto efeito, somente desviando-se um autor, poderá recuar o ser, em que as hierarquias da existência passam a ser independentes (ser e ente), deixando de fazer sentido o que veio primeiro. Nenhum deus alguma vez pode unir o disperso, nos tempos que correm. Em Heidegger (1986 [1982]), para quê escrever “Porquê poetas”. Andaria o filósofo nos caminhos da floresta obscura, no que recuaria e o conduziu a Hölderlin (1770 — 1843): “E porquê poetas em tempos atribulados?[277]” Além da destroçada condição de “autor-idade”, o autor deslocou-se à poesia de vestígios inacessíveis. Marco Lucchesi pode ter atendido ao segundo tema de Heidegger, quando foque o eterno, em Parménides[278]. Visado fundamento do enigmático “pensamento”: leu as primeiras descobertas nos fragmentos ou vestígios escritos. De Marina, Lucchesi arrasta já o leitor às primeiras interrogações, como nos ousados fragmentos pré-socráticos incompletos, desbravados e arredios a um ponto, excêntrico a linhagens ou a “influências”. Ocorre pensar noutro ângulo de visão criativa, sem articulação entre o próximo e o longínquo, alcançado um brilho lateral, que perpassa na contemporaneidade. Qual será o derradeiro lugar em que pulse o pensar? – Pergunte-se. Em Poema, de Parménides, fragmento de conceitos acutilantes. Possuímos além da “dobra” constitutiva do ser (nos limites entre ser e ente), a prerrogativa de interrogar, de hesitar, de duvidar e de afirmar. Em que mundos desaparece e reaparece a consciência? Resposta: Nos dias que se sucedem a noites, a alternância revela-se à consciência, no sonho e na realidade percetiva. Da diferença entre mundos, Marina, o que perdura na ausência? Memórias de palavras “recorrentes: o nada, a Morte, abismos e fantasmas”[279]. Perdura o “sonho” no eterno “menino”[280]. Em Marina, o coprotagonista Celso, um retirado fazedor de “não histórias”, afigura-se retirado, o que não significa derrotado. Noutra asserção crítica, quando não se bata em retirada, poderão ser dados saltos na compreensão duma obra de múltiplas leituras. Foi no Prefácio à segunda edição de Crítica da razão pura, que Kant alertou para o pensamento, cujos “saltos temerários” nem seriam escusados. Poder-se-ia ir mais longe, no arriscando, nas nossas frágeis sociedades, a ponto de nem ser dito o que se pense, nem ousar-se o criticar. [1] Lucchesi, Marco. Marina. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023, p. 89. Quanto à “romaria de formigas” (p. 78), a ser desfeita, “vivo em guerra contra os cupins…” (p. 23). “Só as cartas ficaram intactas. Desprezadas até pelos cupins” (p. 24). “Pobres cartas! Ai de nós! Indigestão de todos os cupins” (p. 28). Afinal, outra maçada, será o velho computador perder cartas, “perder tudo” (p. 89). [2] A crença no acesso à profundidade teve os seus dias melhores, quando se acreditou numa via única, uma dimensão da base ao topo, entretanto barrados os códigos e a exatidão, buscada na modernidade. [3] Marina, p. 73. [4] Marina, p. 56: Marina possui uma “beleza transitiva”. Marina, p. 60: “Sou trilho morto, intransitivo [que não chega a ela]. Se não te alcanço não me basto”. Marina, p. 71: o caráter transitivo, sendo o que muda, aproximou-se de “sinal de transição, deslocamento”. [5] Marina, p. 27. [6] Marina, p. 76. [7] Marina, p. 76. [8] Marina, p. 15. [9] Marina, p. 13. [10] Marina, p. 87. [11] Marina, p. 13, p. 17. [12] Marina, p. 67. [13] Marina, p. 85. [14] Marina, p. 85. [15] Marina, p. 91. [16] Marina, p. 55. [17] Marina, p. 87. [18] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [19] Marina, p. 86. [20] Marina, p. 72. [21] Marina, p. 69. [22] Marina, p. 84. [23] Marina, p. 33. [24] Na alusão do autor, a xilogravura de 1507, de Hans Schäufelein the Elder? Um idoso, “o mais velho” (the elder). Ou “Cristo diante de Anás, do espelho da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, também de 1507? [25] Marina, p. 22. Parménides é também referido na p. 35 e na p. 98. [26] Marina, p. 49). Ulisses representa o que enfrentou perigos e riscos do mar, explorando o mundo. Escritores foram “navegadores”, por caminhos sem guia e sem antecipação, como James Joyce (1882 – 1941). [27] Marina, p. 49. [28] Marina, p. 71. Celso efetua ainda um recuo, quando “uma janela abre-se ao vento” e se desfaz o enlevo com Marina. Concretamente, recuo terá o sentido militar, na guerra. [29] Marina, pp. 34-34. [30] O vaso é um recetáculo, um contentor para as coisas sensíveis, no Timeu de Platão, datado de 360 a.C. Identifica a chora, no que acolhe as coisas em devir. [31] Marina, p. 89. [32] Marina, p. 77. Nas folhas ímpares, são dados a ler “resumos”, como o da página 27: “Sobre a morte das cigarras e o motor imóvel. As garras do leão. Livre-arbítrio, borboleta e tempestade. Software e cálculo integral. Termina com um verso de Mallarmé.” Geralmente, os “resumos” são ampliados em textos de duas páginas. [33] Marina, p. 81. [34] Marina, p. 43. [35] Marina, p. 89. [36] Marina, p. 78. [37] Marina, p. 67, post scriptum: “Leitor de pássaros, sou como um áugure romano a decifrar tua mensagem”. Na Roma antiga, desde o século VIII a.C., os sacerdotes tornar-se-iam augures, tirando presságios, partindo dos voos, do canto e das entranhas de pássaros, entre outras aves. [38] Marina, p. 89. [39] Marina, p. 87. [40] Marina, post scriptum, p. 98. [41] Marina, p. 50. Na perspetiva computacional, disse-me um informático, a diferença é nítida entre significado e semântica: “fornece-se uma semântica para um argumento (ou seja lá o que for), quando se fornece um método de traduzir os símbolos, que contém para qualquer coisa que tenha significado: dar uma semântica para uma linguagem pressupõe, ou envolve, uma Teoria do Significado. Contrasta com a sintaxe, que é apenas a gramática formal do sistema, que determina que os símbolos estão corretamente juntos ou não. Pode assim seguir-se uma sintaxe do sistema sem ter a mínima ideia da sua semântica”. [42] Marina, p. 43. [43] Marina, p. 18. Na Ilíada, poema homérico, salienta-se o belo e valente Ájax, com que lutou Heitor, sem vencedor ou vencido. [44] Marina, p. 53. [45] Marina, p. 35. [46] Marina, p. 36. [47] Marina, p. 83. [48] Marina, p. 39. [49] Marina, p. 79. [50] Marina, p. 86. [51] Marina, p. 49. [52] Marina, p. 18. A Guerra Fria, tensão geopolítica, no final da Segunda Guerra Mundial (1945), abrangeu Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), desde a Presidência de Truman, em 1947, tendo fim na dissolução da URSS. [53] Marina, p. 31. [54] Marina, p. 35. [55] Quando a alegoria apresenta dois significados, literal e figurado, as palavras, cujo significado seja literal, devem dar lugar ao significado alegórico (figurado). [56] Por extensão, ao mundo subaquático, Marina, p. 50: “… o abismo líquido”. Marina, p. 37: “um líquido destino terra adentro. Marina, p. 79: “Presumo que se lembre (ó, líquida memória!) da onda que das pedras nos levou ao mar.” [57] Imagino até mesmo O mundo à minha procura, de Ruben A, um relato autobiográfico em que o escritor dá conta da vida e da escola, que “esquece os livros”. [58] Marina, p. 49. [59] Marina, p.54. [60] Marina, p. 65. [61] Marina, p. 65. [62] Marina, p. 13. [63] Marina, p. 27, p. 29. Na mesma página 29: “de dez mil dias” …, após o “terremoto” - “uma “falha sísmica”. [64] Castro, Ruy. A vida por escrito: ciência e arte da biografia. Lisboa: Tinta da China, 2023., p. 16. A “literatice” passa pela ideia de um biógrafo atravessar a pessoa-personagem, para dela extrair o que não saiba de si mesma nos pormenores, para o efeito de conceção de episódios “inesquecíveis”. [65] Marina, p. 16. [66] Marina, p. 13. [67] Marina, p. 89. [68] Marina, p. 13. [69] Marina, p. 37. [70] O interminável percurso, é destacado na página 93. O texto continua com a presença do tempo, para “Zenão de Eleia: Aquiles corre com a tartaruga”, um paradoxo da verdade de Parménides, numa demonstração “por absurdo”. [71] Marina, p. 16. [72] Marina, p. 54. [73] Durante uma noite, após ter querido escrever insistentemente uma sonata, o compositor italiano Giuseppe Tartini compô-la a dormir e a sonhar. Intitulada O Trilo do Diabo, imaginou que o próprio maligno lhe apareceu em pessoa para tocar violino e o “ajudar”. Ele não era capaz de terminar a obra musical, mas quando acordou conseguiu acabá-la com a única parte da música de que se lembrava. [74] Jung, Carl. (1954 [1951], p. 123) [75] Marina, p. 73. [76] Marina, p. 56. [77] Marina, pp. 55-56: “A jovem [caveira sem carne] cedeu sua beleza ao brinquedo”, tratando-se de morta, que na urna funerária tinha a sua boneca de marfim, segundo Marco Lucchesi, preservada do Tempo dos antoninos, na Roma antiga, pelo autor. Portanto, aquilo, demarca a figura histórica, no achado brinquedo, que a acompanhou na urna. https://en.wikipedia.org/wiki/Crepereia_Tryphaena [78] Marina, p. 56. O “espelho inverso”, do aveso, passa o par a dois contrários ou simetricamente opostos. [79] Marina, p. 69. Quem diga a transformação dela alude à sua representação no quadro de outra. [80] Um poço é um recetáculo, a chora, em Platão. Um continente retém um conteúdo, as ideias sensíveis. [81] Marina, p. 50. [82] Marina, p. 96. Nessa página, é salientada a comunicação, quando gatos ronronam e cães latem. [83] Reis, Carlos, & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, pp. 152-155. [84] Idem, pp. 152-153. [85] Marina, p. 86. [86] Marina, p. 91. [87] Marina, p. 86. [88] Marina, p. 63. [89] Marina, p. 95. [90] Marina, p. 54. [91] Marina, p. 73. [92] Marina, p. 96. [93] Marina, post scriptum, p.97. [94] Reis, Carlos & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, p. 154. [95] Marina, p. 91. [96] Strauss, Anselm, & Corbin, Juliet. Basics for qualitative research: Grounded theory procedures and techniques. Newbury Park, CA: Sage, 1990, p. 96. [97] Marina, p. 95. Numa intercalação da história de Proteu com o mito de Orfeu, essa invenção do poeta romano Virgílio (70 a.C. — 19 a. C.), encontra-se nos versos de número 453 a 527 do Livro IV, das Geórgicas. [98] Marina, pp. 71-72. Vale ouvir a rádio Orfeu … Ouço distante a voz de Orfeu. [99] Marina, p. 80, p. 86. [100] Marina, pp. 79-80. [101] Marina, p. 80. [102] Marina, p. 49. [103] Marina, p. 91. [104] Marina, p. 91. [105] Marina, p. 49. [106] Neymeyer, Robert A. & Mahoney, Michael. Construtivismo em psicoterapia. Tradução de Mônica Giglio Armando e Fábio Appolinário. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1997, p. 173. [107] Quem diga texto, poderia referir-se a trabalhos com que um texto se cruza, num filme, romance ou peça de teatro. [108] Forster, Eduard Morgan. Aspects of the novel. New York, NY: Harcourt, Brace and World, 1927. O “enredo” (plot) distingue-se da “história” (story), na medida em que o enredo ordena os acontecimentos de forma temporal e de forma causal, mas a “história” limita-se a ordená-los no tempo. [109] Scholes, Robert, & Kellogg, Robert. The nature of narrative. New York, NY: Oxford University Press, 1966, p. 207, pp. 238-239. [110] Angus, Lynne; Lewin, Jennifer; Boritz, Tali; Bryntwick, Emily; Carpenter, Naomi; Watson-Gaze, James, & Greenberg, Leslie. Narrative Processes Coding System: A Dialectical Constructivist Approach to Assessing Client Change Processes in Emotion-Focused Therapy of Depression. Research in Psychotherapy: Psychopathology, Process and Outcome 2012, 15(2), 54–61. DOI: 10.7411/RP.2012.006 [111] Marina, p. 23. [112] Marina, pp. 79-80. [113] Marina, p 83. [114] Marina, p. 94. [115] Marina, p. 71. [116] Marina, post scriptum, p. 76. [117] Marina, p. 23. [118] No risco de morte no mar bravo, noutro lugar: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração” (Lucchesi, 2023, p. 71). [119] Marina, p. 23. [120] Marina, p. 23. [121] Marina, p. 80. A expressão é atribuída pelo autor a um livre pensador, Lucilio Vanini (1585 – 1619), que se autodenominou outro, nas obras publicadas como Giulio Cesare Vanini. [122] Marina, p. 83. [123] Marina, p. 93. [124] Marina, p. 93. [125] Marina, p. 14, p. 79. As baleias primam nos seus “afetos radicais” (p. 79). [126] Marina, p. 93. [127] Marina, p. 93. [128] Marina, p. 93. [129] Marina, p. 95. [130] Marina, post scriptum, p. 99. [131] Marina, pp. 85-86. [132] Strauss, Anselm. Qualitative analysis for social scientists. New York, NY: Cambridge University Press, 1987, p. 32. [133] Marina, p. 91: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, num eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite”. [134] Marina, pp. 13-14. [135] Marina, p. 54. [136] Marina, p. 14. [137] Marina, p. 13. [138] Marina, p. 22. [139] A noção de “livre arbítrio contracausal” indica a decisão livre, não determinada por uma causa, um motor. [140] No cálculo integral, pensa-se na heurística, de Arquimedes (287 – 212 a.C.) , com a finalidade inicial de calcular áreas e volumes e seguir a pista e gravar o movimento dos corpos celestes, do sol, da lua e dos planetas, no que se partiu da aritmética e da geometria. [141] Concausa introduz a causa, que coexiste com outra causa, cujo efeito seja conjugado. [142] Marina, p. 27. [143] Marina, p. 27. [144] Marina, p. 13. A brevidade contrasta como o longo tempo que passou, após o encontro prolongado. [145] Marina, p. 43. [146] Marina, p. 69: “Teus olhos sabem narrativas”. [147] Marina, p. 87. [148] Marina, p. 91. [149] Marina, p. 91. [150] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, (1970 [1947]), p. 65. [151] Marina, p. 75. [152] “O acaso dá-nos os pensamentos, o acaso retira-no-los”. Esse é um pensamento de Blaise Pascal (1623 – 1662). [153] Bakhtin, Mikhail M. Speech genres and other late essays. Austin, Texas: University of Texas Press, 1986. Partindo de “géneros de fala”, certas vozes farão coisas diferentes. A noção de “voz” tornou-se um conceito adequado e útil para a caracterização do narrador num texto: “quem ‘fala’”. “Quem é ‘ouvido’”, “quem expressou algo” … A ser “dada uma voz”, a “voz”, conduziu à critica de uma só voz, com Bakhtin. Na conexão de “voz”, com as ciências sociais, avançamos entre “múltiplas vozes”. [154] Marina, p. 13. [155] A “intencionalidade” em Edmund Husserl (1859 – 1938) e) colocou-se em “Meditações cartesianas”, para a forma basilar da consciência e dos processos psíquicos: “consciência de alguma coisa”. Donde, a proximidade das coisas. [156] Lévêque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Publico, 2001, p. 13. [157] O mundo e a consciência veem em conjunto, dum único golpe: se o mundo é exterior/interior à consciência, o que escape é o ribombar de “tempestade”, o espanto perante uma explosão, o ribombar do trovão. [158] Marina, p. 75. [159] Marina, p. 91. [160] A ser retomado o sentido do ser (do ser em si mesmo, do ser do “homem” e do ser do pensamento), com Martin Heidegger (1889 – 1976), a “metafísica” ganhou terreno, na tradição filosófica. Ficou a crítica ao que tenha sido “esquecido” - o ser, com frequência, entre Platão (428/427 – 348/347 a.C.) e Nietzsche (1844 – 1900). [161] Na etimologia de “profundidade”, “pro” indica uma direção a, e “fundus” é o esvaziamento, por extensão de fundo. [162] Na especificidade, “coisa” denota o objeto natural. Acresce o tratamento dado ao objeto ou ao termo natural-artificial, ao real-irreal, ao mental-físico. Na filosofia, “coisa” incorre numa aparição, vaga presença, quando faltem as palavras, por incerteza na “errância”, falhado o alvo … Uma tempestade abrupta, uma explosão. Coisa chega a ser conhecimento, imaginação, vontade... [163] Marina, p. 81. [164] Num referencial da personalidade do adulto, adiante aludido, a psicologia pós-racionalista enquadra um modelo da realidade humana, que conjuga a experiência e o significado da experiência (“eu-mim reflexivo”). À superfície emocional da infância, estudada em John Bowlby, o psiquiatra Vittorio Guidano, aliou a “organização do significado pessoal” (OSP). [165] Uma assíntota, na geometria, para uma curva plana, é uma linha que explora uma distância infinita em relação a um ponto (P), quando esse ponto se distancia ao infinito, sem jamais encontrar a linha. [166] Marina, post scriptum, p. 76. [167] Marina, p. 91. [168] Galindo, Caetano W. Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, pp. 1104-1106. [169] Marina, p. 43. [170] Parménides. Fragments du poème de Parménides. Paris: PUF, 1996. Na primeira parte do poema, foi concebido um saber puro, a “verdade”, que afeta a via dos jogos de aparência das coisas, vindo a duplicar as aparências, no “desvendamento” (a-letheia, no grego clássico). O Uno, em Parménides, deixou-nos a mensagem fragmentada, na “revelação”, a “abertura”, a verdade escrita, no poema Sobre a natureza. Tanto as diversidades do mundo exterior, quanto as “opiniões dos mortais” (referidas num décimo da segunda parte da obra – o mundo da aparência), foram distanciadas da contemplação. Parménides inspirou a noção de Platão, para a dialética (partindo de duas ideias opostas, gerada uma síntese). [171] Platón. Parménides. Tradução de Guillermo R. de Echandía. Madrid: Alianza, 1987, pp. 55-56. [172] Na circunstância, as tensões antagónicas, entre a unidade e a diversidade, haviam sido protagonizadas por Parménides e Heráclito (cerca de 500 – 450 a.C.). Forçada a ultrapassagem da disputa inicial? [173] Marina, p. 43. [174] Nicolau de Cusa manifestou a sua forma de pensar num mundo em transição, tendo defendido a necessidade de contingência (coincidentia oppositorum), por parte da natureza e aderiu à contemplação intuitiva, em que o conhecimento fosse a unidade dos contrários (no livro Docta ignorantia, “Sobre a ignorância aprendida/sobre a ignorância científica”). [175] Marina, p. 35. [176] Marina, p. 31. [177] Marina, pp. 27-36. Na página 27, assumido ter-se tornado “perigosos”, na página 35, Celso diz ter medo de si mesmo. [178] Marina, p. 71. [179] Marina, post scriptum, p. 97. [180] Marina, p. 87: “[As cartas] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo”. Catulo foi um poeta romano (87/84 a.C. – 57/54 a.C.), entre outros “modernos”, criticados por Marco Cícero, um contemporâneo, escritor e autor de cartas, mas que mudou a literatura europeia, com impacto no século XVIII. [181] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970 [1947]. Na parte final de Carta sobre humanismo, Heidegger esclareceu: “não eis-me aqui! mas sim, se posso expressar-me num francês obviamente impossível, ‘être le là’ e o ‘aí’ é precisamente a-letheia. Como esquecer que da-sein representa o “estar aí”, o “habitar”? [182] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [183] Uma ontologia dedicada ao ser, existência e realidade. [184] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970, p. 77. [185] Heidegger, Martin. Que veut dire penser? In Essais et conferences. Paris: Gallimard, 1958. [186] O ser foi abandonado, quando se colocou adiante o ousia. No saber dos ousiai, enfatizadas substâncias. [187] Goodman, Nelson. Ways of world making. Indianapolis, Indiana: Hackett, 1985, pp. 7-17. [188] Marina, p. 93. Na lógica clássica, uma proposição não pode ser, em simultâneo, “verdadeira” e “falsa” (princípio da não contradição). Uma proposição é falsa ou é verdadeira (princípio do terceiro excluído). [189] Marina, p. 89. Em De docta ignorantia, de 1449, Nicolau de Cusa criou três momentos do “espírito” no itinerário, uma hermenêutica, ora voltado para o “exterior”, ora para o “interior”. Importa para a coincidência de sorte, em não serem anulados pontos de vista diferentes (opostos), do ser humano ao infinito. [190] Marina, p. 89. [191] Marina, post scriptum, p. 62. [192] Marina, p. 89. [193] Marina, p. 73. [194] Marina, p. 35. [195] Marina, p. 35. [196] Marina, p. 93. “Salva-nos” pensar que a unidade primeira não torne a escamotear o ser, frente ao ente, em Deus. A base da metafísica, ciência do ser, foi por muitos anos o debate de “substâncias”, para o que se mantenha por baixo, o “elemento” permanente da coisa. Embora o ser tenha múltiplas aceções, formulam-se todas para um princípio (arché) único, material e definido. Na “correspondência”, o ser não pretende servir a ideia de “ser para Deus”, de ser a pessoa concreta, o que se mantém (ousia, “substância”, “no bem fundo”). [197] Marina, p. 96. [198] Como Nicolau de Cusa, que viu nesse acaso o conhecimento de Deus. [199] Marina, p. 87. [200] Marina, p. 93. [201] Marina, p. 98. [202] Marina, p. 17. [203] Marina, p. 18. [204] O “desvendamento” - aletheia, no remoto Poema de Parménides, um saber do Uno, entretanto desfeito,encontra-se antes de recolocada a ordem do vivido, ou seja, “todas as formas de presença afetivas e intelectuais”, em Jean Lévèque. Lévèque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Público, p. 114. [205] Marina, p. 73. [206] Marina, p. 95. [207] Marina, p. 73. [208] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [209] Marina, p. 22. [210] Marina, p. 93. “Não ser” tem no francês a palavra “néant”. E “nada” encontra-se em mè eon (“o não-ente”), em grego. Nem sendo a chora, o “nada”, o não-ente, nem chega a ser privação do ser, porque o “lugar” não tem qualquer objeto. O vazio de um contentor – o “vaso” - é diferente: possui forma, é chora. [211] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [212] Kundera, Milan. 1988. A arte do romance. Lisboa: Dom Quixote, 1988. Nessa obra, o “romance” é de ideias, a partir de Cervantes (1547 – 1616), por longo tempo “aguardada” a inspiração de Laurence Sterne (1713 – 1768), em D. Quixote. Ao romance de ideias foi dada outra linhagem, na marcação francesa: François Rabelais (1494 — 1553) e Denis Diderot (1713 — 1784), quando alcançaram liberdade crítica e ironia revolucionária, no renascimento e no século XVIII. O multifacetado Rabelais cruzou até as facetas na palavra, ora erudita, ora aventureira, percorrendo o lado festivo e o lado religioso e solene. [213] Marina, post scriptum, p. 76: “São minhas essas vozes: que me indagam, enlaçam, apertam, comprimem. Polifonia da gente que me habita. Mas todos querem, buscam, sonham com você”. [214] James, William. The will to believe and other essays in popular philosophy. New York, NY: Longmans, 1897. [215] Marina, p. 49. Para Carl Gustav Jung (1875 - 1961), a “humanidade” dividiu-se em duas partes: nos que “nadariam”, com James Joyce, no Ulisses, havendo quem se “afogasse” (numa autoridade, num qualquer saber dogmático). No Ulisses, é o monólogo de Molly Bloom condutor a um “sim”. [216] A obra de Lucchesi remete a Viktor Shklovsky. um crítico literário russo, em paralelo a Laurence Stern, autor de dissonantes observações, no que este último escreveu “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy”, um novo Quixote.” [217] Marina, p. 17: “Cada qual começa com um resumo”. [218] Marina, pp. 29-30. [219] Mead, George Herbert. Works of George Herbert Mead. Vol. 1 Mind, self and society from the standpoint of a social behaviourist. Chicago, Illinois: University of Chicago Press, 1967. A explicação das diferenças entre si e Greenberg, foi esclarecida por Guidano, que utilizou os termos de George Herbert Mead – I (“eu”) e me (“mim”), frente a Greenberg. Mead (1863 — 1931) concebeu o self social (Mead, 1913), no sentido de sermos a única espécie que usa a linguagem, aquisição a partir da qual planeamos, pensamos e comunicamos a experiência. A vida de uma pessoa não seria um atributo individual e privado em Mead, cuja narrativa seja uma autoexpressão, envolvendo o controlo da informação do self. [220] Geller, Shari M. & Greenberg, Leslie S. (2012). Therapeutic presence: A mindful approach to effective therapy. American Psychology Association. https://doi.org/10.1037/13485-000 [221] Guidano, Vittorio. The self in process: Towards a post-racionalist therapy. New York, NY: Guilford, 1991. [222] O que seja acima do nada, sobrenada num “lugar” das coisas sensíveis, que soam e ressoam. [223] Marina, p. 43. [224] Marina, p. 50. [225] Marina, p. 49. “Persegue os temporais”, os maus tempos de vendavais no passado-presente-futuro. [226] Marina, p. 18. [227] Marina, p. 49. [228] Marina, p. 73. [229] Marina, p. 73. [230] Marina, p. 18. [231] Marina, p. 49. [232] Marina, p. 73. [233] Tanto “mar” quanto o cérebro são “suportes físicos” e “alimentos”. A imensidão das “ondas do mar” e da mente em movimento configuram um fluxo movediço e inatingível, em que o ser é originariamente “bem-fundo”, a “substância” (no latim, ousia), para o que sejam variações e transformações das coisas. [234] Lao Tzu. Tao Te Ching. Capítulo 4, n.d. http://pt.wikisource.org/wiki/Tao_Te_Ching/IV. No mundo parcial ancestral chinês, pensar é agir. Reiterada a filosofia no T’ai Chi, a conexão ocorrida no Universo propicia a combinação de mente (li) e matéria (chi), “realidade última”, numa acomodação da unidade do Tao, à semelhança do “ancestral das dez-mil-coisas”: O Tao é um vaso vazio // Cujo uso nunca transborda. // Abismo! // Parece o ancestral das dez-mil-coisas! // Abranda o cume; Desfaz o emaranhado; Modera o brilho; Une o pó. // Profundo! // Parece existir algo! // Eu não sei de quem o Tao é filho. // Parece ser o anterior ao Ancestral. [235] Antropomorfismo para uma forma de pensamento em que elementos da natureza ou figuras de deuses alcançam características humanas. [236] O princípio da identidade, em Parménides, assumiu que todo o objeto é idêntico a si próprio. [237] Marina, p. 18. [238] Sartre, Jean-Paul. Une idée fondamentale de la phénoménologie de Husserl, l’intentionalité. La Nouvelle Revue Française, 1939, 304(1), 129-132. Na medida em que a consciência traduz uma aproximação às coisas, poderá “ser algo que não ela própria”. [239] Marina, p. 18. [240] Marina, p. 18. [241] Marina, p. 37. [242] Marina, p. 18 [243] Marina, p. 18. [244] Marina, p. 21. [245] Marina, p. 23. [246] Marina, p. 23. [247] Marina, p. 23. [248] Marina, p. 26. [249] Marina, p. 28. [250] Marina, p. 28. [251] Marina, p. 28. [252] Marina, p. 29. [253] Marina, p. 37. [254] Marina, p. 42. [255] Marina, p. 71. [256] Marina, p. 37. [257] Marina, p. 37. [258] Marina, p. 49. [259] Marina, p. 16. [260] Marina, pp. 16-18. [261] Marina, p. 49. Na obra publicada em 1922, Molly Bloom, cujo nome verdadeiro era Marion, é a personagem de Ulisses, de James Joyce, uma cantora de ópera, reconhecida em Dublin, na Irlanda. No monólogo, é colocado um “fluxo de consciência”, sem parágrafos e sem pontuação de vírgulas e travessões. [262] Marina, p. 55. [263] Marina, p. 55. [264] Marina, p. 95. [265] Marina, p. 61. [266] Marina, p. 95. [267] Casar não foi contemplado por Mozart, tendo vivido poucos mais anos que Jesus. Bresson utilizou a música de Mozart, em 1956, no filme “Um condenado à morte escapou”, passado durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), nomeadamente no Kyrie, de Mozart (caso vocativo da palavra grega kyrios, para “senhor”). No Antigo Testamento, utilizou-se Kyrie na mais antiga tradução grega (Septuaginta), para traduzir a palavra hebraica Yahweh. No Novo Testamento, Kyrie foi o título dado a Cristo, como em Filipenses 2:11. [268] Marina, p. 86. [269] Marina, p. 86. [270] Marina, p. 79. [271] Marina, p. 95. [272] Marina, p. 79. [273] Marina, p. 79. [274] Marina, p. 55: “Ao não lugar me abraço como um náufrago”. No recuo do ser, não será “dispensado” o ser, no que me recorda o protagonista e narrador de Marina, encontrado num não lugar, sob um batimento da “pressão”. [275] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980, pp. 88-89. [276] A dobra é franzida. “Eu-ente”, um depósito material insolúvel, na dobra existe o “sedimento”, em Ensaios e conferências, de Heidegger. [277] No Romantismo, após o Século das Luzes (século XVIII), Hölderlin viveria já ao “cair da noite”. Teriam deixado o mundo três deuses “fraternos” – “Héracles, Dionísio e Cristo”. Acresce dizer, sem romantismo, que alcançada a “noite”, perdermos as referências-guias, as linhagens e ficamos sós. Deixa-se de referir a autoridade (“quem sabe”) e configura-se um destino nem certo, nem seguro. Na incerteza da errância, falharia o alvo que seja excessivamente arriscado. [278] Marina, p. 22, p. 35 e p. 98. [279] Marina, p. 76. [280] Marina, p. 78.
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Ferreira-Vasques, Amanda Tragueta, Eduardo Pimentel da Rocha e Dionísia Aparecida Cusin Lamônica. "Observation of Communicative Behavior: an updated protocol from 0 to 72 months". Revista CEFAC 25, n.º 1 (2023). http://dx.doi.org/10.1590/1982-0216/20232517522.

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Resumo:
ABSTRACT Purpose: to describe the updating of the Observation of Communicative Behavior protocol in the age group from 0 to 72 months. Methods: the Observation of Communicative Behavior protocol was revised and updated, with the insertion of the child development milestones in its various areas, becoming a child development screening tool. Results: the protocol includes 188 items, distributed in 10 age groups from zero to 72 months. The items were organized as follows: from zero to 24 months, divided by quarter (four age groups); from 24 to 36 months per semester (two age groups); and from 36 to 72 months, divided by year (four age groups). The items covered the areas of child development and its main milestones. The score is registered in the protocol and a score of 0 - does not perform the action or behavior, 1 - performs the action in an atypical, restricted manner or it is being acquired, 2 - properly performs the action/behavior, is attributed to the response, after analysis. Few materials and a structured environment are needed to apply the protocol. Conclusion: the updating of the Observation of Communicative Behavior protocol has a direct impact on the initial assessment of children with or without suspected delay in child development and should be used by health professionals in monitoring typical child development (routine) or in cases where the child receives specific stimulation.
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Lima, Leilane Júlia Chaves de, Denise Brandão de Oliveira e. Britto, Rafael Teixeira Scoralick Dias e Stela Maris de Aguiar Lemos. "Fatores relacionados à funcionalidade da comunicação social em crianças com transtorno do espectro do autismo: estudo preliminar". Audiology - Communication Research 28 (2023). http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2022-2754pt.

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Resumo:
RESUMO Objetivo analisar a associação entre funcionalidade da comunicação social de crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) segundo aspectos sociodemográficos, atos comunicativos, gravidade do TEA e percepção da família. Métodos trata-se da etapa piloto de um estudo observacional analítico de recorte transversal. Crianças com TEA foram avaliadas e seus cuidadores foram entrevistados. As variáveis analisadas foram: gravidade do TEA, aspectos socioeconômicos, atos comunicativos, dificuldades comunicativas e a classificação de funcionalidade da comunicação social. Para as análises de associação foram utilizados os testes Qui-quadrado de Pearson e Kruskal-Wallis. Resultados foram avaliadas 16 crianças com idade entre 3 e 10 anos. Os participantes incluídos no estudo apresentaram níveis medianos de funcionalidade da comunicação social. As crianças com mais dificuldades na comunicação social foram as que os cuidadores afirmaram ter a impressão de que as pessoas zombavam delas. Não houve associação em relação à funcionalidade da comunicação e aspectos socioeconômicos, gravidade do TEA e atos comunicativos por minuto. Conclusão este estudo faz a triangulação entre a funcionalidade da comunicação de crianças com TEA com fatores ambientais e sociais. Crianças com TEA em atendimento ambulatorial em serviço especializado apresentaram níveis intermediários em comunicação social. As dificuldades na aceitação e inclusão social são mais observadas em crianças com TEA com maiores déficits de comunicação.
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Ramalho, Christina. "Retratos do cotidiano: a crônica em três vozes". Revista Leitura 1, n.º 49 (9 de junho de 2013). http://dx.doi.org/10.28998/rl.v1i49.948.

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Resumo:
Análise das crônicas das escritoras brasileiras Narcisa Amália de Campos e Clarice Lispector e da escritora cabo-verdiana Vera Duarte, com o intuito de verificar como cada uma delas, em seus textos, captou e problematizou a dimensão do tempo cotidiano, com seus eventos, seres, relações humanas e circunstâncias. A título de amostragem, o estudo de crônicas de cada autora também objetiva observar o trabalho com a linguagem de um gênero textual que, sem abrir mão de efeitos imagísticos e simbólicos, seduz leitores e leitoras pelo caráter comunicativo.
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Maio, Eliane Rose, e Maria Carolina Gobbi dos Santos Lolli. "Educação permanente, não formal, como instrumento para a valorização e o reconhecimento do idoso: o modelo da Unati/UEM / Permanent education, no formal, as a tool for elderly appreciation and recognition: a model of UEM/UNATI". Ensino em Re-Vista, 1 de junho de 2016, 401–10. http://dx.doi.org/10.14393/10.14393/er-v22n2a2015-11.

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O aumento da população idosa é um fenômeno mundial. Tal situação despertou a necessidade do reconhecimento dessas pessoas. Com o intuito de valorizar e garantir a participação dos mais velhos na sociedade foram criadas as universidades abertas à terceira idade. Idealizadas pelo professor Vellas, essas instituições espalharam-se pelo mundo todo e chegaram ao Brasil na década de 1980. A Universidade Aberta da Terceira Idade, da Universidade Estadual de Maringá, criada em 2009 e guiada pelos princípios da educação permanente não formal, atualmente atende 400 alunos com idade igual ou superior a 60 anos de idade, ofertando 40 cursos gratuitos, divididos e organizados em seis eixos: “Arte e cultura”, “Processos e procedimentos comunicativos”, “Saúde física e mental”, “Meio físico e social”, “Direito e Cidadania” e “Humanidades”. A grande procura por essas instituições pode ser explicada pelo fato de representarem a oportunidade da participação social em atividades compatíveis com as reais capacidades dos idosos, sem que estes sintam constrangimento ou vergonha por participar delas.
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Ely, Jaqueline Colombo, Josemara De Paula Rocha, Adriano Daniel Pasqualotti, Eugênio Giaretta, Felipe Keller, Lia Mara Wibelinger e Adriano Pasqualotti. "Significação dos processos de comunicação e interação: conceitos dialógicos de idosos residentes em uma instituição de longa permanência". RENOTE 7, n.º 1 (19 de junho de 2009). http://dx.doi.org/10.22456/1679-1916.16889.

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Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo geral apresentar diálogos entre as concepções de processos de comunicação e interação no envelhecimento. Dentre os objetivos específicos, identificamos as representações simbólicas em relação às tecnologias e processos comunicativos, analisamos os sentimentos e significados das experiências vividas com a utilização desses dispositivos e correlacionamos os dadosobtidos no GDS-15 e MMSE com as falas dos idosos. Fizeram parte do estudo os idosos com idade igual ou superior a 60 anos e que não se enquadravam nos critérios de exclusão da amostra, residentes em uma Instituição de Longa Permanência de um município do Rio Grande do Sul. O delineamento deste estudo é do tipo qualitativo/quantitativo. Os dados quantitativos foram descritos por meio da estatística descritiva. Já os de cunho qualitativo foram analisados por meio do método de análise de conteúdo proposto por Bardin (2004). Com relação aos resultados, constatou-se a dificuldade dos idosos em conceituarem ferramentas tecnológicas mais modernas, bem como a frustração por não conhecerem certas delas. Apesar disso, os idosos estudados perceberam as tecnologias como sendo ferramentas importantes e extremamente úteis para o processo de interação entra as pessoas. Além disso, verificou-se uma correlação subjetiva entre os dados quantitativos e qualitativos.
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Simoni, Simone Nicolini de, Denis Altieri de Oliveira Morares, Karina Carlesso Pagliarin e Márcia Keske-Soares. "Validade de conteúdo do Profiles of Early Expressive Phonological Skills-Brazilian Portuguese (PEEPS-BP) - Lista Expandida". CoDAS 36, n.º 1 (2024). http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20232022083pt.

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RESUMO Objetivo Realizar a adaptação transcultural do Instrumento Profiles of Early Expressive Phonological Skills- Brazilian Portuguese (PEEPS-BP) - Lista expandida, realizando a validação de conteúdo. Método Estudo de adaptação transcultural, quantitativo e transversal, considerando critérios psicométricos. Realizou-se o estudo da lista de 423 palavras do Inventário de Desenvolvimento Comunicativo- MacArthur- Palavras e Sentenças, adaptado para o Português Brasileiro. O método foi dividido em quatro Etapas. A lista foi julgada por juízes especialistas (JE) e juízes não especialistas (JNE), considerando como critério a familiaridade da palavra para uma criança entre 24 e 36 meses, e a representatividade da palavra com brinquedo/objeto, contemplando as Etapas 1 e 2. Os juízes crianças analisaram, em situação de coleta de dados, a familiaridade e a representatividade das palavras-estímulos, apresentado na Etapa 3. Após, realizou-se o estudo piloto- Etapa 4, com as palavras-estímulo selecionadas. Na análise estatística dos juízes especialistas e não especialistas utilizou-se o índice de Concordância do Kappa Fleiss e Gwet. Na análise das respostas dos juízes crianças e no estudo piloto, a análise foi feita em relação ao tipo de resposta da criança, especificamente pontuando a nomeação espontânea do brinquedo/objeto, pontuando de forma qualitativa. Resultados O resultado da Etapa 1 e 2, e a concordância dos testes estatísticos para os critérios de Familiaridade e Representatividade foi de 45,7% para JE e 76,4% para JNE, e resultado de 100% para a concordância da Representatividade. Foram analisadas 122 palavras, resultantes dos critérios previamente estabelecidos, totalizando 34 palavras (exclusão de uma palavra por parte das pesquisadoras), totalizando 33 palavras-estímulos. Na Etapa 3, das 33 palavras-estímulos aplicadas, nove apresentaram pontuação de nomeação espontânea abaixo do esperado, sendo retestadas para a Etapa 4, Estudo Piloto. O resultado do Estudo Piloto evidenciou que das nove palavras-estímulos retestadas, quatro delas ainda apresentaram pontuação abaixo, sendo excluídas do estudo. Portanto com a aplicação do estudo piloto a lista expandida do PEEPS-BP, resultou em 29 palavras. Conclusão O PEEPS-BP - Lista Expandida apresentou evidências de validade de conteúdo satisfatórias para a adaptação transcultural do teste.
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Santos, Givanildo Silva, e Joara Martin Bergsleithner. "O livro didático de inglês como LE: uma análise das atividades de produção oral". Revista Horizontes de Linguistica Aplicada 13, n.º 2 (14 de maio de 2015). http://dx.doi.org/10.26512/rhla.v13i2.1358.

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Resumo Esta pesquisa, quantitativa, teve por objetivo analisar as Atividades de Produção Oral (APOs) que compõem duas coleções de Livro Didático (LD) de inglês como LE para o ensino médio da rede pública no Brasil, English for all e Globetrekker, a fim de verificar os tipos de APOs que as duas coleções apresentavam e qual grau de comunicabilidade as duas coleções possuíam, no sentido de perceber qual delas poderia oferecer um melhor desenvolvimento da habilidade oral. A metodologia utilizada encontra-se nos moldes da pesquisa quantitativa, utilizando regra de três simples e cálculos de porcentagem. O suporte teórico fundamenta-se em autores como Littlewood (2004); Chang e Lee (2011); Lajolo (1996); Coracine (1999); Bergsleithner (2009); Penny (1991); Ellis (2003); Nunan (1989) entre outros. Os resultados apontaram que a coleção English for all apresenta um grau de comunicabilidade maior do que a coleção Globetrekker, revelando que a primeira coleção configura-se como mais comunicativa por propor APO com o foco da instrução na forma que se caracterizaram mais como tarefas comunicativas do que exercícios mecanizados e que conduzem os aprendizes a usar a língua com mais atenção ao significado, podendo possibilitar aos aprendizes um melhor desenvolvimento da habilidade oral. Palavras-chave: Livro didático. Língua estrangeira. Língua inglesa. Habilidade oral. Atividades de Produção Oral. English as a foreign language textbooks: an analysis of speaking activities Abstract This quantitative research aimed to analyze oral production activities of two English textbook collections of EFL in Public High School in Brazil, English for all and Globetrekker, in order to verify the types of OPA that both collections presented and the degree of communicability they had in order to verify which one could provide a better development of the oral skill. The methodology adopted was quantitative, using rule of three and calculation of percentage. The theoretical support is based on some authors such as Littlewood (2004); Chang; Lee (2011); Lajolo (1996); Coracine (1999); Bergsleithner (2009); Penny (1991); Ellis (2003); Nunan (1989) among others. The results showed that one of the collections has a higher degree of communicability than the other, revealing that this collection seems to be more communicative because it proposes OPA with the main focus of instruction on form, that is more like characterized as communicative tasks than mechanized exercises which can lead learners to use the language with more attention to the meaning without neglecting aspects of language forms, allowing learners to be able to better develop the oral skill. Keywords: Textbook. Foreign language. English language. Oral skill. Oral production activities.
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Ivo, Any B. L. "CIDADE - MÍDIA E ARTE DE RUA". Caderno CRH 20, n.º 49 (2 de agosto de 2007). http://dx.doi.org/10.9771/ccrh.v20i49.18904.

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O trabalho busca, a partir do Projeto Graffita Salvador, ilustrar as complexas relações entre arte, espaço público e suas apropriações, através da dimensão midiática da cidade, permitindo o estabelecimento de nexos entre: cidade, arte, mídia e estratégia comunicacional (de empresas e do poder público). A cidade e suas apropriações constitui-se em elemento midiático estratégico e faz parte de um complexo sistema de comunicação. A arte também comunica e persuade. Ademais, as empresas e os governos vêm investindo na criação de imagens corporativas positivas junto à opinião pública, objetivado fortalecer suas imagens a partir da constituição de símbolos de referência culturais e coletivos da cidade. Num quadro de dificuldades do financiamento público, favorecem alternativas e estratégias baseadas em parcerias entre o público e o privado na gestão das cidades, reforçando-se positivamente as imagens tanto governamental (idéia de comprometimento, participação e eficiência) como empresarial (responsabilidade social). As indagações relativas ao Projeto Grafita Salvador podem ajudar na compreensão dessas dinâmicas e suas conseqüências. A partir delas é possível estabelecer-se nexos entre as estratégias de comunicação, as formas de expressão artísticas, a cidade, os movimentos sócio culturais, a arte de rua, e a constituição do espaço público e suas apropriações, no contexto contemporâneo. PALAVRAS-CHAVE: cidade, mídia, arte de rua, juventude, política pública.CITY - MEDIA AND STREET ART Any Brito Leal Ivo This study tries to illustrate, starting from the Projeto Graffita Salvador, the complex relations among art, public space and their appropriations, through the mediatic dimension of the city, allowing the establishment of connections among: city, art, media and comunicational strategy (both from private and public sectors). The city and its appropriations are an strategic mediatic element and are part of a complex communication system. Art also communicates and persuades. Besides, the public and private sectors are investing in the creation of positive corporate images for the public opinion, aimed at strengthening their images from the constitution of cultural and collective reference symbols of the city. In a framework of public financing difficulties, alternatives and strategies based in partnerships between the public and the private sectors are favored in the administration of the cities, positively reinforcing the images both of government (idea of commitment, participation and efficiency) and private sector (social responsibility). The inquiries regarding the Projeto Grafita Salvador can help in the understanding of those dynamics and their consequences. Starting from them it is possible to establish connections among the communication strategies, the artistic expression forms, the city, the social and cultural movements, street art, and the constitution of the public space and its appropriations, in the contemporary context. KEYWORDS: city, media, street art, youth, public policies.LA VILLE – LES MEDIAS ET L’ART DE LA RUE Any Brito Leal Ivo Ce travail se veut d’illustrer, à partir du Projet Graffita Salvador, les relations complexes entre l’art, l’espace public et ses appropriations, au travers d’une dimension médiatique de la ville permettant l’établissement de rapports entre: ville, art, médias et stratégie communicationnelle (des entreprises et des pouvoirs publics). La ville et ses appropriations sont des éléments médiatiques stratégiques et font partie d’un système complexe de communication. L’art aussi communique et convainc. De plus, les entreprises et les gouvernements investissent dans la création d’images corporatives positives auprès de l’opinion publique, cherchant à consolider ces images à partir de la constitution de symboles de référence culturels et collectifs de la ville. Le contexte des difficultés de financement public favorise les options et les stratégies basées sur des partenariats entre le public et le privé pour la gestion des villes et renforce positivement autant l’image du gouvernement (l’idée de compromis, la participation et l’efficacité) que celle des entreprises (responsabilité sociale). Les questions liées au Projet Graffita Salvador peuvent aider à comprendre ces dynamiques et leurs conséquences. A partir de celles-ci, il est possible d’établir des liens entre les stratégies de communication, les formes d’expression artistiques, la ville, les mouvements socioculturels, l’art de la rue et la constitution de l’espace public et de ses appropriations dans le contexte contemporain. MOTS-CLÉS: ville, art de la rue, jeunesse, politique publique.Publicação Online do Caderno CRH:http://www.cadernocrh.ufba.br
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Rivarosa, Alcira. "¡Feliz cumpleaños Asociación de Docentes de Biología! Algunas razones para evocar los cambios promovidos en 20 años". Revista de Educación en Biología 16, n.º 2 (11 de dezembro de 2013). http://dx.doi.org/10.59524/2344-9225.v16.n2.22394.

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Resumo:
Son sólo 20 años. Cumplir años, rememorar y evocar una situación, celebrarla,son todas palabras cuyos significados aluden a un festejo por un acontecimiento. Un acontecer que nos pone frente a la grata sorpresa de recuperar las historias de los caminos transitados. Caminos que se hicieron al andar, no muy planificados pero llenos de sueños,no tan abiertos, pero sí cargados de sorpresas, no siempre consensuados pero repletos de proyecciones.Deberíamos pensar que este rememorar un tiempo transcurrido es, a su vez, una buena apertura. Apertura a reconocer el valor de ese acontecer que, al historizarlo, nos posibilita entender los dilemas, las experiencias, los saberes y los sentimientos que fueron dejando huellas de cambio; un cambio que acumuló modificaciones graduales y que ya configuran el capital cultural de la comunidad de ADBiA. Resulta interesante evocar el cómo ocurrió ese cambio. Y aquí la perspectiva toulmiana (Toulmin, 1977), desde su enfoque ecológico, nos permite considerar el proceso histórico del cambio en términos de un conjunto de ideas que van variando procesualmente en función de factores intrínsecos (intelectuales) y extrínsecos (sociales), que influyen en su evolución y transformación.De este modo, usando esta metáfora, podemos decir que hace sólo 240 meses, a fines del siglo XX, un conjunto de inconsistencias ideológicas, epistemológicas ypolíticas, nos desafiaron como grupo de profesores y educadores de las Ciencias de la Vida. Se expresaron los contrastes, las tensiones con el saber, el saber hacer y el saber actuar repleto de afectos y sueños a concretar. Fueron todas ellas un conjunto de buenas razones que pusieron en duda lo instituido y habilitaron a desplegar creatividad, curiosidad y construcción de novedades para el quehacer de la Asociación: su preocupación por educar mejor.De este modo, la sucesión de tensiones que se generaron entre esas razones y las habilidades para satisfacerlas fueron tejiendo una trama nueva de trabajo compartido, compromisos y comunidades de ideas. Eso le otorgó un valor de identidad y se configuró en lo que hoy denominamos: “nuestra historia”.Frente a este hecho inevitable de cumplir años, me invitaron a evocar y narrar alguna cuestión que hiciera visible este tiempo recorrido. Y, al pensar sobre qué aporte significativo podía recuperar para nuestra Asociación, decidí historizar un eje de conocimientos, saberes simbólicos y conductuales que fueran hilvanando ese proceso de cambio. De este modo, y con una actitud crítica, podremos reconocer lo innovador, asumir las anomalías y proyectar los posibles.¿Qué cambios atraviesa hoy el campo de las Ciencias Biológicas? ¿Quénecesidades culturales han desafiado sus prácticas educativas? ¿Cuáles son losprincipales cambios a su didáctica en los últimos años? ¿Qué aportó la perspectivade la Filosofía y la Historia de las Ciencias al saber biológico?Para intentar abordar estos cuestionamientos que configuran los debates actuales en el ámbito de la enseñanza de las ciencias fue central, al historizar los procesos y cambios, sumar algunas voces de especialistas, de compañeros de ruta, memorias de la ADbiA y diversos textos editados en nuestra revista. Dicha tarea también demandó hacer recortes conceptuales. Por tanto, interesa en este breve recorrido mostrar perfiles del devenir histórico de los problemas que configuran la cultura científica hoy, poniendo en debate los interrogantes que desde el campo epistemológico y cultural, contribuyan a delinear las nuevas estrategias y metas educacionales para la Biología.La reflexión epistemológica es un saber necesario que le otorga identidad a la Didáctica de la Biología y a las decisiones que asume el profesor de ciencias. Al respecto, la inclusión de la historia y la filosofía (HFC) al campo de las Ciencias Biológicas y su enseñanza, impregnó lo curricular y la formación del profesorado desde diferentes variantes conceptuales. La primera variante, refiere al cambio epistemológico que operó el desarrollo del conocimiento de la Biología en el siglo XX (la revolución molecular, la genética y la biotecnología, los estudios ecosistémicos asociados a la producción, la economía y el consumo humano). La segunda variante hace evidente a la crisis de la Educación Científica a nivel global/local, que interpela las currículas de formación en ciencias y, la tercera variante, refiere a la búsqueda de identidad que asumen las Didácticas de las Ciencias como campo de investigación educativa.a. Evolución y cambio en el ámbito de la Biología.La Biología como disciplina científica estudia la Vida y su organización en principiosunificadores de niveles de complejidad: biosfera, ecosistema, población, individuo,organismo, aparatos, tejidos, células, macromoléculas, nivel bioquímico (Biodiversidad,taxonomía, genética mendeliana y de poblaciones, embriología, biología del organismo,biología molecular). Es una ciencia eminentemente histórica y evolutiva que construyemodelos explicativos a partir de una variedad de métodos de investigación -comparativos,sistémicos, hipotético-deductivos, genéticos, históricos- en abordajes estructurales,funcionales y comportamentales (Ruiz y Ayala,1998; Barberá y Sendra, 2011)Su proceso de desarrollo conceptual y metodológico se distancia del paradigmade investigación de la Física, dado que los procesos sobre la vida- autorregulación,equilibrio inestable, invariante y evolución irreversible- están atravesados por perspectivas diacrónicas y sincrónicas, articulando interacciones internas y externas como sistemasabiertos. Y por otra parte, sus modelos explicativos están vinculados a múltiples prácticassociales y humanas (Giordan, 1997; García, 2006))Los avances derivados de la investigación y aplicación tecnológica a la mejora dela vida, como la digitalización del código genético y su delimitación biomolecular, handado lugar a numerosos avances bioquímicos, médicos y tecnocientíficos, y a nuevos ycomplejos problemas éticos, de impacto económico y social como por ejemplo, trasplantes,medicamentos, armas bio-químicas, producción de alimentos, robótica(Testart, 2002,Geymonat, 2002)En este sentido, y frente a múltiples tensiones éticas, los problemas promuevennuevas líneas de investigación y actuación educativa que integran con otros enfoques(ambientales, CTS, humanísticos) las dimensiones bio-ecológica, social, económica ypolítica (Gudynas, 2002, Sacks, 1996). Así, fueron emergiendo propuestas entre áreasde conocimiento de carácter interdisciplinario que vinculan la ciencia, las prácticas dela cultura y el entorno natural y social, como el caso de la Educación para la Salud y laEducación Ambiental.La actualización de las agendas del conocimiento biológico tuvo una frágil expresiónen textos y currículas hasta hace unos 15 años, donde la divulgación y comunicaciónpopular de los problemas fue una invitación a revisar el saber en fuerte interacción conla salud, la economía, la producción agropecuaria, la industria alimentaria, el consumofarmacológico, etc. ( Datri, 2006; Memorias ADBiA 1993-2000)b. Crisis de la educación científicaEl movimiento educativo internacional en esta línea (Fourez, 1997, Jenkins y Pell,2006, Hodson, 2003) y una nueva comunidad de discursos respecto del valor de la Educaciónen Ciencias, hacen visible el giro ideológico provocado a partir de la década de los 70,promoviendo algunas variantesconceptualesen laformación científica. Al respecto,metas que estaban tradicionalmente centradas en el desarrollo de teorías y conceptos deldominio disciplinar, se modificaron paulatinamente por la inclusión de nuevos objetivos yestrategias. Entre ellos, observamos el hacer del científico, la cuestión del método y lasdisciplinas, la memoria de la historia de las ideas, el contexto socio-cultural del campocientífico y los supuestos ideológicos, económicos y éticos (Latour y Woolgar, S, 1995;Matthews, 1991; Matthews, 2009).Fueron las asociaciones de profesores de ciencias las que contribuyeron con fuertescríticas, desde la década de los 70, AAAS y NSTA (National Science Teacher AssociationUSA), y solicitaron en sus documentos del año 1979 y 1986 una fuerte recomendaciónpara la formación docente. Se ofrecía la oportunidad de conocer y analizar el producto delas ciencias desde un recorrido filosófico e histórico, aproximándose a entender las teoríasen su contexto real y humanizar el conocimiento y los vínculos con las tecnologías. Alrespecto, las recomendaciones y proyectos de incorporación de la HFC en la enseñanza de la ciencia son de larga data y configuran una auténtica tradición iniciada a mediados delsiglo XIX (ej.: Paul Tannery, Pierre Duhem); el análisis de los casos históricos del proyectode Harvard (ej.:Conant, James) o el proyecto británico Nuffield (Duschl, 1995;Datri,2006, Martinez y Olivè, 1997).De este modo, el supuesto “Ciencia para todos” (Science for all) resume un reto quefue desde los años ?60 a los ?80 (Secundary Currículo Review 1983 Gran Bretaña; Learningin Science en Neuva Zelanda), e intentó cubrir falencias educativas como correlato de unaherencia científico-cultural producida en la mitad del siglo: la ruptura con las certezas delprogreso científico y los intereses en la manipulación de su producto intelectual (Fensham,2002; Ramontet, 1997). De estos aportes surgen propuestas de formación basadas entres líneas: una sobre Ciencia en la Sociedad; otra sobre Ciencia en un contexto social;y una tercera, Ciencia y Tecnología en la Sociedad se abre de este modo, un abanico detemáticas que dan lugar a la producción de cuadernillos didácticos sobre el trabajo dela Ciencia: el papel del gobierno y la industria en la Ciencia; la comercialización de loshallazgos científicos; la implicación de los investigadores en la producción de alimentos;la lucha en las enfermedades; las armas nucleares; la tecnología en la vida diaria, entreotros.Este acontecer de los hechos se articula también, al interior de la enseñanza enBiología, con una crisis de sentido educativo a nivel de la escolaridad, en donde se planteala necesidad de una ciencia para todos, pensada desde su papel en la sociedad más quedesde la ciencia en sí misma. Se refuerza de este modo los argumentos que sostienenque en las currículas se ofrece una visión muy limitada de la ciencia, a-histórica y sincontextualización cultural e impacto social. Este enfoque pretende motivar al alumnono sólo al estudio de las disciplinas científicas, sino a pensarse como futuro ciudadanoaprendiendo a optar y disentir frente al valor y al uso de los conocimientos científicos.En esta línea, se consolida también la participación activa la ADBiA -Asociaciónde Docentes de Biología de la Argentina-, en el año 1993 tuvo un rol protagónico enla delimitación y alcance epistemológicosde los contenidos en la reforma educativadel país (1995, 1997) y en la necesidad de incluir enfoques contextuales, históricos eideológicos en las currículas de Biología. Después del regreso a la democracia en el año1983, las discusiones en el marco de las reformas curriculares posibilitaron hacer visibleslas opiniones del profesorado respecto de la enseñanza de la Biología, señalando comofuerte debilidad la ausencia de relación entre lo que se enseña y los problemas reales de lavida cotidiana, el enciclopedismo y la atomización, la ausencia de historia de las ideas y lastemáticas transversales (Memorias ADBiA, 2002). Y en este sentido, han sido las voces delos profesores de nuestras escuelas secundarias quienes han reclamado constantementeuna actualización disciplinar de los resultados de las investigaciones del campo de laBiología (De Longhi et all, 2002; Rivarosa y De Longhi, 2012)Podemos aportar que el enfoque CTS fue una opción sugerida que impregnó losprogramas educativos de Biología en la década de los noventa de muy distinta formas:a) los que incorporan CTS en un año o curso; b) los que enseñan a través del enfoqueCTS, desde los problemas a los conceptos científicos; y c) propuestas desde CTS en donde el contenido científico tiene un papel subordinado (Marco Stiefel, 2005; Quse y DeLonghi, 2005). Es interesante destacar que la dimensión CTS tuvo un anclaje didácticoen los conflictos ambientales de las currículas de Biología, promoviendo una ruptura conel contenido científico tradicional e introduciendo nuevas estrategias de comprensión,participación y acción sobre la problematización ambiental, el estudio de la realidad socialy una ciudadanía crítica.Coincidentemente con los aportes derivados de la literatura sobre la nueva Filosofíade las Ciencias, los estudios psicogenéticos sobre nociones de Biología (Giordan y DeVecchi., 1987 ; Piaget y Garcìa,1982) (en memorias de ADBiA, 1990) ofrecieron unainteresante alternativa para incursionar en las perspectivas históricas de las ideas y enlos procesos socio-cognitivos de los alumnos, instalando para el debate educativo nuevoscriterios epistemológicos en la delimitación curricular de los contenidos de ciencias.Así, en este marco, retomar la historia de la ciencia y su conceptualización se volviófundamental, porque de este modo es posible que se expresen las dos caracterizacionesrelativas a la naturaleza de las ciencias: a) la ciencia como un proceso de justificación delconocimiento (lo que sabemos); y b) la ciencia como un proceso de descubrimiento delconocimiento (cómo sabemos). En este sentido, la primera caracterización ha dominadola enseñanza contemporánea de las Ciencias Biológicas promoviendo un conocimientoincompleto, de lo que implica su campo conceptual y axiológico. Falta aun profundizar, enla actualidad, en el currículum de ciencias, el diseño y la implementación de propuestasdidácticas que trabajen sobre la otra cara, es decir el “cómo y por qué” fue necesarioconocer el modelo de transmisión de caracteres hereditarios o el proceso de evolución(Volowelsky, 2008).Esto implica ir más allá del simple relato histórico como eje de nuestras clases, endonde las posiciones filosóficas sirven de instrumento para el análisis y la metarreflexión,permitiendo “ver” mejor aspectos de la práctica científica y mostrando los contrastes deldesarrollo argumental en el marco de rupturas tecnológicas y socio culturales (por ejemplo,la teoría de la generación espontánea del siglo XII, la teoría del fijismo en el siglo XVI, la teoríasintética de la evolución siglo XX). Existen muchas creencias y espacios de pseudocienciasen nuestra cultura, en particular en temáticas como el origen, desarrollo y evolución de lavida, en donde la contextualización histórico-filosófica podría contribuir significativamentea construir posicionamientos menos dogmáticos y radicalizados (Schuster, 1999, Palma yVolowelsky, 2000). Al respecto, sabemos hoy que el abordaje metacientífico del conocimiento posibilitarelacionar los saberes a enseñar en su contexto histórico y evolutivo, problematizado enun momento cultural, con las estrategias, ideas y modos de resolución disponibles en cadaépoca. Ese componente metacientífico en la delimitación de prácticas docentes de Cienciascontribuye, por un lado, a fundamentar estrategias de transposición didáctica y, por el otro,a modificar en profundidad los modelos tradicionales de enseñar y aprender sobre Ciencias(Adúriz Bravo, et. al. 2002, Aduriz Bravo, 2005; Quintanilla et al 2005). A partir de las ideas anteriores se han definido finalidades para la enseñanza de as ciencias en Biología, relacionadas con las capacidades que deberían desarrollar losalumnos:En principio, aprender los conceptos contextualizados en los modelos y teorías quele dieron origen. Es decir, aproximar cada vez más la intención de los fenómenos a losmodelos que propone la comunidad científica (distancia discursiva).Dicha interpretación requiere potenciar el desarrollo de destrezas cognitivas y derazonamiento científico, lo que se llama “hacer ciencias”.Promover el cambio conceptual, el razonamiento argumental y la comprensión de lacondición problemática, histórica y cultural de la actividad científica.Por último, y en el marco de las actitudes, desarrollar un pensamiento no ingenuo ycrítico que posibilite opinar, detectar engaños y promover decisiones e innovación.c. La identidad de la didáctica como campo de investigación.Esta mirada epistémica al saber científico ha estado dialogando permanentementecon los estudios en el ámbito de Didáctica de las Ciencias, buscando diseñar procesos detransposición comunicacional e hipótesis de prácticas de enseñanzas innovadoras.Al respecto, el reconocimiento de esa historia de teorías fundamentales en el campode la Biología, son las que permiten otorgarle identidad no sólo a la configuración de suscontenidos y modelos explicativos, sino a los desafíos que promueve ese conocimiento,las actitudes que generan y los vínculos culturales que se desprenden (Memorias de las VJornadas Nacionales de Enseñanza de la Biología). Esta tendencia transforma la enseñanzade la ciencia, pensada como un ejercicio académico, a un aprendizaje orientado a lasactividades diarias de la vida, de la comunidad, del trabajo, la producción y la justiciaambiental.Al respecto, el reconocimiento de esa historia de teorías fundamentales en el campode la Biología, son las que permiten otorgarle identidad no sólo a la configuración de suscontenidos y modelos explicativos, sino a los desafíos que promueve ese conocimiento,las actitudes que generan y los vínculos culturales que se desprenden (Memorias de las VJornadas Nacionales de Enseñanza de la Biología). Esta tendencia transforma la enseñanzade la ciencia, pensada como un ejercicio académico, a un aprendizaje orientado a lasactividades diarias de la vida, de la comunidad, del trabajo, la producción y la justiciaambiental.Se instala la necesidad de construir nuevas subjetividades, en donde los estudiantesdeben adquirir una visión de la ciencia conectada con la problemática social y especialmentecon conflictos emergentes planteados en nuestra realidad actual. Entre algunos de estos,podemos mencionar los relacionados con la ideología del desarrollo, la sustentabilidad y loambiental, el manejo de recursos naturales, petróleo y petroquímica, minería y tecnologías,agricultura y agroindustria, metalmecánica, alimentación, ambiente, salud y biotecnología.(Meira, 2006)Las sociedades actuales cada vez más dependientes del conocimiento tecnológico,replantean la relación entre producción-información-educación, dando lugar a nuevosanalfabetismos ciudadanos, en donde la comunicación y divulgación apropiada en temasrelacionados con la salud, nutrición, contaminación, reclaman de educar otras subjetividadesfrente a los problemas y sus soluciones, mejorando su calidad de vida y su calidad deentorno.En esta misma línea, ha puesto en evidencia la investigación didáctica que una orientación centrada únicamente en la incorporación de contenidos conceptuales, ofreceuna visión deformada y empobrecida de la actividad científica y sus reales prácticasde producción (CTS). Precisamente, un amplio grupo de investigaciones coinciden enreconocer que se favorece una mayor comprensión conceptual de contenidos científicoscuando los alumnos se aproximan a comprender el origen y la naturaleza del conocimiento,los conflictos argumentales, la sociología de la investigación, así como los dilemas éticos yactitudinales que atraviesan a los sujetos y sus instituciones (Jiménez y Sanmarti, 1997;Lemke, 2006; Rivarosa y De Longhi, 2011).Por otra parte, una sistematización de investigaciones en Didáctica de la Biologíaa nivel nacional (De Longhi et al 2005; Berzal, 2000, Astudillo et al, 2008), hizo visiblela necesidad deprofundizary actualizar procesos de innovación en las prácticas deenseñanza, a partir de problemáticas relacionadas con: a) la histórica de nociones biológicasy su recorrido epistemológico, el análisis de las concepciones y los obstáculos conceptualesde las/os estudiantes, los temas problemas Biología y Cultura; b) el pensamiento y laformación del profesor, la transposición comunicativa; y c) los modelos didácticos y losmateriales curriculares.Cabe señalar que la preocupación en la última década (2000-2012) se centrófuertemente en promover y acompañar a los docentes con espacios curriculares y deformación continua (Postítulos, Maestrías, Seminarios) para una comprensión másprofunda sobre la actividad científica y sus vínculos con problemáticas genuinas, comocriterio relevante para re-pensar la enseñanza de la Biología en particular. Y por otra parte,se centro en instalar como parte de la profesionalización docente un tiempo destinado aconocer y/o involucrarse en procesos de investigación educativa (inter institucionales) queposibiliten otras redes de saberes, otros modos de proceder y nuevos compromisos con elrol de educador que demandan los tiempos por venir.En este sentido, unos conocimientos metacientíficos y didácticos de mayores vínculos,ofrecen alternativas complementarias de problematización temática, que posibilitancombinar historia conceptual y diseño experimental, argumentación con metacognición ytransposición educativa y relaciones dilemáticas entre ciencia, cultura, sociedad y ética.Se generan de este modo, nuevos planteos a futuro: ¿cuáles son las prácticas en donde seancla la Biología hoy? ¿Qué debería incluir una Didáctica de la Biología?Y en este sentido creemos que conocer el devenir histórico de los problemas queconfiguran la cultura científica, incluyendo los múltiples interrogantes del campo epistémico,ofrecen mayor oportunidad para “definir” nuevas estrategias y metas educacionales. Eneste sentido, se debería pensar el para qué y por qué educar en ciencias, a saber: ¿Cuáles la importancia de la educación científica en la sociedad actual? ¿Ciencia para quiénes?,¿Qué ideas y valores atraviesan las prácticas de investigación? ¿Contribuye el conocimientocientífico y tecnológico disponible a un modo de pensar y actuar para el cambio social, lamejora en la calidad de vida y lo ambiental?A modo de cierre, retomamos la idea inicial y decimos que, al recuperar un relato,podemos también comunicar quiénes somos, qué hacemos, cómo nos sentimos y por qué debemos seguir transitando cierto curso de acción y no otro. Ello nos ofrece la posibilidadno sólo de mirarnos -hacia atrás y en perspectiva- sino de ofrecernos otra manera deentender lo realizado, sabiendo que al sostener esa memoria no volveremos a reiterar losmismos caminos.Al decir de Larrosa y Skliar (2006) esa posibilidad de evocar, incluye nos sólo elsentido de esa relación y la trama explicativa de su conexión, sino que habilita a encontraruna nueva ilusión. Más aun cuando el autor de este escrito que intenta recuperar eseacontecer, ha estado involucrado en esta misma historia.
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