Artykuły w czasopismach na temat „Poetas irlandesa”

Kliknij ten link, aby zobaczyć inne rodzaje publikacji na ten temat: Poetas irlandesa.

Utwórz poprawne odniesienie w stylach APA, MLA, Chicago, Harvard i wielu innych

Wybierz rodzaj źródła:

Sprawdź 39 najlepszych artykułów w czasopismach naukowych na temat „Poetas irlandesa”.

Przycisk „Dodaj do bibliografii” jest dostępny obok każdej pracy w bibliografii. Użyj go – a my automatycznie utworzymy odniesienie bibliograficzne do wybranej pracy w stylu cytowania, którego potrzebujesz: APA, MLA, Harvard, Chicago, Vancouver itp.

Możesz również pobrać pełny tekst publikacji naukowej w formacie „.pdf” i przeczytać adnotację do pracy online, jeśli odpowiednie parametry są dostępne w metadanych.

Przeglądaj artykuły w czasopismach z różnych dziedzin i twórz odpowiednie bibliografie.

1

LaGuardia, Adelaine, i Raimundo Sousa. "A canção e a poesia no nacionalismo cultural irlandês". Boitatá 8, nr 16 (30.10.2013): 67. http://dx.doi.org/10.5433/boitata.2013v8.e31567.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Numa perspectiva suplementar em relação às teses que creditam a constituição imaginária da nação a práticas escriturais como o jornal impresso e o romance, ressaltamos o papel desempenhado nesse exercício imaginativo pela literatura de expressão oral, especificamente a canção e a poesia. Para tanto, focalizamos o nacionalismo cultural empreendido na Irlanda, cuja população, majoritariamente iletrada, dependeu de poéticas orais para se imaginar como nação. Assim, avaliamos, mediante exame de canções e poemas produzidos pelo nacionalismo irlandês no século XIX e início do XX, o contributo da canção e da poesia para a criação e difusão de um sentimento de nacionalidade entre os irlandeses. Ao investigarmos a metaforização da Irlanda como uma mãe que, em relação aos filhos varões, mostra-se ora protetora, ora dependente, ora desleal, atentamos tanto para a instrumentalidade ideológica da literatura no sentido de instigar os irlandeses à luta pela descolonização quanto para seu efeito subjetivo como canalização de ansiedades decorrentes da experiência colonial.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
2

Tápia, Marcelo, Brendan Kennelly, Seamus Heaney, Michael Hartnett, Michae Longley, Derek Mahon, Aidan C. Mathews i Richard Ryan. "Poemas irlandeses". Cadernos de Literatura em Tradução, nr 7 (1.11.2006): 85–107. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i7p85-107.

Pełny tekst źródła
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
3

Palacios González, Manuela. "Yo no soy esa: Poetas irlandesas de hoy". Philologia Hispalensis 2, nr 17 (2003): 59–67. http://dx.doi.org/10.12795/ph.2003.v17.i02.05.

Pełny tekst źródła
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
4

Silva, Alan Cardoso da. "Samuel Beckett, o poeta entre as ruínas". Cadernos de Literatura em Tradução, nr 23 (12.07.2021): 87–101. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i23p87-101.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Com este trabalho apresento a minha tradução para três poemas do escritor irlandês Samuel Beckett, ainda inéditos no português do Brasil (“Dieppe”, “Saint-Lô” e “Antipepsis”), os quais serão analisados como “poemas de guerra”, visto que o autor os escreveu enquanto resistia ao progresso do nazismo na França. A relevância desse trabalho se dá como contribuição aos estudos acerca da poesia de Beckett (autor mais notadamente lembrado como dramaturgo e romancista do que como poeta). Esses três poemas foram escolhidos como uma proposta de rememoração de um “Beckett antifascista”. A leitora e o leitor encontrarão minhas traduções ao lado dos poemas originais, seguidos de comentários que explicam as decisões tradutórias, além de fornecer interpretações para os poemas originais.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
5

Bernardes, Guilherme. "Paul Muldoon: Traduções". Letrônica 12, nr 1 (26.06.2019): 32222. http://dx.doi.org/10.15448/1984-4301.2019.1.32222.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
O presente artigo tem como objeto um recorte dentro do projeto poético do poeta norte-irlandês Paul Muldoon: suas traduções. Desde muito cedo, em sua obra, o poeta demonstrou interesse em investigar o processo tradutório. O que se pode notar, no entanto, é como o pensamento a respeito do que é e do que pode ser tradução para Muldoon foi sendo modificado e expandido ao longo de sua carreira. Chama-se a atenção para a recorrência de um mecanismo utilizado para dar título a diversos de seus poemas – em oito de seus doze livros de poesia lançados até o momento – que, aqui, optou-se por nomear como “autor: obra”. Em um primeiro momento, o trabalho se presta a apresentar esse aspecto da obra muldooniana, assim como investigar de que maneira se dão os movimentos realizados pelo poeta na construção do seu pensamento tradutório. Em seguida, é construída uma reflexão quanto às maneiras possíveis de se pensar e realizar traduções para esses poemas de Muldoon, sendo que são apresentadas traduções poéticas para o português de quatro dos poemas mencionados ao longo do artigo.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
6

Fernández, Silvana N. "evocación del paisaje:". Saga. Revista de Letras, nr 9 (17.10.2020): 104–13. http://dx.doi.org/10.35305/sa.vi9.8.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
En este trabajo nos proponemos transitar algunas afinidades y divergencias poéticas acerca del poder evocador del paisaje y la naturaleza en el poeta irlandés W.B. Yeats (1865-1939) y la poeta inglesa Kathleen Raine (1908-2003). Yeats utilizó las dinnseanchas como evocación de un paisaje olvidado y por medio de su poder incantatorio procuró llevar la mente del oyente a un nivel más alto e ideal. Raine, por su parte, fue capaz de escapar de la ortodoxia académica al acudir al paisaje de Northumbria para en esa rememoración evocar la comunión con la naturaleza en un mundo acechado por el materialismo. Sostenemos, sin embargo, que el acto de recurrir a la naturaleza como símbolo evidencia divergencias en ambos poetas; por un lado, en Yeats la búsqueda de la difícil conjunción entre nación y paisaje y, por otro, en Raine una alternativa a la división entre mente y naturaleza.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
7

De Juan i López, Alba. "«If anyone menaced my shore / I would tooth and claw and nail / for the only thing I had»". Eikasía Revista de Filosofía, nr 114 (4.05.2023): 261–99. http://dx.doi.org/10.57027/eikasia.114.591.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
En 1993 y 2012 la poeta irlandesa Mary O’Malley publicó Valparaiso y Where the Rocks Float que edificó alrededor de la figura del mar y de la zona costera irlandesa donde nació. En ambas colecciones, la figura del mar se transforma en un potente agente activo que denuncia el rol de la mujer en la sociedad irlandesa y la explotación de los espacios azules con fines de consumo. Utilizando el análisis de Donna Haraway en Manifiesto cíborg (1985), este artículo analizará una selección de textos de ambos poemarios para estudiar el vínculo entre mujer y mar como agentes activos contra la opresión patriarcal y la explotación capitalista.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
8

Mesquita, André Campos, i James Joyce. "James Joyce - Tilly". Cadernos de Literatura em Tradução, nr 2 (1.08.1998): 64–65. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i2p64-65.

Pełny tekst źródła
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
9

Cogolludo Díaz, Juan José. "The Influence of "The Belfast Group" on the Emergence of Seamus Heaney's Poetry." Babel – A. F. I. A. L : Aspectos de Filoloxía Inglesa e Alemá, nr 27 (24.05.2019): 45–66. http://dx.doi.org/10.35869/afial.v0i27.324.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Este artículo demostrará que el taller de escritura de Philip Hobsbaum, a modo y semejanza de un grupo similar en el Reino Unido, ensalzó a Seamus Heaney como poeta. Su reseña sobre ‘A Group Anthology’ despertó en él un interés por contar con un grupo de escritores que actuarían de estímulo y crítica constructiva. Entre estos aspirantes a escritores destacaba el joven Seamus Heaney, que había publicado algunos poemas en revistas universitarias y diarios locales bajo el seudónimo de Incertus. Desde el principio, él se unió al entorno del llamado ‘Belfast Group’, y su participación en las reuniones del taller, así como las enseñanzas y los continuos estímulos de Hobsbaum, tuvieron una enorme influencia en sus inicios como poeta. El origen campesino de Heaney, su educación católica y su pertenencia a una comunidad minoritaria y discriminada, son factores que, unidos al contexto político y social en Irlanda del Norte en esa época, incidieron decisivamente en su creación artística.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
10

Annunciação, Viviane Carvalho da. "O Brasil de Paul Muldoon". Cadernos de Literatura em Tradução, nr 13 (8.10.2020): 101–10. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i13p101-110.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
A tradução aqui apresentada visa mostrar ao leitor brasileiro a representação de seu país feita pelo poeta norte-irlandês Paul Muldoon. Entretanto, cabe ressaltar que esse retrato é mais do que um olhar alienado. Ele é, na verdade, parte constituinte de uma psique artística que tem o interculturalismo como alicerce de sua lírica. Todos os poemas sobre o Brasil são variações de sonetos narrativos. Sendo assim, expressam, duplamente, a coloquialidade da fala prosaica e a musicalidade do verso. Além do mais, as experimentações artísticas, bem como a métrica e o estranhamento das imagens, envolvem a experiência pessoal em uma rede de significados globais. O ethos produzido por tais relações é um espaço subjetivo de confluências, pois a poética torna-se um espaço criativo onde escritor e leitor configuram suas identidades coletivas e específicas.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
11

Cruz Yáñez, Eva. "En busca de la diversidad: la poesía de Irlanda y Escocia en el siglo XX". Anuario de Letras Modernas 17 (30.10.2013): 203–25. http://dx.doi.org/10.22201/ffyl.01860526p.2012.17.611.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Desde los años setentas del siglo pasado, las aportaciones del postestructuralismo, el posmodernismo, el poscolonialismo, el feminismo, así como de los estudiosculturales y los nuevos estudios de traducción, han contribuido a cuestionar y a cambiar conceptos que se creían monolíticos y universales, tales como nación, cultura e identidad, dando lugar al multiculturalismo y a la afirmación de identidades específicas —nacionales, sexuales, étnicas, regionales— a partir de las nociones de otredad y diferencia. Asimismo, el fenómeno de la globalización, a pesar de su carácter hegemónico, transformó drásticamente las antiguas dicotomías como metrópoli/colonia, centro/periferia, norte/sur. Como resultado de estas transformaciones, los grupos colonizados, marginales o minoritarios se propusieron construir una identidad o representación cultural propia que había sido silenciada o distorsionada por la cultura dominante. Es el caso de Irlanda y Escocia,naciones que, con modalidades diferentes, han sufrido durante siglos la dominación inglesa. Las luchas por su autonomía o su independencia, así como sus intentos por construir una identidad política y cultural distinta a la inglesa, han sido una constante a lo largo de su historia, particularmente desde fines del siglo XIX a la fecha. En este artículo me propongo examinar la creación poética de algunos poetas irlandeses y escoceses, hombres y mujeres, nacidos en el siglo pasado, que reflejan estas preocupaciones en su práctica de escritura.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
12

Bernardes, Guilherme. "Paul Muldoon em tradução". Belas Infiéis 9, nr 2 (31.03.2020): 289–93. http://dx.doi.org/10.26512/belasinfieis.v9.n2.2020.28351.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Paul Muldoon (1951 ”“ ) é um poeta norte-irlandês de origem católica nascido em Portdown, condado de Armagh. Integrou junto a Seamus Heaney, Michael Longley e Ciaran Carson, dentre outros, o chamado Belfast Group, organizado por Philip Hobsbaum. Publicou seu primeiro livro, New Weather, em 1973. Desde então, já publicou mais doze coletâneas de poemas, sendo a mais recente Frolic and Detour, em 2019. Além disso, já publicou literatura infantil, libretos de ópera, coletâneas de letras de música e peças de teatro. Já foi premiado com o T.S. Eliot Prize for Poetry por The Annals of Chile (1994) e o Pulitzer Prize for Poetry por Moy Sand and Gravel (2002). Mudou-se para os Estados Unidos em 1987, onde foi professor do curso de escrita criativa na Universidade de Princeton até 2017 e foi, até 2016, editor de poesia da revista The New Yorker. As traduções a seguir integram o apêndice da dissertação “Uma Camisa de Força para Houdini: Paul Muldoon, Forma Fixa e Tradução”, defendida em fevereiro de 2020 na UFPR.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
13

Benozzo, Francesco. "La Terra dei Morti di Thomas Kinsella come spazio primordiale di un nuovo immaginario". Le Simplegadi 19, nr 21 (listopad 2021): 18–26. http://dx.doi.org/10.17456/simple-170.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Tra le numerose opere poetiche di Thomas Kinsella, Notes from the Land of the Dead, del 1973, appare quella più legata agli elementi del paesaggio fisico. In questo saggio si provano a percorrere alcune strategie cognitive e percettive che consentono al poeta irlandese di farsi interprete, attraverso di esso, di un immaginario per la rifondazione poetica del mondo, all’interno di quella che ho recentemente definito come world poetry
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
14

Palácios, Manuela. "Poem-ando Além Fronteiras: dez poetas contemporâneas irlandesas e portuguesas. Poem-ing Beyond Borders: ten contemporary Irish and Portuguese women poets. Ed. & Trans. Gisele Giandoni Wolkoff." ABEI Journal 13 (17.11.2011): 203. http://dx.doi.org/10.37389/abei.v13i0.3638.

Pełny tekst źródła
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
15

Palacios González, Manuela. "Vieiros literarios do ecofeminismo en Galicia e Irlanda". Atlánticas. Revista Internacional de Estudios Feministas 8, nr 1 (9.01.2023): 214–47. http://dx.doi.org/10.17979/arief.2023.8.1.8673.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
O presente traballo reúne a escritoras actuais de Galicia e Irlanda que reflexionan sobre a práctica ecofeminista da súa escrita. As súas achegas identifican os principais debates de hoxe sobre a relación da muller coa natureza nun espazo, como o da literatura, que é especialmente privilexiado para, non simplemente representar o mundo, senón imaxinalo e configuralo doutros xeitos menos destrutivos da outredade. Estas escritoras (narradoras e poetas) comparten unha ecorrexión, a Atlántica, que afronta desafíos semellantes, pero mesmo desde as súas diferenzas, as autoras achegan reflexións de relevancia mutua ás dúas comunidades sobre, entre outras cuestións, a muller e o seu corpo, a muller do rural, muller e animalidade, o antropomorfismo e o cambio climático.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
16

Sedeño Guillén, Kevin. "RE-INVENTANDO ISLAS COLONIALES EN UN CONTEXTO TRANSIMPERIAL: “ABDALA” (1869), DE JOSÉ MARTÍ Y LAS ERRANCIAS DE OISIN (1889), DE W. B. YEATS". Visitas al Patio, nr 14 (21.11.2019): 42–59. http://dx.doi.org/10.32997/2027-0585-vol.0-num.14-2019-2435.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Este artículo propone una lectura comparada de “Abdala” (1869), de José Martí (1853-1895) y Las errancias de Oisin (1889), de William Butler Yeats (1865-1939), que explica cómo las marcas simbólicas asociadas con imaginarios insulares y las convergentes condiciones de confrontación nacionalista y/o independentista subyacen en las textualidades de estos poemas, articulando de manera inextricable la condición insular y la condición colonial. Ello desplazaría a estos textos a un ámbito transimperial, translingüístico y profundamente atravesado por representaciones transatlánticas de lo insular. Se concluye que en “Abdala” se produce un desplazamiento espacial, en el que se traslada el escenario de su representación de la isla caribeña a una nación africana, mientras que en Las errancias de Oisin el desplazamiento se produce en el eje temporal, remontándose a los orígenes míticos de la nación irlandesa. Tanto “Abdala” como Las errancias de Oisin constituyen, de ese modo, poemas postcoloniales que dan cuenta de desplazamientos espaciales y temporales que funcionan como estrategias para burlar la vigilancia y control colonial de sus respectivas metrópolis.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
17

Mutran, Munira H. "A apropriação e transformação de As Aves, de Aristófanes, por Paul Muldoon". Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos 15, nr 15/16 (26.07.2014): 269–75. http://dx.doi.org/10.24277/classica.v15i15/16.286.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Um texto como As Aves, de Aristófanes, produzido em Dionísia em 414 a.C., é passível de diferentes leituras e interpretações. Este artigo examina as relações intertextuais entre o original grego e sua recente tradução pelo poeta irlandês Paul Muldoon; investiga, também, como os motivos predominantes de guerra, política, corrupção e utopia tornaram-se significativos na tradução de 1999.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
18

Solans García, Mariangel. "La muerte como oportunidad: una aproximación gerontológica a Un político venerable de t. s. Eliot y El sueño de bruno de Iris Murdoch". 1616: Anuario de Literatura Comparada 13 (21.11.2023): 305–30. http://dx.doi.org/10.14201/1616202313305330.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Este trabajo examina la perspectiva de la muerte como oportunidad para reflexionar sobre el significado trascendental de la vida a partir de dos obras de destacados autores: el poeta y dramaturgo anglo-estadounidense T. S. Eliot y la escritora y filósofa anglo-irlandesa Iris Murdoch. Las obras analizadas pertenecen a géneros distintos: Un político venerable (1959) es una obra teatral mientras que El sueño de Bruno (1969) es una novela. Los estudios de la edad destacan la importancia de revisar la vida como una práctica que puede proporcionar coherencia y ayudar a resolver la crisis existencial entre integridad y desesperación. Ambos autores utilizan la vejez y la revisión de la vida para explorar la confesión, el perdón y la redención. A medida que se acerca el final de sus vidas, Bruno y Claverton, protagonistas de ambas obras, llegan a comprender que el amor es lo único que otorga sentido a la existencia.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
19

Fonseca, Luís. "Beckett, los nadaístas y el fracaso como estímulo literario". La Tercera Orilla, nr 19 (19.12.2017): 10–19. http://dx.doi.org/10.29375/21457190.2886.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Hablar de Beckett implica, entre otras cosas, aceptar que el lenguaje se convierte en una herramienta, si se quiere, inútil a la hora de comunicar; es aceptar, además, que el ser humano está obligado a comunicar y que dicha obligación es eterna e imposible y se la debe entender como una suerte de ironía, es decir, se debe comunicar pero no hay un medio eficaz para cumplir con ese deber. El llamado fracaso beckettiano es el rasgo nivelador entre el autor irlandés y los nadaístas colombianos, quienes emprendieron la difícil tarea de expresar la nada aun sabiendo que su labor estaba condenada al fracaso, pues como lo expresaran en su primer manifiesto, una expresión basada en la nada solo podía ser producto de lo irracional, de esa forma, estos poetas ponían en evidencia la imposibilidad de su poética, la cual es tanto o más grande que la imposibilidad de la comunicación beckettiana.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
20

Andrade, Alexandre de Melo, i Solange Fiuza Cardoso Yokozawa. "ENTREVISTA COM FÁBIO DE SOUZA ANDRADE SOBRE A OBRA DE JORGE DE LIMA". Travessias Interativas, nr 27 (30.01.2023): 135–42. http://dx.doi.org/10.51951/ti.v12i27.p135-142.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Fábio de Souza Andrade é ensaísta, tradutor e crítico literário, pesquisando e orientando trabalhos nas áreas do modernismo brasileiro e europeu. Assinou a coluna Rodapé, na Folha de S. Paulo, entre 2005 e 2009. Professor Associado de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP, é autor dos livros Samuel Beckett: o silêncio possível (Ateliê, 2001) e O engenheiro noturno: a lírica final de Jorge de Lima (Edusp, 1997), entre outros. Foi professor na Unesp e na Unicamp e professor convidado na Universidade de Paris 8 e na Freie Universität Berlin. Organizou antologias críticas da obra de Jorge de Lima (Antologia Poética Jorge de Lima, Cosac Naify, 2014 e Poemas Negros - edição ampliada, Alfaguara, 2016), bem como edições, posfácios e aparatos críticos a seu poema maior, a Invenção de Orfeu (Cosac Naify, 2013, e Alfaguara, 2017). Lidera o GP Estudos sobre Samuel Beckett (USP). Do autor irlandês, traduziu Esperando Godot (Companhia das Letras), Fim de Partida, Dias Felizes e Murphy (Cosac Naify) e Disjecta: escritos diversos e um fragmento dramático (Globo), além dos romances Murphy e Watt (Companhia das Letras).
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
21

Armendariz, Joy, Víctor Barrera Enderle i Jorge Alan Flores Flores. "Presencia de la espiritualidad en el texto inglés medieval (siglos VII-XII)". QVADRATA. Estudios sobre educación, artes y humanidades 3, nr 5 (28.06.2021): 77–90. http://dx.doi.org/10.54167/qvadrata.v3i5.782.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
El presente artículo observará los textos literarios icónicos de la literatura medieval anglosajona en su traducción del inglés antiguo o anglosajón al inglés moderno, y describirá el concepto de espiritualidad en el contexto medieval para evaluar de qué manera esta definición se aplica a diversos elementos del imaginario narrativo. No se busca evaluar la traducción, empresa que podrá iniciarse en un periodo posterior. No obstante, se prefieren las traducciones que enfatizan el significado y uso de imágenes en el texto a la preservación del ritmo literario. Ejemplo de lo anterior es la traducción del texto Beowulf realizado por el poeta irlandés Seamus Heaney. Se realizará entonces una evaluación de la literatura de la época Anglo-sajona en Britania incluyendo los textos The Seafarer, The destruction of Anglo-saxon temples y Caedmon de Bede, y finalmente Beowulf. Los hechos políticos, sociales e intelectuales se considerarán para análisis a través de las selecciones de los textos. Las características poéticas se analizarán e interpretarán para sustentar sobre la temática principal de espiritualidad. El análisis tiene un enfoque exploratorio y no pretende ser exhaustivo debido a los lineamientos pertinentes
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
22

Ramírez-Arballo, Álex. "Sabores y saberes: de la carne a la palabra. Una relectura de Digo lo que amo (1976) de Abigael Bohórquez". Connotas. Revista de crítica y teoría literarias, nr 20 (30.06.2020): 9–29. http://dx.doi.org/10.36798/critlit.vi20.316.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
La obra de Abigael Bohórquez ha encontrado a últimas fechas, sobre todo a raíz de la publicación de las obras completas por parte del Instituto Sonorense de Cultura y editadas por el doctor Gerardo Bustamante Bermúdez, nuevos lectores y, por tanto, ha suscitado nuevos intereses. Esto es altamente beneficioso porque entraña la posibilidad de leer la obra abigaeleana más allá de los lugares comunes que la crítica, muchas veces panfletaria y reduccionista, ha impuesto durante los últimos años. En concordancia con esta idea, el presente artículo busca acercarse a un libro fundamental en el corpus del poeta sonorense (Digo lo que amo), buscando realizar una hermenéutica basada en la variante “carnal”, propuesta por el filósofo irlandés Richard Kearney. De esta manera, el cuerpo lírico, desplegado en la poesía de Bohórquez se convierte en un órgano capaz de mediar entre la conciencia y el entorno del hablante; entonces la apropiación del mundo del interprete deja de ser exclusivamente intelectual para convertirse en un acto, en una experiencia rica, compleja y sobre todo dadora de sentido. Palabras clave: Abigaél Bohórquez, Hermenéutica carnal, Poesía, Sentido, Queer.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
23

Hart, Stephen M. "El exilio en James Joyce (1882-1941) y César Vallejo (1892-1938)". Archivo Vallejo 5, nr 10 (26.12.2022): 189–218. http://dx.doi.org/10.31381/archivovallejo.v5n10.5318.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Este ensayo se centra en las superposiciones y coincidencias biográficas, sociales, culturales y literarias que existen entre la vida y la obra de dos grandes escritores del siglo xx, el novelista irlandés James Joyce (1882-1941) y el poeta peruano César Vallejo (1892-1938). Aunque nunca se conocieron, ambos vivieron en París durante las décadas de 1920 y 1930; y aunque tampoco leyeron los escritos del otro, se encuentran similitudes sorprendentes entre sus obras respectivas. Los dos compartían una relación angustiosa con el catolicismo, también se involucraron en la política de izquierda, y estaban fascinados por las posibilidades creativas de los juegos de palabras (ambos son conocidos por su amplio uso de neologismos). Esto llevó tanto a Joyce como a Vallejo a confiar en el «oído» —más que en el «ojo»— al escribir sus obras maestras. Finalmente, sus obras demuestran una coincidencia en el uso de ciertos tópicos, tales como el enfoque en el contraste entre la comunicación oral y la producción anal, y la exploración de lo absurdo y la paradoja (el círculo cuadrado, el mundo al revés y el «sonido» del silencio).
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
24

Avancini, Nicole Elouise. "Essencialismo e crítica social n’ O Crime de Lorde Arthur Savile de Oscar Wilde". Revista DIAPHONÍA 5, nr 1 (1.07.2019): 71–83. http://dx.doi.org/10.48075/rd.v5i1.22774.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
O presente artigo tem como objetivo analisar o conto O crime de lorde Arthur Savile, do escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde, que narra as decisões tomadas pelo protagonista após ser indicado, por um quiromante, que seria o autor de um assassinato. Para tal, partimos do artigo Performative and Subversive: Oscar Wilde’s ‘Lord Arthur Savile’s Crime’ de Masahide Kaneda, que interpreta o conto a partir de conceitos da linguística e da semiótica de Ferdinand de Saussure. Nesse texto, é defendido que a estória representa um antiessencialismo, por ilustrar como a realidade é construída do mesmo modo em que se dá a estruturação da linguagem, isto é, de modo performativo, além de estar sujeita a interpretações arbitrárias. Neste trabalho, entretanto, pretendemos contra-argumentar tal posicionamento. Em nossa teorização, realizamos uma análise do contexto em que a obra foi escrita - a Inglaterra vitoriana do final do século XIX - e adotamos como base excertos do ensaio de Wilde A alma do homem sob o Socialismo, bem como algumas ideias apresentadas por Liam Lynch em seu artigo Complex Truth from Simple Beauty: Oscar Wilde’s Philosophy of Art. Com isso, enfatizamos, primordialmente, o aspecto de crítico social do escritor, propondo que ele acreditava, de fato, numa essência intrínseca humana a ser desenvolvida por meio da liberdade de ação. Por conseguinte, identificamos o conto como uma representação dessa sua visão, que tem como finalidade promover uma objeção aos valores impostos pela sociedade da época - exercendo, assim, seu papel de sátira.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
25

Moreno Álvarez, Alejandra. "Otros modos de ser/amar: Rosario Castellanos". Cuestiones de género: de la igualdad y la diferencia, nr 12 (24.06.2017): 221. http://dx.doi.org/10.18002/cg.v0i12.4857.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
<p><strong>Resumen</strong></p><p>La escritora mejicana Rosario Castellanos (1925-1974) ansiaba otro modo de ser mujer y libre en la sociedad en la que le tocó vivir, convirtiéndose este deseo en el <em>leitmotiv</em> de su obra. En cuanto al amor, se dice que Castellanos estaba convencida de que no podría vivir sin que su marido la amara tanto como ella a él, tal y como ella misma parece indicar en <em>Cartas a Ricardo</em> (1994). La autora concluye uno de sus poemas más conocidos, “Meditación en el umbral”, con versos que incitan a la búsqueda de otros modos de ser, siendo mi propósito el de redireccionar ese registro a otros modos de amar. Para ello recurriré a la teoría postestructural de Luce Irigaray, quien hace que nos cuestionemos, al igual que hiciera Castellanos, nuestra identidad, pero que, a diferencia de la escritora mejicana, huye de buscar una respuesta definitoria y, en lo referente al amor, profundiza en la búsqueda de una cultura que modifique la condición de las relaciones amorosas. Y es que otros modos de ser y de amar son posibles.</p><p> </p><p><strong>Abstract</strong></p><p>Mexican writer Rosario Castellanos knew that other ways of being a woman and a free subject were possible, and it was this very desire that became the <em>leitmotiv</em> of her work. Regarding love, it has been said that Castellanos was convinced that it was impossible for her to live without the love of her husband, as she seems to underline in <em>Cartas a Ricardo</em> (1994). She concludes one of her well-known poems, “Meditación en el umbral”, with lines that encourage us to claim new ways of being. It is my purpose to redirect this aim towards new ways of loving within a romantic relationship. To do so I will use Luce Irigaray’s poststructuralist theoretical framework on love. This critic makes us question, as Castellanos did, our identity, but differs from the Mexican writer in trying to find an answer and, regarding love, deeply encourages us to deconstruct a culture which should modify romantic relationship stereotypes, since other ways of being and loving are possible.</p><br /><div id="SLG_balloon_obj" style="display: block;"><div id="SLG_button" class="SLG_ImTranslatorLogo" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/imtranslator-s.png'); display: none; opacity: 1;"> </div><div id="SLG_shadow_translation_result2" style="display: none;"> </div><div id="SLG_shadow_translator" style="display: none;"><div id="SLG_planshet" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/bg2.png') #f4f5f5;"><div id="SLG_arrow_up" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/up.png');"> </div><div id="SLG_providers" style="visibility: hidden;"><div id="SLG_P0" class="SLG_BL_LABLE_ON" title="Google">G</div><div id="SLG_P1" class="SLG_BL_LABLE_ON" title="Microsoft">M</div><div id="SLG_P2" class="SLG_BL_LABLE_ON" title="Translator">T</div></div><div id="SLG_alert_bbl"> </div><div id="SLG_TB"><div id="SLG_bubblelogo" class="SLG_ImTranslatorLogo" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/imtranslator-s.png');"> </div><table id="SLG_tables" cellspacing="1"><tr><td class="SLG_td" align="right" width="10%"><input id="SLG_locer" title="Fijar idioma" type="checkbox" /></td><td class="SLG_td" align="left" width="20%"><select id="SLG_lng_from"><option value="auto">Detectar idioma</option><option value="af">Afrikáans</option><option value="sq">Albanés</option><option value="de">Alemán</option><option value="ar">Árabe</option><option value="hy">Armenio</option><option value="az">Azerí</option><option value="bn">Bengalí</option><option value="be">Bielorruso</option><option value="my">Birmano</option><option value="bs">Bosnio</option><option value="bg">Búlgaro</option><option value="kn">Canarés</option><option value="ca">Catalán</option><option value="ceb">Cebuano</option><option value="cs">Checo</option><option value="ny">Chichewa</option><option value="zh-CN">Chino (Simp)</option><option value="zh-TW">Chino (Trad)</option><option value="si">Cincalés</option><option value="ko">Coreano</option><option value="ht">Criollo haitiano</option><option value="hr">Croata</option><option value="da">Danés</option><option value="sk">Eslovaco</option><option value="sl">Esloveno</option><option value="es">Español</option><option value="eo">Esperanto</option><option value="et">Estonio</option><option value="eu">Euskera</option><option value="fi">Finlandés</option><option value="fr">Francés</option><option value="cy">Galés</option><option value="gl">Gallego</option><option value="ka">Georgiano</option><option value="el">Griego</option><option value="gu">Gujarati</option><option value="ha">Hausa</option><option value="iw">Hebreo</option><option value="hi">Hindi</option><option value="hmn">Hmong</option><option value="nl">Holandés</option><option value="hu">Húngaro</option><option value="ig">Igbo</option><option value="id">Indonesio</option><option value="en">Inglés</option><option value="ga">Irlandés</option><option value="is">Islandés</option><option value="it">Italiano</option><option value="ja">Japonés</option><option value="jw">Javanés</option><option value="km">Jemer</option><option value="kk">Kazajo</option><option value="lo">Lao</option><option value="la">Latín</option><option value="lv">Letón</option><option value="lt">Lituano</option><option value="mk">Macedonio</option><option value="ml">Malayalam</option><option value="ms">Malayo</option><option value="mg">Malgache</option><option value="mt">Maltés</option><option value="mi">Maorí</option><option value="mr">Maratí</option><option value="mn">Mongol</option><option value="ne">Nepalí</option><option value="no">Noruego</option><option value="fa">Persa</option><option value="pl">Polaco</option><option value="pt">Portugués</option><option value="pa">Punjabí</option><option value="ro">Rumano</option><option value="ru">Ruso</option><option value="sr">Serbio</option><option value="st">Sesoto</option><option value="so">Somalí</option><option value="sw">Suajili</option><option value="sv">Sueco</option><option value="su">Sundanés</option><option value="tl">Tagalo</option><option value="th">Tailandés</option><option value="ta">Tamil</option><option value="tg">Tayiko</option><option value="te">Telugu</option><option value="tr">Turco</option><option value="uk">Ucraniano</option><option value="ur">Urdu</option><option value="uz">Uzbeco</option><option value="vi">Vietnamita</option><option value="yi">Yidis</option><option value="yo">Yoruba</option><option value="zu">Zulú</option></select></td><td class="SLG_td" align="center" width="3"> </td><td class="SLG_td" align="left" width="20%"><select id="SLG_lng_to"><option value="af">Afrikáans</option><option value="sq">Albanés</option><option value="de">Alemán</option><option value="ar">Árabe</option><option value="hy">Armenio</option><option value="az">Azerí</option><option value="bn">Bengalí</option><option value="be">Bielorruso</option><option value="my">Birmano</option><option value="bs">Bosnio</option><option value="bg">Búlgaro</option><option value="kn">Canarés</option><option value="ca">Catalán</option><option value="ceb">Cebuano</option><option value="cs">Checo</option><option value="ny">Chichewa</option><option value="zh-CN">Chino (Simp)</option><option value="zh-TW">Chino (Trad)</option><option value="si">Cincalés</option><option value="ko">Coreano</option><option value="ht">Criollo haitiano</option><option value="hr">Croata</option><option value="da">Danés</option><option value="sk">Eslovaco</option><option value="sl">Esloveno</option><option selected="selected" value="es">Español</option><option value="eo">Esperanto</option><option value="et">Estonio</option><option value="eu">Euskera</option><option value="fi">Finlandés</option><option value="fr">Francés</option><option value="cy">Galés</option><option value="gl">Gallego</option><option value="ka">Georgiano</option><option value="el">Griego</option><option value="gu">Gujarati</option><option value="ha">Hausa</option><option value="iw">Hebreo</option><option value="hi">Hindi</option><option value="hmn">Hmong</option><option value="nl">Holandés</option><option value="hu">Húngaro</option><option value="ig">Igbo</option><option value="id">Indonesio</option><option value="en">Inglés</option><option value="ga">Irlandés</option><option value="is">Islandés</option><option value="it">Italiano</option><option value="ja">Japonés</option><option value="jw">Javanés</option><option value="km">Jemer</option><option value="kk">Kazajo</option><option value="lo">Lao</option><option value="la">Latín</option><option value="lv">Letón</option><option value="lt">Lituano</option><option value="mk">Macedonio</option><option value="ml">Malayalam</option><option value="ms">Malayo</option><option value="mg">Malgache</option><option value="mt">Maltés</option><option value="mi">Maorí</option><option value="mr">Maratí</option><option value="mn">Mongol</option><option value="ne">Nepalí</option><option value="no">Noruego</option><option value="fa">Persa</option><option value="pl">Polaco</option><option value="pt">Portugués</option><option value="pa">Punjabí</option><option value="ro">Rumano</option><option value="ru">Ruso</option><option value="sr">Serbio</option><option value="st">Sesoto</option><option value="so">Somalí</option><option value="sw">Suajili</option><option value="sv">Sueco</option><option value="su">Sundanés</option><option value="tl">Tagalo</option><option value="th">Tailandés</option><option value="ta">Tamil</option><option value="tg">Tayiko</option><option value="te">Telugu</option><option value="tr">Turco</option><option value="uk">Ucraniano</option><option value="ur">Urdu</option><option value="uz">Uzbeco</option><option value="vi">Vietnamita</option><option value="yi">Yidis</option><option value="yo">Yoruba</option><option value="zu">Zulú</option></select></td><td class="SLG_td" align="center" width="21%"> </td><td class="SLG_td" align="center" width="6%"> </td><td class="SLG_td" align="center" width="6%"> </td><td class="SLG_td" align="center" width="6%"> </td><td class="SLG_td" align="center" width="6%"> </td><td class="SLG_td" width="10%"> </td><td class="SLG_td" align="right" width="8%"> </td></tr></table></div></div><div id="SLG_shadow_translation_result" style="visibility: visible;"> </div><div id="SLG_loading" class="SLG_loading" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/loading.gif');"> </div><div id="SLG_player2"> </div><div id="SLG_alert100">La función de sonido está limitada a 200 caracteres</div><div id="SLG_Balloon_options" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/bg3.png') #ffffff;"><div id="SLG_arrow_down" style="background: url('chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/img/util/down.png');"> </div><table width="100%"><tr><td align="left" width="18%" height="16"> </td><td align="center" width="68%"><a class="SLG_options" title="Mostrar opciones" href="chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/html/options/options.html?bbl" target="_blank">Opciones</a> : <a class="SLG_options" title="Historial de traducciones" href="chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/html/options/options.html?hist" target="_blank">Historia</a> : <a class="SLG_options" title="ImTranslator Ayuda" href="http://about.imtranslator.net/tutorials/presentations/google-translate-for-opera/opera-popup-bubble/" target="_blank">Ayuda</a> : <a class="SLG_options" title="ImTranslator Feedback" href="chrome-extension://mchdgimobfnilobnllpdnompfjkkfdmi/content/html/options/options.html?feed" target="_blank">Feedback</a></td><td align="right" width="15%"><span id="SLG_Balloon_Close" title="Cerrar">Cerrar</span></td></tr></table></div></div></div>
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
26

Bustamante Olguín, Fabián. "Dilemas del catolicismo contemporáneo en Europa y América Latina Claudia Touris, ed. (2013)." Persona y Sociedad 28, nr 3 (1.09.2014): 135. http://dx.doi.org/10.53689/pys.v28i3.77.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Claudia Touris es la editora de este libro, que es el resultado de una serie de exposiciones de las II Jornadas de Religión y Sociedad en la Argentina contemporánea y países del Cono Sur (Religar-Sur), celebradas en la ciudad de Buenos Aires en el año 2011. Este evento reunió a destacados especialistas del catolicismo en América Latina y Europa. Dilemas del catolicismo contemporáneo en Europa y América Latina tiene como objetivo proporcionar diversos análisis acerca de los retos y dificultades del catolicismo como actor global en el mundo contemporáneo en diversos períodos históricos. A partir del estudio de casos, este libro, desde un punto de vista general, refleja el interés serio de hacer hincapié en la complejidad del catolicismo mundial, dando cuenta de los matices existentes. Es importante señalar que desde la Revolución Francesa (1789) hasta el Concilio Vaticano II, la posición de la Iglesia con la modernidad ha sido de ‘antítesis’,1 puesto que esta última representaba un ataque contra el monopolio de la interpretación católica del mundo y al mismo tiempo constituía la pérdida de su hegemonía como guía espiritual de la sociedad, limitando seriamente su poder temporal. Será a partir del señalado Concilio cuando la Iglesia se convierta en un intérprete de los ‘signos de los tiempos’ e inicie una transformación significativa de autobservación y organización, la cual generó en el mundo católico una oscilación entre cambio y preservación de la tradición. Ello, por cierto, en un marco de secularización que enfrentaría al catolicismo a una heterogeneidad interna que aún no se define. El libro consta de ocho artículos (aparte del prólogo escrito por Claudia Touris) agrupados en tres ejes temáticos: secularización y laicidad; la crisis católica posconciliar y los movimientos de renovación y retradicionalización. Los tres artículos del primer eje sitúan al lector en interesantes análisis junto a un recorrido histórico de las tensiones entre Estados laicos con una población local mayoritariamente religiosa (católica) en tres países: Colombia (Ana María Bidegain en “Secularización y laicidad en Colombia, 1820-1886)”, México (Reneé de la Torre en “Laicidad o derechos por la vida: arenas del conflicto entre la Iglesia católica, el Estado y la sociedad civil en México)” y Francia (Phillipe Portier con el trabajo titulado “La metamorfosis de la laicidad francesa, 1880-2012)”, cada una con excepcionales particularidades. En primer lugar, Ana María Bidegain nos muestra históricamente cómo llevaron adelante la secularización y laicidad los gobiernos liberales en Colombia (1849- 1885). Sobre este punto es interesante destacar que el liberalismo colombiano fue una de las experiencias más radicales de Latinoamérica durante el siglo XIX, período en que las nacientes repúblicas estaban inaugurando un ‘nuevo orden’ basado en los postulados de la Ilustración; este de alguna manera excluía todo lo relacionado con la religión católica, asociada a lo colonial, al atraso y, en definitiva, el ‘no progreso’. Fue así entonces que en Colombia hubo una separación de la Iglesia con respecto al Estado que provocó una serie de medidas como el desafuero eclesiástico y la expulsión de los jesuitas. Sin embargo, pese a ello, esta experiencia liberal en Colombia ‒según Bidegain‒, no logró imponer su proyecto debido a que lo religioso estaba muy arraigado dentro de la sociedad, además de faltar los recursos necesarios para llevarlo a cabo (p. 36). En segundo lugar, Reené de la Torre articula su artículo en torno a la particularidad de un Estado laico regido constitucionalmente y permeado por una religiosidad y cultura católicas. A pesar de ello, De la Torre sostiene que a nivel de Estado la separación rígida de lo religioso está puesta en peligro debido al ascenso de la derecha política conservadora (algunos de ellos católicos de extrema derecha) al gobierno, tomando decisiones que ponían en peligro la autonomía del Estado (p. 39). Ello tuvo como resultado, a juicio de la autora, que no se respetase el carácter laico del Estado (plasmado en la Revolución Mexicana que confinaban lo religioso al ámbito privado). En ese sentido, De la Torre nos recuerda, por ejemplo, un momento en que se transgrede la autonomía del Estado mexicano cuando el ex presidente Vicente Fox besó el anillo del Papa Juan Pablo II en su última visita a México. Por su parte, otro tema que aborda la autora es la pérdida de confianza en una de las instituciones de mayor confianza entre los mexicanos: la Iglesia católica, debido a los escándalos mediáticos por abuso sexual cometidos por sacerdotes; en particular el caso del padre Marcial Maciel, fundador de la orden religiosa Legionarios de Cristo. Lo cierto es que la disminución en la credibilidad de la iglesia no solo es exclusiva para México, sino que es una situación que está afectando a la Iglesia católica a nivel mundial.2 A nuestro modo de ver, el planteamiento de la autora deja entrever que la ortodoxia sexual y el clericalismo representan actualmente un obstáculo para la renovación de la Iglesia católica. Por último, Phillipe Portier examina cómo ha sido trabajada históricamente la atenuación de la singularidad laica francesa en tres fases sucesivas: separación, reconocimiento e integración. Cabe señalar que el autor destaca que la laicidad francesa ha sido hostil con la religión, al punto de que esta solo se expresa en el espacio privado, individual o social, careciendo del derecho a transitar por la vía pública. Olivier Compagnon, en su artículo “¿Una circularidad transatlántica? Las relaciones entre católicos europeos y latinoamericanos en los años del Concilio”, es quien da inicio al segundo eje. En su interesante artículo se propone analizar la circulación de ideas desde América Latina hacia Europa, enfatizando el impacto de las tres tendencias surgidas en el Concilio Vaticano II: cristianismo de liberación, democracia cristiana e integrismo. Para el primer caso, el autor sostiene que hubo un intento de crear comunidades eclesiales de base (CEBs) en Francia e Italia, a partir de las experiencias de sacerdotes de esas naciones en Brasil. A nuestro modo de ver, Compagnon esfuerza excesivamente el argumento de las transferencias de estas comunidades hacia Europa, sobre todo porque cuando menciona la existencia de CEBs en Italia no hay una prueba concreta de que efectivamente haya ocurrido así (ver pp. 84-85); me refiero a que no está lo suficientemente documentado y el autor se queda únicamente con lo que escuchó decir de un investigador italiano. Por otra parte, Compagnon indaga en la visión de los partidos democratacristianos francés e italiano sobre el gobierno de Eduardo Frei Montalva y su ‘revolución en libertad’ (1964-1970). Este punto reviste importancia puesto que se alude a visitas de militantes democratacristianos europeos a Chile para examinar el programa de gobierno de Frei Montalva. Por último, el autor examina la influencia de grupos integristas católicos brasileños, tales como el grupo Permanencia de Gustavo Corção y del argentino Julio Meinveille en reducidos círculos católicos antimodernistas franceses. “La Europa cristiana después de la caída del muro” es el último artículo que finaliza el segundo eje del libro. Escrito por Maurilio Guasco, investigador italiano, este analiza la situación de la Iglesia católica en Europa luego de la caída del Muro de Berlín y de los ‘socialismos reales’. A pesar de lo que se pueda creer, el autor sostiene en una de sus páginas que ante un evidente proceso de laicización en Europa, algunos países están volviendo a atribuir a la religión un papel rector en la identidad nacional; tal es el caso del partido político de extrema derecha Lega Nord en el norte de Italia (p. 98). El tercer eje temático se inaugura nuevamente con Oliver Compagnon con su trabajo titulado “Condiciones y paradojas de la recepción del pensamiento de Jacques Maritain en América Latina”. Esta es una perspectiva comparada que coloca énfasis en el influjo de uno de los principales intelectuales católicos a nivel mundial: Jacques Maritain, quien penetró con sus ideas en las elites católicas latinoamericanas. Según el autor, las ideas de Maritain ‒que conciliaron catolicismo y democracia‒ tuvieron impacto a inicios de la década de 1950 con el triunfo de las democracias europeas, una vez finalizada la Segunda Guerra Mundial. Estas habrían servido de plataforma para los programas de los nacientes partidos democratacristianos que por ejemplo llevarían a la victoria electoral a Eduardo Frei Montalva en Chile (1964) y a Rafael Caldera en Venezuela (1968), siendo estas las únicas experiencias democratacristianas en Latinoamérica en donde el pensamiento de Maritain se plasmó como proyecto político. El segundo artículo, titulado “Luces y sombras en la recepción del Concilio Vaticano II”, de Maurilio Guasco, nos invita a reflexionar en torno a la recepción del Concilio Vaticano II en el mundo católico, subrayando tres aspectos que todavía resultan controvertidos para el catolicismo: la reforma litúrgica, el ecumenismo y la relación entre Iglesia y mundo. Finalmente, el último artículo que cierra este libro es “Sublimes experiencias metahistóricas. Notas de viajes de Thomas Merton”, del historiador brasileño Marcelo Timotheo Da Costa. El autor realiza un interesante análisis del discurso teleológico de Thomas Merton, monje trapense, escritor, poeta y activista estadounidense, en sus relatos de viajes a Roma (1931 y 1933) y Cuba (1940), los cuales significan para Merton ‘la Jerusalén Celeste’ (p. 130). En resumen, el libro editado por Claudia Touris es muy alentador, con el encanto de las obras dedicadas a problematizar y complejizar el estudio sobre el catolicismo y a dar nada por sentado. Hay que dejar en claro, además, que la exposición de los temas tratados fluye de modo entretenido, a pesar de que los autores abordan los temas desde distintas premisas teóricas y metodológicas. De todas formas es un libro que merece constituirse en un recurso de referencia obligada para aquellos investigadores interesados en el catolicismo. 1 La orientación antimoderna del catolicismo se inició con el pontificado del Papa Pío VI cuando rechazó la Constitución Civil de la Asamblea Nacional de Francia y la Declaración de los Derechos Humanos por considerarlas incompatibles con la doctrina católica. 2 En estos días, en Chile se ha conocido el fallo al ex sacerdote de los Legionarios de Cristo, John O’Reilly, de origen irlandés, quien ha sido condenado –por abuso sexual a una ex alumna del colegio Cumbres (perteneciente a la misma congregación)– a cuatro años y un día de ‘libertad vigilada’.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
27

Zamith Cruz, Judite. "Marina. Lucchesi, Marco. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023". EccoS – Revista Científica, nr 67 (18.12.2023): e25392. http://dx.doi.org/10.5585/eccos.n67.25392.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Jogo de espelhos e palavras Analogias duma beleza transitiva Foi entre “formigas e cupins”[1] que descobri e inventei por “ver” o que lia. Do jardim a casa, numa aprazível “distração”, li Marina (do latim, marinus, “marinho”). Se ia em busca de cupins, absorvi-me logo numa bela atividade intrínseca de “ler” a natureza humana. Os estados/processos emocionais deram-se ao meu sonho acordado, frente à lua cheia. Por contraste mínimo, o que acontece no sonho propriamente dito é antes uma não narrativa, uma dissociação não controlada, exibida a superfície de fundo inacessível[2], graciosa alternativa criativa à “associação de ideias”. “O sonho de uma sombra”, em Píndaro (522 – 443 a.C.)[3], foi a ofuscação da “verdade” nua e crua. O sonho e a fantasia permitem a estranha fragmentação da sequência do pensamento escorreito, quando se experiencie a realidade de All-Self (ser com tudo em redor). Um efeito é imaginarmos sermos nós aquela “estrela” e recategorizamos algo num “todos juntos”, “transitarmos”[4], sem fixação, encontrado “tudo em tudo”[5]. “Somos plurais”[6] e mutantes sem “coerência”. Colocado a par o ser e o não ser, dada a aparência de Marina, numa superfície lisa refletida, convoca à reflexão que muda, quando “… todos querem, buscam, sonham com você”[7]. Na afirmação do narrador, Celso, é partilhado o desejo de alguém ou dele com “você”. Num detalhe ora geral, ora específico, algo dela poderá ser comparável ou semelhante a outra coisa, uma analogia. No encalço dela, Marco Lucchesi acompanha-nos no “eterno retorno da leitura”[8], trocadas cartas entre Celso e Marina, na década de noventa do século passado[9]. “Rasgadas”, anos passados por ele, entendidas “inúteis e vazias”[10], tendo ela dirigido um e outro e-mail inúteis, para “confissões”, via ”correspondências”[11], em que culpas confessadas nem sejam alheias a “amores mortos”[12]. Anteriormente, Celso chegaria a procurar Marina em “mundos improváveis”. Em locais de sua casa, a falsa presença, inviável, “tão querida”… Possivelmente desejada, chega a ser atingido o paradoxo da perenidade da vida, no espaço exíguo, amor eterno. Marina encontra-se em quase tudo[13]: “Digamos: a) no terreno baldio das gavetas; b) na agenda que perdeu a validade; c) nas fotos inquietas de um álbum (andorinhas em queda: sem cola, pálidas ou saturadas); d) no velho sótão que não tenho.” Como se “pousássemos os pincéis”, em continuidade, o modelo analógico varia no tempo… O escritor acrescenta: “nosso passado é analógico”[14]. Celso escuta cantos, sons e silêncios (a música “dela”?), no aparelho de rádio analógico... “Analogia”, nas nuances de significado no dicionário, são uma entre outras. E dada a representação de um objeto assemelhar-se ao original, pode Marina ser “pintada” em eternas obras de arte. “Vejo-a”, no que vejo e no que leio: “Coroação da Virgem”, de Fra Angélico (1395 — 1455); “A Madona de San Sisto”, de Rafael (1483 — 1520) … Escolho logo a bela Gioventü, de Eliseu Visconti (1866 - 1944). Figura nº 1 – Óleo sobre tela, Gioventü, de Eliseu Visconti (1898) Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Giovent%C3%B9 Mas é em Candido Portinari[15], numa obra de 1957 – “O menino com pássaro”, que a voz e ela… se me apagou. Seria recolhida e cuidada por aquele que a encontrasse. Figura nº 2 – Elemento de obra de Candido Portinari (1957) – O menino com pássaro Fonte: https://www.wikiart.org/en/candido-portinari/menino-com-p-ssaro-1957 Numa analogia, a figura oscila de forma contínua, entre passado e presente, imparável no tempo. Sem comparecer perante Celso, também ele num não-lugar se quedou[16]. Os seus braços, “irredentos do todo”[17], vivido um “como se…”, avançariam o distanciamento/estranheza[18] face ao espelhado “teatro de sentimentos”. Fora Marina ferida? Num “jogo de espelhos e palavras”[19], “escrevo por espelhos reticentes, com frases e lacunas movediças” …. “Estendo as mãos para o espelho…”[20]. “Refletida” a escrita em processo, encontro Lucchesi solto no outro. Nos seus termos, a palavra “espelho” dará lugar ao oculto no “jogo de espelho, analogias”[21]. Quando a reflexão teria ainda o Sol no “espelho”, o encontro de ambos jorrava luz. Perdida a década de oitenta, o que é dado, antecipado[22]? Novas luzes e sombras. Celso e Marina foram inicial “espelho de paixão”. Seguiu-se a brecha na paixão. Num salão espelhado da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 1507, vejo uma figuração pintada por Hans Schäufelein. “Herodes” deu lugar à figuração doutros maus tempos, no “Espelho da Paixão” (Speculum Passionis). Cristo diante de Herodes, o malvado, que morreu com o Eclipse lunar. Num “reflexo“, o culpado, no julgamento em “Herodes”[23], convocara Cristo[24], um culpado. Eu sou o outro do outro eterno Eleia, às portas da atual Itália. Numa primeira estrofe de Poema, a expressão dum outro, Parménides (530 a.C. — 460 a.C.), para quem “deus” não foi gerado, existindo[25] ad eternum... A estaca foi colocada num limiar doutro lugar estranho, em Poema: “Aí se encontram as portas”. Talhada a via inovadora do caminhar, tendemos a cruzar linhagens para não nos perdermos. Nem tudo se desgasta e corrompe, com Parménides. No rumo incerto, outra conquista do explorador Ulisses[26], foi ter encontrado o retorno? Ulisses, Celso, Alice, Marina… Pierre e Natacha, Tristão e Isolda. No desencontro, Molly e Leopold ou Eurídice e Orfeu ... A ficarmos “aos pés da biblioteca”[27], a ler vidas nas figuras centrais, estas oferecem um recuo[28]. Abrem portas. Eternas personagens, nem todas juvenis. Celso, o narrador? Alguém que já teve um “matagal” de cabelo perdido, que “nasceu no coração [uma floresta, cabelos…] … com espinhos” - “O elogio da calvície” [29]. Outra personagem de Marina, Alice, foi um exemplo de ajuda, porto marítimo, seguro, onde atracar? Substitui, sem substituir Marina? Alice adotará, também ela, o enigmático porte de “Gioconda”, “a senhora Lisa, esposa de Giocondo”, representada por técnica do sfumato, de Da Vinci (1452 — 1519). Foi seu o “vaso”[30], que Celso amou - “vasos quebrados” [31]. Acresce que “Alice e o vira-lata branco” encontram-se ambos registados num “resumo” de carta[32], em união, bem juntos. Bem articulado no pensado é o que a carta diz e não diz. Mas quem será aquele outro vira latas? Marina ainda pede foto da outra – Alice[33]. Num e-mail registado: “Se puder [você, Celso], mande-me fotos ou vídeos de Alice. Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”. Será verdade? Uma inquebrável lembrança de Celso, uma só vez, Marina tocara piano com ele, a quatro mãos[34]. Celso poderá ter reparado (n)o vaso, a dado passo. Pode ter tido outra imagem fixada à Alice, de então. Seria aquele vaso que “amava”, ou Alice[35], uma figura magnética? “Para fugir de mil perigos”, a quem não faltou Alice? Alice usou “ampolas e unguentos, magos e poções”[36]? Cuidadora, Alice, com Celso, representado nos rapazes com pássaros feridos[37]? Em suma, pareceria a Celso não existir punção operada ou poder maior, quando os relacionamentos morrem, ainda que os vasos sejam compostos de cacos que se colam: “Não posso reparar o irreparável”[38]. No entanto, Celso conhecia a técnica das peças coladas do Japão - a técnica do kintsugi[39]. Observou, até mesmo o outro vaso por si trazido com os gerânios, da sua antiga casa… “Distancia que se perde. Vaso que se encontra…”[40] Na ficção, a fiação tudo interliga “Vimos a fiação que tudo interliga. Semântica e sintaxe”[41]. Dos golpes de génio ficcional e da sangrenta História, Marco Lucchesi concebeu comparações, em que “mudam as guerras”[42] e as linguagens. Numa realidade de rapto, guerra e paixão, o poema épico transcende o amor passado que eterniza. Homero fundador da literatura ocidental, numa autêntica carnificina, a incerta “Guerra de Troia”, contou com Ájax[43] dentro do cavalo, dando guerra (infinita)[44] a Heitor, o destemido troiano, incapaz de lhe perfurar o escudo. A guerra teve que ser interrompida ao pôr do sol, intervindo Apolo. Do inicial “pomo de discórdia” entre deusas até aos feitos, nove anos passados em guerra, Ájax é “muralha”. A Ilíada evidencia que esmagou o escudo de Heitor, com uma só pedra. Quem sabe se Celso seria uma barreira inexpugnável, de tão “glacial”[45], que se tornou? Numa contenda, para o romance histórico, de 1865 e 1869, Liev Tolstói cruzou aqueles que se amaram, na passagem do Grande Cometa, em 1811: na invasão napoleónica, em 1812, a personagem recorrente, Pierre encontra-se com a bela Natacha, aparentemente apaixonada por Boris, amada por Denisov. Como foi possível a “guerra sem paz”[46]? Celso e Marina viveram dessa “Guerra de quase e talvez”[47], no que foi a “guerra que nos mata”[48]. Lendários amores infelizes e apaixonados, trágicos, na bárbara Idade Média (século V a século XV)? Tristão («tristeza») e Isolda (“das mãos de fada”)[49]. E o Rei Marcos que a perdeu[50]. Guerras nos ensaios não-ficcionais e nas ficções. Já a estranha paixão da cantora Molly e Leopold termina com o “sim” dela, apenas num solilóquio. O corpo de Molly – no livro de James Joyce - seria “sensual”[51], no que ressalta o “incêndio” interior. Divergências? Foi numa dada “tarde”, vinte anos passados, que a caixa eletrónica de Celso recebe um primeiro e-mail de Marina. Iria acabar com a guerra entre ambos. Não parece de comparar com a ficção? Marina e Celso encontrar-se-iam no fim da “guerra fria”[52], em data marcada pela queda do muro de Berlim, 9 de novembro de 1989. Numa Rádio Londres, com “mensagem de Inglaterra aos aliados”, durante a longínqua Segunda Guerra Mundial, ele passava a escutar outra transmissão no rádio bem comum, no sistema analógico. Um sinal da mensagem dela, vulgar. Metáforas básicas da descrição do real Quando se coloque uma figura de estilo, cujos sentidos figurados utilizem comparações como a “metáfora do corpo em lua cheia”[53], é a Lua “tão nua e desarmada a vaporosa Lua”. A pessoa é então toda inteira, se bem que a Lua seja fragmentada noutra fase lunar. Damo-nos a facetas diversas, também. E a não ser a transição de fase a mesma daquela grande lua, Marco Lucchesi ainda afrontou a perda irreparável de parte dela, por Celso, num desaforo: “se você esperava tapetes e fanfarras, perdeu a viagem. Abandonei a timidez, digo o que penso, e sem rodeios.”[54] Dada a acentuada guerra entre Celso e Marina, ao referencial “real”, preferi antes juntar à lua a palavra “viagem” e a palavra “mundo”, no que coloco mais do que o que (a)parece – numa alegoria. Assim, na minha perceção subjetiva, uma fenomenologia, ocorreu algo mais a aprofundar. Nessa viragem, limito mais do que o que se me abra à fixação de “guerra”, quando se sucedam figuras de estilo, no livro[55]. Num jogo de linguagem, retiro a desafogada imagem concreta: o passeio na praia, junto da Cinelândia e o que faço? No termo metafórico duma “psicologia de viagem-vida”, encontro logo ali o figurativo, portanto, com os rodeios à casa velha de Celso, com os eventos no trânsito, com as margens do mar face à praia. Meios mundos são a frente “subaquático”[56] e outros territórios e sítios. Poderia convocar imensos espaços de transição, imaginando[57] além de um “mundo submarino”[58]. Lucchesi tantas vezes observa “estrelas”, algumas “estrelas não promissoras”[59]… Voltando ao avesso, na Terra, à “viagem à roda do piano e do quarto”[60], essas são breves viagens e têm fim. Contudo, é dada à incompletude a infinita “viagem à roda dos teus olhos, punhado de beleza, informe, passageira”[61]. Numa estranha viagem de recuo (na revirada do avesso), focada uma “correspondência” sem troca, é de antemão inviabilizado o “sim” e a chegada a bom porto[62]? Da presença na ausência de Marina: tempo de sonho e pesadelo Como “resumir” os “20 anos”[63] de afastamento? Um desapego de “dez mil dias”, após o “terremoto”. “Dez mil dias” sem se falarem? Pretendo dar forma ao texto, quando pense que uma correspondência convencionada abranja reciprocidade e presença, ainda que evitada a “literatice”[64] e o “episódico”. Não “agradará” ao narrador contar das cartas, para se livrar efetivamente delas. Ameaça que irá “destruí-las”. Celso foi intempestivo, aquando do primeiro e-mail de Marina[65], após aqueles vinte anos de alheamento dela… O livro Marina reproduz a reduzida “novela”[66] de singelas cartas e e-mails. Passado o texto a pente fino, no segundo e-mail de Celso, este redige uma desculpa: “Perdi tudo, não sei como. Preciso de um novo computador. Como se não bastassem formigas e cupins. Obstinado, insisto e recupero apenas uma parte”[67]. Numa convencional “não-narrativa”, coloco a tónica na congruência e na intencional, quando seja a “dissonância”[68] desarmante de “lirismos”. Alcançada a agressividade, a crítica mordaz, a sagacidade e o ardil… Frente ao quebra-cabeças, pede-se abertura (de espírito), quando se leia o “romance de ideias”, no pensamento do ser (em Parménides e Heidegger). Na dimensão emocional, a obra de resiliência traz-me a consciência da artificialidade da ficção. Cubro de culpas a protagonista Marina. Coloco logo a poção de amor viático, um mantimento para sustento num “líquido destino”[69]. Logo passa a parecer-me que “essa viagem nunca termina”[70], numa entusiástica volta no carrocel do mundo, num “eterno retorno”[71]. Essa segunda vez que é nomeado o eterno, dá-me esperança, ainda que Celso assuma: … “não quero este destino circular”. ~ E eu quero! Se o “nosso encontro não estava escrito [no destino] … Não houve um deus a decidir nosso destino, nem brilho de uma estrela promissora. Deixámos simplesmente de escrevê-lo [ao destino]”[72]. Escrevamos o que desejemos, então, por linhas tortas. Há ocasiões, em que um sonho se repete e elucida algo[73]… As produções estéticas de artistas foram os produtos de imaginações, ainda que acreditassem ser ajudados pelo diabo, por um santo ou pelo próprio sonho avassalador e as visões enigmáticas. Giuseppe Tartini (1692 - 1770), William Blake (1757 - 1827) ou o cavaleiro Adolf von Menzel (1815 - 1905) são exemplos elucidativos do pensamento mágico dominante, nos séculos XVIII e XIX. Há quase 100 anos, o psicanalista Carl Jung[74] escreveu o seguinte, com um sentido determinista do sonho: “uma experiência anómala, que não é compreendida permanece uma mera ocorrência; compreendida torna-se uma experiência [humana excecional] vivida”. Uma característica desse tipo de experiências únicas é serem inefáveis, mal descritas. Inefáveis ilações, na sombra que vira a luz? Posso recuar atrás, ao sonho e ao tempo de Píndaro[75]. O que alcançou aquele da Verdade, quando viveu entre 522 e 443 antes da nossa era? Com Píndaro, ficou assente que “[no humano] sonho é uma sombra”. Assim colocado, “sombra” opõe-se a brilho, a luz, quando a “verdade” seja ofuscada, esboroada na obscuridade. E na medida em que seja ausente um sentido puro para as palavras, damo-nos a alegorias, a metáforas, da “transparência” da palavra, da luz ao sábio recuo paradoxal. Possa o sonho ser “iluminação”, tal Marina, duma “beleza transitiva”[76], entre as luas cheias. Marina conforma aquilo[77], o deslocado pela sombra, quando fuja a juventude, na transitória impermanência. Que espelho da “verdade”? Logo na primeira configuração, se o par não foi (ou foi?) um “espelho inverso”[78], Marina chega a ser retratada no vidro fosco, na “transformação [dela] num espelho”[79]– “uma Gioconda cheia de segredos”, representada pelo impressionista Eliseu Visconti, em Gioventü. Indecidíveis formatos. Como abordar palavras guardadas num “poço” que, a ser “raso”[80], sempre igual e espalmado, lembra o “infinito” do “abismo (líquido)”[81], entre duas pessoas que “comunicam”[82]? 2 Analise textual de marina O método de analisar textos “Coerência” traduz a ideia, cunhada pelo psicoterapeuta Carl Rogers (1902 – 1987), em que o participante apresente um relato de experiência bem estruturada - lógica, a faceta cognitiva e interpretativa, uma significação de peso na experiência “arrumada”. Na narrativa literária, a noção de “coerência” coloca-se, no antigo Dicionário de teoria da narrativa[83]: “texto como unidade no processo comunicativo, resultante de intenções e estratégias comunicativas específicas, ele é também um texto semanticamente coerente... elementos recorrentes… não integralmente redundante… progressão de informação no interior de um texto … na ‘enciclopédia’ do recetor”[84]. Na nova literatura, Marina alude o “vórtice” do redemoinho amoroso de Celso e Marina, o forte movimento do “terramoto” bem rápido, cruzado com a empolgante sonoridade das bravas ondas. Marina retém uma imensa fluidez, em torno dum eixo fixado ao vórtice entre ambos. Sorvida a voragem sentimental no turbilhão do mar, noutra asserção a “vórtice” – um turbilhão, o fenómeno “incoerente” trespassa a vitalidade dos movimentos guerreiros de “homens”, nos tempos atuais. Onde encontrar uma “secreta harmonia”[85]? Em mulheres, no desaguisado com homens? “Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado”[86]. Seremos bem menos coerentes do que se pensou, tanto mulheres quanto homens. Todos nós, humanos, somos sujeitos de analogias. Com o “corpo inelutável”[87] de Marina, que foi o “corpo em fuga” e se encontra ao lado do seu, Celso é já do outro lado. Seja que suba ele à Tocata e Fuga em ré menor, de Bach[88]? A inconsistência é presente na ausência de outrem. Outra mexida foi dada ao mundo amoroso, com as híbridas histórias-ficções, realidades e alternativas. Na alternativa ao modo de organização de “identidade do ‘eu’ estacionário”, sem fluidez de maior, teríamos a fixação eterna. Um risco pode ser nem encararmos a vida sujeita a contingências/acasos – o sem ganhar folgo, “… e, de repente… o sobressalto”. Em Marina, o leitor transcende o sabido (ontológico) e o instituído “romance”, o que não pressupõe que todos os planos sejam antecipadamente traçados. Não sabemos se Marina nos deixou. Ela foi a “glória de um destino”[89]? Um famigerado destino? Um Deus não decide do destino do par amoroso[90]. “Desconheço a direção [do futuro, indeterminado]. Soubesse de uma senha [mágica, um código … e o controlaria Celso. No fluxo permanente de mudança, já o passado e o devir são escapes [na aparente “fuga”], uma “disfunção” no presente [na fantasia inviável]. Porque não viver o aqui-e-agora? Amplificado o tempo, a “hipertrofia…”, é inviável a luta interior, “contra a qual luta o presente”[91]. “Deu-se por fim a glória de um destino. Porque, Marina, os relógios não morrem”[92]. “O vento segue os rumos do destino [ou da predisposição de sorte]”[93], tão mais improvável do que a precisão do tempo dos relógios. Abordagem narrativa na psicologia Numa aproximação literária, na psicologia narrativa, “as personagens são os elementos permanentes que sustentam o desenrolar do enredo”[94]. Nem as personagens fogem, nem restam fragmentadas, na “transparência da voz”[95]. Quem fale no esqueleto narrativo, pensa em episódios de um “guião” (scripts) identitário ou coletivo e, para a “narrativa de perda”, em Celso, congrega-se uma “organização de significado”, no que dê conta de mudanças dessa organização afetiva e psicológica, tão frequente e intensa de privação, podendo tornar-se duradoura ou reatar uma mera ocorrência súbita. O presente texto sobre Marina apresenta “fenómenos” talhados. Dito de outro modo, dá corpo a “ideias centrais, ao happening, ao incidente em torno do qual um conjunto de ações e de interações são dirigidas, com vista a serem reconhecidas, geridas e integradas, ou com as quais um conjunto de ações se relaciona”[96]. Numa forma de encontrar e descobrir ocorrências, farei um parêntesis para o que sabemos de um autor. Na sua suspensão de ideias feitas, como nos “lugares comuns”, nos “hiatos” e nos “silêncios”, o que “lemos” nos não ditos, sem um código? Para o efeito enredado, temos a ajuda de comparações constantes, numa “codificação aberta” do texto. Utilizam-se atributos/características para as palavras todas inteiras e para a variabilidade de significados não ficar de fora. E as “palavras (sem) envelope”, plenas de pregnância e fugidias, impõem afundar numa rigorosa análise linha-a-linha. Haverá ainda que conceber dimensões gerais, para “linhas-da-história”, duma ou doutra mini narrativa ou história, em Marina, o “tempo eterno” e o imparável “relógio dos ponteiros”; a vida e a morte; a terra e o mar, a nuvem e a pedra, o fogo do amor e as suas cinzas… Ao “questionar” os dados/textos, no aprofundamento que se justifica, efetuam-se as aludidas “comparações constantes entre fenómenos”. Da projeção, da narrativa e do episódio Em Marina, identificam-se esparsas narrativas míticas, nas guerras e nos amores. No amor, o “projetado” Orfeu[97] chega a parecer ser Celso, na sua ânsia de que Marina não morra …[98]. Celso poder-se-á sentir, noutra volta, um Marcus[99], chegando tarde, perdida Isolda, amante de Tristão[100]. “Pobre rei Marcos. Tão tarde descobriu o desamor”[101]. Marina não é escrito na primeira pessoa, autorreferenciada. Discriminada a faceta “projetiva” (ex.: uma pessoa não específica ou segunda pessoa, outros, alguém de quem se fala ou escreve): Marina ou Alice descobrem-se entre uma “Gioconda cheia de segredos”, uma Molly, o “verbo infinito”, na “voz” da cantora. Um eco repetido da voz dela, Marina. O narrador e Marina “nadam no monólogo de Molly”[102]. É preciso dizer que “não sei até que ponto lembro da tua voz [Marina]”[103]. Dito de outro modo, Celso mal se recorda do que Marina “disse/diz”, repetidamente. Falhou a voz e “deixou de dizer”[104]. Por seu lado, os episódios reais reportam-se às mínimas ações/interações, as quais podem ser relatos de experiências significativas, por vezes truncadas nas premissas, donde a maior ou menor coerência lógica ou consistência lógica. Quando as palavras chegam a mudar de estado, digamos, aluadas, tornam-se “líquidas, turvas, transparentes”[105]. Passam palavras estranhas pela fluência de selves (“múltiplos eus”, mentais e subjetivos), transformações identitárias. Apreender-se-ão coerências doutros implícitos, aspetos tácitos e inaudíveis da daqui e dali. Narrativa episódica A partir dos fenómenos esparsos, no grosso volume da vida, alcançamos registos de realizações pessoais e dos impedimentos, destinos e acasos, sortes e desaires. Foi a partir dessas constatações que distingui os fenómenos de meros episódios, nas narrativas/histórias, que lembram “todo o texto mostrar de forma holística as cognições e os processos emocionais do autor”[106]. O que se designou de plot (na língua inglesa) para um “episódio”, portanto, vai de encontro à narrativa, ao deparar-se o leitor com uma sequência de eventos ao longo do tempo (“sucessão”), para um “texto”[107], mesmo no mínimo “enredo”[108]. Na forma bem estruturada, visou-se o elemento sequencial e dinâmico, na literatura (na lógica, “gramática” ou “sintaxe”), considerado o episódio o “único esqueleto indispensável” e “menos variável”[109]. A variabilidade de Marina encontra-se nas intercaladas unidades de significado/segmentos de tópico, nas breves temáticas, as quais identificam a substituição de conteúdos, nos registos escritos por Celso. Acresce haver processos narrativos de vários modos evidenciados, no sentir, no experienciar e no pensar: a “descrição externa/concreta de acontecimentos de vida (atuais ou imaginados / passados, presentes ou futuros); a “descrição interna experiencial” (subjetiva), de episódios/narrativas, com a identificação verbal de “reações afetivas e/ou estados emocionais” (ex.: “triste”, “zangado”, “frustrada”, etc.); e a “análise reflexiva/interpretativa da descrição de eventos e/ou da experiência subjetiva, sendo os eventos presentes, passados ou futuros”[110]. No primeiro domínio narrativo, a ênfase no sentir alcança menor complexidade do que o experienciar (interno) e o refletir/pensar. Episódios mínimos Após o desenlace por afastamento, surge um episódio elaborado quase no final do livro. Possui a tónica na conduta de Celso, antes da adesão ao refletido, somente após a imersão interior num quadro e num cenário: Episódio - Título Promessa de calor na aflição dela: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite (p. 91). Registei outros episódios relatados, com mais de “vinte anos”, exceto o primeiro, possivelmente mais recente: (1) Aflições de Celso no mar[111]; (2) Celso e Marina nadaram no mar e, sentir-se-iam “alegres”, possivelmente ao saírem para a praia[112]; (3) “Mística do encontro” de dois “tímidos” (“dissemos algo escasso, imponderável ... o clima, as gentes, a história”)[113]; e (4) Aludidos passeios de bicicleta[114]. Na narrativa criam-se então replays de experiência, quando se atenda ao “eu” subjetivo frente ao quotidiano, a rituais e a “inéditos”, como nos encontros a dois. Somente o episódio de Celso sozinho e aflito no mar não correu bem. Será invencível o revolto mar e a doença de coração: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[115]. E se é tremendo o risco de morte no mar bravo, não é impossível lutar a dois contra o tempestuoso. O que nem quer dizer deixar de ter mão para apagar aquela ou outra terrível imagem recordada. Afinal, qualquer um sonha com “você”[116]. Ora aquele primeiro “episódio de ‘sonho’”, mas pavoroso, é ilustrativo do mundo irreal, na forma “narrativa”[117]: “um belo dia quase me fui na onda[118] de seis metros. Eu me livrei a muito custo. Um sonho breve que o sal interrompeu. Vantagem provisória...” é acordar. Já o fustigou o voraz turbilhão real da ameaça e perigo no medo da morte dela, quando volte a passar ao mar… Deixar de ser, naquela praia – que “quase levou” Marina … e que é a mesma praia, que “seduz” o narrador[119]. O perigo de afogar-se na praia é real e irreal. Anotei ilações, decorrentes interpretações do texto, nas expressões do autor: (1) Risco frente ao mar[120]; (2) Juventude, em que se possa morrer com alegria[121]; (3) Encontros, fruto de “um milagre matemático… acaso e o seu mistério”[122]; e (4) A bicicleta que “morreu”[123]? A bicicleta? Um indicador do encontro com Marina: “Passeio de bicicleta. Voa o vestido azul. Essa viagem nunca termina”[124]. Noutra apropriação do contexto, o par poderia [ver] “baleias”, ao longe, “delicadas” [125], quando iam pedalando na “bicicleta” … Num contrassenso forjado na comparação, a bicicleta dele era um “cavalo”[126]? Antes dela “morrer”[127], melhor dito, “enferrujar”[128]. Na transição de pensamentos, afetos à morte: “Não há resumo para a última carta. Porque esta é uma carta definitiva. Porque se trata da morte de Marina”[129]. E adiante: “Imploro, Marina, que não morras antes de morrer”[130]. Ficaria ela sem maior sentido de vida? A viragem de alegre “surpresa” chegou a ser concebida, numa anterior “carta destroçada”, restos do que ficou dentro do “caderno escolar” e “cujos pedaços recomponho num mosaico bizantino”[131]: “Carta de amor (desesperado) que rasguei: “...pousa nos lábios uma estrela... secreta harmonia... deserto amanhecer... teu corpo inelutável... lagoa iluminada e seios úmidos... bosque sutil... pequena morte... jogo de espelhos e palavras... teu rosto desenhado no meu peito... à mesa um copo de absinto... duas palavras e voltamos a dormir... infame precipício...” (p. 86). Os procedimentos de análise de experiências são guias de leitura, no que prendem o elucidado “desespero”, o isolamento e o limitado prazer de Celso, quando a vida pudesse afigurar-se um pesado fardo, irado contra Marina, contra o violento mar, o amor eterno… A súmula de alegria - a “surpresa” … Num resumo analítico[132], estabelecem-se relações entre um fenómeno, no sentido da conceção de um episódio. Donde, uma ilustração de seis fatores envolvidos, no episódio Promessa de calor na aflição dela[133]: - Condições causais antecedentes, para a ocorrência reportada (antes do amanhecer, já levantado Celso da areia da praia onde dormiu, ao despontar do sol); - Fenómeno per se (“sacudidos ossos” ao sol, no limite do ser, entre eternas rochas, com a ausência de Marina); - Contexto (a praia junto ao mar ensoleirado); - Estratégias somente idealizadas de ação interativa (ser tomada Marina por indefesa a proteger, no que Celso escreve da sua possibilidade de “ajuda”); - Condições intervenientes (quadro “menino com pássaro” de Portinari…), - O que constrange ou facilita o incidente/fenómeno (recordações de encontros com Marina, num local partilhado e o fenómeno de imaginar um quadro) e - Condições consequentes (a dificuldade de continuar pela noite, sem a presença de Marina e a fixada promessa de calor humano). Nessa leitura duma abstração da experiência, um episódio pode ser idealmente estruturado, se bem que escapem as estratégias de ação interativa. Noutra margem encontram-se a filosofia (de Parménides e Heidegger), o jogo com textos míticos (Ájaz, Rei Marcus…). No “romance de ideias” de Marco Lucchesi, são vastos os domínios de conhecimento. Com o autor aprendi que, ao não aceder a “coisas em si”, tenho as coisas para mim e, talvez, nos apareçam amores e guerras, por prismas do entendimento e da sensibilidade. Dos fenómenos - as aparências - “O que sei?” No quotidiano, sei que vivemos de forma a criarmos conexões entre inauditos episódios, flashbacks, substituições de interesses/temáticas nem buscadas, redundâncias e omissões (como “lacunas de memória”), numa apreensão do que nisso assuma perene “relevância”. O núcleo duro, o “essencial”[134], segundo o autor? “Perdemos as palavras essenciais”[135]. Perdemos “baleias” naquele mar alto, enferrujaram-se as “bicicletas” e desapareceu o “corpo feminino em fuga”[136]. As cartas dizem muito “mais do que parece”[137]. 3 Do mundo poético “Tornei-me um leitor de Parmênides”[138] e de Heidegger No mundo eterno, Parménides colocou o “motor imóvel” do tempo, o “livre-arbítrio”[139], o “cálculo integral”[140] … “causa e concausa”[141] … “tudo em tudo”[142]… Bastará “puxarmos o fio…”[143]? Numa passagem paradoxal da breve (?) “novela”[144], logo vemos como “tudo muda” no (des)encontro, a par de “rádios, guerras, amores”[145]. Não há confissão, não há reparação, na “narrativa não projetiva”. As “narrativas” antes partem dela[146], nos “lugares comuns”[147], registados nas mensagens. O que procura despertar Celso? “A voz de quem morreu, não as histórias”[148]. Bastaria o alcance da superfície, na “voz” dela[149]… No início de Marina, nem se espera a finalização do encontro. Não é desejado o fim do amor. Um mal irremediável. Terá morrido? Obra de “criatividade” dissonante face a espectativas de cartas de amor, Marco Lucchesi coloca-nos a margem de manobra, uma deriva, mudado Celso em permanência e, nesse sentido, as suas posições emocionais básicas são sublevadas e revoltosas, sublimadas, substituídas. Existentia, como a explicitar? Quando numa página inicial, não numerada, o autor nomeia um filósofo italiano, Emanuele Severino (1929 - 2020), que escreveu sobre Martin Heidegger, que exploração de fenómenos “metafísicos”? Martin Heidegger[150], de que trata? Li algures que Heidegger se interessou por “atualidade, realidade, em oposição a possibilidade concebida como ideia”. Ser é a totalidade do que existe. “Aí onde está cada um de nós” - da sein, seria o lugar da nossa presença, duplicada pela sombra da subjetividade. Subjetividade é o vivido que torna algo maior, quanto dá à presença novas formas afetivo-cognitivas. Mundos universais musicais Tenho aquela “vontade” de mudar o passado[151] e de criar uma ideia prospetiva de florescimento. Do mito de amor a Marina, nem estranho virem três damas dar uma flauta a um príncipe, Tamino, que buscará a sua amada. A harmonia da música condensa o “universal”, atingidos géneros e variadas “vozes” trocadas, na “Flauta Mágica”, de Mozart (1756 – 1791). O poder unificador da música é uma metáfora para o príncipe neutralizar o mal. Outra das óperas que acompanham Celso? A ópera de Verdi (1813 – 1901)? Recuo, à procura de La forza del destino, de 1862, cantado por Galina Gorchakova. Será que soubemos escutar o ciciado na voz da atualidade e o que nem se abra ao previsível, no acaso, sem destino[152]? Vozes pessoais de visionários? Na aparência, as palavras são soltas numa poéticas. Meia página abala o leitor. Meia página, umas quantas linhas de “voz”[153] , “voz marinha”, vinda do mar, submarina. Marina. Na “poética da dissonância”, fica aberta a superfície ao “espaço descontínuo”, criado por Lucchesi para ela[154]. A inatingível voz dela? Não sabemos. Na aceção do termo “fragmento”, Heidegger sublinharia essa origem deslocada de textos únicos e incompletos, que deixam espaço por concretizar. Escritores como Lucchesi, coligindo fragmentos, escapam às “correntes literárias”, “movimentos identitários” e “evidências” repetidas. Um significado de recusa de continuidade no vestígio escrito, fragmentado, foi adquirido no mar, que não é terra firme. Todavia, com “intencionalidade”[155] na voz, “nunca poderemos deixar o mundo, o que nunca deixámos”[156], o mundo terreno. Numa particular fenomenologia[157], poder-se-á conceber a “suspensão de julgá-lo”. Como não julgar o mundo do pensamento oblíquo, da metafísica passada? Ficando pela rama, na área concreta, terrena (não marítima, à beira mar, o que “sobrenada” ...). No que importa, não estamos nós fora de água? É de todo difícil alcançar maneira de arrancar o “pensamento de superfície”, também a superfície da página de Marina encante, pela superfície que cobre os reflexos incessantes, os jogos de reflexos, como ilusões e evasões, que surgem e desaparecem. Se não for atingido o que aparece antes do fundo das letras, ficamos aquém de imergir: foi muito antes que Parménides e Heidegger viveram. É preciso dizer que a superfície não se confunde com a aparência - a realidade energética, a dança terreste, da vida dançante[158]. A máscara de Marina já arrasta a ilusão do que aflora (a superfície) – a “transparência da voz”[159]. Esconde-se ela algures, no “re-dobrar” do seu ser[160]. A sua aparência causar-me-ia a diligência em “lê-la” a preceito. A voltar a Parménides e Heidegger, a profundidade[161] do livro dá antes a explorar o ser e as coisas[162], ao invés da superfície (mas com a superfície), a sua luminosidade. Quando a metáfora da luz (do dia, do Sol, da Lua promissora do brilho dos olhos verdes…) não encontra um reino perdido que persiga o ser, quantas ideias ficam subterradas e obscuras ao leitor? Foi a partir daquele ilusório mundo de reflexos (a superfície), que alcancei a incerta profundidade. Será o outro mundo (“marinho”) contrastado ao ilusório da realidade e ainda aquele outro mundo perdura, mutável e instável, matizado de cor intensa e de brilho ténue de águas passadas. Quanto ao retorno à superfície, ao aparecer, no emergir de novo, volta a agitação do mar emocional, que se ressente, no que permanece do eterno esvaziamento. Ficou um poço vazio daquele outro momento de amor ou do que dele reste nas rochas imutáveis. “Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”[163]. Quando “aparecer é um compromisso metafísico”? A “metafísica” foi além de physis. Cientistas designam a metafísica de “especulação” de ideias, tantas vezes incertas, com que se debatam. O que se entende por “real” é, nesse segundo sentido, o que ultrapassa a “realidade” que conhecemos por perceção (inter)subjetiva. O real é um referencial profundo[164]e infinito; a realidade é o que conhecemos ou julgamos conhecer. Numa mediação poética para a metafísica, “aparecer” situa a presença original no mundo do ser, sendo que o mundo adote a incerteza na errância (e na morada no novo mundo). ~ Quanto “aparecer” vive acima da superfície e da aparência das coisas, é o ser que reflete um inóspito caminho de linguagem reflexiva, aproximativa e assintótica[165]. No ato de escrever, Marco Lucchesi delineou-me a possibilidade de especulação, a liberdade crítica e a ironia, abertas portas à metafísica fenomenológica. O existir em processo trouxera-me antes outros saberes e, nos espaços do mundo daqui, foi indicada a deslocação para a saída de “ex-” (em “existir”). Entretanto, aprendi que existir alcança o sentido de “pôr-se de pé”, de acordo com a etimologia. Num apelo a erguer-se (pondo-se de pé), já o próprio ser permanece em lugar recôndito, na condição de vir a aliar o desvelamento do ente – objeto, coisa, um ser, Marina... Outros “reivindicam” para si o “estar-aí” (da-sein), dito que todos “querem, buscam, sonham com você” [Marina], um corpo no que não “fuja”[166], na errância noturna. Consequência da fuga da luz? Será ela dada a “despertar” outra, a emergente Marina de Celso? Encontra-se ela ausente, no que seria de voltar a abordar a limpidez, a superfície, a “transparência”[167] da constelação “prometida” de dois seres. Uma forma de profundidade incompleta. Numa lúcida forma de escrita, patamar de sonho lúcido, Celso encontra-se em guarda. O narrador não deseja “despertar [vidas escritas]” … Talvez busque tão somente a “voz” dela, naquele eco, em que ressoa a limpidez, alcançará outra “voz”. A quem dar “voz”? A Molly, no seu solilóquio, na primeira pessoa[168]. Molly, uma inigualável cantora de ópera; Marina, de que nem sabe Celso se se lembra… da voz, dada à imagem fugidia na melodia, ao piano[169]. O que passou não se encravou. No ser em mudança, serão cristalizadas mínimas recordações, rareando “o caminho da verdade”[170], sem saída (uma aporia) tantas vezes paradoxal. Guerras dos mundos de ideias As ideias “verdadeiras” e as guerras de “opiniões” não se consolidam, nas correntes do paradoxo. Conjugam batalhas sem fim: Parménides e Zenão vs. Platão; Nicolau de Cusa vs. os que não cooperavam… Numa oposição ao seu tempo, questão cerrada e a descoberto, foi a permanência e a transformação. Parménides reteve a pura permanência, unilateral. Exigente na “ponderação”, Platão (428/427 – 348/347 a.C.) dedicou-lhe um diálogo inteiro - Parménides, em que Sócrates levou uma revisão verbal dum oponente, Zenão de Eleia (século V a.C.), para o efeito de inquirir o sentido do Uno, cujas “absurdas consequências seguem (ou não seguem?) em contradição com a referida doutrina”[171]. E se o ser é múltiplo? “Parménides”, um arauto da “revolução”? Esse é um ponto de um “resumo” do livro. Sendo que o germe da destruição estivesse plantado[172], que revisões foram geradas, a propósito das suas ideias? O que queriam mostrar os eleatas, com Zenão adiante das forças, o arauto da geometria e dos estranhos números, o infinito e o zero? Uma revolução, no conceito de tempo: fluxo constante e deixa de haver presente? O paradoxo de Zenão assinala o contrário à opinião recebida e comum, para o tempo virar uma sequência de mínimos momentos separados, donde vivermos o presente e a mudança ser ilusão. Quanto ao espaço? Sendo uno, não dá condições a haver “lugar” e “aqui”. No espaço fragmentado só há “aqui”, ausente o movimento. A revolução tem sentido no paradoxo, forjadas inesperadas dissensões. “Mudam [os tempos e] as guerras”[173]. No século XV, novo sobressalto. Gerador de ódios por contemporâneos, Nicolau de Cusa (1401 – 1464) alarmou muitos, pelo acento na compatibilidade entre extremos. Encarou a conjetura de “opostos”[174], dicotomizado o mundo por valores antagónicos, quando se creia num ponto de vista considerado válido. Nova batalha. Era Napoleónica, em França e na Europa, no ano VIII (ou, no calendário vigente, datado a 9 de novembro de 1799). Contrastaram adesões e oposições a Napoleão, herói e anti-herói, arrebatado o poder no golpe “18 do Brumário”[175]. As mudanças foram inquestionáveis, com a chefia e as saradas guerras. A guerra entre Marina e Celso não foi uma constante, também não persistiu. No foco da maior peleja, a distância a Marina[176] antecedeu outra circunstância: o entendimento de “como [Celso] se vê”[177]. Num “sinal de transição, de deslocamento”[178], veio de Celso a afirmação séria, numa trégua consigo mesmo: “já não habito na distância”[179]. Anteriormente, despedir-se-ia dela, como um Catulo[180], numa linguagem coloquial, sem intensidade e sem profundidade maior… Poderia estar a recuperar o “habitar”, junto dela. Existirem compatibilizados, nas suas oposições, requer o significado: “habitar”. Talvez se encontre algures, na linguagem. Para “morar”, fica bem longínqua a raiz etimológica, no sânscrito - vatami -, cujo termo alemão é wesen. Dir-se-ia que Celso possa já “estar-aí” (da-sein)[181]. No seu lugar - aí -, à fluência não lhe faltará diferença. Como expor uma diferença melhor do que com o ruído feito pelas diferenças da fala e do canto de Celso e Marina? Revejo a aliança, a separação, o que nem quer significar uma divisão de opostos. Há uma distinção nas “vozes”, para um sistema caótico, em várias escalas de linguagens. A organização de mundos No século XXI, em 2023, há ordem para parar e avançar no terreno do ser. “Há mais de dois milénios…”. Heidegger[182] introduziu essa conjetura perdurante[183], nas primeiras palavras de Ser e Tempo. Fora há muito “esquecido” o que surgira em Parménides, uma abstração – Poema – “onde se encontra o ser e o ente”? Ente pode ser objeto, coisa, ser … E o ser é o mais próximo do ser humano, sem que seja “um Deus ou um fundamento do mundo”[184]. Não existe um ente sem um ser. Acresce perguntar: “o que significa pensar?”[185]. Pensa-se em alguém, um ser, enquanto as guerras matam pessoas. Desde que a nossa imaginação pejou o mundo de deuses, entre ninfas, dragões ou quimeras, foi feita a equação, pelo menos: esquecido o humano. Não neutro, mas esclarecido, Heidegger rebelou-se contra ter sido minada essa incógnita do mundo – o ser, o guardião da questão[186]. Colocado o tão saliente à parte (o ser) e juntas as palavras a ideais, “ordenaram-se” melhor as coisas. Nessa incessante transformação, contra as utopias, foram cometidas “supressões” de coisas, acrescentos de quimeras, os “suplementos”, esquecidas possíveis “deformações”[187]. Aguardado o alvorecer da modernidade líquida, após a linha humanista dos anos sessenta do século passado, ainda seria antecipado o outro tempo do ser frágil, das diferenças e vulnerabilidades acrescidas. Vemos superada a razão não linear, o princípio da não-contradição[188], a alinhar o excluído. Arrastamos até mesmo para a paz a “coincidência de opostos”[189]. No reiterado pensamento ímpar de Lucchesi, um visionário de saberes ontológicos, preside o ser humano que é pensado, dito que ser e não ser não sejam iguais. Os seus conhecimentos são buscados entre um que é muitos[190]: ser e não ser e “ser de todo o ser”, na expressão de Giordano Bruno (1548 – 1600). Ruínas e salvação Um genial revolucionário, Giordano Bruno, foi o que retomara o ser, em On the infinite universe and worlds (“Sobre o infinito, o universo e os mundos”). Recordado num post scriptum[191], o opositor, Bruno, foi morto. Para mais escrevera “A ceia das cinzas”[192], em gritante contraste com o fogo da paixão. Deu-se ao desfecho inolvidável, à morte horrenda, após outra intrincada conjetura resistente à “ignorância” por dogmatismo e ceticismo do tempo. Bem além e aquém do “estar aí“, em substancial presença, o que resiste à fixação ao lugar encontra-se na imaginação, em múltiplas superfícies, no não linear, cujas diversas escalas se coloca Marina. Celso vive numa efetiva transição temporal, quando “o agora é um índice [indicador] da eternidade”[193]. Quando ainda se creia na “eternidade do mundo”[194], uma exceção. Enquanto nos insurgimos, Marina poderia “fixá-lo” ao passado em comum[195]. Na “correspondência” truncada, o narrador assumirá a perspetiva de “crer na eternidade do ser. Mundo sem fim e sem Deus. Essa é a ideia que me salva”[196]. Ademais, imaginar a “eternidade” não diz que não se “aclare a contingência” [197], o acaso, por contemplação intuitiva[198] e sensível. No perpétuo salto entre histos, reparo no ocaso do relacionamento, na paragem e esgotamento dum percurso: “[As cartas de Marina, “ibérica prudência”?] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo. Cartas inúteis e vazias! Abracem do não ser a eternidade!!”[199]. Creio no indecidível. Não cumpriremos todas as “promessas”, as coisas voltarão a ser as mesmas nas guerras e nos amores à beira mar: o “vestido azul”, a “pedra”, os “passeios” e as “bicicletas”[200]. Recordações e ilusões para “todas as cartas em princípio circular”[201]. “Quem sabe se…”[202], se “tudo se passa aquém da superfície”[203]? A verdade - domínio duplicado da aparência - agarra o “desvendamento”[204]. Da substância/essência não temos algo, além da aparência. E ainda que deixássemos há muito de atingir “as coisas em si”, vivemos demasiado no escuro em volta. Quanto muito, realizemos nova viragem às partes, quando “o passado é órfão do presente [índice de eternidade]”[205], no mundo compartimentado. Vivemos num “tempo inabordável”[206]. De forma paradoxal, deixámos o “museu”[207] e as “espécies” à solta, que diminuem com seres impreparados. Do ser e tempo[208] à nova hermenêutica, reatada “presença”, o que “aparece” no “compromisso metafísico” com o ser[209]? Numa filosofia para o século XX, o existencialismo ainda contou para O ser e o nada[210], no que importou o significado, o valor e o propósito da vida. Na época, avançado distanciamento/estranheza[211] face ao “teatro de sentimentos”. Na Europa, tanto “narrativa”, quanto “ficção” deram lugar ao “novo romance”[212], uma mistura de atores sociais e coletivos, de géneros misturados, uma “polifonia”[213]. A psicologia da vontade e a narrativa Na psicologia então emergente, William James[214] discriminara a “vontade de acreditar” do que queremos fazer “desacreditar” - o que seja convencionado para a época ou para a “troca” correspondida de “cartas” a e-mails, o que escape à explicação e/ou à compreensão[215]. Narrativa, na psicologia pós-racionalista, congregou a ideia de que “contadores de histórias” seriam os que estariam incrustados ao amor e ao sofrimento. Como sublinhado, nas teorias semânticas, havia outras “vozes” e “polifonias”, quando um discurso se enuncie. Fora enunciado. Ademais as (re)autorias e sensibilidades eram provenientes doutros domínios de saber, tomadas por empréstimo (nas teorias feministas, na narratologia, nas ciências sociais e humanas…). As temáticas ganharam sentidos segundos, o significado de ridículo e a ironia alcançou outra voz crítica, ainda com o romance de ideias. Com Laurence Stern[216] é possível “justificar” uns “resumos” dum Celso[217]. Os condensados foram ordenados, entre “ideias confusas”[218] dum amor límpido. Num modelo dos mundos emocionais e do “eu em processo”, as “organizações de significado pessoal” (OSP) remeteram, em fim de século, a "metáforas básicas da descrição do real”. Traduziram apreensões dinâmicas para “estrutura da personalidade” e consumaram “significados”, para formas de dar sentido à vida. O modelo OSP, de Vittorio Guidano Vittorio Guidano foi um psicoterapeuta romano, que viu a criatividade como possibilidade de transitarmos duma para outra organização de “significado pessoal”, da falta e perda à reorganização noutra emoção, talvez pelo receio da distanciação. Correu na margem de entendimentos do corpo e da culpa. Concebeu uma epistemologia, com Leslie Greenberg, Humberto Maturana, Michael Mahoney e Óscar Gonçalves. Numa visão emocional integradora, a faceta de experienciar a vida (I, em inglês; o nível de “eu experiencial”) nem se opôs mais a “significar” a experiência (a narrativa da experiência). Pode ser dado o exemplo buscado no que conheci em Guidano e num seu amigo, Leslie Greenberg, de saúde mental. Quando com eles estudei, partiram dde G. H. Mead[219], entre muitos outros. No sul africano Leslie Greenberg[220] senti a primazia conferida a existir, tão visceral, no âmago da experiência imediata, o "eu". Frente a frente ao vivido subjetivo, Vittorio Guidano[221] colocava-se noutro plano de conhecimento: o “mim reflexivo” (me, em inglês). Contrastava na relação à energia de Greenberg, uma “presença” por inteiro, uma conexão no momento, em níveis diversos (físico, emocional, cognitivo e espiritual), ou seja, havia uma consciência da plena experiência corporal e emocional, vontade de escuta ativa, busca de compreensão. Modelos para fazer mundo Na distância cavada, lemos que “a gota do mar é pequena, quando o tempo de ausência seja longo.” A memória nem se esvai na comparação e compreendido desgaste. O “piano – sobrenada”[222] … – voga à tona de água, assim sendo a memória[223], num “abismo líquido”[224]. Poderia ser a voz “atemporal”[225], inesquecível, aquela voz entretanto quebrada de Marina? Tendo lá permanecido uma presença, não se cravou… No incomensurável passar dos anos, quais “cardumes de palavras”[226], arrastaram “o vazio”[227]. A eternidade deixou de ser. Morreu um mundo terreno junto do mar. O eco imaginário de Marina, na ausência quedou-se. Existem as “rochas” [que] continuam imutáveis[228], fustigadas por ventos e marés. Do revolto mar à mata-bioma e às pedras encalhadas, sobressai o abandono, nas “correntes indomáveis”[229]. Celso, continente/recetáculo, sem mãos. Haja o que desapareça e volte com a “correnteza”[230]. Sem alcance do “mundo submarino”[231], as águas não brilham. Somente na “superfície” são “transparentes” [232] águas, para um mundo que foi desarticulado e fragmentado em partes. Como referido, no uno, teríamos um mundo total e eterno. Numa perspetiva particular, um amigo meu acentuou a condição física, metafórica e metafísica (“especulativa”) do ser. Sem ler Marina, António Maurício enfatizou o transitório – o humano para “ondas do mar” (o seu mundo parcial). Na expressão oral, coloquei as suas palavras de permeio, com parênteses retos, para elucidar o refletido do infinito: Em resumo, e metaforicamente, parece-me que [esse processo humano, dinâmico instável] tem semelhanças com o que acontece às ondas do mar[233] (…) configurações/formas locais e transitórias desse mar/suporte e alimento de todas as outras formas/configurações potencialmente possíveis do mesmo. Que podem nascer, crescer, viver/existir, reproduzir-se e morrer/deixar de ser/existir, porque são fenómenos/seres transitórios. (…) Mas não é por isso [por haver formas locais e transitórias de mar], que o mar/vácuo quântico/TAO/[234]o sem nome/... (pressuposto background/suporte/meio/ e fim de tudo o que é possível, e por isso intemporal, Total, global, cognoscível e/ou incognoscível), sem ser… seja redutível a qualquer aspeto antropomórfico[235] .... mas contendo-os... O meu amigo tem uma conceção física e de recipiente – o “vaso vazio”, o inamovível Uno[236]. Nessa substância, Maurício faz conter os mundos parciais contrastantes. Na “leitura desviante”, colocamos “entrelinhas”[237]. A “colocar parêntesis” no que se saiba ou julgue saber, houve um retorno ao mundo, no abalo cultural da consciência. Na aproximação a coisas[238], podemos condensar “cardumes de palavras”[239], no que sobreviveu unido, o par que se afastou: As “cartas deitam iodo [como o mar] e sal… [como lágrimas] [240]… novo sal”[241] Crescem as ondas que me arrastam para dentro [daquele mundo submerso]. Põe-se Celso “a nadar“[242]. [No mar] Haveria “… a correnteza“… e entretanto “as ondas sobem cada vez mais altas… Já não encontro salva-vidas. [Celso dirigindo-se a Marina, pede-lhe uma vez:] Nademos juntos”[243]… No relacionamento, terá havido … um “naufrágio e tempestade”[244]. Até no “perigo de [Celso] afogar-se na praia”[245]. Ergue-se, subleva-se ele, humano, que “não tem guelras nem escamas”[246] … No salva-vidas da terrena praia, onde não “para de chover” … “mal sei nadar em tanto azul… [Celso] Andava a saltar “nas rochas, acima do cinturão das algas”, mas mergulhara no mar, “quando é escassa a correnteza”[247]. “Caminho sobre a chuva, ondas revoltas [no mar], branca espuma”[248] … “nadar [para] tão longe” …[249]. Na deriva, as “leituras desviantes” de uma temática[250], colocam vários caminhos de leitura. Não fosse o vazio deixado de palavras… [Sempre permanecem] “As pedras [que] rugem no bater das ondas”[251] [instáveis]. [Muda o significado de] “Praia - Cadeia alimentar, baleias, pescadores”[252] … “Sinto no meu corpo a maresia [que muda também, após a vazante, de cheiro intenso do mar] e assim transformo o sal em novo sal”[253] [Em casa] O “relógio de areia” de Celso, quando se encontrava com Marina, no passado, “ficava na estante” … [porque o tempo era subjetivo]. “Um belo dia [a ampulheta] quebrou-se” … “Vinte anos” separaram [Celso e Marina] … quantos “grãos” de areia [na ampulheta] são necessário” para tanto tempo passado?[254] “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[255], sendo que o sal eliminado, baixe a pressão[256] [arterial] e “transformo o sal em novo sal”[257]. Nova vida. As palavras vão e vêm, na modernidade líquida. A tornarem-se as palavras “úmidas”, é o sinal de sofrimento no “sal” e na “lágrima” salgada. Qual garrafa que se joga ao mar? Flutuaram ambos num domínio intemporal, deram-se a palavras inevitavelmente “fartas de imprecisão, saudosas da beleza”[258]. E que “cartas” se virão a “salvar” do mar do esquecimento, com agrestes “ventos do Atlântico”? Na insana movimentação vital, Celso “decide [a dado momento] atravessar a maresia”[259] e quedou-se o mar de distância entre si e Marina[260], ao primeiro e-mail dela, seguido-das imagens coloridas, palavras dela. Marina aparecer-lhe-ia na imaginação dovbelo solilóquio de Molly Bloom[261], um encantatório eco. É dele o repente, quando não queira voltar ao passado: “Não me afasto deste mundo de areia… Passam navios à distância”[262]. Em terra firme, Celso, não sai de si mesmo. No final do livro, arredio, Celso dará conta do inesquecível mau tempo, em que se sentira “naufrago”, abraçado ao não-lugar[263]: “Passada a tempestade, me afogo nos teus olhos [verdes e do mar]”[264], olhos de luz fina e penetrante. Do repetido reparo no olhar de lince, o que ficamos cientes do passado na marinha de salinas, na praia e noutras paragens? A lembrança foi ter à imagem da “jovem” Lívia, sua prima e amiga de Marina… [Lívia] “deu-se às ondas”[265]. Deixou de ser. Condenado, Marcus, perdeu alguém; Celso perdeu Marina, não fossem as “fugas” intempestivas. Anunciado casamento ou “condenação”, na escuta de Grande Missa em Dó Menor, K 427[266], de Amadeus Mozart (1756 – 1791), o significado diverge, para o cineasta Robert Bresson[267]. A perda não justifica uma causa, que seja culpa de falta de pontualidade dela ou o atraso dele. Preso ao antecipado mito: “Cheguei tarde como o Rei Marcus”[268], já que a bela Isolda amava Tristão e vogariam num barco do amor à beira mar[269]. No enlevo por Isolda, Celso assumia encontrar-se na condição do rei[270]. Outro fora a lição de Orfeu[271], que olhou para trás… “Não se ergueu” (no existir). E como a palavra concretiza o pensamento (quando o alcance), em inumeráveis mundos atingimos a parte num ou noutro fator – o mar subterrâneo, o envelope na palavra, uma sinédoque. A crer na memória “líquida”, mais uma vez, em imaginação de Marina[272], Celso “lembrou-a” de que já teriam pisado as pedras até à onda, ao imenso mar[273] Quando o a sair último apaga a luz Na ausência de fundamentos externos e de princípios internos, temos o reino perdido do ser. No mundo abandonado, aliado no estranhamento, é o esquecimento (“o fundador”) uma implicação do recuo do ser[274]. Como constatado, em Heidegger[275], surgiu o ser, um dos seus dois temas constantes. Como ser nem seja fundamento, nem seja princípio, incorreria na dobra original “ser-ente”[276]. Donde, a possibilidade de “re-dobra” do ser em Marina. Para o incauto efeito, somente desviando-se um autor, poderá recuar o ser, em que as hierarquias da existência passam a ser independentes (ser e ente), deixando de fazer sentido o que veio primeiro. Nenhum deus alguma vez pode unir o disperso, nos tempos que correm. Em Heidegger (1986 [1982]), para quê escrever “Porquê poetas”. Andaria o filósofo nos caminhos da floresta obscura, no que recuaria e o conduziu a Hölderlin (1770 — 1843): “E porquê poetas em tempos atribulados?[277]” Além da destroçada condição de “autor-idade”, o autor deslocou-se à poesia de vestígios inacessíveis. Marco Lucchesi pode ter atendido ao segundo tema de Heidegger, quando foque o eterno, em Parménides[278]. Visado fundamento do enigmático “pensamento”: leu as primeiras descobertas nos fragmentos ou vestígios escritos. De Marina, Lucchesi arrasta já o leitor às primeiras interrogações, como nos ousados fragmentos pré-socráticos incompletos, desbravados e arredios a um ponto, excêntrico a linhagens ou a “influências”. Ocorre pensar noutro ângulo de visão criativa, sem articulação entre o próximo e o longínquo, alcançado um brilho lateral, que perpassa na contemporaneidade. Qual será o derradeiro lugar em que pulse o pensar? – Pergunte-se. Em Poema, de Parménides, fragmento de conceitos acutilantes. Possuímos além da “dobra” constitutiva do ser (nos limites entre ser e ente), a prerrogativa de interrogar, de hesitar, de duvidar e de afirmar. Em que mundos desaparece e reaparece a consciência? Resposta: Nos dias que se sucedem a noites, a alternância revela-se à consciência, no sonho e na realidade percetiva. Da diferença entre mundos, Marina, o que perdura na ausência? Memórias de palavras “recorrentes: o nada, a Morte, abismos e fantasmas”[279]. Perdura o “sonho” no eterno “menino”[280]. Em Marina, o coprotagonista Celso, um retirado fazedor de “não histórias”, afigura-se retirado, o que não significa derrotado. Noutra asserção crítica, quando não se bata em retirada, poderão ser dados saltos na compreensão duma obra de múltiplas leituras. Foi no Prefácio à segunda edição de Crítica da razão pura, que Kant alertou para o pensamento, cujos “saltos temerários” nem seriam escusados. Poder-se-ia ir mais longe, no arriscando, nas nossas frágeis sociedades, a ponto de nem ser dito o que se pense, nem ousar-se o criticar. [1] Lucchesi, Marco. Marina. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023, p. 89. Quanto à “romaria de formigas” (p. 78), a ser desfeita, “vivo em guerra contra os cupins…” (p. 23). “Só as cartas ficaram intactas. Desprezadas até pelos cupins” (p. 24). “Pobres cartas! Ai de nós! Indigestão de todos os cupins” (p. 28). Afinal, outra maçada, será o velho computador perder cartas, “perder tudo” (p. 89). [2] A crença no acesso à profundidade teve os seus dias melhores, quando se acreditou numa via única, uma dimensão da base ao topo, entretanto barrados os códigos e a exatidão, buscada na modernidade. [3] Marina, p. 73. [4] Marina, p. 56: Marina possui uma “beleza transitiva”. Marina, p. 60: “Sou trilho morto, intransitivo [que não chega a ela]. Se não te alcanço não me basto”. Marina, p. 71: o caráter transitivo, sendo o que muda, aproximou-se de “sinal de transição, deslocamento”. [5] Marina, p. 27. [6] Marina, p. 76. [7] Marina, p. 76. [8] Marina, p. 15. [9] Marina, p. 13. [10] Marina, p. 87. [11] Marina, p. 13, p. 17. [12] Marina, p. 67. [13] Marina, p. 85. [14] Marina, p. 85. [15] Marina, p. 91. [16] Marina, p. 55. [17] Marina, p. 87. [18] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [19] Marina, p. 86. [20] Marina, p. 72. [21] Marina, p. 69. [22] Marina, p. 84. [23] Marina, p. 33. [24] Na alusão do autor, a xilogravura de 1507, de Hans Schäufelein the Elder? Um idoso, “o mais velho” (the elder). Ou “Cristo diante de Anás, do espelho da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, também de 1507? [25] Marina, p. 22. Parménides é também referido na p. 35 e na p. 98. [26] Marina, p. 49). Ulisses representa o que enfrentou perigos e riscos do mar, explorando o mundo. Escritores foram “navegadores”, por caminhos sem guia e sem antecipação, como James Joyce (1882 – 1941). [27] Marina, p. 49. [28] Marina, p. 71. Celso efetua ainda um recuo, quando “uma janela abre-se ao vento” e se desfaz o enlevo com Marina. Concretamente, recuo terá o sentido militar, na guerra. [29] Marina, pp. 34-34. [30] O vaso é um recetáculo, um contentor para as coisas sensíveis, no Timeu de Platão, datado de 360 a.C. Identifica a chora, no que acolhe as coisas em devir. [31] Marina, p. 89. [32] Marina, p. 77. Nas folhas ímpares, são dados a ler “resumos”, como o da página 27: “Sobre a morte das cigarras e o motor imóvel. As garras do leão. Livre-arbítrio, borboleta e tempestade. Software e cálculo integral. Termina com um verso de Mallarmé.” Geralmente, os “resumos” são ampliados em textos de duas páginas. [33] Marina, p. 81. [34] Marina, p. 43. [35] Marina, p. 89. [36] Marina, p. 78. [37] Marina, p. 67, post scriptum: “Leitor de pássaros, sou como um áugure romano a decifrar tua mensagem”. Na Roma antiga, desde o século VIII a.C., os sacerdotes tornar-se-iam augures, tirando presságios, partindo dos voos, do canto e das entranhas de pássaros, entre outras aves. [38] Marina, p. 89. [39] Marina, p. 87. [40] Marina, post scriptum, p. 98. [41] Marina, p. 50. Na perspetiva computacional, disse-me um informático, a diferença é nítida entre significado e semântica: “fornece-se uma semântica para um argumento (ou seja lá o que for), quando se fornece um método de traduzir os símbolos, que contém para qualquer coisa que tenha significado: dar uma semântica para uma linguagem pressupõe, ou envolve, uma Teoria do Significado. Contrasta com a sintaxe, que é apenas a gramática formal do sistema, que determina que os símbolos estão corretamente juntos ou não. Pode assim seguir-se uma sintaxe do sistema sem ter a mínima ideia da sua semântica”. [42] Marina, p. 43. [43] Marina, p. 18. Na Ilíada, poema homérico, salienta-se o belo e valente Ájax, com que lutou Heitor, sem vencedor ou vencido. [44] Marina, p. 53. [45] Marina, p. 35. [46] Marina, p. 36. [47] Marina, p. 83. [48] Marina, p. 39. [49] Marina, p. 79. [50] Marina, p. 86. [51] Marina, p. 49. [52] Marina, p. 18. A Guerra Fria, tensão geopolítica, no final da Segunda Guerra Mundial (1945), abrangeu Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), desde a Presidência de Truman, em 1947, tendo fim na dissolução da URSS. [53] Marina, p. 31. [54] Marina, p. 35. [55] Quando a alegoria apresenta dois significados, literal e figurado, as palavras, cujo significado seja literal, devem dar lugar ao significado alegórico (figurado). [56] Por extensão, ao mundo subaquático, Marina, p. 50: “… o abismo líquido”. Marina, p. 37: “um líquido destino terra adentro. Marina, p. 79: “Presumo que se lembre (ó, líquida memória!) da onda que das pedras nos levou ao mar.” [57] Imagino até mesmo O mundo à minha procura, de Ruben A, um relato autobiográfico em que o escritor dá conta da vida e da escola, que “esquece os livros”. [58] Marina, p. 49. [59] Marina, p.54. [60] Marina, p. 65. [61] Marina, p. 65. [62] Marina, p. 13. [63] Marina, p. 27, p. 29. Na mesma página 29: “de dez mil dias” …, após o “terremoto” - “uma “falha sísmica”. [64] Castro, Ruy. A vida por escrito: ciência e arte da biografia. Lisboa: Tinta da China, 2023., p. 16. A “literatice” passa pela ideia de um biógrafo atravessar a pessoa-personagem, para dela extrair o que não saiba de si mesma nos pormenores, para o efeito de conceção de episódios “inesquecíveis”. [65] Marina, p. 16. [66] Marina, p. 13. [67] Marina, p. 89. [68] Marina, p. 13. [69] Marina, p. 37. [70] O interminável percurso, é destacado na página 93. O texto continua com a presença do tempo, para “Zenão de Eleia: Aquiles corre com a tartaruga”, um paradoxo da verdade de Parménides, numa demonstração “por absurdo”. [71] Marina, p. 16. [72] Marina, p. 54. [73] Durante uma noite, após ter querido escrever insistentemente uma sonata, o compositor italiano Giuseppe Tartini compô-la a dormir e a sonhar. Intitulada O Trilo do Diabo, imaginou que o próprio maligno lhe apareceu em pessoa para tocar violino e o “ajudar”. Ele não era capaz de terminar a obra musical, mas quando acordou conseguiu acabá-la com a única parte da música de que se lembrava. [74] Jung, Carl. (1954 [1951], p. 123) [75] Marina, p. 73. [76] Marina, p. 56. [77] Marina, pp. 55-56: “A jovem [caveira sem carne] cedeu sua beleza ao brinquedo”, tratando-se de morta, que na urna funerária tinha a sua boneca de marfim, segundo Marco Lucchesi, preservada do Tempo dos antoninos, na Roma antiga, pelo autor. Portanto, aquilo, demarca a figura histórica, no achado brinquedo, que a acompanhou na urna. https://en.wikipedia.org/wiki/Crepereia_Tryphaena [78] Marina, p. 56. O “espelho inverso”, do aveso, passa o par a dois contrários ou simetricamente opostos. [79] Marina, p. 69. Quem diga a transformação dela alude à sua representação no quadro de outra. [80] Um poço é um recetáculo, a chora, em Platão. Um continente retém um conteúdo, as ideias sensíveis. [81] Marina, p. 50. [82] Marina, p. 96. Nessa página, é salientada a comunicação, quando gatos ronronam e cães latem. [83] Reis, Carlos, & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, pp. 152-155. [84] Idem, pp. 152-153. [85] Marina, p. 86. [86] Marina, p. 91. [87] Marina, p. 86. [88] Marina, p. 63. [89] Marina, p. 95. [90] Marina, p. 54. [91] Marina, p. 73. [92] Marina, p. 96. [93] Marina, post scriptum, p.97. [94] Reis, Carlos & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, p. 154. [95] Marina, p. 91. [96] Strauss, Anselm, & Corbin, Juliet. Basics for qualitative research: Grounded theory procedures and techniques. Newbury Park, CA: Sage, 1990, p. 96. [97] Marina, p. 95. Numa intercalação da história de Proteu com o mito de Orfeu, essa invenção do poeta romano Virgílio (70 a.C. — 19 a. C.), encontra-se nos versos de número 453 a 527 do Livro IV, das Geórgicas. [98] Marina, pp. 71-72. Vale ouvir a rádio Orfeu … Ouço distante a voz de Orfeu. [99] Marina, p. 80, p. 86. [100] Marina, pp. 79-80. [101] Marina, p. 80. [102] Marina, p. 49. [103] Marina, p. 91. [104] Marina, p. 91. [105] Marina, p. 49. [106] Neymeyer, Robert A. & Mahoney, Michael. Construtivismo em psicoterapia. Tradução de Mônica Giglio Armando e Fábio Appolinário. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1997, p. 173. [107] Quem diga texto, poderia referir-se a trabalhos com que um texto se cruza, num filme, romance ou peça de teatro. [108] Forster, Eduard Morgan. Aspects of the novel. New York, NY: Harcourt, Brace and World, 1927. O “enredo” (plot) distingue-se da “história” (story), na medida em que o enredo ordena os acontecimentos de forma temporal e de forma causal, mas a “história” limita-se a ordená-los no tempo. [109] Scholes, Robert, & Kellogg, Robert. The nature of narrative. New York, NY: Oxford University Press, 1966, p. 207, pp. 238-239. [110] Angus, Lynne; Lewin, Jennifer; Boritz, Tali; Bryntwick, Emily; Carpenter, Naomi; Watson-Gaze, James, & Greenberg, Leslie. Narrative Processes Coding System: A Dialectical Constructivist Approach to Assessing Client Change Processes in Emotion-Focused Therapy of Depression. Research in Psychotherapy: Psychopathology, Process and Outcome 2012, 15(2), 54–61. DOI: 10.7411/RP.2012.006 [111] Marina, p. 23. [112] Marina, pp. 79-80. [113] Marina, p 83. [114] Marina, p. 94. [115] Marina, p. 71. [116] Marina, post scriptum, p. 76. [117] Marina, p. 23. [118] No risco de morte no mar bravo, noutro lugar: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração” (Lucchesi, 2023, p. 71). [119] Marina, p. 23. [120] Marina, p. 23. [121] Marina, p. 80. A expressão é atribuída pelo autor a um livre pensador, Lucilio Vanini (1585 – 1619), que se autodenominou outro, nas obras publicadas como Giulio Cesare Vanini. [122] Marina, p. 83. [123] Marina, p. 93. [124] Marina, p. 93. [125] Marina, p. 14, p. 79. As baleias primam nos seus “afetos radicais” (p. 79). [126] Marina, p. 93. [127] Marina, p. 93. [128] Marina, p. 93. [129] Marina, p. 95. [130] Marina, post scriptum, p. 99. [131] Marina, pp. 85-86. [132] Strauss, Anselm. Qualitative analysis for social scientists. New York, NY: Cambridge University Press, 1987, p. 32. [133] Marina, p. 91: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, num eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite”. [134] Marina, pp. 13-14. [135] Marina, p. 54. [136] Marina, p. 14. [137] Marina, p. 13. [138] Marina, p. 22. [139] A noção de “livre arbítrio contracausal” indica a decisão livre, não determinada por uma causa, um motor. [140] No cálculo integral, pensa-se na heurística, de Arquimedes (287 – 212 a.C.) , com a finalidade inicial de calcular áreas e volumes e seguir a pista e gravar o movimento dos corpos celestes, do sol, da lua e dos planetas, no que se partiu da aritmética e da geometria. [141] Concausa introduz a causa, que coexiste com outra causa, cujo efeito seja conjugado. [142] Marina, p. 27. [143] Marina, p. 27. [144] Marina, p. 13. A brevidade contrasta como o longo tempo que passou, após o encontro prolongado. [145] Marina, p. 43. [146] Marina, p. 69: “Teus olhos sabem narrativas”. [147] Marina, p. 87. [148] Marina, p. 91. [149] Marina, p. 91. [150] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, (1970 [1947]), p. 65. [151] Marina, p. 75. [152] “O acaso dá-nos os pensamentos, o acaso retira-no-los”. Esse é um pensamento de Blaise Pascal (1623 – 1662). [153] Bakhtin, Mikhail M. Speech genres and other late essays. Austin, Texas: University of Texas Press, 1986. Partindo de “géneros de fala”, certas vozes farão coisas diferentes. A noção de “voz” tornou-se um conceito adequado e útil para a caracterização do narrador num texto: “quem ‘fala’”. “Quem é ‘ouvido’”, “quem expressou algo” … A ser “dada uma voz”, a “voz”, conduziu à critica de uma só voz, com Bakhtin. Na conexão de “voz”, com as ciências sociais, avançamos entre “múltiplas vozes”. [154] Marina, p. 13. [155] A “intencionalidade” em Edmund Husserl (1859 – 1938) e) colocou-se em “Meditações cartesianas”, para a forma basilar da consciência e dos processos psíquicos: “consciência de alguma coisa”. Donde, a proximidade das coisas. [156] Lévêque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Publico, 2001, p. 13. [157] O mundo e a consciência veem em conjunto, dum único golpe: se o mundo é exterior/interior à consciência, o que escape é o ribombar de “tempestade”, o espanto perante uma explosão, o ribombar do trovão. [158] Marina, p. 75. [159] Marina, p. 91. [160] A ser retomado o sentido do ser (do ser em si mesmo, do ser do “homem” e do ser do pensamento), com Martin Heidegger (1889 – 1976), a “metafísica” ganhou terreno, na tradição filosófica. Ficou a crítica ao que tenha sido “esquecido” - o ser, com frequência, entre Platão (428/427 – 348/347 a.C.) e Nietzsche (1844 – 1900). [161] Na etimologia de “profundidade”, “pro” indica uma direção a, e “fundus” é o esvaziamento, por extensão de fundo. [162] Na especificidade, “coisa” denota o objeto natural. Acresce o tratamento dado ao objeto ou ao termo natural-artificial, ao real-irreal, ao mental-físico. Na filosofia, “coisa” incorre numa aparição, vaga presença, quando faltem as palavras, por incerteza na “errância”, falhado o alvo … Uma tempestade abrupta, uma explosão. Coisa chega a ser conhecimento, imaginação, vontade... [163] Marina, p. 81. [164] Num referencial da personalidade do adulto, adiante aludido, a psicologia pós-racionalista enquadra um modelo da realidade humana, que conjuga a experiência e o significado da experiência (“eu-mim reflexivo”). À superfície emocional da infância, estudada em John Bowlby, o psiquiatra Vittorio Guidano, aliou a “organização do significado pessoal” (OSP). [165] Uma assíntota, na geometria, para uma curva plana, é uma linha que explora uma distância infinita em relação a um ponto (P), quando esse ponto se distancia ao infinito, sem jamais encontrar a linha. [166] Marina, post scriptum, p. 76. [167] Marina, p. 91. [168] Galindo, Caetano W. Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, pp. 1104-1106. [169] Marina, p. 43. [170] Parménides. Fragments du poème de Parménides. Paris: PUF, 1996. Na primeira parte do poema, foi concebido um saber puro, a “verdade”, que afeta a via dos jogos de aparência das coisas, vindo a duplicar as aparências, no “desvendamento” (a-letheia, no grego clássico). O Uno, em Parménides, deixou-nos a mensagem fragmentada, na “revelação”, a “abertura”, a verdade escrita, no poema Sobre a natureza. Tanto as diversidades do mundo exterior, quanto as “opiniões dos mortais” (referidas num décimo da segunda parte da obra – o mundo da aparência), foram distanciadas da contemplação. Parménides inspirou a noção de Platão, para a dialética (partindo de duas ideias opostas, gerada uma síntese). [171] Platón. Parménides. Tradução de Guillermo R. de Echandía. Madrid: Alianza, 1987, pp. 55-56. [172] Na circunstância, as tensões antagónicas, entre a unidade e a diversidade, haviam sido protagonizadas por Parménides e Heráclito (cerca de 500 – 450 a.C.). Forçada a ultrapassagem da disputa inicial? [173] Marina, p. 43. [174] Nicolau de Cusa manifestou a sua forma de pensar num mundo em transição, tendo defendido a necessidade de contingência (coincidentia oppositorum), por parte da natureza e aderiu à contemplação intuitiva, em que o conhecimento fosse a unidade dos contrários (no livro Docta ignorantia, “Sobre a ignorância aprendida/sobre a ignorância científica”). [175] Marina, p. 35. [176] Marina, p. 31. [177] Marina, pp. 27-36. Na página 27, assumido ter-se tornado “perigosos”, na página 35, Celso diz ter medo de si mesmo. [178] Marina, p. 71. [179] Marina, post scriptum, p. 97. [180] Marina, p. 87: “[As cartas] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo”. Catulo foi um poeta romano (87/84 a.C. – 57/54 a.C.), entre outros “modernos”, criticados por Marco Cícero, um contemporâneo, escritor e autor de cartas, mas que mudou a literatura europeia, com impacto no século XVIII. [181] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970 [1947]. Na parte final de Carta sobre humanismo, Heidegger esclareceu: “não eis-me aqui! mas sim, se posso expressar-me num francês obviamente impossível, ‘être le là’ e o ‘aí’ é precisamente a-letheia. Como esquecer que da-sein representa o “estar aí”, o “habitar”? [182] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [183] Uma ontologia dedicada ao ser, existência e realidade. [184] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970, p. 77. [185] Heidegger, Martin. Que veut dire penser? In Essais et conferences. Paris: Gallimard, 1958. [186] O ser foi abandonado, quando se colocou adiante o ousia. No saber dos ousiai, enfatizadas substâncias. [187] Goodman, Nelson. Ways of world making. Indianapolis, Indiana: Hackett, 1985, pp. 7-17. [188] Marina, p. 93. Na lógica clássica, uma proposição não pode ser, em simultâneo, “verdadeira” e “falsa” (princípio da não contradição). Uma proposição é falsa ou é verdadeira (princípio do terceiro excluído). [189] Marina, p. 89. Em De docta ignorantia, de 1449, Nicolau de Cusa criou três momentos do “espírito” no itinerário, uma hermenêutica, ora voltado para o “exterior”, ora para o “interior”. Importa para a coincidência de sorte, em não serem anulados pontos de vista diferentes (opostos), do ser humano ao infinito. [190] Marina, p. 89. [191] Marina, post scriptum, p. 62. [192] Marina, p. 89. [193] Marina, p. 73. [194] Marina, p. 35. [195] Marina, p. 35. [196] Marina, p. 93. “Salva-nos” pensar que a unidade primeira não torne a escamotear o ser, frente ao ente, em Deus. A base da metafísica, ciência do ser, foi por muitos anos o debate de “substâncias”, para o que se mantenha por baixo, o “elemento” permanente da coisa. Embora o ser tenha múltiplas aceções, formulam-se todas para um princípio (arché) único, material e definido. Na “correspondência”, o ser não pretende servir a ideia de “ser para Deus”, de ser a pessoa concreta, o que se mantém (ousia, “substância”, “no bem fundo”). [197] Marina, p. 96. [198] Como Nicolau de Cusa, que viu nesse acaso o conhecimento de Deus. [199] Marina, p. 87. [200] Marina, p. 93. [201] Marina, p. 98. [202] Marina, p. 17. [203] Marina, p. 18. [204] O “desvendamento” - aletheia, no remoto Poema de Parménides, um saber do Uno, entretanto desfeito,encontra-se antes de recolocada a ordem do vivido, ou seja, “todas as formas de presença afetivas e intelectuais”, em Jean Lévèque. Lévèque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Público, p. 114. [205] Marina, p. 73. [206] Marina, p. 95. [207] Marina, p. 73. [208] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [209] Marina, p. 22. [210] Marina, p. 93. “Não ser” tem no francês a palavra “néant”. E “nada” encontra-se em mè eon (“o não-ente”), em grego. Nem sendo a chora, o “nada”, o não-ente, nem chega a ser privação do ser, porque o “lugar” não tem qualquer objeto. O vazio de um contentor – o “vaso” - é diferente: possui forma, é chora. [211] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [212] Kundera, Milan. 1988. A arte do romance. Lisboa: Dom Quixote, 1988. Nessa obra, o “romance” é de ideias, a partir de Cervantes (1547 – 1616), por longo tempo “aguardada” a inspiração de Laurence Sterne (1713 – 1768), em D. Quixote. Ao romance de ideias foi dada outra linhagem, na marcação francesa: François Rabelais (1494 — 1553) e Denis Diderot (1713 — 1784), quando alcançaram liberdade crítica e ironia revolucionária, no renascimento e no século XVIII. O multifacetado Rabelais cruzou até as facetas na palavra, ora erudita, ora aventureira, percorrendo o lado festivo e o lado religioso e solene. [213] Marina, post scriptum, p. 76: “São minhas essas vozes: que me indagam, enlaçam, apertam, comprimem. Polifonia da gente que me habita. Mas todos querem, buscam, sonham com você”. [214] James, William. The will to believe and other essays in popular philosophy. New York, NY: Longmans, 1897. [215] Marina, p. 49. Para Carl Gustav Jung (1875 - 1961), a “humanidade” dividiu-se em duas partes: nos que “nadariam”, com James Joyce, no Ulisses, havendo quem se “afogasse” (numa autoridade, num qualquer saber dogmático). No Ulisses, é o monólogo de Molly Bloom condutor a um “sim”. [216] A obra de Lucchesi remete a Viktor Shklovsky. um crítico literário russo, em paralelo a Laurence Stern, autor de dissonantes observações, no que este último escreveu “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy”, um novo Quixote.” [217] Marina, p. 17: “Cada qual começa com um resumo”. [218] Marina, pp. 29-30. [219] Mead, George Herbert. Works of George Herbert Mead. Vol. 1 Mind, self and society from the standpoint of a social behaviourist. Chicago, Illinois: University of Chicago Press, 1967. A explicação das diferenças entre si e Greenberg, foi esclarecida por Guidano, que utilizou os termos de George Herbert Mead – I (“eu”) e me (“mim”), frente a Greenberg. Mead (1863 — 1931) concebeu o self social (Mead, 1913), no sentido de sermos a única espécie que usa a linguagem, aquisição a partir da qual planeamos, pensamos e comunicamos a experiência. A vida de uma pessoa não seria um atributo individual e privado em Mead, cuja narrativa seja uma autoexpressão, envolvendo o controlo da informação do self. [220] Geller, Shari M. & Greenberg, Leslie S. (2012). Therapeutic presence: A mindful approach to effective therapy. American Psychology Association. https://doi.org/10.1037/13485-000 [221] Guidano, Vittorio. The self in process: Towards a post-racionalist therapy. New York, NY: Guilford, 1991. [222] O que seja acima do nada, sobrenada num “lugar” das coisas sensíveis, que soam e ressoam. [223] Marina, p. 43. [224] Marina, p. 50. [225] Marina, p. 49. “Persegue os temporais”, os maus tempos de vendavais no passado-presente-futuro. [226] Marina, p. 18. [227] Marina, p. 49. [228] Marina, p. 73. [229] Marina, p. 73. [230] Marina, p. 18. [231] Marina, p. 49. [232] Marina, p. 73. [233] Tanto “mar” quanto o cérebro são “suportes físicos” e “alimentos”. A imensidão das “ondas do mar” e da mente em movimento configuram um fluxo movediço e inatingível, em que o ser é originariamente “bem-fundo”, a “substância” (no latim, ousia), para o que sejam variações e transformações das coisas. [234] Lao Tzu. Tao Te Ching. Capítulo 4, n.d. http://pt.wikisource.org/wiki/Tao_Te_Ching/IV. No mundo parcial ancestral chinês, pensar é agir. Reiterada a filosofia no T’ai Chi, a conexão ocorrida no Universo propicia a combinação de mente (li) e matéria (chi), “realidade última”, numa acomodação da unidade do Tao, à semelhança do “ancestral das dez-mil-coisas”: O Tao é um vaso vazio // Cujo uso nunca transborda. // Abismo! // Parece o ancestral das dez-mil-coisas! // Abranda o cume; Desfaz o emaranhado; Modera o brilho; Une o pó. // Profundo! // Parece existir algo! // Eu não sei de quem o Tao é filho. // Parece ser o anterior ao Ancestral. [235] Antropomorfismo para uma forma de pensamento em que elementos da natureza ou figuras de deuses alcançam características humanas. [236] O princípio da identidade, em Parménides, assumiu que todo o objeto é idêntico a si próprio. [237] Marina, p. 18. [238] Sartre, Jean-Paul. Une idée fondamentale de la phénoménologie de Husserl, l’intentionalité. La Nouvelle Revue Française, 1939, 304(1), 129-132. Na medida em que a consciência traduz uma aproximação às coisas, poderá “ser algo que não ela própria”. [239] Marina, p. 18. [240] Marina, p. 18. [241] Marina, p. 37. [242] Marina, p. 18 [243] Marina, p. 18. [244] Marina, p. 21. [245] Marina, p. 23. [246] Marina, p. 23. [247] Marina, p. 23. [248] Marina, p. 26. [249] Marina, p. 28. [250] Marina, p. 28. [251] Marina, p. 28. [252] Marina, p. 29. [253] Marina, p. 37. [254] Marina, p. 42. [255] Marina, p. 71. [256] Marina, p. 37. [257] Marina, p. 37. [258] Marina, p. 49. [259] Marina, p. 16. [260] Marina, pp. 16-18. [261] Marina, p. 49. Na obra publicada em 1922, Molly Bloom, cujo nome verdadeiro era Marion, é a personagem de Ulisses, de James Joyce, uma cantora de ópera, reconhecida em Dublin, na Irlanda. No monólogo, é colocado um “fluxo de consciência”, sem parágrafos e sem pontuação de vírgulas e travessões. [262] Marina, p. 55. [263] Marina, p. 55. [264] Marina, p. 95. [265] Marina, p. 61. [266] Marina, p. 95. [267] Casar não foi contemplado por Mozart, tendo vivido poucos mais anos que Jesus. Bresson utilizou a música de Mozart, em 1956, no filme “Um condenado à morte escapou”, passado durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), nomeadamente no Kyrie, de Mozart (caso vocativo da palavra grega kyrios, para “senhor”). No Antigo Testamento, utilizou-se Kyrie na mais antiga tradução grega (Septuaginta), para traduzir a palavra hebraica Yahweh. No Novo Testamento, Kyrie foi o título dado a Cristo, como em Filipenses 2:11. [268] Marina, p. 86. [269] Marina, p. 86. [270] Marina, p. 79. [271] Marina, p. 95. [272] Marina, p. 79. [273] Marina, p. 79. [274] Marina, p. 55: “Ao não lugar me abraço como um náufrago”. No recuo do ser, não será “dispensado” o ser, no que me recorda o protagonista e narrador de Marina, encontrado num não lugar, sob um batimento da “pressão”. [275] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980, pp. 88-89. [276] A dobra é franzida. “Eu-ente”, um depósito material insolúvel, na dobra existe o “sedimento”, em Ensaios e conferências, de Heidegger. [277] No Romantismo, após o Século das Luzes (século XVIII), Hölderlin viveria já ao “cair da noite”. Teriam deixado o mundo três deuses “fraternos” – “Héracles, Dionísio e Cristo”. Acresce dizer, sem romantismo, que alcançada a “noite”, perdermos as referências-guias, as linhagens e ficamos sós. Deixa-se de referir a autoridade (“quem sabe”) e configura-se um destino nem certo, nem seguro. Na incerteza da errância, falharia o alvo que seja excessivamente arriscado. [278] Marina, p. 22, p. 35 e p. 98. [279] Marina, p. 76. [280] Marina, p. 78.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
28

Palacios González, Manuela. "A campesiña no cambio de paradigma da poesía irlandesa contemporánea". Boletín Galego de Literatura, nr 50 (7.04.2017). http://dx.doi.org/10.15304/bgl.50.3877.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
A escritora irlandesa Eavan Boland publicou en 1989 o ensaio A Kind of Scar, no que salienta a relevancia da muller campesiña para o cambio de paradigma poético que está tendo lugar en Irlanda arredor desa década. Tanto o ensaio como o poema que inclúe a modo de epígrafe “The Achill Woman” constitúen un bo exemplo do xénero anti-pastoral e evidencian a exclusión tanto da experiencia real da muller campesiña como a da muller poeta da historia e a tradición literaria nacionais. O presente artigo restitúe, fronte ao desinterese de prácticas críticas recentes, a importancia da muller campesiña para a argumentación de Eavan Boland neste ensaio.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
29

Estévez-Saá, Margarita. "Custodias da terra: A muller rural na obra da irlandesa Alice Taylor". Boletín Galego de Literatura, nr 50 (19.05.2017). http://dx.doi.org/10.15304/bgl.50.3910.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
A escritora irlandesa Alice Taylor está a adicar a súa producción literaria a reproducir o modo de vida das comunidades rurais do oeste de Irlanda, prestando especial atención á contribución das mulleres, de xeito que a súa obra pode considerarse coma unha testemuña dun modo de vida a piques de extinguirse. O presente traballo reivindica a obra de Alice Taylor, analiza textos representativos dos diferentes xéneros utilizados pola autora (poemas, relatos, novelas e escritos autobiográficos), e tenta buscar unha explicación ao feito de que a a crítica literaria ten descuidado o estudo da aportación dunha autora que, nembargantes, é moi popular entre o público lector.Propoñemos un estudo de textos representativos da súa obra aplicando os conceptos Bergerianos de “autor(a) testemuña” e “memoria histórica”.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
30

Montenegro, Agustín. "De “A Country Walk” a The Pen Shop: un análisis sobre la espacialidad y la tradición irlandesa en la obra de Thomas Kinsella". Inter Litteras, nr 4 (23.08.2022). http://dx.doi.org/10.34096/interlitteras.n4.11740.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
La obra del poeta Thomas Kinsella propone una constante indagación de la relación entre poesía y tradición en la literatura de Irlanda. Por más de cincuenta años, sus poemas, ensayos y traducciones han configurado una mirada profunda sobre la conformación de una literatura marcada por los efectos lingüísticos e ideológicos de la colonización. Este trabajo se propone analizar comparativamente dos de sus poemas peripatéticos: “A Country Walk” (1962), y The Pen Shop (1997), con el fin de observar cómo proponen un complejo entramado de relaciones entre conciencia, espacio, mito y tradición, relaciones que pueden enmarcarse e incluirse en las problemáticas de la literatura poscolonial. El análisis se apoyará en tres elementos fundamentales. Su ensayística, por un lado, nos permitirá relevar la conceptualización de los problemas subjetivos que subyacen en su poética. La crítica académica, por su parte, dará un aporte fundamental para descifrar las innumerables referencias históricas, geográficas y personales de los poemas analizados. Finalmente, las reflexiones sobre la relación entre el sujeto y el espacio, desde Michel de Certau a Walter Benjamin, nos permitirán demostrar los múltiples sentidos que se crean entre los umbrales, el espacio y el territorio en el andar meditativo-poético del caminante.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
31

Naves, Marina, i Valéria Pereira. "On being asked for a war poem: W. B. Yeats and the role of the poet during World War I". Literatura e Autoritarismo, nr 24 (6.09.2020). http://dx.doi.org/10.5902/1679849x44338.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Partindo da análise de dois poemas escritos por W. B. Yeats, On being asked for a war poem e An Irish airman foresees his death, discute-se, sob a perspectiva do nacionalismo anticolonial irlandês, o papel do poeta durante a Grande Guerra. Em Yeats, tal ofício não é criar um ideário militar glorioso (ou, ainda, expressar os traumas do soldado britânico que defende sua terra), mas manter-se calado — como no primeiro poema — ou, ainda, de expor a estupidez, insolência e frivolidade que o conflito para ele representava. Pelo autor apreende-se, também, a expressão da triste e peculiar contradição que é morrer por uma nação que não se ama — pior, que mantém dominada a sua própria pátria —, como aparece no segundo poema. Desse modo, destrinchando as duas obras é possível, também, reler a Primeira Guerra Mundial por meio de um olhar que não se volta para manutenção de disputas e políticas imperialistas; pelo contrário, que as contrapõe e as questiona.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
32

Rowley, Rosemarie. "The case of W.B. Yeats: Mind, Nation and Literary Landscape". Ecozon@: European Journal of Literature, Culture and Environment 2, nr 1 (14.05.2011). http://dx.doi.org/10.37536/ecozona.2011.2.1.390.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
The emergence of the nation states was one of the fruits of Romanticism, and each reborn country needed to rediscover its identity: in Ireland, identity was very much tied to the landscape and what remained of the Irish language, place-names playing a special role in the evocation of national desires. A study of these key texts of Yeats’ shows how his dedication to the life of the mind mirrored the loss of contact with the natural world. This is true of its landscapes and its mythological figures. I hope to show that in an early poem “The Song of Wandering Aengus” that in developing an antithetical self, Yeats was at significant times not only opposed to Nature intellectually and spiritually, but also emotionally. The privileging of the life of the mind over the animal self has played in his own life and in his influence what may have been a costly division. La aparición de los estados nación fue uno de los frutos del Romanticismo, y cada país que renacía necesitaba redescubrir su identidad. En Irlanda, la identidad estaba muy ligada al paisaje y a lo que quedaba de la lengua irlandesa, por ello los topónimos desempeñaron un papel especial en la evocación de deseos nacionales. Un análisis de estos textos clave de Yeats muestra cómo su dedicación a la vida de la mente reflejaba la pérdida de contacto con el mundo natural. Esto es cierto en el caso de los paisajes y las figuras mitológicas. Espero mostrar que en uno de sus primeros poemas “La canción de Aengus el Errante” al desarrollar un ser antitético, en momentos significativos Yeats estaba no sólo opuesto a la Naturaleza intelectual y espiritualmente, sino también emocionalmente. Privilegiar la vida de la mente sobre el ser animal ha jugado en su propia vida y en su influencia lo que podría haber sido una división costosa.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
33

Lorenzo-Modia, María Jesús. ""The Feather Shop" de Medbh McGuckian: A ollada empática ás mulleres e á natureza". Boletín Galego de Literatura, nr 50 (9.06.2017). http://dx.doi.org/10.15304/bgl.50.3999.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
A poeta irlandesa Medbh McGuckian é coñecida desde o comezo da súa carreira literaria pola sutileza nas súas imaxes que conectan a natureza coas mulleres e coa súa corporeidade. Aínda que este aspecto ten sido estudado dentro das súas posibles crípticas significacións, este traballo ten o propósito de analizar desde unha perspectiva globalizadora o corpo das mulleres en relación coa natureza mais aló do seu valor estético e literario e incardinalo desde a perspectiva biopolítica, ética e práctica. Seguindo a James McElroy (2011: 64-65) a súa praxe poética será analizada desde o ecofeminismo, tendo en conta que toda crenza ou institución opresora para as mulleres causa dano aos seres humanos en xeral e á natureza toda en tanto que sistema que debe estar en equilibrio. O artigo inclúe, así mesmo, un poema inédito de McGuckian e a tradución para o galego do mesmo por parte da autora do ensaio.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
34

Legarreta Mentxaka, Aintzane. "«Visibilizar el borde». Entrevista a Ángeles Rocha". TSN. Transatlantic Studies Network, nr 9 (20.01.2020). http://dx.doi.org/10.24310/tsn.2020.vi9.13002.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Ángeles Rocha (Santiago de Chile, 1971), fotógrafa y poeta. Entre sus numerosas exhibiciones: «Desenfocada: Imágenes de India» (Festival de las Artes de Valparaíso, Chile), «Nosotras. Imágenes audiobiográficas» (Centro Cultural Jaaga, en Bangalore, India), «Cuerpos ineludibles» (Cárcel de Alto Hospicio, Iquique, Chile), «Fiesta de San Lorenzo. Apuntes para una arqueología trans» (Universidad Católica de Valparaíso, Chile), «Cicatrices de género» (Universidad Católica de Valparaíso, Chile), «Zona de derrumbe. Detalles de Santiago en ruinas» (Biblioteca de Santiago, Chile) y una «Muestra retrospectiva» (Outhouse, Dublín, Irlanda). Su libro de poesía El reyno fue publicado en 2013. Su obra ha recibido premios en la revista Pluma y Pincel y en Radio Umbral. Su próximo libro, Dèjá Vu, es una colección de relatos breves. Rocha ha vivido en India, Brasil, México y actualmente se encuentra en Dublín (Irlanda), donde está trabajando en un nuevo proyecto.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
35

Azambuja, Enaiê. "“The Habits of Moss that Secretely Freezes the Stone”: o espaço na obra da poeta irlandesa Eiléan Ní Chuilleanáin". e-cadernos CES, nr 14 (1.12.2011). http://dx.doi.org/10.4000/eces.925.

Pełny tekst źródła
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
36

ÇOLAK, Raşit. "Oisin’in Gezintileri’nde İrlanda etnik kimliğine yanmetinsel bir yaklaşım". RumeliDE Dil ve Edebiyat Araştırmaları Dergisi, 21.07.2022. http://dx.doi.org/10.29000/rumelide.1146733.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
The world in recent years have witnessed undoubtedly the most brutal, tyrannical, unmerciful events of cultural identity, ethnicity, religion, policy and other factors which make people different from each other. Surely, it is not a new movement or concept, not the first and may not be the last to oppress, neglect, forget and isolate the others who do not think like us. History of humanity is full of these unpleasant samples. Nearly, in every part of life people face such kind of unforgettable moments. Some fields especially literature is shaped on the basis of minorities who strive for telling their humanly feelings and ideas. Hence, great writers, playwrights, poets are those who have tried to cry the innocent sounds of their nation through their works. One of the great figures who aimed to defend the rights of his nation and regain their identity is the arch poet of English literature, William Butler Yeats. In this study, it is aimed to analyse the identity problem of the Irish in one of his great poems Wanderings of Oisin read by Nathan and presented in YouTube through paratextual approach by Gérard Genette.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
37

Padilha, Solange Viaro. "John Banville: narrativa ecfrástica e picturalidade". Revista Letras 97 (27.07.2018). http://dx.doi.org/10.5380/rel.v97i0.58234.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
A literatura e as artes visuais sempre estabeleceram um diálogo. Na Grécia antiga, poetas e filósofos já discutiam a proximidade entre a poesia e a pintura; a écfrase era utilizada como procedimento retórico. Na contemporaneidade, os entrelaçamentos intermidiais configuram um fértil campo de estudos comparatistas. Esta pesquisa investiga as relações entre a palavra e a imagem no romance O livro das provas (1989), do autor irlandês John Banville, texto com o qual conquistou o Guinness Peat Aviation Award. Em tom confessional, o protagonista do romance rememora o passado utilizando uma narrativa não-linear, condizente com o tom memorialístico adotado. Suas referências à pintura acentuam o caráter pictural do texto, que discute a relação entre a vida e a arte e também a permeabilidade das fronteiras entre a realidade e a representação. Com base em estudos a respeito da écfrase, esta pesquisa pretende analisar a arquitetura textual de John Banville e destacar os marcadores picturais presentes no romance.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
38

Cotroneo, Vanesa. "Cascando / Mancando: de la autotraducción como método, a la teoría de la despalabra". Beckettiana, nr 20 (27.12.2023). http://dx.doi.org/10.34096/beckettiana.n20.13866.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Este trabajo analiza la autotraducción del poema de Samuel Beckett Cascando, en inglés, al poema Mancando, en alemán, realizada por el mismo autor durante el año 1936. Propone que dicha autotraducción es la primera entre muchas otras autotraducciones en la obra del autor y que opera como método práctico previo a la teoría de la despalabra, que el irlandés postuló en su Carta alemana de 1937, dirigida al librero Axel Kaun. Señala que ambos textos en alemán, Mancando, de 1936, y la Carta alemana de 1937, en cierta forma, rodean a los German Diaries de 1936 y 1937, de los cuales se anticipa una búsqueda bilingüe. Como hipótesis fundamental, este texto propone que los mecanismos de autotraducción interlingüística de Cascando / Mancando, e intersemiótica, del poema Cascando a la versión radial homónima, evidencian los postulados teóricos de la German Letter de una poética de la despalabra, hacia el menos, hacia el fracaso y el despojamiento. Asimismo, el artículo coteja las traducciones al español de los poemas Cascando y Mancando para afirmar que se trata de dos poemas diferentes, dado que, en consonancia con la idea de la despalabra, el texto en inglés se enfoca en el tema del amor, mientras que el texto en alemán, aún con mayor cantidad de versos, enfatiza su ausencia. Finalmente, observa la importancia de la cracked voice en la versión radial de Cascando en lengua inglesa, de 1964, luego de la versión inicial de Cascando radial en francés, de 1961.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
39

Lasa, Cecilia. "El estatuto de la poesía en la ensayística de Samuel Beckett y T.S. Eliot". Beckettiana, nr 20 (27.12.2023). http://dx.doi.org/10.34096/beckettiana.n20.13865.

Pełny tekst źródła
Streszczenie:
Este trabajo se propone estudiar la ensayística de Samuel Beckett y de T. S. Eliot como espacio de reflexión sobre su composición poética. Ambos poetizan la crisis del lenguaje y de las formas literarias heredadas del siglo XX en un contexto signado por enfrentamientos bélicos armados y encuentran en el ensayo el género que les permite construir una base conceptual en torno a su quehacer artístico: cuál es la naturaleza, la función y el estatuto del lenguaje poético, cuál es la concepción de poesía que se despliega en sus poemas, entre otras teorizaciones. No obstante, los autores difieren en el tratamiento que hacen del ensayo como forma: el escritor irlandés explora, desde el humor y con una actitud lúdica, la hibridez del género al emplear para su composición procedimientos propios del teatro y de la poesía; el escritor norteamericano-inglés, por su parte, hace un uso instrumental del género, funcional a su quehacer poético, y no convierte a su producción ensayística en objeto de experimentación poética. En este sentido, mientras que para T. S. Eliot la poesía se manifiesta en sus ensayos principalmente como contenido sobre el cual teorizar, para Beckett el ensayo constituye una expresión discursiva que, tanto como el teatro, puede convertirse en objeto de poetización.
Style APA, Harvard, Vancouver, ISO itp.
Oferujemy zniżki na wszystkie plany premium dla autorów, których prace zostały uwzględnione w tematycznych zestawieniach literatury. Skontaktuj się z nami, aby uzyskać unikalny kod promocyjny!

Do bibliografii