Journal articles on the topic 'Pierre de Crescens'

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Medeiros, Cristina Carta Cardoso de. "Pierre Bourdieu, dez anos depois." Educar em Revista, no. 47 (March 2013): 315–28. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-40602013000100017.

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Abstract:
O presente texto procura discutir o legado deixado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. Dez anos após sua morte, tem-se discutido, em nível internacional, a relevância deste autor, um dos mais influentes e citados teóricos do mundo. Para a identificação desta influência no Brasil, mais especificamente no campo educacional brasileiro, pesquisou-se nas teses e dissertações encontradas no banco de dados da CAPES, que referenciavam Bourdieu, de que forma estaria se dando a apropriação de seu quadro teórico de análise para construção de conhecimento no referido campo. Concluiu-se que o número de produções defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Educação no Brasil, de 1965 a 2010, cresce de forma exponencial, demonstrando o quão profícua a utilização da teoria sociológica de Bourdieu tem se mostrado para explicar a realidade da Educação no Brasil na contemporaneidade. Encerra-se o artigo com uma reflexão sobre a consideração do status de Bourdieu como um clássico da Sociologia que, paradoxalmente, se mostra mais atual e vivo do que qualquer outro autor quando se trata de aplicar seu princípio maior, a saber, analisar o mundo social e suas lógicas, desvelando as formas de dominação e as misérias sociais.
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Bragança, Scheilla Marina, Herminia Emilia Prieto Martinez, Helio Garcia Leite, Lucio Pereira Santos, José Antonio Lani, Carlos Sigueyuki Sediyama, and Víctor Hugo Alvarez V. "Acumulação de matéria seca pelo cafeeiro conilon." Revista Ceres 57, no. 1 (February 2010): 48–52. http://dx.doi.org/10.1590/s0034-737x2010000100009.

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Abstract:
Com o objetivo de caracterizar a acumulação de matéria seca pelo cafeeiro conilon (Coffea canephora Pierre), um experimento foi conduzido em Marilândia/ES, no delineamento de blocos casualizados, com 24 tratamentos (época de amostragem) e três repetições. Utilizou-se a variedade clonal EMCAPA 8111, plantada em outubro de 1995. Constatouse que o cafeeiro conilon apresentou padrão sigmoidal de crescimento até os seis anos de idade, com acumulação crescente de massa de matéria seca. Houve declínio na taxa de crescimento absoluto após 48 meses de idade e diminuição na taxa de crescimento relativo após o primeiro mês de idade.
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Proença Leite, Rogério. "VIDA ACELERADA E ESGOTAMENTO: ensaio sobre a mera-vida urbana contemporânea." Caderno CRH 35 (December 17, 2022): e022039. http://dx.doi.org/10.9771/ccrh.v35i0.49599.

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Abstract:
A partir das reflexões de Hartmut Rosa sobre aceleração e ressonância, e da noção de concorrência como modelo de subjetivação, de Pierre Dardot e Christian Laval, pretende-se discutir a alteração dos padrões de autovigilância das condutas, nomeadamente aquelas que se dão no ciclo acumulativo sempre crescente de esforços pessoais para a manutenção e superação dos padrões atuais de produção. A reflexão parte da constatação de que vivemos experiências urbanas cada vez mais aceleradas e incitadas, sobretudo, pelas práticas de consumo que resultam em experiências urbanas esgotantes e alienantes. Disso resultam experiências urbanas de pouca ou nenhuma durabilidade, marcadamente efêmeras, sem implicações territoriais para além do mero consumo do próprio espaço.
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Martins, Edna. "A ENTREVISTA COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA SOBRE PRÁTICAS EDUCATIVAS DE FAMÍLIAS." Nuances: estudos sobre Educação 24, no. 3 (January 22, 2014): 15–30. http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v24i3.2697.

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Abstract:
O estudo da família vem constituindo um campo de crescentes investigações. O presente trabalho apresenta um relato de experiência de pesquisa qualitativa com famílias de periferia metropolitana, apontando para a reflexão crítica acerca da entrevista como instrumento metodológico na compreensão desse fenômeno. À luz da perspectiva de Pierre Bourdieu, aborda questões sobre a pesquisa que utiliza a entrevista, focalizando questões psicossociais presentes numa situação de encontro entre pesquisador e entrevistado. Levanta os limites e as possibilidades no estudo dos processos familiares, além de discutir as relações de poder e de desigualdade contidas na situação de entrevista. Oferece subsídios tanto para a discussão de procedimentos de coleta de dados, como também no registro e transcrição das narrativas de entrevista de investigação científica.http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v24i3.2697
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Pereira, Rafael Melo. "Habitus e o Campo na Favela." LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer 23, no. 4 (December 30, 2020): 613. http://dx.doi.org/10.35699/2447-6218.2020.26886.

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Abstract:
A atividade turística vem crescendo em diversas favelas da cidade do Rio de Janeiro e, por este motivo, despertou o interesse de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento em avaliar o desenvolvimento do turismo que acontece dentro das comunidades. Observar o processo de turistificação nestas áreas degradadas é importante para o âmbito acadêmico e sociedade como um todo, porque o fenômeno turístico pode gerar grandes impactos negativos. Assim sendo, este não deveria acontecer sem planejamento prévio, estudos científicos e acompanhamento dos setores públicos visando a minimizar efeitos negativos naquelas localidades. Esta dissertação tem como objetivo geral analisar os efeitos do fenômeno turístico no campo (a favela) e no habitus (moradores) da favela Santa Marta. Esta última é o objeto de estudo da pesquisa e a partir do trabalho campo foi possível verificar que existem mudanças no que Pierre Bourdieu adota como campo e habitus da favela pesquisada. Concernente à metodologia, esta seguiu uma abordagem qualitativa, tendo como base as teorias de Pierre Bourdieu para orientar as minhas reflexões, bem como estruturar um arcabouço teórico-metodológico consistente para a pesquisa de campo. A partir da pesquisa de campo foi possível verificar, entre outras coisas, que os guias locais se esforçam para (re)construir a imagem da comunidade, isto é, eles tentam através do turismo desmistificar a favela, minimizar os estigmas de local pobre e perigoso.
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Guilherme, Alexandre Anselmo, Cibele Cheron, and Renato de Oliveira Brito. "“Ao vencedor, as batatas”: critérios de classificação de periódicos no estrato A1 da base Qualis e dinâmicas de competição na área da Educação." Praxis Educativa 16 (2021): 1–20. http://dx.doi.org/10.5212/praxeduc.v.16.18309.071.

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Abstract:
O presente artigo observa os critérios de aferição da qualidade dos periódicos brasileiros segundo os parâmetros estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) nos documentos alusivos à Área 38 – Educação, do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior e demais órgãos oficiais. Objetiva-se compreender a crescente importância da indexação e da utilização de indicadores bibliométricos para a classificação dos periódicos no estrato A1, ressaltando-se as disputas entre os atores do campo. As análises são teoricamente fundamentadas nas noções de campo e de capital científico de Pierre Bourdieu, ethos científico, imperativos e efeito Matheus, de Robert Merton e, ainda, de complexidade, monocultura e policultura, de Leonardo Boff. Os resultados apontam para a necessidade de repensar práticas protecionistas que colocam em risco a existência do campo, substituindo-as pelo engajamento em um diálogo maior e interdisciplinar.
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Barreira, Leda de Alencar, and Suely de Souza Baptista. "A (re)configuração do campo da enfermagem durante o estado novo (1937-1945)." Revista Brasileira de Enfermagem 55, no. 2 (February 2002): 205–16. http://dx.doi.org/10.1590/s0034-71672002000200016.

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Abstract:
O objeto do estudo são as mudanças ocorridas na enfermagem no período denominado Estado Novo. OBJETIVOS: analisar o panorama da enfermagem na capital federal no período e discutir os efeitos da influência da Igreja católica e das enfermeiras do governo americano na enfermagem brasileira. FONTES UTILIZADAS: documentos escritos do Centro de Documentação da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ, bem como a literatura existente sobre a temática. A interpretação dos achados apoiou-se na Teoria do Mundo Social de Pierre Bourdieu. Os resultados evidenciaram profundas alterações, em termos de formação profissional, mercado de trabalho e institucionalização do exercício da enfermagem, as quais ocorreram no bojo de reformas educacionais e sanitárias, em meio a um crescente poder da Igreja católica e da forte influência norte-americana no contexto da segunda guerra. Este jogo de forças determinou a reconfiguração da identidade da enfermeira brasileira e do próprio campo da enfermagem.
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Valle, Ione Ribeiro. "Um conceito reinterpretado ao longo do século: do intelectual individualista de Durkheim ao intelectual coletivo de Bourdieu." Revista Internacional de Educação Superior 4, no. 1 (January 9, 2018): 95–111. http://dx.doi.org/10.22348/riesup.v4i1.8650711.

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Abstract:
Para contribuir com o debate sobre os intelectuais recorremos a dois sociólogos, distanciados um do outro cerca de um século: Émile Durkheim (1858-1917) e Pierre Bourdieu (1930-2002). O primeiro preconiza a relação entre uma “moral individualista” e o papel do intelectual. Esta reflexão integra o conjunto de suas apostas na coesão social e na moral laica, indispensáveis à promoção do progresso e da ordem nas sociedades em processo crescente de diferenciação. A perspectiva de Bourdieu volta-se à necessidade de “reinventar uma espécie de intelectual coletivo segundo o modelo do que foram os enciclopedistas”. Segundo ele, um novo desafio se impõe ao intelectual coletivo: mobilizar a ciência, e a sociologia em particular, na luta contra os usos abusivos da própria ciência e da autoridade científica. As ideias destes pensadores oferecem chaves de leitura que inspiram o desenvolvimento de uma sociologia histórica voltada à educação no pensamento social brasileiro.
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Silva, Paulo Duarte. "SECUNDUM STATUTA CANONUM: PODER E MEMÓRIA NOS CONCÍLIOS DO SUL DA GÁLIA (524-529)." OPSIS 18, no. 1 (May 10, 2018): 21. http://dx.doi.org/10.5216/o.v18i1.47397.

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Abstract:
Do século III em diante, com a expansão do cristianismo e o aumento do poder local e regional do episcopado, os concílios suplantaram os debates e consultas epistolares como principal ambiente decisório dos assuntos eclesiásticos. O estudo dos cânones conciliares tradicionalmente deu à historiografia fundamentos para avaliar a crescente consolidação institucional da Igreja, especialmente no que se refere às decisões de cunho teológico, disciplinar e litúrgico, como no caso dos concílios ditos ecumênicos. A partir da contribuição de pesquisas mais recentes, neste artigo exploramos os concílios valorizando não somente sua inserção na tradicional história institucional da Igreja mas visando, em especial, suas disputas, os atritos e omissões, bem como a preocupação dos bispos com a produção de uma memória conciliar, a partir das referências da sociologia de Pierre Bourdieu. Para tal, enfocamo-nos nos concílios regionais do sul da Gália (524-529), sob a presidência de Cesário, bispo de Arles (502-542)
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Cracco, Rodrigo Bianchini. "A RECOMPOSIÇÃO DA HISTORIOGRAFIA FRANCESA APÓS A CRISE DE HEGEMONIA DOS ANNALES." Sæculum – Revista de História 38, no. 38 (June 30, 2018): 15. http://dx.doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2018v38n38.30425.

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Abstract:
Em oposição à hegemonia exercida pelos Annales e pela história social-econômica, nas últimas décadas pode-se observar uma pluralização da produção historiográfica francesa. O volume de publicações na área da história cultural, política e de história do tempo presente aumentou consideravelmente, levando a uma reformulação dos fundamentos da própria história social. Algumas obras-chave servem com referência para cada um dos campos: Pour une histoire politique dirigida por René Rémond, publicada em 1988; Pour une histoire culturelle, dirigida por Jean-Pierre Rioux e Jean-François Sirinelli de 1997 e Les formes de l’expérience: une autre histoire sociale, organizada por Bernard Lepetit em 1994 são as principais delas. Nosso objetivo, portanto, é o de apresentar os principais aspectos da pluralização da produção historiográfica nas décadas finais do século XX. Buscaremos também destacar elementos comuns das diversas áreas, como o foco no tempo presente e a crescente apropriação da filosofia de Paul Ricoeur como fundamentação teórica para os historiadores.
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Ferraz, Leidson Malan Monteiro de Castro. "E a chanchada “explodiu” sensualíssima na cena teatral do Recife por companhias viageiras." Cena 23, no. 39 (December 19, 2022): 01–10. http://dx.doi.org/10.22456/2236-3254.127060.

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Abstract:
Este artigo, a partir de uma descrição analítica de certa fortuna crítica dos anos 1950, delineia as tensões e conflitos travados entre críticos de teatro do Recife e companhias em turnê que apostaram num repertório “chachadeiro”, termo que designa certa “sujeira” trazida aos palcos, com a busca do riso desbragado a qualquer custo. Três artistas-empresários, em especial, ganham destaque, Procópio Ferreira, Milton Carneiro e Ítalo Cúrcio, sendo este último aquele que mais embates amargou com a crítica pernambucana. Colhendo vestígios espalhados por jornais e no conceito de campo proposto pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, pensa-se a relação de disputa de pontos de vista entre representantes de uma impressa com teor higienista e empresários em itinerância que, tentando sobreviver das bilheterias e para cortejar um público mais popular, passaram a apostar não só em certa dessacralização dos textos, mas também na exibição crescente da nudez feminina em cena. A intenção é revelar este jogo inconciliável de oposições
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Ribeiro, Bárbara, Gisele Pereira Pontin, and Joice Araújo Esperança. "Alfabetização a partir da abordagem pedagógica do computador: uma experiência com crianças do 1º ano do ensino fundamental." Educação Online 15, no. 35 (October 21, 2020): 35–55. http://dx.doi.org/10.36556/eol.v15i35.742.

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Abstract:
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa que buscou problematizar os processos de ensino e aprendizagem na alfabetização com a abordagem pedagógica do computador. A pesquisa se fundamenta nos estudos sobre alfabetização e cultura digital, com destaque para as obras de Emília Ferreiro, Magda Soares, Pierre Lévy, Manuel Moran e Marco Silva. O material empírico da investigação foi produzido através de observações participantes no contexto de uma prática pedagógica realizada em uma turma de alfabetização, do primeiro ano do ensino fundamental. As análises apontam que a abordagem das mídias digitais na alfabetização é capaz de potencializar as aprendizagens das crianças, possibilitando o avanço de suas hipóteses e compreensões. Assim, a escola e os profissionais da educação são desafiados a repensarem suas concepções e estratégias metodológicas, buscando qualificar os processos de aprendizagem no ciclo da alfabetização e na continuidade da trajetória escolar dos sujeitos que nascem e crescem no contexto da cultura digital.
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Barshteyn, Victor, and Yaroslav Blume. "Pages of history of the Muséum national d’Histoire naturelle (Paris) in medal art." GEO&BIO 2023, no. 24 (June 30, 2023): 3–24. http://dx.doi.org/10.53452/gb2403.

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Abstract:
The article briefly covers the pages of the history of the Muséum national d’Histoire naturelle (Paris, France), which was established in 1793, inheriting the material base and collections of one of the oldest botanical gardens in the world—the Royal Garden of Medicinal Plants. Contribution to the development of the Royal Garden of Medicinal Plants was made by its leaders and employees: Guy de La Brosse, Guy Crescent Fagon, Joseph Pitton de Tournefort, Pierre Chirac, the family of French botanists de Jussieu, Georges-Louis Leclerc, Comte de Buffon, and Jacques-Henri Bernardin de Saint-Pierre. After its foundation, the museum was managed, among others, by Louis Jean-Marie D’Aubenton, Bernard Germain Étienne de Laville-sur-Illon, comte de Lacépède, George-Léopold-Chrétien-Frédéric-Dagobert Cuvier, Michel Eugène Chevreul, Adolphe Théodore Brongniart, André Marie Constant Duméril, Isidore Geoffroy Saint-Hilaire, Alphonse Milne-Edwards, Jean Octave Edmond Perrier, Achille Joseph Urbain, Maurice Alfred Fontaine, and Jean Dorst. The heyday of the scientific activity of the Museum was during the long years of leadership of Michel Eugène Chevrel. Table medals of France and the USA, researched and described by the authors of the article, were created to honour these famous scientists. Attention is also drawn to modern tourist medals (tokens) dedicated to the Museum’s facilities: the Garden of the Plants, the Great Evolution Gallery, the Palaeontological Museum (Galleries of Comparative Anatomy and Palaeontology), the Botanical Garden Zoo, and the Vincennes Zoo. The results of the analysis of the medals made it possible to display in a new plane the most vivid pages of the history of the Museum, the function of which is teaching, research, and dissemination of natural science knowledge, its modernity, biographies of outstanding personalities who worked in it. Most of the medals were first introduced into scientific biological circulation. The obtained information once again confirmed the possibility of using objects that are studied by special historical disciplines (in this case, the section of numismatics, medal art) for the study of the history of science.
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Bender, Mateus. "As reformas (des)necessárias." Revista Brasileira de Sociologia do Direito 10, no. 2 (May 1, 2023): 33–48. http://dx.doi.org/10.21910/rbsd.v10i2.678.

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Abstract:
As reformas trabalhistas, na sociedade neoliberal, são vistas como o antídoto necessário para conter as crises. Todavia, as crises parecem não ser temporárias. A crescente exclusão social gera ciclos de novas crises e reformas. Medidas de flexibilização dos direitos do trabalho são consideradas, pelo discurso neoliberal, como essenciais para a sobrevivência do Estado-nação, que fica refém do poder econômico. Sem rumo e com seus direitos e garantias ameaçados, o indivíduo flerta com políticas autoritárias que, inclusive, colocam a democracia em xeque. O presente artigo tem como objetivo refletir sobre esse processo recorrente de crises e reformas trabalhistas a partir da conjuntura brasileira contemporânea. Para isso, adotou-se a revisão bibliográfica de autores como Luc Boltanski, Ève Chiapello, Pierre Dardot, Christian Laval e Guy Standing. Também se analisou quantitativamente dados secundários para compreender alguns efeitos das principais mudanças legislativas ocorridas entre 2015 e 2020 no Brasil. Os resultados sugerem, entre outras coisas, que as reformas adotadas no período não produziram o efeito esperado, pelo contrário, houve aumento do desemprego e da precariedade das relações de trabalho.
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Sommaruga, Cornelio, and Mario Villarroel Lander. "Hans Haug In cooperation with Hans-Peter Gasser, Françoise Perret and Jean-Pierre Robert-Tissot Humanity for All The International Red Cross and Red Crescent Movement." International Review of the Red Cross 33, no. 295 (August 1993): 346. http://dx.doi.org/10.1017/s0020860400080694.

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Caroline A. Guebert. "Discurso histórico, museu e memória: uma reflexão mediante três propostas museais." Revista Confluências Culturais 3, no. 2 (September 26, 2014): 22–32. http://dx.doi.org/10.21726/rcc.v3i2.513.

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Abstract:
Este estudo foca-se na problematização das propostas de três diferentes museus paranaenses, buscando explorá-los enquanto produtores de sequências específicas acerca do patrimônio do passado: o Museu Histórico da Lapa, voltado a um evento histórico específico – o Cerco da Lapa – e suas personagens; o Museu Paranaense, que data de 1876 (foi o terceiro museu do país), cujo tema é a história do Paraná; e o pequeno Museu da Família Haas, localizado na cidade de Ponta Grossa, cuja existência e temática se baseiam numa lógica de “não esquecimento” de uma memória familiar. Os pressupostos acerca do passado, assim como a memória presente e a memória ausente, em cada instituição – pensados aqui de acordo com as considerações de Pierre Nora a respeito da memória e as assertivas de Michel de Certeau sobre a construção de dados históricos – permitem que se compreenda melhor a própria razão de ser desses museus em relação à dinâmica do campo museal brasileiro, que tem se libertado do predomínio de um discurso histórico nacionalista e elitista, rumo à democratização da memória e à abertura crescente de museus, mas que convive ainda, muitas vezes, com a ressignificação de conteúdos históricos tradicionais, em museus contemporâneos.
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Guebert, Caroline A. "Discurso histórico, museu e memória: uma reflexão mediante três propostas museais." Revista Confluências Culturais 3, no. 2 (September 29, 2014): 22. http://dx.doi.org/10.21726/rccult.v3i2.51.

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Abstract:
Este estudo foca-se na problematização das propostas de três diferentes museus paranaenses, buscando explorá-los enquanto produtores de sequências específicas acerca do patrimônio do passado: o Museu Histórico da Lapa, voltado a um evento histórico específico – o Cerco da Lapa – e suas personagens; o Museu Paranaense, que data de 1876 (foi o terceiro museu do país), cujo tema é a história do Paraná; e o pequeno Museu da Família Haas, localizado na cidade de Ponta Grossa, cuja existência e temática se baseiam numa lógica de “não esquecimento” de uma memória familiar. Os pressupostos acerca do passado, assim como a memória presente e a memória ausente, em cada instituição – pensados aqui de acordo com as considerações de Pierre Nora a respeito da memória e as assertivas de Michel de Certeau sobre a construção de dados históricos – permitem que se compreenda melhor a própria razão de ser desses museus em relação à dinâmica do campo museal brasileiro, que tem se libertado do predomínio de um discurso histórico nacionalista e elitista, rumo à democratização da memória e à abertura crescente de museus, mas que convive ainda, muitas vezes, com a ressignificação de conteúdos históricos tradicionais, em museus contemporâneos.
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Santana, Mateus Ubirajara Silva, and Paulo Sérgio Fracalanza. "Teoria do capital humano e o homo œconomicus na sociedade neoliberal." OBSERVATÓRIO DE LA ECONOMÍA LATINOAMERICANA 21, no. 11 (November 3, 2023): 18952–73. http://dx.doi.org/10.55905/oelv21n11-020.

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Abstract:
Esse artigo tem como principal objetivo apresentar a teoria do capital humano desenvolvida por Theodore W. Schultz e Gary Becker, buscando articulá-la à noção do sujeito neoliberal elaborada por Foucault e reinterpretada posteriormente por Pierre Dardot e Christian Laval. Para isso, o artigo recupera o conceito de capital humano desenvolvido por Schultz e Becker nos anos 1960, visando destacar a crescente importância que o investimento em educação passa a adquirir como fonte de produtividade e agregação de valor. A partir da leitura dos neoliberais, Foucault busca compreender o novo sujeito que se forja com a governamentalidade neoliberal, aproximando-o da figura do homo œconomicus. Nessa nova sociedade, os indivíduos, pressionados pela dinâmica concorrencial, sobretudo do mercado de trabalho, têm buscado cada vez mais investir em si próprios (por meio da formação escolar e técnica, de cursos de línguas, da preparação emocional e física), como forma de ampliar rendimentos. Procura-se argumentar que a configuração desse sujeito neoliberal está intimamente ligada às transformações no mundo do trabalho, ao processo de financeirização e ao entendimento do trabalhador não apenas como consumidor, mas também como um investidor, um investidor de si próprio.
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Amorim, Simone Silveira, and Cristiano Ferronato. "O processo de profissionalização docente e a criação da Escola Normal em Sergipe (1827-1879)." Educar em Revista, no. 49 (September 2013): 209–25. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-40602013000300012.

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Abstract:
Este artigo tem como objetivo compreender como se dava a preparação dos professores de primeiras letras na província de Sergipe entre os anos de 1827 e 1879, especialmente após a criação e implantação do Atheneu Sergipense e do Curso Normal, a partir de 1870. Os marcos temporais demarcados fazem referência à Lei de 15 de outubro de 1827, extinção da escola normal e incorporação dela ao Atheneu Sergipense. Faz-se, então, necessário que os estudos sobre a configuração da profissão docente considerem a lei como fonte. As categorias analíticas de Pierre Bourdieu (1996) e Norbert Elias (1990, 2001) ajudaram a compreender como se configurou a profissão docente no âmbito do ensino primário e de que forma se constituiu o habitus profissional pensado para o projeto de constituição de nação para o Brasil, dentro de um processo civilizador. É possível afirmar que a profissão docente se configurou em meio a avanços e retrocessos, permeados por tentativas de organização do ensino primário através da legislação. A criação da Escola Normal surgiu como uma ação que traria padronização aos saberes a serem ensinados, pois, à medida em que a importância de se configurar a profissão tornou-se crescente e premente, houve a necessidade de deixar a formação pela prática e implementar a formação institucionalizada na Escola Normal.
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Vilarinho, Paulo Ferreira. "O campo da saúde suplementar no Brasil à luz da teoria do poder simbólico de Pierre Bourdieu." Cadernos EBAPE.BR 2, no. 3 (December 2004): 01–15. http://dx.doi.org/10.1590/s1679-39512004000300008.

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Abstract:
Este artigo pretende analisar a evolução dos fatores históricos e institucionais que levaram ao atual quadro da saúde suplementar no Brasil. A análise está fundamentada, principalmente, na teoria do poder simbólico, de Pierre Bourdieu, sendo complementada, nos aspectos não colidentes, pela visão institucional de Anthony Giddens sobre as motivações da gênese dos campos. Além da pesquisa documental, foram realizadas, entre 2002 e 2003, entrevistas abertas cujos depoimentos são analisados de uma perspectiva qualitativa. Foi levado em conta o ponto de vista dos entrevistados, a identificação dos atores que integram o campo e seus respectivos objetivos estratégicos externalizados (inferindo sobre aqueles nem sempre evidentes), bem como, os recursos de poder utilizados para se alcançar tais objetivos, procurando mostrar, pela descrição de fatos historicamente determinantes, a evolução constitutiva do campo. O estudo sinaliza que o campo da saúde suplementar se formou a partir de inúmeras ações do Estado, particularmente, após a década de 1970, como conseqüência de uma estratégia alternativa de ampliação da oferta de serviços de saúde à população brasileira. Isso fortaleceu a institucionalização de estruturas isomórficas dotadas de alto grau de interação e uma hierarquia entre valores e crenças, como atributos de um simbolismo inerente ao campo, dentre os quais sobressai o símbolo da saúde como intrínseco à cidadania. O estudo conclui que a conjugação de fatores como a crescente longevidade da população brasileira, a dificuldade de recolocação da massa de aposentados no mercado de trabalho e o continuado processo de concentração da renda nacional - situação agravada pela forte pressão dos custos da tecnologia médica - poderão elitizar o acesso aos serviços de saúde suplementar, o que, futuramente, representará um grave problema para esse sensível segmento da política social do governo brasileiro.
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de Bono, Johann S., Hendrik-Tobias Arkenau, Eelke H. Gort, Lot L. Devriese, Elisa Fontana, Daan G. Knapen, Crescens Tiu, et al. "Abstract CT207: A phase 1 open-label, dose escalation and expansion trial to investigate the safety, pharmacokinetics and pharmacodynamics of CB307, a Trispecific Humabody® T-cell enhancer, in patients with PSMA+ advanced and/or metastatic solid tumors (POTENTIA)." Cancer Research 82, no. 12_Supplement (June 15, 2022): CT207. http://dx.doi.org/10.1158/1538-7445.am2022-ct207.

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Abstract:
Abstract Humabodies* are fully human VH antibody components that can be connected by short peptide linkers to make multi-specific therapeutics. CB307 is a tri-specific Humabody targeting prostate specific membrane antigen (PSMA/FOLH1), CD137 (4-1BB/TNFSF9) and human serum albumin (HSA). Unlike CD3 targeting bispecific compounds, stimulation of CD137 on T cells can promote T cell cytotoxicity, proliferation, survival and memory T cell formation without compromising safety, including cytokine release syndrome (CRS). In addition, HSA binding assists CB307 penetration into the tumor since albumin is enriched in the tumor microenvironment. Several cancers including prostate cancer and lung cancer are known to have PSMA expression. The objectives of the POTENTIA study are to determine the maximum tolerated dose (MTD) and pharmacokinetics of CB307 and to assess preliminary anti-tumor activity in patients with PSMA+ solid tumor. Methods: The phase 1 study consists of dose escalation (part 1) and cohort expansion (part 2) components, and the study is currently enrolling patients in part 1 without dose limiting toxicities (DLTs). The dose escalation uses an accelerated titration design (ATD) and a modified continual reassessment method (mCRM) to guide the MTD and the recommended phase 2 dose (RP2D). The key inclusion criteria are as follows: histologically confirmed advanced or metastatic PSMA expressing solid tumors determined by immunohistochemistry; not amenable to standard-of-care; RECIST measurable disease or increased serum PSA at baseline (for bone metastasis-only prostate cancer). The key exclusion criteria are patients with brain metastases; patients who have discontinued previous immunotherapy due to intolerable immune-related adverse events; patients with acute infections or autoimmune diseases. Cohort expansion uses the same eligibility criteria, however, at least 3 patients with castration-resistant prostate cancer harboring either BRCA1, BRCA2, ATM and/or CDK12 mutation(s) will be enrolled. CB307 is administered intravenously every week. PSMA-PET scan and tumor biopsy are taken to understand the mechanism of action of CB307 as well as a change of PSMA expression during CB307 treatment. NCT04839991 * “Humabody” is a registered trademark ® of Crescendo Biologics Ltd. Citation Format: Johann S. de Bono, Hendrik-Tobias Arkenau, Eelke H. Gort, Lot L. Devriese, Elisa Fontana, Daan G. Knapen, Crescens Tiu, Anja Williams, Derk Jan A. de Groot, Ulug M. Gunaydin, Phillip Bartlett, Andrew J. Pierce, Philip Bland-Ward, Kenji Hashimoto, E.G. Elisabeth de Vries. A phase 1 open-label, dose escalation and expansion trial to investigate the safety, pharmacokinetics and pharmacodynamics of CB307, a Trispecific Humabody® T-cell enhancer, in patients with PSMA+ advanced and/or metastatic solid tumors (POTENTIA) [abstract]. In: Proceedings of the American Association for Cancer Research Annual Meeting 2022; 2022 Apr 8-13. Philadelphia (PA): AACR; Cancer Res 2022;82(12_Suppl):Abstract nr CT207.
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Silva, Rafael Guimarães Tavares da. "As duplicidades do Édipo Rei de Sófocles." CODEX – Revista de Estudos Clássicos 6, no. 1 (June 30, 2018): 127. http://dx.doi.org/10.25187/codex.v6i1.14867.

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Abstract:
<span lang="PT-BR">Os principais estudiosos da peça de Sófocles, <em>Édipo Rei </em>(S. <em>OT</em>), na qual Édipo figura como governante supremo de Tebas, sugerem que a característica determinante dessa personagem seria uma espécie de ambivalência ou duplicidade fundamentais. Nesse sentido, Édipo seria na verdade não apenas um, mas dois. Assumindo essa caracterização como típica do discurso trágico (tal como sugere Jean-Pierre Vernant), demonstraremos que um agravamento de algo dessa ordem compromete a unicidade desse <em>mŷthos</em>, bem como suas personagens e suas falas, já que até mesmo seu protagonista é cindido em duas figuras diferentes e, de certa maneira, antagônicas. O objetivo do presente artigo é atentar para a complexidade da construção de seu enredo – em seus diferentes estratagemas para proporcionar deslocamentos espaço-temporais, situações tensas, expressões de conteúdo dúbio e de valor indecidível – com que se configura o <em>crescendo</em>na significação trágica do drama até sua dissolução na cena em que uma verdade mais profunda é revelada num cegante e violento esplendor. O conflito entre a duplicidade da realidade humana e a univocidade do discurso divino atinge um paroxismo que já era reconhecido na própria Antiguidade e que é responsável por fazer com que essa peça seja considerada por muitos a obra-prima de Sófocles, quiçá de todo o repertório trágico da Atenas clássica.</span>
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Caroline Cybulski, Fernanda, and Márcia Cristina de Costa Trindade Cyrino. "GEOMETRIA E PENSAMENTO GEOMÉTRICO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA: O QUE REVELAM PESQUISAS BRASILEIRAS ENTRE 2009 E 2020." Revista Paranaense de Educação Matemática 11, no. 26 (December 1, 2022): 44–65. http://dx.doi.org/10.33871/22385800.2022.11.26.44-65.

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Abstract:
"Este artigo tem por objetivo discutir abordagens a respeito do ensino de geometria na formação inicial de professores que ensinam matemática (PEM), assim como caracterizações de pensamento geométrico e principais aportes teóricos, presentes em teses e dissertações brasileiras publicadas entre 2009 e 2020. Para a constituição do corpus de análise foi realizado um mapeamento de dissertações e teses oriundas de Programas de Pós-graduação brasileiros Stricto Sensu, das Áreas de Educação e Ensino, na plataforma digital do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e no catálogo da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, totalizando 18 trabalhos. Observa-se que representações de figuras geométricas, como desenhos, construções em softwares e material manipulável, são frequentemente utilizadas para abordar geometria na formação inicial de PEM. Tais representações são exploradas para: identificar conceitos ou propriedades de forma perceptiva; resolver situações-problema; verificar ou estudar propriedades geométricas, provas e demonstrações. Nos últimos anos há uma crescente busca de discussões e caracterizações para pensamento geométrico, embora ainda sejam incipientes. Raymond Duval e Pierre van Hiele foram privilegiados como autores de referência nos trabalhos analisados. O ensino de geometria e o pensamento geométrico na formação inicial de PEM são temas ainda pouco investigados em dissertações e teses brasileiras. Discutir abordagens visuais articuladas com caraterizações de pensamento geométrico pode ser um campo fértil para o trabalho com a geometria na formação inicial de PEM"
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Vieira, Adriane, and Graziele Alves Amaral. "A arte de ser Beija-Flor na tripla jornada de trabalho da mulher." Saúde e Sociedade 22, no. 2 (June 2013): 403–14. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902013000200012.

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Abstract:
Com presença expressiva no mercado de trabalho, as mulheres vêm ampliando continuamente sua participação nos mais diversos cargos e funções, no entanto continuam sendo as principais responsáveis pelas atividades do lar e pelo cuidado dos filhos. A situação agrava-se com a crescente demanda por qualificação, exigindo que essas trabalhadoras cumpram, muitas vezes, três jornadas de trabalho: profissional, familiar e educacional. Este estudo teve como objetivo analisar os mecanismos de dominação refletidos nas ações de mulheres que "conciliam" as atividades profissionais, o cuidado com a família e as exigências da educação continuada, utilizando como referência principal o trabalho de Pierre Bourdieu. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja coleta de dados ocorreu através de entrevista, buscando obter as histórias orais temáticas de cinco mulheres. Os relatos foram submetidos à técnica de análise do conteúdo e os resultados revelam que a busca pela qualificação deriva da preocupação com a empregabilidade e que a disputa profissional está ligada não apenas ao gênero, mas também à concorrência com profissionais mais jovens. Apesar de as mulheres fazerem referência ao início de uma revisão da divisão sexual de tarefas do lar, a empregada doméstica ainda se revela fundamental nesse processo de delegação e de conciliação. Para se dedicar aos estudos, elas abdicaram do lazer, não como um sacrifício, mas sim como um ato de nova significação das coisas. Tal qual beija-flor, que conjuga trabalho e reprodução das espécies botânicas, elas esperam conciliar as jornadas com rapidez, mas também com graça e leveza.
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Rotstein, Eduardo Ramalho. "Maquinismo e filosofia: o nascimento da questão da técnica." Cadernos Cajuína 2, no. 1 (February 16, 2017): 37. http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v2i1.117.

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Abstract:
<span>A questão da técnica tem despertado um interesse crescente do mundo intelectual <span>nas últimas décadas em razão das transformações sociais e dos desafios éticos suscitados por <span>inventos no campo da informática e da biologia. No intuito de iluminar os pressupostos do <span>debate atual serão retraçadas, nesse artigo, a origem histórica da questão da técnica e das <span>principais posições filosóficas assumidas diante da mesma. A partir das investigações históricas de <span>Pierre-Maxime Schuhl descobre-se, em primeiro lugar, que a técnica entra decididamente na <span>pauta do debate filosófico a partir de dificuldades originadas fora do âmbito intelectual, <span>relacionadas à difusão das máquinas e ao nascimento da grande indústria no século XIX. Em <span>segundo lugar, pode-se mostrar que foi sob a consideração dos efeitos ambíguos do maquinismo <span>que se formaram as linhas mestras de interpretação que até os dias de hoje constituem a matriz da <span>filosofia da técnica. Posições como otimismo ou pessimismo, humanismo ou fatalismo, nas quais <span>incorre amiúde o questionamento mais recente da técnica, podem ser encontradas nas reflexões <span>de escritores utopistas e de filósofos como Ernst Kapp e Oswald Spengler entre meados do <span>século XIX e o início do século XX.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br /></span>
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Benedykt, Breno Isaac. "PEDRO COSTA ENTRE O DEVIR COMUM E O DEVIR IMPRÓPRIO: POSSIBILIDADES PARA PENSAR A SINGULARIZAÇÃO DE COMUNIDADES MÍNIMAS COM O FILME JUVENTUDE EM MARCHA." Linha Mestra, no. 38 (October 3, 2019): 50–58. http://dx.doi.org/10.34112/1980-9026a2019n38p50-58.

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Abstract:
Ao percorrer o conceito de devir na obra de Gilles Deleuze e, mormente, após seu encontro com Félix Guattari, sentimos que este, dado à sua crescente abrangência e dinâmica cada vez mais ramificada, caminha sentido uma nova noção de imagem como produção de singularizações as quais despossuem o homem de seus limites organizacionais em forças anômalas. Em um texto decisivo, 1730 – Devir-intenso, devir-animal, devir-imperceptível… encontramos a reapropriação da noção de anômalo, oriunda dos escritos de Georges Canguilhem, para construir o elo entre o devir-animal e os grupos (ou povos) minoritários – oprimidos, proibidos, revoltados, periféricos –: traço nevrálgico para pensar o cinema de Pedro Costa. Porém, é em conexão com Maurice Blanchot que essa dimensão problemática da experiência do devir ganha fôlego e dá consistência a uma dobra comunitária. Não se trata mais do anômalo solitário, como borda da matilha, mas do comum impróprio como dobra em individuação. Deleuze em ao menos dois momentos chega a remeter-nos a uma possível relação entre devir e comunidade, mas pouco a explora. Num primeiro momento, em Cinema II: A Imagem-Tempo, ao tratar dos filmes de Jean Rouch e Pierre Perrault, e, mais adiante, em seu ensaio Bartleby, ou a fórmula. Tendo isso em vista, é no arranjo entre seu pensamento (e de Guattari) e o de Blanchot que desenvolveremos uma linha capaz de dar expressividade filosófica à experiência arrebatadora que o cineasta Pedro Costa nos apresenta em seu filme Juventude em Marcha. No filme, seguimos uma personagem, Ventura, a qual, sem deixar de operar uma individuação excepcional, jamais cessa de desfazê-la em linhas afecto-comunitárias. Assim, entre a escrita, a voz e a imagem, na penumbra de espaços e tempos díspares, encontramos a atualização de comunidades mínimas, as quais revelam sua força imprópria e, portanto, não identitária.
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Cavalcanti, Isabella Macário Ferro, Jean Arthur Lima Falcão, Ylanna Larissa Alves Ferreira, Cícero Pinheiro Inácio, Danielle Patrícia Cerqueira Macêdo, Cleide Clea Cunha Miranda, and Rejane Pereira Neves. "Modelo experimental in vitro de piedra branca e avaliação do perfil de susceptibilidade de Trichosporon frente a derivados de tiofeno-tiosemicarbazona (L10)." Research, Society and Development 10, no. 12 (September 26, 2021): e406101220636. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20636.

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Abstract:
O objetivo do presente estudo foi avaliar o potencial de patogenicidade in vitro e o perfil de susceptibilidade de isolados de Trichosporon spp. aos derivados de tiofeno-tiosemicarbazona (L10). Inicialmente, foi realizada uma revisão taxonômica de 3 isolados de Trichosporon spp. de importância clínica estocados na Micoteca URM da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Posteriormente foi avaliada a capacidade dessas espécies de crescer in vitro em amostras de pelos saudáveis (isentos de tratamentos químicos), a 25 °C e a 37 °C durante um período de 10 dias. Após este período, foi realizado exame direto dos pelos, utilizando KOH a 10%, e cultura em meio Ágar Sabouraud com cloranfenicol das amostras que cresceram no pelo, assim como análises da macro e micromorfologia dessas espécies fúngicas. Por fim, o perfil de susceptibilidade in vitro dessas espécies fúngicas aos derivados de tiofeno-tiosemicarbazona (L10) de acordo com o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) foi realizado para determinar as concentrações inibitórias mínimas (CIMs) e as concentrações fungicidas mínimas (CFMs). Através do modelo experimental in vitro foi possível observar que as seguintes espécies: Trichosporon asahii, T. ovoides e T. cutaneum são agentes etiológicos da piedra branca e apresentam potencial patogênico mesmo em um modelo experimental in vitro e sem a necessidade de sinergismo com outros tipos de microrganismos. Através da análise do perfil de susceptibilidade in vitro foi possível observar que os novos derivados de tiofeno testados não são eficazes em combater o crescimento das espécies de Trichosporon avaliadas, sendo assim inadequados para o tratamento das manifestações clínicas observadas na piedra branca. Em conclusão, esse estudo mostrou que é possível cultivar Trichosporon em um modelo in vitro e que são necessárias buscas por outras abordagens terapêuticas eficazes para o combate de infecções causadas pelos fungos do gênero Trichosporon.
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Santana, Ady Sá Teles. "Uma abordagem didático-metodológica do ensino de literatura de língua estrangeira: estudo das traduções de Jean-Pierre Rousseau dos poemas de Patativa do Assaré em língua francesa." Revista Légua & Meia 12, no. 1 (June 13, 2021): 113–27. http://dx.doi.org/10.13102/lm.v12i1.6260.

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Abstract:
Esta proposta tem como objetivo uma análise sobre o Ensino de Literatura de Língua Estrangeira através das traduções em língua francesa dos poemas de Patativa do Assaré, um poeta brasileiro e nordestino. O interesse pela proposta pauta-se na experiência como docente da Universidade Estadual de Feira de Santana, instituição em que ensino as disciplinas de literatura francesa para os graduandos do curso de Francês. O objetivo principal desse estudo é averiguar que através das traduções dos textos populares brasileiros, o interesse pela literatura francesa dos estudantes de francês cresce, à medida que percebem a interlocução e o diálogo entre as duas culturas envolvidas no processo tradutório. A hipótese inicial pauta-se na noção de que estudando as traduções do poeta brasileiro, o discente terá curiosidade em conhecer o pensamento do "outro" enquanto estrangeiro que se interessou por sua cultura, por sua sociedade, visto que na sala de aula de literatura francesa o interesse pela leitura é parco, pois, no início das aulas os discentes recebem o material literário exigido pela disciplina e dificilmente eles leem. No intuito de compreender e explicar de forma didática, analítica e crítica a proposta de ensino de literatura de língua francesa através dos textos traduzidos do português para o francês, utiliza-se como suporte teórico as obras sobre tradução de Arrojo (1997), o conceito de Desconstrução de Derrida (1998/2005), assim também, autores de referência que são de fundamental relevância para análise da abordagem aqui apresentada, a exemplo de De Menezes (2013). Além disso, os poemas de Patativa do Assaré (1978) e as traduções desses poemas por Rousseau (2002) são o objeto principal dessa análise.
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Miranda, Gilberto José, Luciana de Almeida Araújo Santos, Silvia Pereira de Castro Casa Nova, and Edgard Bruno Cornacchione Júnior. "A pesquisa em Educação Contábil: produção científica e preferências de doutores no período de 2005 a 2009." Revista Contabilidade & Finanças 24, no. 61 (April 2013): 75–88. http://dx.doi.org/10.1590/s1519-70772013000100008.

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Abstract:
Este estudo tem o objetivo de delinear as linhas de pesquisa e a produção científica de doutores que defenderam suas teses em "Educação e Pesquisa Contábil" na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) no período de 2005 a 2009. Examina se, no Brasil, se repete o fenômeno identificado internacionalmente por Pierre, Wilson, Richard, Ravenscroft, e Rebele (2009) que citam que as publicações nessa área ainda são vistas pelos editores de forma preconceituosa, o que acarretaria desinteresse por parte dos pesquisadores. Para tanto, foi utilizada a pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. As estratégias de coleta de dados foram: pesquisa documental na Plataforma Lattes e nas teses em Contabilidade defendidas na Universidade de São Paulo, compreendendo o total de 203 doutores. Pode-se constatar que o número de teses defendidas praticamente dobra a cada década e que a participação feminina na obtenção do título de doutor vem crescendo significativamente. Dos doutores investigados, 7% são bolsistas produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 76% estão vinculados a algum grupo de pesquisa e 56% informaram alguma linha de pesquisa no Currículo Lattes. Dos grupos e linhas de pesquisas, 8% e 6%, respectivamente, estão relacionados à Educação Contábil. Foi constatado que a linha de pesquisa "Educação e Pesquisa Contábil" é a que tem o menor percentual de trabalhos defendidos (8% das teses, 4% na área de "Educação Contábil"). Considerando as publicações, as temáticas predominantes tratam, sobretudo, de assuntos específicos da área contábil e tópicos relacionados às instituições de ensino, com escassas pesquisas sobre questões didático-pedagógicas, podendo indicar o pouco domínio dos pesquisadores sobre o assunto e revelando a necessidade de preparação dos doutores em Contabilidade para o exercício da docência. Educação e Pesquisa é a linha que tem a maior presença de mulheres. Esses achados apontam a necessidade de valorização da pesquisa sobre o ensino da Contabilidade para o desenvolvimento da profissão contábil e para a melhor formação docente.
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Merlo, Patrícia Maria da Silva. "Civilidade, distinção e identidade nacional nas páginas do Cozinheiro Imperial (1840)." Revista Ingesta 1, no. 2 (November 30, 2019): 189. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p189.

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Abstract:
A chegada da Corte lusa ao Rio de Janeiro, em 1808, reforçou a importância da alimentação como critério de diferenciação social. Saber comportar-se em público, sobretudo à mesa, era essencial para os membros da elite local por expressar sua conformidade cultural e social com os pares portugueses. Aliás, tal forma de comportamento, replicada dos modelos de comportamento das cortes europeias, converteu-se em um dos meios que as elites açucareira e cafeicultora encontraram para sustentar sua distinção social, nos termos de Pierre Bourdieu. No decurso do século XIX, o Rio de Janeiro, capital do país, corte da monarquia e maior porto comercial, converteu-se no modelo de comportamento que deveria moldar o novo país. Contudo, mesmo após a independência, a elite local continuou a se europeizar, assinalando mais profundamente a distinção entre os vários grupos que compunham a sociedade brasileira. O primeiro receituário nacional nasceu nesse cenário, Cozinheiro Imperial, publicado em 1840. Sua principal base foram os livros portugueses Arte de Cozinha, de autoria de Domingos Rodrigues, publicado em 1680, e Cozinheiro Moderno, de Lucas Rigaud, datado de 1780. Soma-se a isso a influência francesa, em menor medida. Todavia, diferentemente de Portugal, no Brasil ainda se estava vivenciando a fixação de um discurso sobre a alimentação, tanto nas relações com a prática culinária, quanto com seu aspecto discursivo. Por isso, muitas novidades ligadas à emergência da gastronomia enquanto campo autônomo aparecem de maneira pálida em Cozinheiro Imperial. De fato, o primeiro livro de cozinha brasileiro não atesta uma “culinária brasileira”, mas suas reedições parecem apontar que a ampliação do público leitor implicou na reinterpretação e inclusão de ingredientes e modos de preparo mais ao gosto local. Acreditamos que o uso crescente de ingredientes locais e de receitas à brasileira pode ser interpretado como indício do lento delineamento da cozinha nacional, que caracterizou a emergência das cozinhas regionais no final do século XIX. Como apontado por Carlos Dória, o Cozinheiro Imperial representou o esforço inicial de nacionalização do saber culinário e, por essa razão, foi um marco na formação do pensamento brasileiro sobre o comer entre a elite agrária e os setores urbanos do país. No entanto, esse esforço esteve associado ao que a elite quis comer como construção de nacionalidade, preservando-se, pari passu, fiel ao modo de vida europeizado. Não obstante, Cozinheiro Imperial, apesar de reunir receitas aos moldes internacionais, já integrava na sua apresentação o apelo para que o livro fosse abrasileirado. Assim como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro começava a escrever uma história do Brasil, o receituário colaborou para o fortalecimento dessa identidade nacional em construção.
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Palmieri Júnior, Valter. "Construção da identidade na sociedade de consumo." Revista Ingesta 1, no. 2 (December 1, 2019): 229–30. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p229-230.

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Abstract:
A formação da identidade social, em uma sociedade de consumo, é cada vez mais submetida pelo processo dinâmico de mercantilização da vida social, que se transpõe na esfera do consumo, desencadeando novas formas de diferenciação social, que é o propulsor do caráter perpétuo de renovação do consumo na sociedade contemporânea. O consumo reflete a diferenciação já existente na sociedade, cria, renova e amplia as desigualdades, de acordo com a capacidade de decodificação e manipulação da linguagem do sistema de objetos. Dessa forma, a identidade é construída por uma lógica do mercado e também por uma lógica social do consumo, ambas funcionando em razão da estrutura social desigual, que reforça as diferenças, criando um círculo que coloca o consumo como central também no processo de acumulação de valor. Para Jean Baudrillard, nenhum objeto de consumo escapa dessa lógica, principalmente devido à ideologia das necessidades, fundamental para a reprodução do sistema, uma vez que o caráter ilimitado das necessidades é o que mantém o processo de acumulação de valor. Ele afirma em seu clássico livro Sociedade de consumo que: “Não existem limites para as necessidades do homem enquanto ser social (isto é, enquanto produto de sentido e enquanto relativo aos outros em valor) A absorção quantitativa de alimentos é limitada, o sistema digestivo é limitado, mas o sistema cultural da alimentação revela-se como indefinitivo [...]”. Se aceitarmos essa hipótese, o consumo de alimentos não escapa da lógica da sociedade de consumo, sendo submetido pela mesma dinâmica. Porém, será que é possível identificar peculiaridades no consumo de alimentos que explicam o seu crescente protagonismo na construção da identidade social na contemporaneidade? Além de Baudrillard, dois outros sociólogos franceses fazem parte do nosso referencial teórico para buscar encontrar essas peculiaridades: Jean-Pierre Poulain e Claude Fischler. Ambos se caracterizam pela vontade de fundar um território onde a alimentação seja objeto de estudo e não apenas apêndice de outros fenômenos sociais. A partir dessa problemática, o trabalho buscará responder/refletir as seguintes questões: a) Como a desigualdade social se manifesta no Brasil nos padrões de consumo de alimentos industrializados? b) Como a indústria de alimentos no Brasil se baseia na diferenciação social (forte característica da sociedade de consumo) para formatar suas estratégias de mercado? Além da contribuição da reflexão teórica sobre o tema, buscando estabelecer conexões entre os três autores mencionados, o trabalho buscará responder as duas questões acima elaboradas por meio dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tanto sobre o consumo (POF) como em relação à pesquisa sobre a indústria (PIA). Além disso, serão coletadas as principais campanhas publicitárias dos principais oligopólios da indústria de alimentos, para buscar analisar de que forma a estratégia publicitária engloba os diversos valores sociais da atualidade para agregar valor em seus produtos.
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GRANETTO-MOREIRA, Julia Cristina. "OBJETOS DIGITAIS DE APRENDÊNCIA ENQUANTO GÊNERO DO DISCURSO." Trama 15, no. 35 (June 24, 2019): 79–86. http://dx.doi.org/10.48075/rt.v15i35.21438.

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Abstract:
A Tecnologia de Comunicação Digital vem se inserindo de forma crescente no cotidiano escolar, com isso, surge a necessidade de discutir sobre os materiais didáticos digitais que estão sendo elaborados, selecionados e apresentados aos estudantes, chamados neste trabalho de Objetos Digitais de Aprendência. Frente a isso, o intuito principal deste artigo é refletir sobre os Objetos Digitais de Aprendência procurando considerá-los como gênero do discurso. Apresentando o conceito, a função, os aspectos e características importantes no momento de elaborar ou selecionar um Objeto digital. As bases teóricas deste estudo fundamentam-se à luz da teoria dos gêneros do discurso de Bakhtin e outros autores que discutem sobre os Objetos Digitais de Aprendência e do momento da Cibercultura que estamos vivenciando. Referências:BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Maria Machado, Péricles Cunha. São Paulo: EDUC, 2003.COMARELLA, Rafaela Lunardi. Gênesis - gestão de objetos digitais de ensino-aprendizagem: construindo um modelo. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, 2015.CASTELLS, Manuel; CARDOSO, Gustavo (Orgs.). A Sociedade em Rede: do conhecimento à ação política; Conferência. Belém (Por): Imprensa Nacional, 2005.CATAPAN, Araci Hack. Tertium: o novo modo do ser, do saber e do apreender: Construindo uma Taxionomia para Mediação Pedagógica em Tecnologia de Comunicação Digital. Tese (Doutorado em Mídia e Conhecimento). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2001.DAL MOLIN, Beatriz Helena. Do Tear à Tela: uma tessitura de linguagens e sentidos para o processo de aprendência. Florianópolis, 2003, 237 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis – SC, 2003.______. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil [et al.] – Florianópolis: UFSC, 2008.GRANETTO, Julia Cristina. XANADU: Hipertextualidade, Objetos Digitais De Ensino-Aprendizagem em Língua Espanhola, Formação Continuada dos Professores – Interfaces, 2014, 119 f. Dissertação (Mestrado em Letras), Programa de Pós-Graduação em Letras, UNIOESTE, Cascavel – PR, 2014.LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia no ciberespaço. 3ª.Edição. São Paulo: Editora Loyola, 1999.______. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora. 34, 2004.MOTTER, Rose Maria Belim. MY WAY: um método para o ensino-aprendizagem para língua inglesa. 2013. 281f. Tese. (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento), Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC, Florianópolis - SC, 2013.NEVEN, F; DUVAL, E. Reusable learning objects: a survey of LOM-based Repositories. In: ACM INTERNATIONAL CONFERENCE ON MULTIMEDIA, Juan-les-Pins. Proceedings: ACM, 2002.RODRIGUES, Rosângela Hammes. PEREIRA, Rodrigo Acosta. Perspectivas atuais sobre gêneros do discurso no campo da lingüística. Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Lingüística e Literatura. Ano 05 n.11 - 2º Semestre de 2009.RONCARELLI, Dóris. ÁGORA: concepção e organização de uma taxionomia para análise e avaliação de Objetos Digitais de Ensino-Aprendizagem. Florianópolis, 2012, 288 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento), Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC, Florianópolis – SC, 2012.SILVA, Lúcia. Edna; CAFÉ, Lígia; CATAPAN, Araci. Hack. Os objetos educacionais, os metadados e os repositórios na sociedade da informação. In: Ciência da informação. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.v. 1, n. 1 (1972) – Brasília, 1972. Ci, Inf. Brasília, DF, v. 39 n. 3, p. 93-104, set./dez. 2010.XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Letramento digital e ensino. In: Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. (Org.). Alfabetização e Letramento: conceitos e relações. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 133-148. Disponível em: http://www.ufpe.br/nehte/artigos/Letramento%20digital%20e%20ensino.pdfWILEY, D. A. Connecting learning objects to instructional design theory: A definition, a metaphor, and a taxonomy. 2000. Disponível em: http://www.reusability.org/read/. Recebido em 27-12-2018.Aceito em 26-03-2019.
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Dias, Elaine Teresinha Dal Mas, Carlos Bauer, Leandro Rogério Pinheiro, and Maurício Perondi. "Esperanças renovadas: perspectivas e proposições." Cadernos de Pós-graduação 21, no. 2 (December 15, 2022): 1–4. http://dx.doi.org/10.5585/cpg.v21n2.23403.

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Abstract:
Este número da Cadernos de Pós-graduação, escrito a quatro mãos, encerra o ano de 2022, como o de um clico doloroso e sofrido para toda população nacional, em que pese os maus tratos dados à sociedade, particularmente, à saúde, à educação e à cultura.Enfrentamos embaraços e obstáculos desencadeados por ações governamentais alheias e distantes do desenvolvimento educacional, em especial, com a restrição de verbas destinadas aos mais destacados órgãos federais, como Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas na Educação (INEP) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Estes têm, entre outras funções, a organização, a expansão e a consolidação dos programas stricto-sensu espalhados por todas as regiões do país. Vimos, ainda e na mesma direção, escorrer pelos dedos as dotações designadas às Universidades e aos Institutos Federais de Educação, deixando um vácuo estrondoso na produção acadêmica e na continuidade de pesquisas de interesse tecnológico, social e humano nos diversos campos e áreas das ciências.Vivemos um momento em que as promessas de cidadania e de uma vida digna não foram alcançadas por amplas parcelas da população. E num país caracterizado pelas desigualdades sociais, as problemáticas dos seus mais de 50 milhões de jovens são de crescente e perturbadora complexidade, porque envolvem questões identitárias e culturais, de relacionamento e de comportamento, de ligação com a violência urbana, o consumo de álcool e drogas ilícitas, a ausência de oportunidades no mundo do trabalho, a indiferença, a intolerância e o medo de não encontrarem o seu lugar no mundo.Nesse quadro desalentador um sopro de oxigenação e expectativas pode ser vislumbrado para 2023, seja pelas prospecções aventadas pelo presidente eleito e pelo que se pode esperar de seus compromissos assumidos até aqui; pelos esforços e o interesse de estudiosos e investigadores que, ao superam as limitações e os desfavorecimentos a que estão submetidos, perseveram e empregam energia na exploração e/ou aprofundamento de questões relativas à Educação e áreas afins; e pelo que nossa juventude vem demonstrando em atos, comportamentos, posicionamentos e como força política disposta a desbravar os âmagos de uma nação estruturada em equívocos, enganos e erros arrasadores e absolutos que têm onerado a maior parte da coletividade brasileira.Nessa direção, neste número da Cadernos, e contrariamente ao que se descreve e analisa acerca da adolescência e da juventude, temos a satisfação de apresentar o Dossiê “Juventudes e ações políticas”, volume I, sob a coordenação dos professores doutores Maurício Perondi e Leandro Pinheiro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No próximo número da Cadernos teremos o volume II. Na sequência, temos artigos que tratam de variados temas, entre outros, os desafios que envolvem a Covid-19, que objetiva avaliar qualitativamente o processo de ensino, usando como tema para ensino a teoria ácido-base; financiamento da educação superior; teses e dissertações que versam sobre educação; educação e trabalho; adolescente e o ato infracional; democratização psicossocial, educação musical e formação humana, matemática e política.A proposição do dossiê foi maturada no diálogo com pós-graduandos ativistas que participaram de seminário homônimo realizado junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPEDU/UFRGS). Então, após discussões teórico-metodológicas e debates com militantes jovens em diferentes temas (combate ao racismo, pautas de gênero, disputa por territórios, etc.), a chamada a problematizações de pesquisa sobre as ações políticas juvenis contemporâneas, promovidas em diferentes espaços de atuação e desde distintas redes de mobilização social, pareceu-nos tão oportuna quanto necessária.O cenário político já mencionado, quando observado a partir do diálogo com jovens militantes, mostra-se a uma só vez alentador e angustiante. Se a participação política juvenil pode nos estimular em função da esperança que projeta, não podemos deixar de reconhecer os dilemas e os medos que também a perfazem em arenas de ação aviltadas pela intolerância e pela violência nos últimos anos. Conversar com os jovens ativistas levava a conhecer redes de pertença e suporte à diferença e à luta, porém conduzia igualmente a reconhecer os efeitos da participação e da sociabilidade limitadas pela crise sanitária que nos assolou recentemente. Condição esta agravada por táticas de poder opressivas, que, muitas vezes, não conhecemos em vivências tão encarnadas quanto aquelas narradas por quem tem o próprio corpo como expressão da militância contra hegemônica.O espaço à escrita sobre a interface entre juventudes e ação política resulta, assim, do anseio de dar continuidade aos diálogos sobre as formas participação dos jovens, de modo a apoiar redes de produção de saberes neste sentido, ainda em meio a lutas pelo reencontro com ares mais democratizantes. A oportunidade de fazê-lo dando voz às pesquisa de estudantes de pós-graduação, como é o caso da maioria dos artigos aqui reunidos, realça nosso propósito ao visibilizar o trabalho de novos pesquisadores, que se associam à problematização do que os jovens propõem como antagonismos e devires à realidade social. Se o tema não é exatamente novo, a forma como ele se apresenta nos textos selecionados nos provocam a identificar continuidades e descontinuidades desde a práxis juvenil, dos diversos espaços e formas do político à deferência pela representatividade autêntica e pela singularidades das experiências.Para configuração do conjunto de textos neste volume, abarcamos tanto discussões relativas a referentes teórico-metodológicos, quanto diálogos com ativistas e militantes na compreensão dos modos de participação juvenil. O primeiro artigo, Quando juventude não é apenas uma palavra: uma releitura sociológica acerca da categoria juventude, abre discussão introdutória pertinente ao quadro de análise aqui proposto, ao retomar clássica discussão iniciada por Pierre Bourdieu, recorrendo ao contraponto célebre de Mario Margulis e Marcelo Urresti, mas também a autores nacionais para distinguir sociologicamente atributos à juventude.À sequência, em Os jovens podem participar? Considerações acerca da participação e formação políticas juvenis, temos nova discussão conceitual, neste caso ancorada em revisão de literatura sobre a noção de ‘participação’ e tópicos relacionados, como formação política por exemplo. Assim, discute-se a polissemia do termo e, ademais, a variabilidade das formas de ação, conforme contextos, experiências e situações juvenis, com destaque à preferência dos jovens por modos de participação diversos e/ou divergentes às arenas tradicionais de atuação política.No artigo Protestos das juventudes latino-americanas durante a pandemia, temos uma leitura do ciclo de protestos no continente latino-americano, com destaque ao Brasil, ao Chile e à Colômbia. Com base na análise documental e na aplicação de questionários, os autores discutem as repercussões do isolamento social durante o período de crise sanitária gerada pela pandemia de COVID19, indicando, por outro lado, a manutenção das manifestações e o uso mais intensivo de tecnologias de informação e comunicação (TICs) na formulação de estratégias de ação.Em A universidade como espaço de luta: as experiências políticas de jovens militantes de Porto Alegre (RS), a situação historicamente recente de ampliação de acesso ao ensino superior, especialmente para jovens de meios populares e de minorias étnicas e de gênero se faz patente. O texto apresenta itinerários de militância potencializados pela imersão universitária, de modo que, se a participação estudantil não é questão nova no campo das ciências humanas, as interlocuções narradas asseveram o teor identitário-reflexivo e singularista das participações das ativistas, na interface de diferentes redes de ação e filiação política.Com Ativismo juvenil e os novíssimos movimentos sociais: o movimento Massa Crítica (MC) como significado da expressão política contemporânea em Porto Alegre (2010-2014), passamos mais explicitamente à atuação de coletivos juvenis em espaços não tradicionais. Atento à mobilização juvenil pelo direito à cidade, o artigo problematiza os embates entre políticas públicas e as demandas de ativistas jovens, destacadamente no que tange à pauta da mobilidade por bicicletas na capital gaúcha. Então, o uso de TICs e a organização em rede, considerada menos hierárquica e estatutária, caracteriza as frentes de ação e as diferenças em relação às instâncias que homologam as políticas urbanas.Por fim, em “Não é só cantar e escrever. É o fazer político também”: a ação política de jovens atuantes em coletivos culturais, são abordadas as narrativas de ativistas do Hip Hop na cidade de Maceió/AL. A atuação em coletivos culturais é interpretada por sua peculiaridade na configuração de ‘política-vida’, atinente aos processos autoidentitários cuja reflexividade realça aprendizagens biográficas.Esperamos, nessa iniciativa editorial, que as diferentes perspectivas e recortes autorais provoquem novas inquietações e diálogos, especialmente aos interessados na pesquisa com jovens e sobre as derivas políticas virtualizadas nas ações juvenis.
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Zamith Cruz, Judite. "Marina. Lucchesi, Marco. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023." EccoS – Revista Científica, no. 67 (December 18, 2023): e25392. http://dx.doi.org/10.5585/eccos.n67.25392.

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Abstract:
Jogo de espelhos e palavras Analogias duma beleza transitiva Foi entre “formigas e cupins”[1] que descobri e inventei por “ver” o que lia. Do jardim a casa, numa aprazível “distração”, li Marina (do latim, marinus, “marinho”). Se ia em busca de cupins, absorvi-me logo numa bela atividade intrínseca de “ler” a natureza humana. Os estados/processos emocionais deram-se ao meu sonho acordado, frente à lua cheia. Por contraste mínimo, o que acontece no sonho propriamente dito é antes uma não narrativa, uma dissociação não controlada, exibida a superfície de fundo inacessível[2], graciosa alternativa criativa à “associação de ideias”. “O sonho de uma sombra”, em Píndaro (522 – 443 a.C.)[3], foi a ofuscação da “verdade” nua e crua. O sonho e a fantasia permitem a estranha fragmentação da sequência do pensamento escorreito, quando se experiencie a realidade de All-Self (ser com tudo em redor). Um efeito é imaginarmos sermos nós aquela “estrela” e recategorizamos algo num “todos juntos”, “transitarmos”[4], sem fixação, encontrado “tudo em tudo”[5]. “Somos plurais”[6] e mutantes sem “coerência”. Colocado a par o ser e o não ser, dada a aparência de Marina, numa superfície lisa refletida, convoca à reflexão que muda, quando “… todos querem, buscam, sonham com você”[7]. Na afirmação do narrador, Celso, é partilhado o desejo de alguém ou dele com “você”. Num detalhe ora geral, ora específico, algo dela poderá ser comparável ou semelhante a outra coisa, uma analogia. No encalço dela, Marco Lucchesi acompanha-nos no “eterno retorno da leitura”[8], trocadas cartas entre Celso e Marina, na década de noventa do século passado[9]. “Rasgadas”, anos passados por ele, entendidas “inúteis e vazias”[10], tendo ela dirigido um e outro e-mail inúteis, para “confissões”, via ”correspondências”[11], em que culpas confessadas nem sejam alheias a “amores mortos”[12]. Anteriormente, Celso chegaria a procurar Marina em “mundos improváveis”. Em locais de sua casa, a falsa presença, inviável, “tão querida”… Possivelmente desejada, chega a ser atingido o paradoxo da perenidade da vida, no espaço exíguo, amor eterno. Marina encontra-se em quase tudo[13]: “Digamos: a) no terreno baldio das gavetas; b) na agenda que perdeu a validade; c) nas fotos inquietas de um álbum (andorinhas em queda: sem cola, pálidas ou saturadas); d) no velho sótão que não tenho.” Como se “pousássemos os pincéis”, em continuidade, o modelo analógico varia no tempo… O escritor acrescenta: “nosso passado é analógico”[14]. Celso escuta cantos, sons e silêncios (a música “dela”?), no aparelho de rádio analógico... “Analogia”, nas nuances de significado no dicionário, são uma entre outras. E dada a representação de um objeto assemelhar-se ao original, pode Marina ser “pintada” em eternas obras de arte. “Vejo-a”, no que vejo e no que leio: “Coroação da Virgem”, de Fra Angélico (1395 — 1455); “A Madona de San Sisto”, de Rafael (1483 — 1520) … Escolho logo a bela Gioventü, de Eliseu Visconti (1866 - 1944). Figura nº 1 – Óleo sobre tela, Gioventü, de Eliseu Visconti (1898) Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Giovent%C3%B9 Mas é em Candido Portinari[15], numa obra de 1957 – “O menino com pássaro”, que a voz e ela… se me apagou. Seria recolhida e cuidada por aquele que a encontrasse. Figura nº 2 – Elemento de obra de Candido Portinari (1957) – O menino com pássaro Fonte: https://www.wikiart.org/en/candido-portinari/menino-com-p-ssaro-1957 Numa analogia, a figura oscila de forma contínua, entre passado e presente, imparável no tempo. Sem comparecer perante Celso, também ele num não-lugar se quedou[16]. Os seus braços, “irredentos do todo”[17], vivido um “como se…”, avançariam o distanciamento/estranheza[18] face ao espelhado “teatro de sentimentos”. Fora Marina ferida? Num “jogo de espelhos e palavras”[19], “escrevo por espelhos reticentes, com frases e lacunas movediças” …. “Estendo as mãos para o espelho…”[20]. “Refletida” a escrita em processo, encontro Lucchesi solto no outro. Nos seus termos, a palavra “espelho” dará lugar ao oculto no “jogo de espelho, analogias”[21]. Quando a reflexão teria ainda o Sol no “espelho”, o encontro de ambos jorrava luz. Perdida a década de oitenta, o que é dado, antecipado[22]? Novas luzes e sombras. Celso e Marina foram inicial “espelho de paixão”. Seguiu-se a brecha na paixão. Num salão espelhado da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 1507, vejo uma figuração pintada por Hans Schäufelein. “Herodes” deu lugar à figuração doutros maus tempos, no “Espelho da Paixão” (Speculum Passionis). Cristo diante de Herodes, o malvado, que morreu com o Eclipse lunar. Num “reflexo“, o culpado, no julgamento em “Herodes”[23], convocara Cristo[24], um culpado. Eu sou o outro do outro eterno Eleia, às portas da atual Itália. Numa primeira estrofe de Poema, a expressão dum outro, Parménides (530 a.C. — 460 a.C.), para quem “deus” não foi gerado, existindo[25] ad eternum... A estaca foi colocada num limiar doutro lugar estranho, em Poema: “Aí se encontram as portas”. Talhada a via inovadora do caminhar, tendemos a cruzar linhagens para não nos perdermos. Nem tudo se desgasta e corrompe, com Parménides. No rumo incerto, outra conquista do explorador Ulisses[26], foi ter encontrado o retorno? Ulisses, Celso, Alice, Marina… Pierre e Natacha, Tristão e Isolda. No desencontro, Molly e Leopold ou Eurídice e Orfeu ... A ficarmos “aos pés da biblioteca”[27], a ler vidas nas figuras centrais, estas oferecem um recuo[28]. Abrem portas. Eternas personagens, nem todas juvenis. Celso, o narrador? Alguém que já teve um “matagal” de cabelo perdido, que “nasceu no coração [uma floresta, cabelos…] … com espinhos” - “O elogio da calvície” [29]. Outra personagem de Marina, Alice, foi um exemplo de ajuda, porto marítimo, seguro, onde atracar? Substitui, sem substituir Marina? Alice adotará, também ela, o enigmático porte de “Gioconda”, “a senhora Lisa, esposa de Giocondo”, representada por técnica do sfumato, de Da Vinci (1452 — 1519). Foi seu o “vaso”[30], que Celso amou - “vasos quebrados” [31]. Acresce que “Alice e o vira-lata branco” encontram-se ambos registados num “resumo” de carta[32], em união, bem juntos. Bem articulado no pensado é o que a carta diz e não diz. Mas quem será aquele outro vira latas? Marina ainda pede foto da outra – Alice[33]. Num e-mail registado: “Se puder [você, Celso], mande-me fotos ou vídeos de Alice. Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”. Será verdade? Uma inquebrável lembrança de Celso, uma só vez, Marina tocara piano com ele, a quatro mãos[34]. Celso poderá ter reparado (n)o vaso, a dado passo. Pode ter tido outra imagem fixada à Alice, de então. Seria aquele vaso que “amava”, ou Alice[35], uma figura magnética? “Para fugir de mil perigos”, a quem não faltou Alice? Alice usou “ampolas e unguentos, magos e poções”[36]? Cuidadora, Alice, com Celso, representado nos rapazes com pássaros feridos[37]? Em suma, pareceria a Celso não existir punção operada ou poder maior, quando os relacionamentos morrem, ainda que os vasos sejam compostos de cacos que se colam: “Não posso reparar o irreparável”[38]. No entanto, Celso conhecia a técnica das peças coladas do Japão - a técnica do kintsugi[39]. Observou, até mesmo o outro vaso por si trazido com os gerânios, da sua antiga casa… “Distancia que se perde. Vaso que se encontra…”[40] Na ficção, a fiação tudo interliga “Vimos a fiação que tudo interliga. Semântica e sintaxe”[41]. Dos golpes de génio ficcional e da sangrenta História, Marco Lucchesi concebeu comparações, em que “mudam as guerras”[42] e as linguagens. Numa realidade de rapto, guerra e paixão, o poema épico transcende o amor passado que eterniza. Homero fundador da literatura ocidental, numa autêntica carnificina, a incerta “Guerra de Troia”, contou com Ájax[43] dentro do cavalo, dando guerra (infinita)[44] a Heitor, o destemido troiano, incapaz de lhe perfurar o escudo. A guerra teve que ser interrompida ao pôr do sol, intervindo Apolo. Do inicial “pomo de discórdia” entre deusas até aos feitos, nove anos passados em guerra, Ájax é “muralha”. A Ilíada evidencia que esmagou o escudo de Heitor, com uma só pedra. Quem sabe se Celso seria uma barreira inexpugnável, de tão “glacial”[45], que se tornou? Numa contenda, para o romance histórico, de 1865 e 1869, Liev Tolstói cruzou aqueles que se amaram, na passagem do Grande Cometa, em 1811: na invasão napoleónica, em 1812, a personagem recorrente, Pierre encontra-se com a bela Natacha, aparentemente apaixonada por Boris, amada por Denisov. Como foi possível a “guerra sem paz”[46]? Celso e Marina viveram dessa “Guerra de quase e talvez”[47], no que foi a “guerra que nos mata”[48]. Lendários amores infelizes e apaixonados, trágicos, na bárbara Idade Média (século V a século XV)? Tristão («tristeza») e Isolda (“das mãos de fada”)[49]. E o Rei Marcos que a perdeu[50]. Guerras nos ensaios não-ficcionais e nas ficções. Já a estranha paixão da cantora Molly e Leopold termina com o “sim” dela, apenas num solilóquio. O corpo de Molly – no livro de James Joyce - seria “sensual”[51], no que ressalta o “incêndio” interior. Divergências? Foi numa dada “tarde”, vinte anos passados, que a caixa eletrónica de Celso recebe um primeiro e-mail de Marina. Iria acabar com a guerra entre ambos. Não parece de comparar com a ficção? Marina e Celso encontrar-se-iam no fim da “guerra fria”[52], em data marcada pela queda do muro de Berlim, 9 de novembro de 1989. Numa Rádio Londres, com “mensagem de Inglaterra aos aliados”, durante a longínqua Segunda Guerra Mundial, ele passava a escutar outra transmissão no rádio bem comum, no sistema analógico. Um sinal da mensagem dela, vulgar. Metáforas básicas da descrição do real Quando se coloque uma figura de estilo, cujos sentidos figurados utilizem comparações como a “metáfora do corpo em lua cheia”[53], é a Lua “tão nua e desarmada a vaporosa Lua”. A pessoa é então toda inteira, se bem que a Lua seja fragmentada noutra fase lunar. Damo-nos a facetas diversas, também. E a não ser a transição de fase a mesma daquela grande lua, Marco Lucchesi ainda afrontou a perda irreparável de parte dela, por Celso, num desaforo: “se você esperava tapetes e fanfarras, perdeu a viagem. Abandonei a timidez, digo o que penso, e sem rodeios.”[54] Dada a acentuada guerra entre Celso e Marina, ao referencial “real”, preferi antes juntar à lua a palavra “viagem” e a palavra “mundo”, no que coloco mais do que o que (a)parece – numa alegoria. Assim, na minha perceção subjetiva, uma fenomenologia, ocorreu algo mais a aprofundar. Nessa viragem, limito mais do que o que se me abra à fixação de “guerra”, quando se sucedam figuras de estilo, no livro[55]. Num jogo de linguagem, retiro a desafogada imagem concreta: o passeio na praia, junto da Cinelândia e o que faço? No termo metafórico duma “psicologia de viagem-vida”, encontro logo ali o figurativo, portanto, com os rodeios à casa velha de Celso, com os eventos no trânsito, com as margens do mar face à praia. Meios mundos são a frente “subaquático”[56] e outros territórios e sítios. Poderia convocar imensos espaços de transição, imaginando[57] além de um “mundo submarino”[58]. Lucchesi tantas vezes observa “estrelas”, algumas “estrelas não promissoras”[59]… Voltando ao avesso, na Terra, à “viagem à roda do piano e do quarto”[60], essas são breves viagens e têm fim. Contudo, é dada à incompletude a infinita “viagem à roda dos teus olhos, punhado de beleza, informe, passageira”[61]. Numa estranha viagem de recuo (na revirada do avesso), focada uma “correspondência” sem troca, é de antemão inviabilizado o “sim” e a chegada a bom porto[62]? Da presença na ausência de Marina: tempo de sonho e pesadelo Como “resumir” os “20 anos”[63] de afastamento? Um desapego de “dez mil dias”, após o “terremoto”. “Dez mil dias” sem se falarem? Pretendo dar forma ao texto, quando pense que uma correspondência convencionada abranja reciprocidade e presença, ainda que evitada a “literatice”[64] e o “episódico”. Não “agradará” ao narrador contar das cartas, para se livrar efetivamente delas. Ameaça que irá “destruí-las”. Celso foi intempestivo, aquando do primeiro e-mail de Marina[65], após aqueles vinte anos de alheamento dela… O livro Marina reproduz a reduzida “novela”[66] de singelas cartas e e-mails. Passado o texto a pente fino, no segundo e-mail de Celso, este redige uma desculpa: “Perdi tudo, não sei como. Preciso de um novo computador. Como se não bastassem formigas e cupins. Obstinado, insisto e recupero apenas uma parte”[67]. Numa convencional “não-narrativa”, coloco a tónica na congruência e na intencional, quando seja a “dissonância”[68] desarmante de “lirismos”. Alcançada a agressividade, a crítica mordaz, a sagacidade e o ardil… Frente ao quebra-cabeças, pede-se abertura (de espírito), quando se leia o “romance de ideias”, no pensamento do ser (em Parménides e Heidegger). Na dimensão emocional, a obra de resiliência traz-me a consciência da artificialidade da ficção. Cubro de culpas a protagonista Marina. Coloco logo a poção de amor viático, um mantimento para sustento num “líquido destino”[69]. Logo passa a parecer-me que “essa viagem nunca termina”[70], numa entusiástica volta no carrocel do mundo, num “eterno retorno”[71]. Essa segunda vez que é nomeado o eterno, dá-me esperança, ainda que Celso assuma: … “não quero este destino circular”. ~ E eu quero! Se o “nosso encontro não estava escrito [no destino] … Não houve um deus a decidir nosso destino, nem brilho de uma estrela promissora. Deixámos simplesmente de escrevê-lo [ao destino]”[72]. Escrevamos o que desejemos, então, por linhas tortas. Há ocasiões, em que um sonho se repete e elucida algo[73]… As produções estéticas de artistas foram os produtos de imaginações, ainda que acreditassem ser ajudados pelo diabo, por um santo ou pelo próprio sonho avassalador e as visões enigmáticas. Giuseppe Tartini (1692 - 1770), William Blake (1757 - 1827) ou o cavaleiro Adolf von Menzel (1815 - 1905) são exemplos elucidativos do pensamento mágico dominante, nos séculos XVIII e XIX. Há quase 100 anos, o psicanalista Carl Jung[74] escreveu o seguinte, com um sentido determinista do sonho: “uma experiência anómala, que não é compreendida permanece uma mera ocorrência; compreendida torna-se uma experiência [humana excecional] vivida”. Uma característica desse tipo de experiências únicas é serem inefáveis, mal descritas. Inefáveis ilações, na sombra que vira a luz? Posso recuar atrás, ao sonho e ao tempo de Píndaro[75]. O que alcançou aquele da Verdade, quando viveu entre 522 e 443 antes da nossa era? Com Píndaro, ficou assente que “[no humano] sonho é uma sombra”. Assim colocado, “sombra” opõe-se a brilho, a luz, quando a “verdade” seja ofuscada, esboroada na obscuridade. E na medida em que seja ausente um sentido puro para as palavras, damo-nos a alegorias, a metáforas, da “transparência” da palavra, da luz ao sábio recuo paradoxal. Possa o sonho ser “iluminação”, tal Marina, duma “beleza transitiva”[76], entre as luas cheias. Marina conforma aquilo[77], o deslocado pela sombra, quando fuja a juventude, na transitória impermanência. Que espelho da “verdade”? Logo na primeira configuração, se o par não foi (ou foi?) um “espelho inverso”[78], Marina chega a ser retratada no vidro fosco, na “transformação [dela] num espelho”[79]– “uma Gioconda cheia de segredos”, representada pelo impressionista Eliseu Visconti, em Gioventü. Indecidíveis formatos. Como abordar palavras guardadas num “poço” que, a ser “raso”[80], sempre igual e espalmado, lembra o “infinito” do “abismo (líquido)”[81], entre duas pessoas que “comunicam”[82]? 2 Analise textual de marina O método de analisar textos “Coerência” traduz a ideia, cunhada pelo psicoterapeuta Carl Rogers (1902 – 1987), em que o participante apresente um relato de experiência bem estruturada - lógica, a faceta cognitiva e interpretativa, uma significação de peso na experiência “arrumada”. Na narrativa literária, a noção de “coerência” coloca-se, no antigo Dicionário de teoria da narrativa[83]: “texto como unidade no processo comunicativo, resultante de intenções e estratégias comunicativas específicas, ele é também um texto semanticamente coerente... elementos recorrentes… não integralmente redundante… progressão de informação no interior de um texto … na ‘enciclopédia’ do recetor”[84]. Na nova literatura, Marina alude o “vórtice” do redemoinho amoroso de Celso e Marina, o forte movimento do “terramoto” bem rápido, cruzado com a empolgante sonoridade das bravas ondas. Marina retém uma imensa fluidez, em torno dum eixo fixado ao vórtice entre ambos. Sorvida a voragem sentimental no turbilhão do mar, noutra asserção a “vórtice” – um turbilhão, o fenómeno “incoerente” trespassa a vitalidade dos movimentos guerreiros de “homens”, nos tempos atuais. Onde encontrar uma “secreta harmonia”[85]? Em mulheres, no desaguisado com homens? “Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado”[86]. Seremos bem menos coerentes do que se pensou, tanto mulheres quanto homens. Todos nós, humanos, somos sujeitos de analogias. Com o “corpo inelutável”[87] de Marina, que foi o “corpo em fuga” e se encontra ao lado do seu, Celso é já do outro lado. Seja que suba ele à Tocata e Fuga em ré menor, de Bach[88]? A inconsistência é presente na ausência de outrem. Outra mexida foi dada ao mundo amoroso, com as híbridas histórias-ficções, realidades e alternativas. Na alternativa ao modo de organização de “identidade do ‘eu’ estacionário”, sem fluidez de maior, teríamos a fixação eterna. Um risco pode ser nem encararmos a vida sujeita a contingências/acasos – o sem ganhar folgo, “… e, de repente… o sobressalto”. Em Marina, o leitor transcende o sabido (ontológico) e o instituído “romance”, o que não pressupõe que todos os planos sejam antecipadamente traçados. Não sabemos se Marina nos deixou. Ela foi a “glória de um destino”[89]? Um famigerado destino? Um Deus não decide do destino do par amoroso[90]. “Desconheço a direção [do futuro, indeterminado]. Soubesse de uma senha [mágica, um código … e o controlaria Celso. No fluxo permanente de mudança, já o passado e o devir são escapes [na aparente “fuga”], uma “disfunção” no presente [na fantasia inviável]. Porque não viver o aqui-e-agora? Amplificado o tempo, a “hipertrofia…”, é inviável a luta interior, “contra a qual luta o presente”[91]. “Deu-se por fim a glória de um destino. Porque, Marina, os relógios não morrem”[92]. “O vento segue os rumos do destino [ou da predisposição de sorte]”[93], tão mais improvável do que a precisão do tempo dos relógios. Abordagem narrativa na psicologia Numa aproximação literária, na psicologia narrativa, “as personagens são os elementos permanentes que sustentam o desenrolar do enredo”[94]. Nem as personagens fogem, nem restam fragmentadas, na “transparência da voz”[95]. Quem fale no esqueleto narrativo, pensa em episódios de um “guião” (scripts) identitário ou coletivo e, para a “narrativa de perda”, em Celso, congrega-se uma “organização de significado”, no que dê conta de mudanças dessa organização afetiva e psicológica, tão frequente e intensa de privação, podendo tornar-se duradoura ou reatar uma mera ocorrência súbita. O presente texto sobre Marina apresenta “fenómenos” talhados. Dito de outro modo, dá corpo a “ideias centrais, ao happening, ao incidente em torno do qual um conjunto de ações e de interações são dirigidas, com vista a serem reconhecidas, geridas e integradas, ou com as quais um conjunto de ações se relaciona”[96]. Numa forma de encontrar e descobrir ocorrências, farei um parêntesis para o que sabemos de um autor. Na sua suspensão de ideias feitas, como nos “lugares comuns”, nos “hiatos” e nos “silêncios”, o que “lemos” nos não ditos, sem um código? Para o efeito enredado, temos a ajuda de comparações constantes, numa “codificação aberta” do texto. Utilizam-se atributos/características para as palavras todas inteiras e para a variabilidade de significados não ficar de fora. E as “palavras (sem) envelope”, plenas de pregnância e fugidias, impõem afundar numa rigorosa análise linha-a-linha. Haverá ainda que conceber dimensões gerais, para “linhas-da-história”, duma ou doutra mini narrativa ou história, em Marina, o “tempo eterno” e o imparável “relógio dos ponteiros”; a vida e a morte; a terra e o mar, a nuvem e a pedra, o fogo do amor e as suas cinzas… Ao “questionar” os dados/textos, no aprofundamento que se justifica, efetuam-se as aludidas “comparações constantes entre fenómenos”. Da projeção, da narrativa e do episódio Em Marina, identificam-se esparsas narrativas míticas, nas guerras e nos amores. No amor, o “projetado” Orfeu[97] chega a parecer ser Celso, na sua ânsia de que Marina não morra …[98]. Celso poder-se-á sentir, noutra volta, um Marcus[99], chegando tarde, perdida Isolda, amante de Tristão[100]. “Pobre rei Marcos. Tão tarde descobriu o desamor”[101]. Marina não é escrito na primeira pessoa, autorreferenciada. Discriminada a faceta “projetiva” (ex.: uma pessoa não específica ou segunda pessoa, outros, alguém de quem se fala ou escreve): Marina ou Alice descobrem-se entre uma “Gioconda cheia de segredos”, uma Molly, o “verbo infinito”, na “voz” da cantora. Um eco repetido da voz dela, Marina. O narrador e Marina “nadam no monólogo de Molly”[102]. É preciso dizer que “não sei até que ponto lembro da tua voz [Marina]”[103]. Dito de outro modo, Celso mal se recorda do que Marina “disse/diz”, repetidamente. Falhou a voz e “deixou de dizer”[104]. Por seu lado, os episódios reais reportam-se às mínimas ações/interações, as quais podem ser relatos de experiências significativas, por vezes truncadas nas premissas, donde a maior ou menor coerência lógica ou consistência lógica. Quando as palavras chegam a mudar de estado, digamos, aluadas, tornam-se “líquidas, turvas, transparentes”[105]. Passam palavras estranhas pela fluência de selves (“múltiplos eus”, mentais e subjetivos), transformações identitárias. Apreender-se-ão coerências doutros implícitos, aspetos tácitos e inaudíveis da daqui e dali. Narrativa episódica A partir dos fenómenos esparsos, no grosso volume da vida, alcançamos registos de realizações pessoais e dos impedimentos, destinos e acasos, sortes e desaires. Foi a partir dessas constatações que distingui os fenómenos de meros episódios, nas narrativas/histórias, que lembram “todo o texto mostrar de forma holística as cognições e os processos emocionais do autor”[106]. O que se designou de plot (na língua inglesa) para um “episódio”, portanto, vai de encontro à narrativa, ao deparar-se o leitor com uma sequência de eventos ao longo do tempo (“sucessão”), para um “texto”[107], mesmo no mínimo “enredo”[108]. Na forma bem estruturada, visou-se o elemento sequencial e dinâmico, na literatura (na lógica, “gramática” ou “sintaxe”), considerado o episódio o “único esqueleto indispensável” e “menos variável”[109]. A variabilidade de Marina encontra-se nas intercaladas unidades de significado/segmentos de tópico, nas breves temáticas, as quais identificam a substituição de conteúdos, nos registos escritos por Celso. Acresce haver processos narrativos de vários modos evidenciados, no sentir, no experienciar e no pensar: a “descrição externa/concreta de acontecimentos de vida (atuais ou imaginados / passados, presentes ou futuros); a “descrição interna experiencial” (subjetiva), de episódios/narrativas, com a identificação verbal de “reações afetivas e/ou estados emocionais” (ex.: “triste”, “zangado”, “frustrada”, etc.); e a “análise reflexiva/interpretativa da descrição de eventos e/ou da experiência subjetiva, sendo os eventos presentes, passados ou futuros”[110]. No primeiro domínio narrativo, a ênfase no sentir alcança menor complexidade do que o experienciar (interno) e o refletir/pensar. Episódios mínimos Após o desenlace por afastamento, surge um episódio elaborado quase no final do livro. Possui a tónica na conduta de Celso, antes da adesão ao refletido, somente após a imersão interior num quadro e num cenário: Episódio - Título Promessa de calor na aflição dela: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite (p. 91). Registei outros episódios relatados, com mais de “vinte anos”, exceto o primeiro, possivelmente mais recente: (1) Aflições de Celso no mar[111]; (2) Celso e Marina nadaram no mar e, sentir-se-iam “alegres”, possivelmente ao saírem para a praia[112]; (3) “Mística do encontro” de dois “tímidos” (“dissemos algo escasso, imponderável ... o clima, as gentes, a história”)[113]; e (4) Aludidos passeios de bicicleta[114]. Na narrativa criam-se então replays de experiência, quando se atenda ao “eu” subjetivo frente ao quotidiano, a rituais e a “inéditos”, como nos encontros a dois. Somente o episódio de Celso sozinho e aflito no mar não correu bem. Será invencível o revolto mar e a doença de coração: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[115]. E se é tremendo o risco de morte no mar bravo, não é impossível lutar a dois contra o tempestuoso. O que nem quer dizer deixar de ter mão para apagar aquela ou outra terrível imagem recordada. Afinal, qualquer um sonha com “você”[116]. Ora aquele primeiro “episódio de ‘sonho’”, mas pavoroso, é ilustrativo do mundo irreal, na forma “narrativa”[117]: “um belo dia quase me fui na onda[118] de seis metros. Eu me livrei a muito custo. Um sonho breve que o sal interrompeu. Vantagem provisória...” é acordar. Já o fustigou o voraz turbilhão real da ameaça e perigo no medo da morte dela, quando volte a passar ao mar… Deixar de ser, naquela praia – que “quase levou” Marina … e que é a mesma praia, que “seduz” o narrador[119]. O perigo de afogar-se na praia é real e irreal. Anotei ilações, decorrentes interpretações do texto, nas expressões do autor: (1) Risco frente ao mar[120]; (2) Juventude, em que se possa morrer com alegria[121]; (3) Encontros, fruto de “um milagre matemático… acaso e o seu mistério”[122]; e (4) A bicicleta que “morreu”[123]? A bicicleta? Um indicador do encontro com Marina: “Passeio de bicicleta. Voa o vestido azul. Essa viagem nunca termina”[124]. Noutra apropriação do contexto, o par poderia [ver] “baleias”, ao longe, “delicadas” [125], quando iam pedalando na “bicicleta” … Num contrassenso forjado na comparação, a bicicleta dele era um “cavalo”[126]? Antes dela “morrer”[127], melhor dito, “enferrujar”[128]. Na transição de pensamentos, afetos à morte: “Não há resumo para a última carta. Porque esta é uma carta definitiva. Porque se trata da morte de Marina”[129]. E adiante: “Imploro, Marina, que não morras antes de morrer”[130]. Ficaria ela sem maior sentido de vida? A viragem de alegre “surpresa” chegou a ser concebida, numa anterior “carta destroçada”, restos do que ficou dentro do “caderno escolar” e “cujos pedaços recomponho num mosaico bizantino”[131]: “Carta de amor (desesperado) que rasguei: “...pousa nos lábios uma estrela... secreta harmonia... deserto amanhecer... teu corpo inelutável... lagoa iluminada e seios úmidos... bosque sutil... pequena morte... jogo de espelhos e palavras... teu rosto desenhado no meu peito... à mesa um copo de absinto... duas palavras e voltamos a dormir... infame precipício...” (p. 86). Os procedimentos de análise de experiências são guias de leitura, no que prendem o elucidado “desespero”, o isolamento e o limitado prazer de Celso, quando a vida pudesse afigurar-se um pesado fardo, irado contra Marina, contra o violento mar, o amor eterno… A súmula de alegria - a “surpresa” … Num resumo analítico[132], estabelecem-se relações entre um fenómeno, no sentido da conceção de um episódio. Donde, uma ilustração de seis fatores envolvidos, no episódio Promessa de calor na aflição dela[133]: - Condições causais antecedentes, para a ocorrência reportada (antes do amanhecer, já levantado Celso da areia da praia onde dormiu, ao despontar do sol); - Fenómeno per se (“sacudidos ossos” ao sol, no limite do ser, entre eternas rochas, com a ausência de Marina); - Contexto (a praia junto ao mar ensoleirado); - Estratégias somente idealizadas de ação interativa (ser tomada Marina por indefesa a proteger, no que Celso escreve da sua possibilidade de “ajuda”); - Condições intervenientes (quadro “menino com pássaro” de Portinari…), - O que constrange ou facilita o incidente/fenómeno (recordações de encontros com Marina, num local partilhado e o fenómeno de imaginar um quadro) e - Condições consequentes (a dificuldade de continuar pela noite, sem a presença de Marina e a fixada promessa de calor humano). Nessa leitura duma abstração da experiência, um episódio pode ser idealmente estruturado, se bem que escapem as estratégias de ação interativa. Noutra margem encontram-se a filosofia (de Parménides e Heidegger), o jogo com textos míticos (Ájaz, Rei Marcus…). No “romance de ideias” de Marco Lucchesi, são vastos os domínios de conhecimento. Com o autor aprendi que, ao não aceder a “coisas em si”, tenho as coisas para mim e, talvez, nos apareçam amores e guerras, por prismas do entendimento e da sensibilidade. Dos fenómenos - as aparências - “O que sei?” No quotidiano, sei que vivemos de forma a criarmos conexões entre inauditos episódios, flashbacks, substituições de interesses/temáticas nem buscadas, redundâncias e omissões (como “lacunas de memória”), numa apreensão do que nisso assuma perene “relevância”. O núcleo duro, o “essencial”[134], segundo o autor? “Perdemos as palavras essenciais”[135]. Perdemos “baleias” naquele mar alto, enferrujaram-se as “bicicletas” e desapareceu o “corpo feminino em fuga”[136]. As cartas dizem muito “mais do que parece”[137]. 3 Do mundo poético “Tornei-me um leitor de Parmênides”[138] e de Heidegger No mundo eterno, Parménides colocou o “motor imóvel” do tempo, o “livre-arbítrio”[139], o “cálculo integral”[140] … “causa e concausa”[141] … “tudo em tudo”[142]… Bastará “puxarmos o fio…”[143]? Numa passagem paradoxal da breve (?) “novela”[144], logo vemos como “tudo muda” no (des)encontro, a par de “rádios, guerras, amores”[145]. Não há confissão, não há reparação, na “narrativa não projetiva”. As “narrativas” antes partem dela[146], nos “lugares comuns”[147], registados nas mensagens. O que procura despertar Celso? “A voz de quem morreu, não as histórias”[148]. Bastaria o alcance da superfície, na “voz” dela[149]… No início de Marina, nem se espera a finalização do encontro. Não é desejado o fim do amor. Um mal irremediável. Terá morrido? Obra de “criatividade” dissonante face a espectativas de cartas de amor, Marco Lucchesi coloca-nos a margem de manobra, uma deriva, mudado Celso em permanência e, nesse sentido, as suas posições emocionais básicas são sublevadas e revoltosas, sublimadas, substituídas. Existentia, como a explicitar? Quando numa página inicial, não numerada, o autor nomeia um filósofo italiano, Emanuele Severino (1929 - 2020), que escreveu sobre Martin Heidegger, que exploração de fenómenos “metafísicos”? Martin Heidegger[150], de que trata? Li algures que Heidegger se interessou por “atualidade, realidade, em oposição a possibilidade concebida como ideia”. Ser é a totalidade do que existe. “Aí onde está cada um de nós” - da sein, seria o lugar da nossa presença, duplicada pela sombra da subjetividade. Subjetividade é o vivido que torna algo maior, quanto dá à presença novas formas afetivo-cognitivas. Mundos universais musicais Tenho aquela “vontade” de mudar o passado[151] e de criar uma ideia prospetiva de florescimento. Do mito de amor a Marina, nem estranho virem três damas dar uma flauta a um príncipe, Tamino, que buscará a sua amada. A harmonia da música condensa o “universal”, atingidos géneros e variadas “vozes” trocadas, na “Flauta Mágica”, de Mozart (1756 – 1791). O poder unificador da música é uma metáfora para o príncipe neutralizar o mal. Outra das óperas que acompanham Celso? A ópera de Verdi (1813 – 1901)? Recuo, à procura de La forza del destino, de 1862, cantado por Galina Gorchakova. Será que soubemos escutar o ciciado na voz da atualidade e o que nem se abra ao previsível, no acaso, sem destino[152]? Vozes pessoais de visionários? Na aparência, as palavras são soltas numa poéticas. Meia página abala o leitor. Meia página, umas quantas linhas de “voz”[153] , “voz marinha”, vinda do mar, submarina. Marina. Na “poética da dissonância”, fica aberta a superfície ao “espaço descontínuo”, criado por Lucchesi para ela[154]. A inatingível voz dela? Não sabemos. Na aceção do termo “fragmento”, Heidegger sublinharia essa origem deslocada de textos únicos e incompletos, que deixam espaço por concretizar. Escritores como Lucchesi, coligindo fragmentos, escapam às “correntes literárias”, “movimentos identitários” e “evidências” repetidas. Um significado de recusa de continuidade no vestígio escrito, fragmentado, foi adquirido no mar, que não é terra firme. Todavia, com “intencionalidade”[155] na voz, “nunca poderemos deixar o mundo, o que nunca deixámos”[156], o mundo terreno. Numa particular fenomenologia[157], poder-se-á conceber a “suspensão de julgá-lo”. Como não julgar o mundo do pensamento oblíquo, da metafísica passada? Ficando pela rama, na área concreta, terrena (não marítima, à beira mar, o que “sobrenada” ...). No que importa, não estamos nós fora de água? É de todo difícil alcançar maneira de arrancar o “pensamento de superfície”, também a superfície da página de Marina encante, pela superfície que cobre os reflexos incessantes, os jogos de reflexos, como ilusões e evasões, que surgem e desaparecem. Se não for atingido o que aparece antes do fundo das letras, ficamos aquém de imergir: foi muito antes que Parménides e Heidegger viveram. É preciso dizer que a superfície não se confunde com a aparência - a realidade energética, a dança terreste, da vida dançante[158]. A máscara de Marina já arrasta a ilusão do que aflora (a superfície) – a “transparência da voz”[159]. Esconde-se ela algures, no “re-dobrar” do seu ser[160]. A sua aparência causar-me-ia a diligência em “lê-la” a preceito. A voltar a Parménides e Heidegger, a profundidade[161] do livro dá antes a explorar o ser e as coisas[162], ao invés da superfície (mas com a superfície), a sua luminosidade. Quando a metáfora da luz (do dia, do Sol, da Lua promissora do brilho dos olhos verdes…) não encontra um reino perdido que persiga o ser, quantas ideias ficam subterradas e obscuras ao leitor? Foi a partir daquele ilusório mundo de reflexos (a superfície), que alcancei a incerta profundidade. Será o outro mundo (“marinho”) contrastado ao ilusório da realidade e ainda aquele outro mundo perdura, mutável e instável, matizado de cor intensa e de brilho ténue de águas passadas. Quanto ao retorno à superfície, ao aparecer, no emergir de novo, volta a agitação do mar emocional, que se ressente, no que permanece do eterno esvaziamento. Ficou um poço vazio daquele outro momento de amor ou do que dele reste nas rochas imutáveis. “Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”[163]. Quando “aparecer é um compromisso metafísico”? A “metafísica” foi além de physis. Cientistas designam a metafísica de “especulação” de ideias, tantas vezes incertas, com que se debatam. O que se entende por “real” é, nesse segundo sentido, o que ultrapassa a “realidade” que conhecemos por perceção (inter)subjetiva. O real é um referencial profundo[164]e infinito; a realidade é o que conhecemos ou julgamos conhecer. Numa mediação poética para a metafísica, “aparecer” situa a presença original no mundo do ser, sendo que o mundo adote a incerteza na errância (e na morada no novo mundo). ~ Quanto “aparecer” vive acima da superfície e da aparência das coisas, é o ser que reflete um inóspito caminho de linguagem reflexiva, aproximativa e assintótica[165]. No ato de escrever, Marco Lucchesi delineou-me a possibilidade de especulação, a liberdade crítica e a ironia, abertas portas à metafísica fenomenológica. O existir em processo trouxera-me antes outros saberes e, nos espaços do mundo daqui, foi indicada a deslocação para a saída de “ex-” (em “existir”). Entretanto, aprendi que existir alcança o sentido de “pôr-se de pé”, de acordo com a etimologia. Num apelo a erguer-se (pondo-se de pé), já o próprio ser permanece em lugar recôndito, na condição de vir a aliar o desvelamento do ente – objeto, coisa, um ser, Marina... Outros “reivindicam” para si o “estar-aí” (da-sein), dito que todos “querem, buscam, sonham com você” [Marina], um corpo no que não “fuja”[166], na errância noturna. Consequência da fuga da luz? Será ela dada a “despertar” outra, a emergente Marina de Celso? Encontra-se ela ausente, no que seria de voltar a abordar a limpidez, a superfície, a “transparência”[167] da constelação “prometida” de dois seres. Uma forma de profundidade incompleta. Numa lúcida forma de escrita, patamar de sonho lúcido, Celso encontra-se em guarda. O narrador não deseja “despertar [vidas escritas]” … Talvez busque tão somente a “voz” dela, naquele eco, em que ressoa a limpidez, alcançará outra “voz”. A quem dar “voz”? A Molly, no seu solilóquio, na primeira pessoa[168]. Molly, uma inigualável cantora de ópera; Marina, de que nem sabe Celso se se lembra… da voz, dada à imagem fugidia na melodia, ao piano[169]. O que passou não se encravou. No ser em mudança, serão cristalizadas mínimas recordações, rareando “o caminho da verdade”[170], sem saída (uma aporia) tantas vezes paradoxal. Guerras dos mundos de ideias As ideias “verdadeiras” e as guerras de “opiniões” não se consolidam, nas correntes do paradoxo. Conjugam batalhas sem fim: Parménides e Zenão vs. Platão; Nicolau de Cusa vs. os que não cooperavam… Numa oposição ao seu tempo, questão cerrada e a descoberto, foi a permanência e a transformação. Parménides reteve a pura permanência, unilateral. Exigente na “ponderação”, Platão (428/427 – 348/347 a.C.) dedicou-lhe um diálogo inteiro - Parménides, em que Sócrates levou uma revisão verbal dum oponente, Zenão de Eleia (século V a.C.), para o efeito de inquirir o sentido do Uno, cujas “absurdas consequências seguem (ou não seguem?) em contradição com a referida doutrina”[171]. E se o ser é múltiplo? “Parménides”, um arauto da “revolução”? Esse é um ponto de um “resumo” do livro. Sendo que o germe da destruição estivesse plantado[172], que revisões foram geradas, a propósito das suas ideias? O que queriam mostrar os eleatas, com Zenão adiante das forças, o arauto da geometria e dos estranhos números, o infinito e o zero? Uma revolução, no conceito de tempo: fluxo constante e deixa de haver presente? O paradoxo de Zenão assinala o contrário à opinião recebida e comum, para o tempo virar uma sequência de mínimos momentos separados, donde vivermos o presente e a mudança ser ilusão. Quanto ao espaço? Sendo uno, não dá condições a haver “lugar” e “aqui”. No espaço fragmentado só há “aqui”, ausente o movimento. A revolução tem sentido no paradoxo, forjadas inesperadas dissensões. “Mudam [os tempos e] as guerras”[173]. No século XV, novo sobressalto. Gerador de ódios por contemporâneos, Nicolau de Cusa (1401 – 1464) alarmou muitos, pelo acento na compatibilidade entre extremos. Encarou a conjetura de “opostos”[174], dicotomizado o mundo por valores antagónicos, quando se creia num ponto de vista considerado válido. Nova batalha. Era Napoleónica, em França e na Europa, no ano VIII (ou, no calendário vigente, datado a 9 de novembro de 1799). Contrastaram adesões e oposições a Napoleão, herói e anti-herói, arrebatado o poder no golpe “18 do Brumário”[175]. As mudanças foram inquestionáveis, com a chefia e as saradas guerras. A guerra entre Marina e Celso não foi uma constante, também não persistiu. No foco da maior peleja, a distância a Marina[176] antecedeu outra circunstância: o entendimento de “como [Celso] se vê”[177]. Num “sinal de transição, de deslocamento”[178], veio de Celso a afirmação séria, numa trégua consigo mesmo: “já não habito na distância”[179]. Anteriormente, despedir-se-ia dela, como um Catulo[180], numa linguagem coloquial, sem intensidade e sem profundidade maior… Poderia estar a recuperar o “habitar”, junto dela. Existirem compatibilizados, nas suas oposições, requer o significado: “habitar”. Talvez se encontre algures, na linguagem. Para “morar”, fica bem longínqua a raiz etimológica, no sânscrito - vatami -, cujo termo alemão é wesen. Dir-se-ia que Celso possa já “estar-aí” (da-sein)[181]. No seu lugar - aí -, à fluência não lhe faltará diferença. Como expor uma diferença melhor do que com o ruído feito pelas diferenças da fala e do canto de Celso e Marina? Revejo a aliança, a separação, o que nem quer significar uma divisão de opostos. Há uma distinção nas “vozes”, para um sistema caótico, em várias escalas de linguagens. A organização de mundos No século XXI, em 2023, há ordem para parar e avançar no terreno do ser. “Há mais de dois milénios…”. Heidegger[182] introduziu essa conjetura perdurante[183], nas primeiras palavras de Ser e Tempo. Fora há muito “esquecido” o que surgira em Parménides, uma abstração – Poema – “onde se encontra o ser e o ente”? Ente pode ser objeto, coisa, ser … E o ser é o mais próximo do ser humano, sem que seja “um Deus ou um fundamento do mundo”[184]. Não existe um ente sem um ser. Acresce perguntar: “o que significa pensar?”[185]. Pensa-se em alguém, um ser, enquanto as guerras matam pessoas. Desde que a nossa imaginação pejou o mundo de deuses, entre ninfas, dragões ou quimeras, foi feita a equação, pelo menos: esquecido o humano. Não neutro, mas esclarecido, Heidegger rebelou-se contra ter sido minada essa incógnita do mundo – o ser, o guardião da questão[186]. Colocado o tão saliente à parte (o ser) e juntas as palavras a ideais, “ordenaram-se” melhor as coisas. Nessa incessante transformação, contra as utopias, foram cometidas “supressões” de coisas, acrescentos de quimeras, os “suplementos”, esquecidas possíveis “deformações”[187]. Aguardado o alvorecer da modernidade líquida, após a linha humanista dos anos sessenta do século passado, ainda seria antecipado o outro tempo do ser frágil, das diferenças e vulnerabilidades acrescidas. Vemos superada a razão não linear, o princípio da não-contradição[188], a alinhar o excluído. Arrastamos até mesmo para a paz a “coincidência de opostos”[189]. No reiterado pensamento ímpar de Lucchesi, um visionário de saberes ontológicos, preside o ser humano que é pensado, dito que ser e não ser não sejam iguais. Os seus conhecimentos são buscados entre um que é muitos[190]: ser e não ser e “ser de todo o ser”, na expressão de Giordano Bruno (1548 – 1600). Ruínas e salvação Um genial revolucionário, Giordano Bruno, foi o que retomara o ser, em On the infinite universe and worlds (“Sobre o infinito, o universo e os mundos”). Recordado num post scriptum[191], o opositor, Bruno, foi morto. Para mais escrevera “A ceia das cinzas”[192], em gritante contraste com o fogo da paixão. Deu-se ao desfecho inolvidável, à morte horrenda, após outra intrincada conjetura resistente à “ignorância” por dogmatismo e ceticismo do tempo. Bem além e aquém do “estar aí“, em substancial presença, o que resiste à fixação ao lugar encontra-se na imaginação, em múltiplas superfícies, no não linear, cujas diversas escalas se coloca Marina. Celso vive numa efetiva transição temporal, quando “o agora é um índice [indicador] da eternidade”[193]. Quando ainda se creia na “eternidade do mundo”[194], uma exceção. Enquanto nos insurgimos, Marina poderia “fixá-lo” ao passado em comum[195]. Na “correspondência” truncada, o narrador assumirá a perspetiva de “crer na eternidade do ser. Mundo sem fim e sem Deus. Essa é a ideia que me salva”[196]. Ademais, imaginar a “eternidade” não diz que não se “aclare a contingência” [197], o acaso, por contemplação intuitiva[198] e sensível. No perpétuo salto entre histos, reparo no ocaso do relacionamento, na paragem e esgotamento dum percurso: “[As cartas de Marina, “ibérica prudência”?] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo. Cartas inúteis e vazias! Abracem do não ser a eternidade!!”[199]. Creio no indecidível. Não cumpriremos todas as “promessas”, as coisas voltarão a ser as mesmas nas guerras e nos amores à beira mar: o “vestido azul”, a “pedra”, os “passeios” e as “bicicletas”[200]. Recordações e ilusões para “todas as cartas em princípio circular”[201]. “Quem sabe se…”[202], se “tudo se passa aquém da superfície”[203]? A verdade - domínio duplicado da aparência - agarra o “desvendamento”[204]. Da substância/essência não temos algo, além da aparência. E ainda que deixássemos há muito de atingir “as coisas em si”, vivemos demasiado no escuro em volta. Quanto muito, realizemos nova viragem às partes, quando “o passado é órfão do presente [índice de eternidade]”[205], no mundo compartimentado. Vivemos num “tempo inabordável”[206]. De forma paradoxal, deixámos o “museu”[207] e as “espécies” à solta, que diminuem com seres impreparados. Do ser e tempo[208] à nova hermenêutica, reatada “presença”, o que “aparece” no “compromisso metafísico” com o ser[209]? Numa filosofia para o século XX, o existencialismo ainda contou para O ser e o nada[210], no que importou o significado, o valor e o propósito da vida. Na época, avançado distanciamento/estranheza[211] face ao “teatro de sentimentos”. Na Europa, tanto “narrativa”, quanto “ficção” deram lugar ao “novo romance”[212], uma mistura de atores sociais e coletivos, de géneros misturados, uma “polifonia”[213]. A psicologia da vontade e a narrativa Na psicologia então emergente, William James[214] discriminara a “vontade de acreditar” do que queremos fazer “desacreditar” - o que seja convencionado para a época ou para a “troca” correspondida de “cartas” a e-mails, o que escape à explicação e/ou à compreensão[215]. Narrativa, na psicologia pós-racionalista, congregou a ideia de que “contadores de histórias” seriam os que estariam incrustados ao amor e ao sofrimento. Como sublinhado, nas teorias semânticas, havia outras “vozes” e “polifonias”, quando um discurso se enuncie. Fora enunciado. Ademais as (re)autorias e sensibilidades eram provenientes doutros domínios de saber, tomadas por empréstimo (nas teorias feministas, na narratologia, nas ciências sociais e humanas…). As temáticas ganharam sentidos segundos, o significado de ridículo e a ironia alcançou outra voz crítica, ainda com o romance de ideias. Com Laurence Stern[216] é possível “justificar” uns “resumos” dum Celso[217]. Os condensados foram ordenados, entre “ideias confusas”[218] dum amor límpido. Num modelo dos mundos emocionais e do “eu em processo”, as “organizações de significado pessoal” (OSP) remeteram, em fim de século, a "metáforas básicas da descrição do real”. Traduziram apreensões dinâmicas para “estrutura da personalidade” e consumaram “significados”, para formas de dar sentido à vida. O modelo OSP, de Vittorio Guidano Vittorio Guidano foi um psicoterapeuta romano, que viu a criatividade como possibilidade de transitarmos duma para outra organização de “significado pessoal”, da falta e perda à reorganização noutra emoção, talvez pelo receio da distanciação. Correu na margem de entendimentos do corpo e da culpa. Concebeu uma epistemologia, com Leslie Greenberg, Humberto Maturana, Michael Mahoney e Óscar Gonçalves. Numa visão emocional integradora, a faceta de experienciar a vida (I, em inglês; o nível de “eu experiencial”) nem se opôs mais a “significar” a experiência (a narrativa da experiência). Pode ser dado o exemplo buscado no que conheci em Guidano e num seu amigo, Leslie Greenberg, de saúde mental. Quando com eles estudei, partiram dde G. H. Mead[219], entre muitos outros. No sul africano Leslie Greenberg[220] senti a primazia conferida a existir, tão visceral, no âmago da experiência imediata, o "eu". Frente a frente ao vivido subjetivo, Vittorio Guidano[221] colocava-se noutro plano de conhecimento: o “mim reflexivo” (me, em inglês). Contrastava na relação à energia de Greenberg, uma “presença” por inteiro, uma conexão no momento, em níveis diversos (físico, emocional, cognitivo e espiritual), ou seja, havia uma consciência da plena experiência corporal e emocional, vontade de escuta ativa, busca de compreensão. Modelos para fazer mundo Na distância cavada, lemos que “a gota do mar é pequena, quando o tempo de ausência seja longo.” A memória nem se esvai na comparação e compreendido desgaste. O “piano – sobrenada”[222] … – voga à tona de água, assim sendo a memória[223], num “abismo líquido”[224]. Poderia ser a voz “atemporal”[225], inesquecível, aquela voz entretanto quebrada de Marina? Tendo lá permanecido uma presença, não se cravou… No incomensurável passar dos anos, quais “cardumes de palavras”[226], arrastaram “o vazio”[227]. A eternidade deixou de ser. Morreu um mundo terreno junto do mar. O eco imaginário de Marina, na ausência quedou-se. Existem as “rochas” [que] continuam imutáveis[228], fustigadas por ventos e marés. Do revolto mar à mata-bioma e às pedras encalhadas, sobressai o abandono, nas “correntes indomáveis”[229]. Celso, continente/recetáculo, sem mãos. Haja o que desapareça e volte com a “correnteza”[230]. Sem alcance do “mundo submarino”[231], as águas não brilham. Somente na “superfície” são “transparentes” [232] águas, para um mundo que foi desarticulado e fragmentado em partes. Como referido, no uno, teríamos um mundo total e eterno. Numa perspetiva particular, um amigo meu acentuou a condição física, metafórica e metafísica (“especulativa”) do ser. Sem ler Marina, António Maurício enfatizou o transitório – o humano para “ondas do mar” (o seu mundo parcial). Na expressão oral, coloquei as suas palavras de permeio, com parênteses retos, para elucidar o refletido do infinito: Em resumo, e metaforicamente, parece-me que [esse processo humano, dinâmico instável] tem semelhanças com o que acontece às ondas do mar[233] (…) configurações/formas locais e transitórias desse mar/suporte e alimento de todas as outras formas/configurações potencialmente possíveis do mesmo. Que podem nascer, crescer, viver/existir, reproduzir-se e morrer/deixar de ser/existir, porque são fenómenos/seres transitórios. (…) Mas não é por isso [por haver formas locais e transitórias de mar], que o mar/vácuo quântico/TAO/[234]o sem nome/... (pressuposto background/suporte/meio/ e fim de tudo o que é possível, e por isso intemporal, Total, global, cognoscível e/ou incognoscível), sem ser… seja redutível a qualquer aspeto antropomórfico[235] .... mas contendo-os... O meu amigo tem uma conceção física e de recipiente – o “vaso vazio”, o inamovível Uno[236]. Nessa substância, Maurício faz conter os mundos parciais contrastantes. Na “leitura desviante”, colocamos “entrelinhas”[237]. A “colocar parêntesis” no que se saiba ou julgue saber, houve um retorno ao mundo, no abalo cultural da consciência. Na aproximação a coisas[238], podemos condensar “cardumes de palavras”[239], no que sobreviveu unido, o par que se afastou: As “cartas deitam iodo [como o mar] e sal… [como lágrimas] [240]… novo sal”[241] Crescem as ondas que me arrastam para dentro [daquele mundo submerso]. Põe-se Celso “a nadar“[242]. [No mar] Haveria “… a correnteza“… e entretanto “as ondas sobem cada vez mais altas… Já não encontro salva-vidas. [Celso dirigindo-se a Marina, pede-lhe uma vez:] Nademos juntos”[243]… No relacionamento, terá havido … um “naufrágio e tempestade”[244]. Até no “perigo de [Celso] afogar-se na praia”[245]. Ergue-se, subleva-se ele, humano, que “não tem guelras nem escamas”[246] … No salva-vidas da terrena praia, onde não “para de chover” … “mal sei nadar em tanto azul… [Celso] Andava a saltar “nas rochas, acima do cinturão das algas”, mas mergulhara no mar, “quando é escassa a correnteza”[247]. “Caminho sobre a chuva, ondas revoltas [no mar], branca espuma”[248] … “nadar [para] tão longe” …[249]. Na deriva, as “leituras desviantes” de uma temática[250], colocam vários caminhos de leitura. Não fosse o vazio deixado de palavras… [Sempre permanecem] “As pedras [que] rugem no bater das ondas”[251] [instáveis]. [Muda o significado de] “Praia - Cadeia alimentar, baleias, pescadores”[252] … “Sinto no meu corpo a maresia [que muda também, após a vazante, de cheiro intenso do mar] e assim transformo o sal em novo sal”[253] [Em casa] O “relógio de areia” de Celso, quando se encontrava com Marina, no passado, “ficava na estante” … [porque o tempo era subjetivo]. “Um belo dia [a ampulheta] quebrou-se” … “Vinte anos” separaram [Celso e Marina] … quantos “grãos” de areia [na ampulheta] são necessário” para tanto tempo passado?[254] “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[255], sendo que o sal eliminado, baixe a pressão[256] [arterial] e “transformo o sal em novo sal”[257]. Nova vida. As palavras vão e vêm, na modernidade líquida. A tornarem-se as palavras “úmidas”, é o sinal de sofrimento no “sal” e na “lágrima” salgada. Qual garrafa que se joga ao mar? Flutuaram ambos num domínio intemporal, deram-se a palavras inevitavelmente “fartas de imprecisão, saudosas da beleza”[258]. E que “cartas” se virão a “salvar” do mar do esquecimento, com agrestes “ventos do Atlântico”? Na insana movimentação vital, Celso “decide [a dado momento] atravessar a maresia”[259] e quedou-se o mar de distância entre si e Marina[260], ao primeiro e-mail dela, seguido-das imagens coloridas, palavras dela. Marina aparecer-lhe-ia na imaginação dovbelo solilóquio de Molly Bloom[261], um encantatório eco. É dele o repente, quando não queira voltar ao passado: “Não me afasto deste mundo de areia… Passam navios à distância”[262]. Em terra firme, Celso, não sai de si mesmo. No final do livro, arredio, Celso dará conta do inesquecível mau tempo, em que se sentira “naufrago”, abraçado ao não-lugar[263]: “Passada a tempestade, me afogo nos teus olhos [verdes e do mar]”[264], olhos de luz fina e penetrante. Do repetido reparo no olhar de lince, o que ficamos cientes do passado na marinha de salinas, na praia e noutras paragens? A lembrança foi ter à imagem da “jovem” Lívia, sua prima e amiga de Marina… [Lívia] “deu-se às ondas”[265]. Deixou de ser. Condenado, Marcus, perdeu alguém; Celso perdeu Marina, não fossem as “fugas” intempestivas. Anunciado casamento ou “condenação”, na escuta de Grande Missa em Dó Menor, K 427[266], de Amadeus Mozart (1756 – 1791), o significado diverge, para o cineasta Robert Bresson[267]. A perda não justifica uma causa, que seja culpa de falta de pontualidade dela ou o atraso dele. Preso ao antecipado mito: “Cheguei tarde como o Rei Marcus”[268], já que a bela Isolda amava Tristão e vogariam num barco do amor à beira mar[269]. No enlevo por Isolda, Celso assumia encontrar-se na condição do rei[270]. Outro fora a lição de Orfeu[271], que olhou para trás… “Não se ergueu” (no existir). E como a palavra concretiza o pensamento (quando o alcance), em inumeráveis mundos atingimos a parte num ou noutro fator – o mar subterrâneo, o envelope na palavra, uma sinédoque. A crer na memória “líquida”, mais uma vez, em imaginação de Marina[272], Celso “lembrou-a” de que já teriam pisado as pedras até à onda, ao imenso mar[273] Quando o a sair último apaga a luz Na ausência de fundamentos externos e de princípios internos, temos o reino perdido do ser. No mundo abandonado, aliado no estranhamento, é o esquecimento (“o fundador”) uma implicação do recuo do ser[274]. Como constatado, em Heidegger[275], surgiu o ser, um dos seus dois temas constantes. Como ser nem seja fundamento, nem seja princípio, incorreria na dobra original “ser-ente”[276]. Donde, a possibilidade de “re-dobra” do ser em Marina. Para o incauto efeito, somente desviando-se um autor, poderá recuar o ser, em que as hierarquias da existência passam a ser independentes (ser e ente), deixando de fazer sentido o que veio primeiro. Nenhum deus alguma vez pode unir o disperso, nos tempos que correm. Em Heidegger (1986 [1982]), para quê escrever “Porquê poetas”. Andaria o filósofo nos caminhos da floresta obscura, no que recuaria e o conduziu a Hölderlin (1770 — 1843): “E porquê poetas em tempos atribulados?[277]” Além da destroçada condição de “autor-idade”, o autor deslocou-se à poesia de vestígios inacessíveis. Marco Lucchesi pode ter atendido ao segundo tema de Heidegger, quando foque o eterno, em Parménides[278]. Visado fundamento do enigmático “pensamento”: leu as primeiras descobertas nos fragmentos ou vestígios escritos. De Marina, Lucchesi arrasta já o leitor às primeiras interrogações, como nos ousados fragmentos pré-socráticos incompletos, desbravados e arredios a um ponto, excêntrico a linhagens ou a “influências”. Ocorre pensar noutro ângulo de visão criativa, sem articulação entre o próximo e o longínquo, alcançado um brilho lateral, que perpassa na contemporaneidade. Qual será o derradeiro lugar em que pulse o pensar? – Pergunte-se. Em Poema, de Parménides, fragmento de conceitos acutilantes. Possuímos além da “dobra” constitutiva do ser (nos limites entre ser e ente), a prerrogativa de interrogar, de hesitar, de duvidar e de afirmar. Em que mundos desaparece e reaparece a consciência? Resposta: Nos dias que se sucedem a noites, a alternância revela-se à consciência, no sonho e na realidade percetiva. Da diferença entre mundos, Marina, o que perdura na ausência? Memórias de palavras “recorrentes: o nada, a Morte, abismos e fantasmas”[279]. Perdura o “sonho” no eterno “menino”[280]. Em Marina, o coprotagonista Celso, um retirado fazedor de “não histórias”, afigura-se retirado, o que não significa derrotado. Noutra asserção crítica, quando não se bata em retirada, poderão ser dados saltos na compreensão duma obra de múltiplas leituras. Foi no Prefácio à segunda edição de Crítica da razão pura, que Kant alertou para o pensamento, cujos “saltos temerários” nem seriam escusados. Poder-se-ia ir mais longe, no arriscando, nas nossas frágeis sociedades, a ponto de nem ser dito o que se pense, nem ousar-se o criticar. [1] Lucchesi, Marco. Marina. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023, p. 89. Quanto à “romaria de formigas” (p. 78), a ser desfeita, “vivo em guerra contra os cupins…” (p. 23). “Só as cartas ficaram intactas. Desprezadas até pelos cupins” (p. 24). “Pobres cartas! Ai de nós! Indigestão de todos os cupins” (p. 28). Afinal, outra maçada, será o velho computador perder cartas, “perder tudo” (p. 89). [2] A crença no acesso à profundidade teve os seus dias melhores, quando se acreditou numa via única, uma dimensão da base ao topo, entretanto barrados os códigos e a exatidão, buscada na modernidade. [3] Marina, p. 73. [4] Marina, p. 56: Marina possui uma “beleza transitiva”. Marina, p. 60: “Sou trilho morto, intransitivo [que não chega a ela]. Se não te alcanço não me basto”. Marina, p. 71: o caráter transitivo, sendo o que muda, aproximou-se de “sinal de transição, deslocamento”. [5] Marina, p. 27. [6] Marina, p. 76. [7] Marina, p. 76. [8] Marina, p. 15. [9] Marina, p. 13. [10] Marina, p. 87. [11] Marina, p. 13, p. 17. [12] Marina, p. 67. [13] Marina, p. 85. [14] Marina, p. 85. [15] Marina, p. 91. [16] Marina, p. 55. [17] Marina, p. 87. [18] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [19] Marina, p. 86. [20] Marina, p. 72. [21] Marina, p. 69. [22] Marina, p. 84. [23] Marina, p. 33. [24] Na alusão do autor, a xilogravura de 1507, de Hans Schäufelein the Elder? Um idoso, “o mais velho” (the elder). Ou “Cristo diante de Anás, do espelho da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, também de 1507? [25] Marina, p. 22. Parménides é também referido na p. 35 e na p. 98. [26] Marina, p. 49). Ulisses representa o que enfrentou perigos e riscos do mar, explorando o mundo. Escritores foram “navegadores”, por caminhos sem guia e sem antecipação, como James Joyce (1882 – 1941). [27] Marina, p. 49. [28] Marina, p. 71. Celso efetua ainda um recuo, quando “uma janela abre-se ao vento” e se desfaz o enlevo com Marina. Concretamente, recuo terá o sentido militar, na guerra. [29] Marina, pp. 34-34. [30] O vaso é um recetáculo, um contentor para as coisas sensíveis, no Timeu de Platão, datado de 360 a.C. Identifica a chora, no que acolhe as coisas em devir. [31] Marina, p. 89. [32] Marina, p. 77. Nas folhas ímpares, são dados a ler “resumos”, como o da página 27: “Sobre a morte das cigarras e o motor imóvel. As garras do leão. Livre-arbítrio, borboleta e tempestade. Software e cálculo integral. Termina com um verso de Mallarmé.” Geralmente, os “resumos” são ampliados em textos de duas páginas. [33] Marina, p. 81. [34] Marina, p. 43. [35] Marina, p. 89. [36] Marina, p. 78. [37] Marina, p. 67, post scriptum: “Leitor de pássaros, sou como um áugure romano a decifrar tua mensagem”. Na Roma antiga, desde o século VIII a.C., os sacerdotes tornar-se-iam augures, tirando presságios, partindo dos voos, do canto e das entranhas de pássaros, entre outras aves. [38] Marina, p. 89. [39] Marina, p. 87. [40] Marina, post scriptum, p. 98. [41] Marina, p. 50. Na perspetiva computacional, disse-me um informático, a diferença é nítida entre significado e semântica: “fornece-se uma semântica para um argumento (ou seja lá o que for), quando se fornece um método de traduzir os símbolos, que contém para qualquer coisa que tenha significado: dar uma semântica para uma linguagem pressupõe, ou envolve, uma Teoria do Significado. Contrasta com a sintaxe, que é apenas a gramática formal do sistema, que determina que os símbolos estão corretamente juntos ou não. Pode assim seguir-se uma sintaxe do sistema sem ter a mínima ideia da sua semântica”. [42] Marina, p. 43. [43] Marina, p. 18. Na Ilíada, poema homérico, salienta-se o belo e valente Ájax, com que lutou Heitor, sem vencedor ou vencido. [44] Marina, p. 53. [45] Marina, p. 35. [46] Marina, p. 36. [47] Marina, p. 83. [48] Marina, p. 39. [49] Marina, p. 79. [50] Marina, p. 86. [51] Marina, p. 49. [52] Marina, p. 18. A Guerra Fria, tensão geopolítica, no final da Segunda Guerra Mundial (1945), abrangeu Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), desde a Presidência de Truman, em 1947, tendo fim na dissolução da URSS. [53] Marina, p. 31. [54] Marina, p. 35. [55] Quando a alegoria apresenta dois significados, literal e figurado, as palavras, cujo significado seja literal, devem dar lugar ao significado alegórico (figurado). [56] Por extensão, ao mundo subaquático, Marina, p. 50: “… o abismo líquido”. Marina, p. 37: “um líquido destino terra adentro. Marina, p. 79: “Presumo que se lembre (ó, líquida memória!) da onda que das pedras nos levou ao mar.” [57] Imagino até mesmo O mundo à minha procura, de Ruben A, um relato autobiográfico em que o escritor dá conta da vida e da escola, que “esquece os livros”. [58] Marina, p. 49. [59] Marina, p.54. [60] Marina, p. 65. [61] Marina, p. 65. [62] Marina, p. 13. [63] Marina, p. 27, p. 29. Na mesma página 29: “de dez mil dias” …, após o “terremoto” - “uma “falha sísmica”. [64] Castro, Ruy. A vida por escrito: ciência e arte da biografia. Lisboa: Tinta da China, 2023., p. 16. A “literatice” passa pela ideia de um biógrafo atravessar a pessoa-personagem, para dela extrair o que não saiba de si mesma nos pormenores, para o efeito de conceção de episódios “inesquecíveis”. [65] Marina, p. 16. [66] Marina, p. 13. [67] Marina, p. 89. [68] Marina, p. 13. [69] Marina, p. 37. [70] O interminável percurso, é destacado na página 93. O texto continua com a presença do tempo, para “Zenão de Eleia: Aquiles corre com a tartaruga”, um paradoxo da verdade de Parménides, numa demonstração “por absurdo”. [71] Marina, p. 16. [72] Marina, p. 54. [73] Durante uma noite, após ter querido escrever insistentemente uma sonata, o compositor italiano Giuseppe Tartini compô-la a dormir e a sonhar. Intitulada O Trilo do Diabo, imaginou que o próprio maligno lhe apareceu em pessoa para tocar violino e o “ajudar”. Ele não era capaz de terminar a obra musical, mas quando acordou conseguiu acabá-la com a única parte da música de que se lembrava. [74] Jung, Carl. (1954 [1951], p. 123) [75] Marina, p. 73. [76] Marina, p. 56. [77] Marina, pp. 55-56: “A jovem [caveira sem carne] cedeu sua beleza ao brinquedo”, tratando-se de morta, que na urna funerária tinha a sua boneca de marfim, segundo Marco Lucchesi, preservada do Tempo dos antoninos, na Roma antiga, pelo autor. Portanto, aquilo, demarca a figura histórica, no achado brinquedo, que a acompanhou na urna. https://en.wikipedia.org/wiki/Crepereia_Tryphaena [78] Marina, p. 56. O “espelho inverso”, do aveso, passa o par a dois contrários ou simetricamente opostos. [79] Marina, p. 69. Quem diga a transformação dela alude à sua representação no quadro de outra. [80] Um poço é um recetáculo, a chora, em Platão. Um continente retém um conteúdo, as ideias sensíveis. [81] Marina, p. 50. [82] Marina, p. 96. Nessa página, é salientada a comunicação, quando gatos ronronam e cães latem. [83] Reis, Carlos, & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, pp. 152-155. [84] Idem, pp. 152-153. [85] Marina, p. 86. [86] Marina, p. 91. [87] Marina, p. 86. [88] Marina, p. 63. [89] Marina, p. 95. [90] Marina, p. 54. [91] Marina, p. 73. [92] Marina, p. 96. [93] Marina, post scriptum, p.97. [94] Reis, Carlos & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, p. 154. [95] Marina, p. 91. [96] Strauss, Anselm, & Corbin, Juliet. Basics for qualitative research: Grounded theory procedures and techniques. Newbury Park, CA: Sage, 1990, p. 96. [97] Marina, p. 95. Numa intercalação da história de Proteu com o mito de Orfeu, essa invenção do poeta romano Virgílio (70 a.C. — 19 a. C.), encontra-se nos versos de número 453 a 527 do Livro IV, das Geórgicas. [98] Marina, pp. 71-72. Vale ouvir a rádio Orfeu … Ouço distante a voz de Orfeu. [99] Marina, p. 80, p. 86. [100] Marina, pp. 79-80. [101] Marina, p. 80. [102] Marina, p. 49. [103] Marina, p. 91. [104] Marina, p. 91. [105] Marina, p. 49. [106] Neymeyer, Robert A. & Mahoney, Michael. Construtivismo em psicoterapia. Tradução de Mônica Giglio Armando e Fábio Appolinário. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1997, p. 173. [107] Quem diga texto, poderia referir-se a trabalhos com que um texto se cruza, num filme, romance ou peça de teatro. [108] Forster, Eduard Morgan. Aspects of the novel. New York, NY: Harcourt, Brace and World, 1927. O “enredo” (plot) distingue-se da “história” (story), na medida em que o enredo ordena os acontecimentos de forma temporal e de forma causal, mas a “história” limita-se a ordená-los no tempo. [109] Scholes, Robert, & Kellogg, Robert. The nature of narrative. New York, NY: Oxford University Press, 1966, p. 207, pp. 238-239. [110] Angus, Lynne; Lewin, Jennifer; Boritz, Tali; Bryntwick, Emily; Carpenter, Naomi; Watson-Gaze, James, & Greenberg, Leslie. Narrative Processes Coding System: A Dialectical Constructivist Approach to Assessing Client Change Processes in Emotion-Focused Therapy of Depression. Research in Psychotherapy: Psychopathology, Process and Outcome 2012, 15(2), 54–61. DOI: 10.7411/RP.2012.006 [111] Marina, p. 23. [112] Marina, pp. 79-80. [113] Marina, p 83. [114] Marina, p. 94. [115] Marina, p. 71. [116] Marina, post scriptum, p. 76. [117] Marina, p. 23. [118] No risco de morte no mar bravo, noutro lugar: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração” (Lucchesi, 2023, p. 71). [119] Marina, p. 23. [120] Marina, p. 23. [121] Marina, p. 80. A expressão é atribuída pelo autor a um livre pensador, Lucilio Vanini (1585 – 1619), que se autodenominou outro, nas obras publicadas como Giulio Cesare Vanini. [122] Marina, p. 83. [123] Marina, p. 93. [124] Marina, p. 93. [125] Marina, p. 14, p. 79. As baleias primam nos seus “afetos radicais” (p. 79). [126] Marina, p. 93. [127] Marina, p. 93. [128] Marina, p. 93. [129] Marina, p. 95. [130] Marina, post scriptum, p. 99. [131] Marina, pp. 85-86. [132] Strauss, Anselm. Qualitative analysis for social scientists. New York, NY: Cambridge University Press, 1987, p. 32. [133] Marina, p. 91: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, num eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite”. [134] Marina, pp. 13-14. [135] Marina, p. 54. [136] Marina, p. 14. [137] Marina, p. 13. [138] Marina, p. 22. [139] A noção de “livre arbítrio contracausal” indica a decisão livre, não determinada por uma causa, um motor. [140] No cálculo integral, pensa-se na heurística, de Arquimedes (287 – 212 a.C.) , com a finalidade inicial de calcular áreas e volumes e seguir a pista e gravar o movimento dos corpos celestes, do sol, da lua e dos planetas, no que se partiu da aritmética e da geometria. [141] Concausa introduz a causa, que coexiste com outra causa, cujo efeito seja conjugado. [142] Marina, p. 27. [143] Marina, p. 27. [144] Marina, p. 13. A brevidade contrasta como o longo tempo que passou, após o encontro prolongado. [145] Marina, p. 43. [146] Marina, p. 69: “Teus olhos sabem narrativas”. [147] Marina, p. 87. [148] Marina, p. 91. [149] Marina, p. 91. [150] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, (1970 [1947]), p. 65. [151] Marina, p. 75. [152] “O acaso dá-nos os pensamentos, o acaso retira-no-los”. Esse é um pensamento de Blaise Pascal (1623 – 1662). [153] Bakhtin, Mikhail M. Speech genres and other late essays. Austin, Texas: University of Texas Press, 1986. Partindo de “géneros de fala”, certas vozes farão coisas diferentes. A noção de “voz” tornou-se um conceito adequado e útil para a caracterização do narrador num texto: “quem ‘fala’”. “Quem é ‘ouvido’”, “quem expressou algo” … A ser “dada uma voz”, a “voz”, conduziu à critica de uma só voz, com Bakhtin. Na conexão de “voz”, com as ciências sociais, avançamos entre “múltiplas vozes”. [154] Marina, p. 13. [155] A “intencionalidade” em Edmund Husserl (1859 – 1938) e) colocou-se em “Meditações cartesianas”, para a forma basilar da consciência e dos processos psíquicos: “consciência de alguma coisa”. Donde, a proximidade das coisas. [156] Lévêque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Publico, 2001, p. 13. [157] O mundo e a consciência veem em conjunto, dum único golpe: se o mundo é exterior/interior à consciência, o que escape é o ribombar de “tempestade”, o espanto perante uma explosão, o ribombar do trovão. [158] Marina, p. 75. [159] Marina, p. 91. [160] A ser retomado o sentido do ser (do ser em si mesmo, do ser do “homem” e do ser do pensamento), com Martin Heidegger (1889 – 1976), a “metafísica” ganhou terreno, na tradição filosófica. Ficou a crítica ao que tenha sido “esquecido” - o ser, com frequência, entre Platão (428/427 – 348/347 a.C.) e Nietzsche (1844 – 1900). [161] Na etimologia de “profundidade”, “pro” indica uma direção a, e “fundus” é o esvaziamento, por extensão de fundo. [162] Na especificidade, “coisa” denota o objeto natural. Acresce o tratamento dado ao objeto ou ao termo natural-artificial, ao real-irreal, ao mental-físico. Na filosofia, “coisa” incorre numa aparição, vaga presença, quando faltem as palavras, por incerteza na “errância”, falhado o alvo … Uma tempestade abrupta, uma explosão. Coisa chega a ser conhecimento, imaginação, vontade... [163] Marina, p. 81. [164] Num referencial da personalidade do adulto, adiante aludido, a psicologia pós-racionalista enquadra um modelo da realidade humana, que conjuga a experiência e o significado da experiência (“eu-mim reflexivo”). À superfície emocional da infância, estudada em John Bowlby, o psiquiatra Vittorio Guidano, aliou a “organização do significado pessoal” (OSP). [165] Uma assíntota, na geometria, para uma curva plana, é uma linha que explora uma distância infinita em relação a um ponto (P), quando esse ponto se distancia ao infinito, sem jamais encontrar a linha. [166] Marina, post scriptum, p. 76. [167] Marina, p. 91. [168] Galindo, Caetano W. Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, pp. 1104-1106. [169] Marina, p. 43. [170] Parménides. Fragments du poème de Parménides. Paris: PUF, 1996. Na primeira parte do poema, foi concebido um saber puro, a “verdade”, que afeta a via dos jogos de aparência das coisas, vindo a duplicar as aparências, no “desvendamento” (a-letheia, no grego clássico). O Uno, em Parménides, deixou-nos a mensagem fragmentada, na “revelação”, a “abertura”, a verdade escrita, no poema Sobre a natureza. Tanto as diversidades do mundo exterior, quanto as “opiniões dos mortais” (referidas num décimo da segunda parte da obra – o mundo da aparência), foram distanciadas da contemplação. Parménides inspirou a noção de Platão, para a dialética (partindo de duas ideias opostas, gerada uma síntese). [171] Platón. Parménides. Tradução de Guillermo R. de Echandía. Madrid: Alianza, 1987, pp. 55-56. [172] Na circunstância, as tensões antagónicas, entre a unidade e a diversidade, haviam sido protagonizadas por Parménides e Heráclito (cerca de 500 – 450 a.C.). Forçada a ultrapassagem da disputa inicial? [173] Marina, p. 43. [174] Nicolau de Cusa manifestou a sua forma de pensar num mundo em transição, tendo defendido a necessidade de contingência (coincidentia oppositorum), por parte da natureza e aderiu à contemplação intuitiva, em que o conhecimento fosse a unidade dos contrários (no livro Docta ignorantia, “Sobre a ignorância aprendida/sobre a ignorância científica”). [175] Marina, p. 35. [176] Marina, p. 31. [177] Marina, pp. 27-36. Na página 27, assumido ter-se tornado “perigosos”, na página 35, Celso diz ter medo de si mesmo. [178] Marina, p. 71. [179] Marina, post scriptum, p. 97. [180] Marina, p. 87: “[As cartas] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo”. Catulo foi um poeta romano (87/84 a.C. – 57/54 a.C.), entre outros “modernos”, criticados por Marco Cícero, um contemporâneo, escritor e autor de cartas, mas que mudou a literatura europeia, com impacto no século XVIII. [181] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970 [1947]. Na parte final de Carta sobre humanismo, Heidegger esclareceu: “não eis-me aqui! mas sim, se posso expressar-me num francês obviamente impossível, ‘être le là’ e o ‘aí’ é precisamente a-letheia. Como esquecer que da-sein representa o “estar aí”, o “habitar”? [182] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [183] Uma ontologia dedicada ao ser, existência e realidade. [184] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970, p. 77. [185] Heidegger, Martin. Que veut dire penser? In Essais et conferences. Paris: Gallimard, 1958. [186] O ser foi abandonado, quando se colocou adiante o ousia. No saber dos ousiai, enfatizadas substâncias. [187] Goodman, Nelson. Ways of world making. Indianapolis, Indiana: Hackett, 1985, pp. 7-17. [188] Marina, p. 93. Na lógica clássica, uma proposição não pode ser, em simultâneo, “verdadeira” e “falsa” (princípio da não contradição). Uma proposição é falsa ou é verdadeira (princípio do terceiro excluído). [189] Marina, p. 89. Em De docta ignorantia, de 1449, Nicolau de Cusa criou três momentos do “espírito” no itinerário, uma hermenêutica, ora voltado para o “exterior”, ora para o “interior”. Importa para a coincidência de sorte, em não serem anulados pontos de vista diferentes (opostos), do ser humano ao infinito. [190] Marina, p. 89. [191] Marina, post scriptum, p. 62. [192] Marina, p. 89. [193] Marina, p. 73. [194] Marina, p. 35. [195] Marina, p. 35. [196] Marina, p. 93. “Salva-nos” pensar que a unidade primeira não torne a escamotear o ser, frente ao ente, em Deus. A base da metafísica, ciência do ser, foi por muitos anos o debate de “substâncias”, para o que se mantenha por baixo, o “elemento” permanente da coisa. Embora o ser tenha múltiplas aceções, formulam-se todas para um princípio (arché) único, material e definido. Na “correspondência”, o ser não pretende servir a ideia de “ser para Deus”, de ser a pessoa concreta, o que se mantém (ousia, “substância”, “no bem fundo”). [197] Marina, p. 96. [198] Como Nicolau de Cusa, que viu nesse acaso o conhecimento de Deus. [199] Marina, p. 87. [200] Marina, p. 93. [201] Marina, p. 98. [202] Marina, p. 17. [203] Marina, p. 18. [204] O “desvendamento” - aletheia, no remoto Poema de Parménides, um saber do Uno, entretanto desfeito,encontra-se antes de recolocada a ordem do vivido, ou seja, “todas as formas de presença afetivas e intelectuais”, em Jean Lévèque. Lévèque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Público, p. 114. [205] Marina, p. 73. [206] Marina, p. 95. [207] Marina, p. 73. [208] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [209] Marina, p. 22. [210] Marina, p. 93. “Não ser” tem no francês a palavra “néant”. E “nada” encontra-se em mè eon (“o não-ente”), em grego. Nem sendo a chora, o “nada”, o não-ente, nem chega a ser privação do ser, porque o “lugar” não tem qualquer objeto. O vazio de um contentor – o “vaso” - é diferente: possui forma, é chora. [211] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [212] Kundera, Milan. 1988. A arte do romance. Lisboa: Dom Quixote, 1988. Nessa obra, o “romance” é de ideias, a partir de Cervantes (1547 – 1616), por longo tempo “aguardada” a inspiração de Laurence Sterne (1713 – 1768), em D. Quixote. Ao romance de ideias foi dada outra linhagem, na marcação francesa: François Rabelais (1494 — 1553) e Denis Diderot (1713 — 1784), quando alcançaram liberdade crítica e ironia revolucionária, no renascimento e no século XVIII. O multifacetado Rabelais cruzou até as facetas na palavra, ora erudita, ora aventureira, percorrendo o lado festivo e o lado religioso e solene. [213] Marina, post scriptum, p. 76: “São minhas essas vozes: que me indagam, enlaçam, apertam, comprimem. Polifonia da gente que me habita. Mas todos querem, buscam, sonham com você”. [214] James, William. The will to believe and other essays in popular philosophy. New York, NY: Longmans, 1897. [215] Marina, p. 49. Para Carl Gustav Jung (1875 - 1961), a “humanidade” dividiu-se em duas partes: nos que “nadariam”, com James Joyce, no Ulisses, havendo quem se “afogasse” (numa autoridade, num qualquer saber dogmático). No Ulisses, é o monólogo de Molly Bloom condutor a um “sim”. [216] A obra de Lucchesi remete a Viktor Shklovsky. um crítico literário russo, em paralelo a Laurence Stern, autor de dissonantes observações, no que este último escreveu “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy”, um novo Quixote.” [217] Marina, p. 17: “Cada qual começa com um resumo”. [218] Marina, pp. 29-30. [219] Mead, George Herbert. Works of George Herbert Mead. Vol. 1 Mind, self and society from the standpoint of a social behaviourist. Chicago, Illinois: University of Chicago Press, 1967. A explicação das diferenças entre si e Greenberg, foi esclarecida por Guidano, que utilizou os termos de George Herbert Mead – I (“eu”) e me (“mim”), frente a Greenberg. Mead (1863 — 1931) concebeu o self social (Mead, 1913), no sentido de sermos a única espécie que usa a linguagem, aquisição a partir da qual planeamos, pensamos e comunicamos a experiência. A vida de uma pessoa não seria um atributo individual e privado em Mead, cuja narrativa seja uma autoexpressão, envolvendo o controlo da informação do self. [220] Geller, Shari M. & Greenberg, Leslie S. (2012). Therapeutic presence: A mindful approach to effective therapy. American Psychology Association. https://doi.org/10.1037/13485-000 [221] Guidano, Vittorio. The self in process: Towards a post-racionalist therapy. New York, NY: Guilford, 1991. [222] O que seja acima do nada, sobrenada num “lugar” das coisas sensíveis, que soam e ressoam. [223] Marina, p. 43. [224] Marina, p. 50. [225] Marina, p. 49. “Persegue os temporais”, os maus tempos de vendavais no passado-presente-futuro. [226] Marina, p. 18. [227] Marina, p. 49. [228] Marina, p. 73. [229] Marina, p. 73. [230] Marina, p. 18. [231] Marina, p. 49. [232] Marina, p. 73. [233] Tanto “mar” quanto o cérebro são “suportes físicos” e “alimentos”. A imensidão das “ondas do mar” e da mente em movimento configuram um fluxo movediço e inatingível, em que o ser é originariamente “bem-fundo”, a “substância” (no latim, ousia), para o que sejam variações e transformações das coisas. [234] Lao Tzu. Tao Te Ching. Capítulo 4, n.d. http://pt.wikisource.org/wiki/Tao_Te_Ching/IV. No mundo parcial ancestral chinês, pensar é agir. Reiterada a filosofia no T’ai Chi, a conexão ocorrida no Universo propicia a combinação de mente (li) e matéria (chi), “realidade última”, numa acomodação da unidade do Tao, à semelhança do “ancestral das dez-mil-coisas”: O Tao é um vaso vazio // Cujo uso nunca transborda. // Abismo! // Parece o ancestral das dez-mil-coisas! // Abranda o cume; Desfaz o emaranhado; Modera o brilho; Une o pó. // Profundo! // Parece existir algo! // Eu não sei de quem o Tao é filho. // Parece ser o anterior ao Ancestral. [235] Antropomorfismo para uma forma de pensamento em que elementos da natureza ou figuras de deuses alcançam características humanas. [236] O princípio da identidade, em Parménides, assumiu que todo o objeto é idêntico a si próprio. [237] Marina, p. 18. [238] Sartre, Jean-Paul. Une idée fondamentale de la phénoménologie de Husserl, l’intentionalité. La Nouvelle Revue Française, 1939, 304(1), 129-132. Na medida em que a consciência traduz uma aproximação às coisas, poderá “ser algo que não ela própria”. [239] Marina, p. 18. [240] Marina, p. 18. [241] Marina, p. 37. [242] Marina, p. 18 [243] Marina, p. 18. [244] Marina, p. 21. [245] Marina, p. 23. [246] Marina, p. 23. [247] Marina, p. 23. [248] Marina, p. 26. [249] Marina, p. 28. [250] Marina, p. 28. [251] Marina, p. 28. [252] Marina, p. 29. [253] Marina, p. 37. [254] Marina, p. 42. [255] Marina, p. 71. [256] Marina, p. 37. [257] Marina, p. 37. [258] Marina, p. 49. [259] Marina, p. 16. [260] Marina, pp. 16-18. [261] Marina, p. 49. Na obra publicada em 1922, Molly Bloom, cujo nome verdadeiro era Marion, é a personagem de Ulisses, de James Joyce, uma cantora de ópera, reconhecida em Dublin, na Irlanda. No monólogo, é colocado um “fluxo de consciência”, sem parágrafos e sem pontuação de vírgulas e travessões. [262] Marina, p. 55. [263] Marina, p. 55. [264] Marina, p. 95. [265] Marina, p. 61. [266] Marina, p. 95. [267] Casar não foi contemplado por Mozart, tendo vivido poucos mais anos que Jesus. Bresson utilizou a música de Mozart, em 1956, no filme “Um condenado à morte escapou”, passado durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), nomeadamente no Kyrie, de Mozart (caso vocativo da palavra grega kyrios, para “senhor”). No Antigo Testamento, utilizou-se Kyrie na mais antiga tradução grega (Septuaginta), para traduzir a palavra hebraica Yahweh. No Novo Testamento, Kyrie foi o título dado a Cristo, como em Filipenses 2:11. [268] Marina, p. 86. [269] Marina, p. 86. [270] Marina, p. 79. [271] Marina, p. 95. [272] Marina, p. 79. [273] Marina, p. 79. [274] Marina, p. 55: “Ao não lugar me abraço como um náufrago”. No recuo do ser, não será “dispensado” o ser, no que me recorda o protagonista e narrador de Marina, encontrado num não lugar, sob um batimento da “pressão”. [275] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980, pp. 88-89. [276] A dobra é franzida. “Eu-ente”, um depósito material insolúvel, na dobra existe o “sedimento”, em Ensaios e conferências, de Heidegger. [277] No Romantismo, após o Século das Luzes (século XVIII), Hölderlin viveria já ao “cair da noite”. Teriam deixado o mundo três deuses “fraternos” – “Héracles, Dionísio e Cristo”. Acresce dizer, sem romantismo, que alcançada a “noite”, perdermos as referências-guias, as linhagens e ficamos sós. Deixa-se de referir a autoridade (“quem sabe”) e configura-se um destino nem certo, nem seguro. Na incerteza da errância, falharia o alvo que seja excessivamente arriscado. [278] Marina, p. 22, p. 35 e p. 98. [279] Marina, p. 76. [280] Marina, p. 78.
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Leturcq, Samuel. "From theory to practice. Thinking and naming the vine in medieval sources." Des cépages sans noms, des noms sans cépages. Comment désigner la vigne ?, no. 6 (December 15, 2023). http://dx.doi.org/10.58335/crescentis.1484.

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Abstract:
Cet article explore les manières de nommer les variétés de vignes entre le xiiie et le xve siècle. Les œuvres magistrales de Vincent de Beauvais, Thomas de Cantimpré, Barthélemy l’Anglais, Albert le Grand et Pierre de Crescens proposent un système de nomenclature emprunté aux auteurs anciens. Au même moment émerge dans les sources normatives et de la pratique une nomenclature vernaculaire vivante, riche et originale pour désigner des sortes de vignes et de vin ; ce système de dénomination est ignoré des grands auteurs du xiiie siècle. C’est à partir du xive siècle que des traités d’agriculture commencent à prendre en compte ces noms nouveaux. Cependant, jusqu’à l’invention de l’ampélographie dans la seconde moitié du xixe siècle, cette dénomination vernaculaire est ambiguë, servant à désigner parfois des variétés de vigne, plus souvent des qualités de vin.
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Carosso, Marinella. "Lieux sans voix – les viticulteurs du Piémont oubliés par la patrimonialisation." Varia, no. 1 (October 1, 2018). http://dx.doi.org/10.58335/crescentis.292.

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Abstract:
NB : Cette contribution est la transcription de la communication orale de Marinella Carosso et non sa contribution dont nous a privé son décès soudain. Nous rendons ainsi ici modestement hommage au courage de notre collègue qui était venue de Milan contribuer à la richesse des débats et pour qui ces journées d’études étaient le point de départ d’une collaboration nouvelle avec les chercheurs de l’Université de Bourgogne et la MSH-Dijon. Cette communication avait fait l’objet, à sa suite, d’échanges intenses et fructueux que nous avons fait le choix de transcrire aussi. Jean-Pierre Garcia
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Lefebvre, Bastien. "Un pressoir et des résidus de vinification de la fin du xiiie s./début du xive s., découverts dans le centre de Moissac (Tarn-et-Garonne)." Varia, no. 3 (July 15, 2020). http://dx.doi.org/10.58335/crescentis.1079.

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Abstract:
La ville de Moissac présente un sous-sol particulièrement riche d’un point de vue archéologique, favorisé par une forte humidité propice à la préservation des restes organiques, en particulier de bois et de graines. C’est dans ce contexte qu’ont été mis au jour, au sein même de la ville, d’importants restes de vinification associés aux vestiges d’un puissant pressoir à levier à taissons enterrés. La conservation de nombreuses pièces de bois permet de documenter les fondations de cette structure datée de la fin du xiiie s. ou du début du xive s. Pour cette époque, plusieurs pressoirs appartenant à l’abbaye Saint-Pierre sont mentionnés dans les textes, mais tous sont situés aux portes de la ville. Le statut de l’ouvrage reste donc inconnu, même si ses dimensions suggèrent plutôt d’y voir un pressoir collectif. Cette découverte, rare pour cette période et ce contexte, invite aussi à réfléchir sur la chaîne opératoire et sur la topographie des lieux de production du vin.
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"In conversation with Pierre Gentile." International Review of the Red Cross 95, no. 890 (June 2013): 341–50. http://dx.doi.org/10.1017/s1816383113000763.

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Abstract:
In 2011, the International Red Cross and Red Crescent Movement launched the Health Care in Danger project, a global initiative with an ambitious objective: to improve the security of health-care delivery in armed conflicts and other emergencies. Two years later, Pierre Gentile, the ICRC's Head of Project, speaks about the achievements, the challenges and the way forward to make this intention a reality.
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Oliveira Carvalho, Rafael. "Em busca de uma autoridade." Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual 12, no. 1 (July 30, 2023). http://dx.doi.org/10.22475/rebeca.v12n1.936.

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Abstract:
Com este artigo, pretendemos laçar luz sobre os imperativos atuais que rondam o exercício da crítica de cinema, moldada e reconfigurada a partir das demandas e transformações advindas da emergência digital e dos fluxos da comunicação online. Partimos de pressupostos que enxergam a crescente busca dos críticos por uma autoridade perdida ou abalada nos últimos anos, tal qual formulada por Mattias Frey (2015). Seguimos um caminho metodológico baseado na Teoria dos Campos, de Pierre Bourdieu (2007; 1996a, 1996b), atentando para a necessidade de uma abordagem sociológica na investigação sobre a crítica de cinema, ao mesmo tempo em que mapeamos tal prática no cenário online brasileiro atual.
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Azevedo, Rômulo Sousa de, and Daniela da Costa Britto Pereira Lima. "Política educacional para imigrantes e refugiados e o papel da sociedade civil: o caso da cidade de São Paulo." Revista Educação e Políticas em Debate, May 18, 2023, 702–21. http://dx.doi.org/10.14393/repod-v12n2a2023-69406.

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Abstract:
Este artigo objetiva compreender a atuação de organizações da sociedade civil, compostas por imigrantes e refugiados, nas discussões sobre política educacional. Para isso, é feito um estudo de caso sobre o contexto de São Paulo. A metodologia pauta-se na análise de documentos da Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes, realizada em 2013 e 2019 na respectiva cidade. Como fundamento teórico, utiliza-se o conceito de sociedade civil de Luiz Carlos Bresser Pereira e os conceitos de campo e habitus de Pierre Bourdieu. Conclui-se que há uma crescente participação da sociedade civil nas discussões sobre educação e migração, em uma relação direta com o Estado, envolvendo os imigrantes e refugiados no debate sobre a formulação de políticas educacionais.
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Mainardes, Jefferson, and Rosana de Castro Casagrande. "Educação Especial: análise do perfil de grupos de pesquisa cadastrados no CNPq." Revista Educação Especial, November 22, 2022. http://dx.doi.org/10.5902/1984686x70831.

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Abstract:
Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise dos Grupos de Pesquisa relacionados à Educação Especial (EE) cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGPB), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Argumenta-se, a partir das concepções de Pierre Bourdieu, que os Grupos de Pesquisa em Educação Especial são espaços que permitem o desenvolvimento do habitus científico. No total, foram catalogados 265 Grupos de Pesquisa, dos quais 203 (76,6%) são relacionados à Educação Especial e 63 (23,3%) são específicos do campo da Educação Especial. Os Grupos relacionados à Educação Especial estão infiltrados, organizados e distribuídos no âmbito de Grupos de Pesquisa mais amplos, com sua participação assegurada por meio de Linhas de Pesquisa específicas que se desdobram em temáticas diversas. Os grupos específicos apresentam a Educação Especial como objeto de pesquisa prioritário, apresentando temáticas diversas e especificando suas produções, compondo importante elemento do campo acadêmico da Educação. Os dados agrupados indicam que, de modo geral, o campo da Educação Especial é abrangente e diversificado e vem crescendo de forma significativa, embora ainda insuficiente para a dimensão do país e suas demandas.
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Novellino, Maria Salet Ferreira, and Maria Luíza Guerra de Toledo. "As mulheres no campo político: uma análise das candidaturas femininas às prefeituras brasileiras (2000-2016)." Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia 14, no. 1 (March 16, 2019). http://dx.doi.org/10.22478/ufpb.1981-0695.2019v14n1.44894.

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Abstract:
O trabalho analisa a distribuição, na hierarquia do campo político, de candidatas às prefeituras no período de 2000 a 2016. Para isto, constitui-se um arcabouço teórico a partir da concepção de campo e capital político e de habitus de Pierre Bourdieu, e nos conceitos de oferta e demanda apropriados por teóricas feministas para tratar do recrutamento de candidatas pelos partidos. Para esta análise, realizaram-se, a partir dos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estatísticas descritivas. Sob o aspecto da oferta, consideraram-se as variáveis grau de instrução, carreira e área de atuação. A demanda foi medida pelas taxas de crescimento das candidaturas femininas e sua distribuição hierárquica no campo político, a qual foi estabelecida a partir do tamanho e região do município, UF e o porte do partido. Verificou-se, ao final, que a participação feminina cresce, mas em posições hierárquicas inferiores: municípios micros e pequenos, UFs com PIBs mais baixos e partidos nanicos. Portanto, o campo político é um espaço ainda de predomínio masculino, no qual se observa a segregação de gênero, que reforça e mantém as candidatas em posições hierárquicas inferiores.Palavras-chave: Representação política. Mulheres. Prefeituras brasileirasLink:http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/4110/3730
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Lourenço, Rosenery Loureiro, and Fernanda Filgueiras Sauerbronn. "Teorias de Prática Social nas Pesquisas em Contabilidade Gerencial: a Contribuição de Pierre Bourdieu e Anthony Giddens para o Contexto Brasileiro." Sociedade, Contabilidade e Gestão 13, no. 1 (October 31, 2017). http://dx.doi.org/10.21446/scg_ufrj.v13i1.14174.

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Abstract:
<span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 11.0pt; font-family: ";Times New Roman";,";serif";; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA;">O objetivo deste artigo é apresentar as possibilidades para pesquisar fenômenos contábeis gerenciais a partir da lente de dois teóricos da prática, Anthony Giddens e Pierre Bourdieu. Inicialmente o artigo situa Giddens e Bourdieu dentro das tradições críticas de pesquisa e posiciona-os dentro das escolas de teóricos da prática social. Considerando que um importante desafio para pesquisadores em contabilidade gerencial tem sido oferecer pesquisas que consistam em uma aproximação efetiva da prática, o texto sintetiza os modos possíveis de engajamento com a prática social em pesquisas e apresenta os elementos centrais das teorias de Giddens e Bourdieu. A pesquisa mostra que embora no contexto internacional Bourdieu e Giddens sejam autores utilizados de forma crescente e suas teorias tenham contribuído efetivamente para uma nova compreensão dos fenômenos organizacionais, no Brasil estes teóricos ainda são subutilizados na área de contabilidade gerencial. Em seu desenvolvimento o artigo cita exemplos de como são operacionalizados alguns dos conceitos destes teóricos como forma de inspirar os pesquisadores brasileiros a lançarem mão das lentes destes teóricos práticos para conduzir pesquisas em contabilidade gerencial. Este estudo contribuiu para evidenciar como as teorias sociológicas de Giddens e Bourdieu, os quais pertencem à tradição de pesquisa crítica, podem fornecer pluralidade teórica e metodológica e desta forma contribuir para o desenvolvimento significativo da contabilidade gerencial no Brasil.</span>
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Corrêa, André Garcia, and Daniel Ribeiro Silva Mill. "Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação e Hierarquia Social dos Objetos no campo da Educação: testes empíricos." Educar em Revista 36 (2020). http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.75776.

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Abstract:
RESUMO O presente artigo traz o relatório de uma investigação empírica sobre a produção científica em Educação usando de dados bibliométricos e cientométricos analisados com base em conceitos criados por Pierre Bourdieu para a sociologia da ciência com o auxílio de um referencial histórico e filosófico. Utilizando de metadados de mais de 6000 teses defendidas entre 1996 e 2016 nos programas de pós-graduação em educação no Brasil com notas cinco e superior, gerou-se um mapa da Hierarquia Social dos Objetos no campo da Educação. Também procurou-se testar empiricamente a afirmação acerca da pesquisa em Educação de que houve a perda do objeto de pesquisa na pós-modernidade e a importância em termos de capital científico das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Os dados mostraram que a hierarquia dos objetos é muito pulverizada, mas com um núcleo que concentra muito capital científico e que tal concentração cresceu com o campo. O que pode ser explicado pelo alto grau de heteronomia do campo e fenômenos da pós-modernidade. No entanto foi possível mapear que existem objetos que trazem mais retorno de capital científico aos agentes do campo: o professor e sua formação. Portanto, não houve perda do objeto. Também foi possível observar que palavras relacionadas a tecnologias digitais cresceram e se tornaram parte do núcleo da hierarquia de objetos do campo no início do séc. XXI. As Tecnologias digitais fazem parte do núcleo da Hierarquia Social de Objetos do campo da Educação relacionados principalmente à Educação a Distância.
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Oliveira, Amurabi. "Etnografia e Pesquisa Educacional a partir de Antropologia Interpretativa (Ethnography and Educational Research from Interpretive Anthropology)." Revista Eletrônica de Educação 12, no. 3 (September 18, 2019). http://dx.doi.org/10.14244/198271992795.

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Abstract:
In recent years there has been an intense profusion of qualitative research in education in Brazil, with a growing emphasis on the use of ethnography; however, there has also been an intense debate about the uses and possibilities of ethnography in education, including criticism of how It has been incorporated into educational research. In this article, in a broad dialogue between anthropology and education, I seek to elucidate some questions about the use of ethnography, but starting from a particular conception of ethnography, developed in what is called interpretative anthropology, based mainly on the work of the American anthropologist Clifford Geertz (1926 -2006).ResumoEm período recente tem havido uma intensa profusão de pesquisas qualitativas em educação no Brasil, ganhando um destaque crescente o uso da etnografia, entretanto, tem ocorrido também um intenso debate sobre os usos e possibilidades da etnografia em educação, incluindo críticas à forma como ela tem sido incorporada na pesquisa educacional. Neste artigo, num amplo diálogo entre antropologia e educação, busco elucidar algumas questões sobre o uso da etnografia, porém partindo de uma concepção particular de etnografia, desenvolvida no que se denomina de antropologia interpretativa, assentada principalmente na obra do antropólogo americano Clifford Geertz (1926-2006).ResumenEn un período reciente ha habido una intensa profusión de investigaciones cualitativas en educación en Brasil, ganando un destaque creciente el uso de la etnografía, sin embargo, ha ocurrido también un intenso debate sobre los usos y posibilidades de la etnografía en educación, incluyendo críticas a la forma como se ha incorporado en la investigación educativa. En este artículo, en un amplio diálogo entre antropología y educación, busco elucidar algunas cuestiones sobre el uso de la etnografía, pero partiendo de una concepción particular de etnografía, desarrollada en lo que se denomina antropología interpretativa, asentada principalmente en la obra del antropólogo americano Clifford Geertz (1926 -2006).Palavras-chave: Etnografia, Antropologia da educação, Pesquisa educacional.Keywords: Ethnography, Anthropology of education, Educational research.Palabras Claves: Etnografía, Antropología de la educación, Investigación educativa.ReferencesANDRÉ, Marli E.D.A. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 1995.ALEXANDER, Jeffrey; SMITH, Philipe. Introduction: the rise and fall and rise of Clifford Geertz. In: ALEXANDER, Jeffrey; NORTON, Matthew (Orgs.). Interpreting Clifford Geertz: cultural investigation in the social sciences, New York: Palgrave McMillan, 2011, p. 1-8.BARTH, Fredrik. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. 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