To see the other types of publications on this topic, follow the link: Junta Provisória.

Journal articles on the topic 'Junta Provisória'

Create a spot-on reference in APA, MLA, Chicago, Harvard, and other styles

Select a source type:

Consult the top 50 journal articles for your research on the topic 'Junta Provisória.'

Next to every source in the list of references, there is an 'Add to bibliography' button. Press on it, and we will generate automatically the bibliographic reference to the chosen work in the citation style you need: APA, MLA, Harvard, Chicago, Vancouver, etc.

You can also download the full text of the academic publication as pdf and read online its abstract whenever available in the metadata.

Browse journal articles on a wide variety of disciplines and organise your bibliography correctly.

1

Goularte, Rodrigo da Silva. "[NO TITLE AVAILABLE]." Estudos Históricos (Rio de Janeiro) 27, no. 53 (June 2014): 188–206. http://dx.doi.org/10.1590/s0103-21862014000100009.

Full text
Abstract:
Este artigo trata das estratégias da Junta Provisória do Governo do Espírito Santo para promover a ocupação, ordenação e desenvolvimento da província nos anos de 1822 e 1823. Para sanar demandas que havia séculos grassavam na região, a junta mobilizou a elite e os segmentos por ela chamados de gente pobre. Essa mobilização expandiu os vínculos já existentes entre a política e a economia e fortaleceu hierarquias sociais existentes desde os tempos da colônia.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
2

Sá, Charles Nascimento de. "Composição e Formação das juntas provisórias na capitania da Bahia no período colonial (1549 – 1763)." Revista Eletrônica História em Reflexão 17, no. 33 (April 10, 2023): 104–25. http://dx.doi.org/10.30612/rehr.v17i33.16168.

Full text
Abstract:
O presente artigo objetiva analisar a composição das juntas provisórias na capitania da Bahia, quando Salvador foi a sede do governo provisório, entre 1549 e 1763. Nesse sentido, o estudo indaga: como os governos provisórios eram constituídos? Quais eram as suas atribuições? Quais eram os seus membros? Metodologicamente, tem-se como limite cronológico o período de 1581, instituição do primeiro governo provisório, até 1766. Consideramos que os governos provisórios eram responsáveis pela administração da capitania quando da ausência do governador, seja pela vacância do cargo, seja pelo afastamento deste. Metodologicamente, foram utilizados documentos constantes no Arquivo Histórico Ultramarino, presentes no "Projeto Resgate Barão do Rio Branco", bem como foi proposta uma discussão teórica e bibliográfica sobre o governo e suas características no Reino de Portugal durante a primeira Modernidade. Assunto ainda pouco estudado, a análise das ações e características do regime provisório tende a indicar um melhor entendimento sobre a dinâmica do poder, das leis, da política e da sociedade existente na capitania da Bahia no período colonial.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
3

Gomes Cabral, Flavio José. "“Avante, soldados pernambucanos, o mundo nos observa”: A junta de Goiana e a Convenção de Beberibe no contexto da Independência do Brasil." CLIO: Revista de Pesquisa Histórica 39, no. 2 (January 21, 2022): 441. http://dx.doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2021.39.2.19.

Full text
Abstract:
Em 29 de agosto de 1821, várias lideranças políticas e econômicas pernambucanas instalaram na Vila de Goiana uma Junta Governativa Provisória com o objetivo de adequar a Província de Pernambuco aos princípios constitucionalistas portugueses em vigência após a Revolução do Porto de 1820. Os arranjos tecidos pelos liberais pernambucanos tiveram seu próprio sentido e pretendiam desbancar o governador régio General Luís do Rego Barreto, representante do absolutismo. Com a instalação da Junta de Goiana, Pernambuco passou a contar com dois governos: o do Recife, capitaneado pelo governador, que se restringia ao Recife e à Olinda e seus distritos, e o de Goiana, que se estendia às demais localidades. Esta decisão foi ratificada pela Convenção de Beberibe. Ao contrário da historiografia tradicional e ufanista, que vê estes eventos como uma antecipação de Pernambuco da Independência do Brasil, as fontes do artigo revelam que não havia naquele momento desejos de ruptura com o Reino Unido português, mas sim de adequar a província à nova organização política em curso em Portugal a partir de 1820.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
4

Lima Temóteo Camurça, Wagneriana, Lívia De Carvalho Freitas Alves, and Camilla Martins Cavalcanti. "A atuação da Defensoria junto às audiências de custódia visando garantir o acesso à justiça e aos direitos humanos dos presos provisórios." Revista da Defensoria Pública da União, no. 10 (December 18, 2020): 302–22. http://dx.doi.org/10.46901/revistadadpu.i10.p302-322.

Full text
Abstract:
Objetiva-se neste artigo, através de pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa e com fins descritivos e exploratórios, analisar a atuação da Defensoria Pública diante das audiências de custódia implantadas no Brasil no início de 2015, como forma de se concretizar o direito constitucional do acesso à justiça (este, como uma das expressões dos direitos da pessoa humana) ao preso provisório. Delineia-se, ainda, o processo de implementação da audiência de custódia no Brasil e no Ceará bem como os meios usados para a viabilização desta, com o foco principal no mutirão realizado pelo Poder Judiciário cearense entre fevereiro e março de 2016. Inicialmente, descortinou-se os índices carcerários no sistema prisional brasileiro, atentando para o excesso de presos provisórios no país. Em seguida, abordou-se a noção de acesso à justiça, ao tempo em que se demonstrou o grave congestionamento dos processos criminais em todo o Judiciário e a sensação de que diante de tais fatos, o preso, especialmente o provisório, não consegue realizar tal direito fundamental. Após, elencou-se o conceito de audiência de custódia, expondo sua regulamentação e implementação no Brasil. Por fim, analisou-se o papel da Defensoria Pública dentro do instituto e como se deu o mutirão de audiência de custódia realizados em fevereiro de 2016 no Ceará. Concluiu-se, que a audiência de custódia é um instrumento válido para o acesso à justiça ao preso provisório, apesar de serem necessárias inúmeras melhorias para a realização de tais audiências.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
5

Tácito, Caio. "Desapropriação - Imissão provisória - Correção monetária." Revista de Direito Administrativo 189 (July 1, 1992): 390–96. http://dx.doi.org/10.12660/rda.v189.1992.45396.

Full text
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
6

Brocco, Pedro Dalla Bernardina. "Explorando a estrutura da confiança: apontamentos em sociologia do direito a partir do funcionamento da Lei de Medidas Cautelares." Revista Direito GV 12, no. 3 (December 2016): 667–90. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6172201628.

Full text
Abstract:
Resumo O presente estudo tem como objetivos apresentar e discutir dados empíricos coletados e sistematizados em pesquisa realizada entre 2011 e 2012 junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, precisamente nas Varas Criminais da Comarca da Capital, acerca do funcionamento da então nova Lei de Medidas Cautelares (Lei n. 12.403/2011), e apontar hipóteses voltadas à compreensão dos dados, em especial o fenômeno do aumento significativo das fianças arbitradas em sede policial naquele período, a partir da regência dos dispositivos da lei citada, os quais possibilitaram um aumento proporcional de concessão de liberdades provisórias, entre abril e dezembro de 2011, de cerca de 10%. A hipótese, provisória, é a de que os resultados obtidos poderiam ter sido influenciados, de maneira geral, pelo contexto econômico do país, que atravessava um período de confiança e otimismo. Tendo em vista que a Lei de Medidas Cautelares trouxe uma série de medidas diversas da pena privativa de liberdade, como o pagamento de fianças em sede policial, busca-se entender o contexto político e, sobretudo, econômico do país no período em que se realizou a coleta dos dados empíricos, cujos marcadores, como taxa de desemprego e aumento de operações de crédito, oscilaram proporcionalmente ao aumento do número de liberdades. Nesse sentido, o trabalho caminhará em direção a uma sociologia da eficácia jurídica, isto é: à compreensão de condições fáticas capazes de sustentar o direito no âmbito de sua validade, conferindo-lhe eficácia.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
7

Chaves, Claudia. "Os Poderes regionais e a construção política do espaço: as complexas jurisdições da administração fazendária no Brasil entre 1821-1823." Almanack, no. 18 (April 2018): 182–211. http://dx.doi.org/10.1590/2236-463320181805.

Full text
Abstract:
Resumo O período das Juntas Provisórias de Governo provincial foi um período de transformações liberais-constitucionais e de recomposição dos poderes regionais. Nosso objetivo aqui é demonstrar como as Juntas da Real Fazenda, formas tradicionais e jurisdicionais de administração fazendária, se tornam a base dos novos poderes políticos e econômicos regionais.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
8

Gaia, Fausto Siqueira. "A ESTABILIDADE PROVISÓRIA DA GESTANTE E O DIÁLOGO DA COERÊNCIA: UMA COMPREENSÃO FENOMENOLÓGICA." Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM 12, no. 2 (August 11, 2017): 497. http://dx.doi.org/10.5902/1981369425518.

Full text
Abstract:
O presente artigo realiza uma releitura do instituto da estabilidade provisória da empregada gestante nos contratos de trabalho por prazo determinado à luz dos princípios contratuais, como o da boa-fé subjetiva, da autonomia da vontade e da força obrigatória dos contratos, de modo a estabelecer os limites desta estabilidade provisória no emprego. Assentado na teoria do diálogo das fontes do Direito do Trabalho com o Direito Civil, tem-se que nos contratos de trabalho por prazo determinado a presunção relativa de despedida discriminatória da trabalhadora gestante sem justa causa, em situações de rescisão antecipada, pode ser afastada desde que apontadas as razões de ordem técnica, estrutural ou econômico-financeira que ensejaram a ruptura.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
9

Pretti, Gleibe. "Tutelas provisórias de urgência na modalidade cautelar, coadunadas ao novo CPC, seu entendimento junto ao STJ, desde sua promulgação em 2015." Direitos Democráticos & Estado Moderno 3, no. 9 (December 27, 2023): 61–83. http://dx.doi.org/10.23925/ddem.v.3.n.9.63512.

Full text
Abstract:
Este artigo tem o por objetivo o aprofundamento do estudo do conhecimento acerca da doutrina, nas modalidades da tutela provisória de urgência, especialmente nas causas que exigem uma medida cautelar, e sua aplicação nesses últimos 5 anos da promulgação do novo CPC. Analisaremos, outrossim, os aspectos jurisprudenciais, do STJ e TJ SP, sobre os temas. A pesquisa foi gerada utilizando o método de abordagem hipotético-dedutivo, o procedimento comparativo, a técnica de documentação indireta, a pesquisa bibliográfica: em livros e periódicos jurídicos; documental; em legislação e em sites eletrônicos.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
10

Carraz, Damien. "O lugar da imagem pictórica e da espiritualidade junto aos Templários e Hospitalários: estado da questão no espaço francês." HORIZONTE 15, no. 48 (December 30, 2017): 1191. http://dx.doi.org/10.5752/p.2175-5841.2017v15n48p1191.

Full text
Abstract:
<p>Este artigo sublinha, em primeiro lugar, as divisões historiográficas que conduziram alguns pesquisadores a abordar a espiritualidade e a liturgia das ordens militares sem mesmo suspeitar da riqueza das imagens atestas nos espaços das comendadorias. Por seu lado, certos estudos conduzidos pelos historiadores da arte sobre os conjuntos pictóricos conservados nas capelas conventuais ignoravam largamente o contexto histórico e as características do monasticismo militar. À escala da França atual, se propõe a seguir um balanço, necessariamente provisório, do <em>corpus</em> iconográfico, atestado entre o século XII e o início do XIV, para as igrejas do Templo e do Hospital. O inventário dos lugares de imagens conservados não apenas é provisório, mas assaz pouco significativo, pois ele reflete, sobretudo, o estado da pesquisa – que tende mais a privilegiar o Templo – e que novas descobertas podem sempre aumentar o <em>corpus</em> conhecido. De um ponto de vista cronológico, se resta traços relativamente esparsos das decorações ornamentais da segunda metade do século XIII, um número não negligenciável de decorações figuradas conservadas se concentra no último terço do século XIII. Estes lugares de imagens têm apresentado especificidades ligadas à originalidade da vida regular que era seguida no seio das comendadorias? Em outros termos, as ordens militares foram portadoras de uma cultura visual ou de um pensamento figurativo próprios?</p>
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
11

Versola, Humberto Luis. "(IN)APLICABILIDADE DA TUTELA DA EVIDÊNCIA NA COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS E O PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL." Revista de Direito Tributário e Financeiro 5, no. 1 (October 21, 2019): 18. http://dx.doi.org/10.26668/indexlawjournals/2526-0138/2019.v5i1.5432.

Full text
Abstract:
O presente artigo tem por objetivo realizar um breve estudo jurídico acerca da compensação do crédito tributário através da aplicabilidade da tutela provisória da evidência no âmbito da ação de repetição do indébito tributário e no procedimento especial do mandado de segurança. Em que pese a criação do instituto processual da tutela da evidência à luz da Constituição Federal com a finalidade de tornar a tutela jurisdicional justa, célere e efetiva, o Código de Processo Civil manteve privilégios à Fazenda Pública que violam o ordenamento jurídico, sobretudo o princípio da inafastabilidade da jurisdição.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
12

Grau, Donatien. "O paradoxo francês do sistema." Veritas (Porto Alegre) 59, no. 2 (March 24, 2015): 230. http://dx.doi.org/10.15448/1984-6746.2014.2.19557.

Full text
Abstract:
Propomos, a título provisório, uma definição do “sistema” como modo de reflexão que, assim como a sua etimologia grega indica-o, “(se) mantém junto” e jaz numa concepção do discurso filosófico como uma espécie de arborescência, onde, de um tronco comum, emanariam os ramos delimitando tantos domínios da filosofia. No fundo, o sistema seria então a forma tomada por esta ação que chama-se “filosofar”, e constituiria a forma material “da filosofia” – ela assumiria, de certa maneira, o seu papel de estrutura.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
13

Sousa, Jônatas Ribeiro de, and Enio Walcácer De Oliveira Filho. "CONSIDERAÇÕES ACERCA DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO: DETENTO, EGRESSO, RESSOCIALIZAÇÃO E REINCIDÊNCIA." Revista Vertentes do Direito 3, no. 2 (December 14, 2016): 20–42. http://dx.doi.org/10.20873/uft.2359-0106.2016.v3n2.p20-42.

Full text
Abstract:
Este artigo está disposto em sete tópicos, a saber: dos sistemas penitenciários; da assistência ao preso; dos direitos e deveres dos presos; dados relacionados aos presos no Brasil, Tocantins e Palmas – TO; considerações acerca da assistência ao preso na casa de prisão provisória de Palmas – TO; da ressocialização do preso egresso e da reincidência.Fizemos um levantamento bibliográfico e ainda um levantamento junto ao sistema penitenciário local, bem como o estudo de artigos e estatísticas públicas para se demonstrar efetivamente em que passo se está efetivando as previsões tão humanistas da Lei de Execução Penal, bem como os possíveis entraves à esta concretização normativa no Brasil e em especial foco na cidade de Palmas no Tocantins.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
14

Ribeiro, Wellington de Sousa. "Teletrabalho: uma análise da medida provisória 1046/2021 como medida de enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da COVID-19." Research, Society and Development 10, no. 16 (December 16, 2021): e423101623862. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23862.

Full text
Abstract:
O teletrabalho é uma nova modalidade nas relações de emprego. Por esse motivo, existem algumas dificuldades quanto a sua aplicação. O problema da pesquisa é conceituar o teletrabalho e a sua relação com a pandemia do COVID-19. Objetiva-se analisar o conceito histórico de sua criação e analisando os parâmetros de sua aplicação junto à sociedade contemporânea, elencando a forma de procedência, bem como a facilidade junto ao empregador e o empregado. A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho foi a pesquisa exploratória descritiva e bibliográfica que consistirá em uma análise artigos científicos, livros, artigos em periódicos eletrônicos, analise de leis, sendo assim uma pesquisa de cunho documental na esfera trabalhista, decorrente da pandemia do COVID-19 que teve o seu ápice no início do ano de 2020 no Brasil. O resultado da pesquisa permite a compreensão entres os novos métodos de emprego e a sua aplicação para o mercado de trabalho, bem como os aspectos físicos e mentais decorrentes de sua utilização, de forma que traga benefícios para o trabalhador e empregador, pois é preciso um olhar mais aprofundado visando que a utilização dos meios telemáticos não sobrecarregue o trabalhador.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
15

Magalhães, Álcio Crisóstomo, Terita Michele da Silva Ferreira, Júlio César Maia, Gabriela Barbosa Guimarães, and George Ivan da Silva Holanda. "A formação das juventudes nas tramas da “nova pedagogia da hegemonia”: as diretrizes das reformas do Ensino Médio no contexto de “revolução-restauração”." Germinal: marxismo e educação em debate 14, no. 1 (April 30, 2022): 536–55. http://dx.doi.org/10.9771/gmed.v14i1.46663.

Full text
Abstract:
As reformas e contrarreformas da educação básica na passagem do século XX para o XXI explicam em muito o circuito histórico de “metamorfoseamento da sociedade civil” brasileira. O objetivo deste artigo é compreender como o movimento de inovação do Ensino Médio, processado ao longo desse contexto sócio-histórico, reflete tal fenômeno. É essa compreensão que permite a tese do curto-circuito no “consenso passivo”, objeto da presente investigação. O estudo bibliográfico-documental evidencia que a ruptura com as Diretrizes do Ensino Médio de 1998 e 2011, junto ao expresso na elaboração da Base Nacional Comum Curricular, da Medida Provisória nº 746/2016 e da Lei nº 13.415/2017, anuncia a exaustão da fórmula “revolução-restauração” e o sentido da renovação da hegemonia burguesa no Brasil.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
16

Saddy, André. "Possibilidade de extinção de concessão de serviço público justificada na recuperação judicial de sociedade empresária – O caso do setor elétrico brasileiro." A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional 13, no. 52 (April 15, 2013): 199. http://dx.doi.org/10.21056/aec.v13i52.139.

Full text
Abstract:
O artigo analisa a possibilidade de concessionária de serviço público (exemplificando-se por meio do setor elétrico) ter seu vínculo junto à Administração extinto por estar em processo de recuperação judicial. Para tanto, estudou-se distintas concepções relacionada a concessão, além de ter evidenciado que assim como qualquer sociedade empresária pode passar por crises econômica, financeira ou patrimonial. Dentre possíveis soluções mencionadas, estudou-se mais especificamente a recuperação judicial evidenciando, principalmente, que é permitido à Administração, nesses casos, assumir o controle das atividades de serviços essenciais (caso Celpa). Por fim, termina-se abordando a especificidade do setor elétrico que, por Medida Provisória, afastou o regime de recuperação judicial e extrajudicial das concessionárias e permissionárias de serviços públicos de energia elétrica.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
17

Cabral, Rafael Lamera Giesta. "Da resistência ao ajuste: o trabalhador na década de 1930." Revista Direito e Práxis 8, no. 4 (December 2017): 2741–72. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8966/2017/26411.

Full text
Abstract:
Resumo A história de um processo pode indicar transformações sociais, jurídicas, econômicas e políticas. O caso em análise representa uma reclamação trabalhista promovida por trabalhadores de uma mina de carvão que questionava o descumprimento da recém legislação social promulgada pelo governo provisório de Getúlio Vargas. No bojo deste dilema, muitas estratégias e ações foram utilizadas pelas partes em conflito, tanto para se adequar quanto resistir às regras constitucionais junto ao Conselho Nacional do Trabalho. Diante de incertezas e debilidades, com a microhistória identificam-se relações entre justiça, trabalhadores e empregados que se forjavam em novos “locais de direitos” naquele período.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
18

Nascimento e Souza, Alana, and Rafael Figueiredo Pinto. "LIBERDADE DE IMPRENSA VERSUS INVIOLABILIDADE DA IMAGEM." REVISTA JURÍDICA DO MPAC 1, no. 1 (October 13, 2021): 161–80. http://dx.doi.org/10.59133/rjmpac.v1i1.18.

Full text
Abstract:
Os meios de comunicação em massa desempenham, historicamente, significativa influência sobre a população, sobretudo quando os assuntos veiculados tratam de nuances da persecução penal. As exposições midiáticas podem abranger o momento da apreensão provisória de um indivíduo suspeito até o julgamento deste. Da narrativa televisiva comumente se verifica o emprego de mecanismos para levar telespectadores a cogitarem que a pessoa noticiada possui, de fato, responsabilidade penal pelo fato que lhe é imputado, de modo que mesmo uma posterior conclusão oficial por sua inocência dificilmente alterará sua imagem junto à população, que já a percebe consolidada sob o estigma de “delinquente”. Esse processo de degradação, chamado pelos teóricos do labelling approach de “cerimônias degradantes informais”, suscita controvérsias quanto ao seu amparo constitucional-legal. Ante esse problema, por meio do emprego do método dedutivo, valer-se-á o presente trabalho de pesquisa essencialmente bibliográfica.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
19

Pinto, Élida Graziane, Alexandre Melo Franco de Moraes Bahia, and Lenir Santos. "O financiamento da saúde na Constituição de 1988: um estudo em busca da efetividade do direito fundamental por meio da equalização federativa do dever do seu custeio mínimo." A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional 16, no. 66 (January 15, 2017): 209–37. http://dx.doi.org/10.21056/aec.v16i66.366.

Full text
Abstract:
O texto busca mostrar, a partir da legislação, jurisprudência e dados obtidos de outras pesquisas empíricas, que boa parte dos problemas de financiamento da saúde por Estados e, principalmente, pelos Municípios brasileiros se dá por um sistema federativo constitucional que diminui a contribuição da União – proporcionalmente aos demais. Ainda, que a Constituição vem sofrendo reformas que estão piorando o equilíbrio financeiro de Estados e Municípios através da diminuição proporcional de participação da União justamente em um momento no qual aqueles estão sendo demandados em juízo e vêm somando decisões ordenando a compra de medicamentos e a realização de procedimentos médicos – mesmo quando a responsabilidade legal não é deles. Propõe-se que uma solução provisória ao problema seria Estados e Municípios, ao serem demandados em juízo, se valerem de disposições constitucionais que permitem o ressarcimento junto à União dos gastos que lhes foram impostos de forma a se reequilibrar o pacto federativo.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
20

Feltran, Gabriel. "ETNOGRAFIA DE PROJETOS POLÍTICOS: SOBRECODIFICANDO O MUNDO SOBRECODIFICADO QUE CARLY MACHADO NOS APRESENTA." Debates do NER 2, no. 38 (December 29, 2020): 77–82. http://dx.doi.org/10.22456/1982-8136.108371.

Full text
Abstract:
Este comentário, inspirado no texto de Carly Machado aqui publicado, é uma sobrecodificação intencional da etnografia realizada pela autora. Ele quer descrever os mesmos fenômenos por ela tratados, em especial o Ministério Flordelis e seus congressos religiosos, mas agora com categorias próprias do pensamento político secularizado, que me parece também informar as teorias nativas por ela estudadas. Além dessa tradução sobrecodificadora, procuro neste comentário subir a escala da abstração e tratar não mais do universo empírico em questão, mas da cena política brasileira que o projeto estudado escreve junto à sua comunidade política, enquanto nos permite entrevê-la. Parcial e provisório, este comentário ensaístico pretende que algum desentendimento entre ciência do social, e análise de conjuntura, seja produtivo a um só tempo intelectual e politicamente.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
21

Tomasevicius Filho, Eduardo. "A tal “lei da liberdade econômica”." Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo 114 (October 26, 2019): 101–23. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2318-8235.v114p101-123.

Full text
Abstract:
Em 2019, a comunidade jurídica brasileira foi surpreendida pela edição da Medida Provisória n. 881, por meio da qual se instituiu a “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”, modificando leis especiais, entre elas, o Código Civil. Após críticas e debates sobre seu conteúdo, esta foi convertida na Lei n. 13.874, de 20 de setembro de 2019. A proposta desse artigo consistiu na análise do seu conteúdo e seus objetivos, que consistem em proteger a liberdade no exercício da atividade econômica e diminuir os efeitos da burocracia do Estado. Concluiu-se que essa lei pouco tem a acrescentar ao direito brasileiro, porque as liberdades nela declaradas são vazias de conteúdo normativo e as alterações realizadas no Código Civil são inócuas. No máximo, reconhece-se que dispositivos voltados à redução dos custos de transação serão eficazes, assim como a alteração em leis especiais relacionadas a Juntas Comerciais, dispensa de autenticação de documentos e expedição de certidões de órgãos públicos, a digitalização de documentos públicos e privados, bem como a cobrança de tributos federais, poderão facilitar a vida de quem pretende exercer atividades econômicas.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
22

Silveira, Renata Ferreira, and Marcelo Argenta Câmara. "A AUTONOMIA FRENTE À HIDRA CAPITALISTA: APORTES DA EXPERIÊNCIA ZAPATISTA." GEOgraphia 20, no. 42 (May 23, 2018): 77. http://dx.doi.org/10.22409/geographia.v20i42.920.

Full text
Abstract:
Resumo: O movimento zapatista mexicano, surgido à luz pública no início de 1994, construiu uma trajetória de progressiva territorialização de sua concepção de sociedade e, consequentemente, de sua estratégia de mobilização. Tal trajetória tem sua conclusão (provisória) na constituição dos Caracóis enquanto recortes territoriais autônomos, e das Juntas de Bom Governo enquanto instâncias políticas e sociais de condução da vida em sociedade. Este artigo toma como ponto de partida a reflexão sobre a experiência zapatista para nos questionarmos sobre as possibilidades de respostas à atual crise civilizatória capitalista.Palavras-chave: Zapatismo. Territorialidades. Autonomia. Capitalismo. AUTONOMY AGAINST THE CAPITALIST HYDRA: CONTRIBUTIONS FROM THE ZAPATISTA EXPERIENCEAbstract: The mexican zapatista movement, which emerged in the public light at the beginning of 1994, has built a trajectory of progressive territorialization of its conception of society and, consequently, of its mobilization strategy. Such a trajectory has its (provisional) conclusion in the constitution of the Caracoles as autonomous territorial divisions, and of the Juntas de Buen Gobierno as political and social instances of conducting life in society. This article takes as its starting point the reflection on the zapatista experience to question ourselves on the possibilities of answers to the current capitalist civilizational crisis.Keywords: Zapatismo. Territorialities. Autonomy. Capitalismo. LA AUTONOMÍA FRENTE A LA HIDRA CAPITALISTA: APORTES DE LA EXPERIENCIA ZAPATISTAResumen: El movimiento zapatista mexicano, surgido a la luz pública a principios de 1994, construyó una trayectoria de progresiva territorialización de su concepción de sociedad y, consecuentemente, de su estrategia de movilización. Tal trayectoria tiene su conclusión (provisional) en la constitución de los Caracoles como recortes territoriales autónomos, y de las Juntas de Buen Gobierno como instancias políticas y sociales de conducción de la vida en sociedad. Este artículo toma como punto de partida la reflexión sobre la experiencia zapatista para preguntarse sobre las posibilidades de respuestas a la actual crisis civilizatoria capitalista.Palabras clave: Zapatismo. Territorialidades. Autonomía. Capitalismo.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
23

Silveira, Renata Ferreira, and Marcelo Argenta Câmara. "A AUTONOMIA FRENTE À HIDRA CAPITALISTA: APORTES DA EXPERIÊNCIA ZAPATISTA." GEOgraphia 20, no. 42 (May 23, 2018): 77. http://dx.doi.org/10.22409/geographia2018.2042.a13834.

Full text
Abstract:
Resumo: O movimento zapatista mexicano, surgido à luz pública no início de 1994, construiu uma trajetória de progressiva territorialização de sua concepção de sociedade e, consequentemente, de sua estratégia de mobilização. Tal trajetória tem sua conclusão (provisória) na constituição dos Caracóis enquanto recortes territoriais autônomos, e das Juntas de Bom Governo enquanto instâncias políticas e sociais de condução da vida em sociedade. Este artigo toma como ponto de partida a reflexão sobre a experiência zapatista para nos questionarmos sobre as possibilidades de respostas à atual crise civilizatória capitalista.Palavras-chave: Zapatismo. Territorialidades. Autonomia. Capitalismo. AUTONOMY AGAINST THE CAPITALIST HYDRA: CONTRIBUTIONS FROM THE ZAPATISTA EXPERIENCEAbstract: The mexican zapatista movement, which emerged in the public light at the beginning of 1994, has built a trajectory of progressive territorialization of its conception of society and, consequently, of its mobilization strategy. Such a trajectory has its (provisional) conclusion in the constitution of the Caracoles as autonomous territorial divisions, and of the Juntas de Buen Gobierno as political and social instances of conducting life in society. This article takes as its starting point the reflection on the zapatista experience to question ourselves on the possibilities of answers to the current capitalist civilizational crisis.Keywords: Zapatismo. Territorialities. Autonomy. Capitalismo. LA AUTONOMÍA FRENTE A LA HIDRA CAPITALISTA: APORTES DE LA EXPERIENCIA ZAPATISTAResumen: El movimiento zapatista mexicano, surgido a la luz pública a principios de 1994, construyó una trayectoria de progresiva territorialización de su concepción de sociedad y, consecuentemente, de su estrategia de movilización. Tal trayectoria tiene su conclusión (provisional) en la constitución de los Caracoles como recortes territoriales autónomos, y de las Juntas de Buen Gobierno como instancias políticas y sociales de conducción de la vida en sociedad. Este artículo toma como punto de partida la reflexión sobre la experiencia zapatista para preguntarse sobre las posibilidades de respuestas a la actual crisis civilizatoria capitalista.Palabras clave: Zapatismo. Territorialidades. Autonomía. Capitalismo.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
24

Silveira, Renata Ferreira, and Marcelo Argenta Câmara. "A AUTONOMIA FRENTE À HIDRA CAPITALISTA: APORTES DA EXPERIÊNCIA ZAPATISTA." GEOgraphia 20, no. 42 (May 23, 2018): 77. http://dx.doi.org/10.22409/geographia2018.v20i42.a13834.

Full text
Abstract:
Resumo: O movimento zapatista mexicano, surgido à luz pública no início de 1994, construiu uma trajetória de progressiva territorialização de sua concepção de sociedade e, consequentemente, de sua estratégia de mobilização. Tal trajetória tem sua conclusão (provisória) na constituição dos Caracóis enquanto recortes territoriais autônomos, e das Juntas de Bom Governo enquanto instâncias políticas e sociais de condução da vida em sociedade. Este artigo toma como ponto de partida a reflexão sobre a experiência zapatista para nos questionarmos sobre as possibilidades de respostas à atual crise civilizatória capitalista.Palavras-chave: Zapatismo. Territorialidades. Autonomia. Capitalismo. AUTONOMY AGAINST THE CAPITALIST HYDRA: CONTRIBUTIONS FROM THE ZAPATISTA EXPERIENCEAbstract: The mexican zapatista movement, which emerged in the public light at the beginning of 1994, has built a trajectory of progressive territorialization of its conception of society and, consequently, of its mobilization strategy. Such a trajectory has its (provisional) conclusion in the constitution of the Caracoles as autonomous territorial divisions, and of the Juntas de Buen Gobierno as political and social instances of conducting life in society. This article takes as its starting point the reflection on the zapatista experience to question ourselves on the possibilities of answers to the current capitalist civilizational crisis.Keywords: Zapatismo. Territorialities. Autonomy. Capitalismo. LA AUTONOMÍA FRENTE A LA HIDRA CAPITALISTA: APORTES DE LA EXPERIENCIA ZAPATISTAResumen: El movimiento zapatista mexicano, surgido a la luz pública a principios de 1994, construyó una trayectoria de progresiva territorialización de su concepción de sociedad y, consecuentemente, de su estrategia de movilización. Tal trayectoria tiene su conclusión (provisional) en la constitución de los Caracoles como recortes territoriales autónomos, y de las Juntas de Buen Gobierno como instancias políticas y sociales de conducción de la vida en sociedad. Este artículo toma como punto de partida la reflexión sobre la experiencia zapatista para preguntarse sobre las posibilidades de respuestas a la actual crisis civilizatoria capitalista.Palabras clave: Zapatismo. Territorialidades. Autonomía. Capitalismo.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
25

Nascimento, Felipe Augusto Almeida do. "AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA." Revista da Emeron, no. 26 (April 14, 2021): 270–92. http://dx.doi.org/10.62009/emeron.2764.9679n26/2019/38/p270-292.

Full text
Abstract:
O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre a Audiência de Custódia no Brasil, por ser signatário de Tratados Internacionais que trazem sua previsão legal. Serão abordados os princípios constitucionais da Presunção de Inocência e Dignidade da Pessoa Humana. Em especial à Audiência de Custódia na Comarca de Porto Velho/RO, verificando se sua realização apresentou resultado positivo ou significativo, averiguando o perfil das decisões proferidas, sobretudo as concessões de liberdade provisórias e conversão em preventiva. Por fim, trazendo em números as medidas cautelares aplicadas na concessão de liberdade do acusado, assim como das audiências realizadas em Porto Velho. Portanto, é indiscutível a eficácia do instituto para buscar ao preso a sua dignidade e integridade física. Trata-se de pesquisa bibliográfica, com abordagem dedutiva e qualitativa de cunho descritivo. Baseou-se em documentos como doutrinas, artigos, relatórios estatísticos coletados junto ao Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia para o desenvolvimento do artigo.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
26

Vecchio, Fabrizio Bon, and Débora Manke Vieira. "COMPLIANCE PÚBLICO: IRREGULARIDADES EM CONTRATOS DA PANDEMIA COVID-19." Revista Ilustração 1, no. 2 (December 15, 2020): 19–27. http://dx.doi.org/10.46550/ilustracao.v1i2.6.

Full text
Abstract:
: A elaboração de programas de Compliance também tem a função precípua de coibir práticas desonestas junto aos contratos celebrados com a Administração Pública. Em especial no atual momento, que por conta da pandemia da COVID-19, e autorizado pela Medida Provisória 926/2020, o setor da saúde adquiriu, sem licitação e na modalidade de contratação emergencial, testes, medicamentos, respiradores mecânicos, demais produtos e serviços relacionados à pandemia, ferindo diversos princípios administrativos. Os programas de Compliance devem focar em estratégias capazes de incentivar àqueles que observam os padrões de conduta, ampliar os mecanismos de fiscalização e, ainda, assegurar que as penalidades impostas sejam suficientes para inibir futuras condutas desonestas. No entanto, a problemática central, e sobre a qual se pretende explanar, se encontra na necessidade da adoção de programas de integridade e anticorrupção como requisito para que o poder público contrate com fornecedores, realidade esta, inclusive, já vigente em muitos estados da federação. É evidente que a situação estabelecida pela pandemia exige que certas normas sejam pelo menos relativizadas, contudo, como irá se demonstrar, a exceção não pode servir de guarida para o cometimento de irregularidades e ilicitudes, como as que vêm sendo descobertas todos os dias em nosso país.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
27

Barcelos, Débora de Jesus Rezende, Carolina de Souza Novaes Gomes Teixeira, and Caroline Fernanda Silva. "CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA EM TEMPOS DE PANDEMIA: EM BUSCA DA EFETIVIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS." Revista de Ciências Jurídicas e Sociais da UNIPAR 26, no. 1 (August 22, 2023): 491–518. http://dx.doi.org/10.25110/rcjs.v26i1.2023-023.

Full text
Abstract:
Após a ditadura militar, o período de redemocratização do país trouxe a Constituição mais generosa e humana no que se refere ao reconhecimento e garantia de direitos fundamentais já contemplados até então. Em decorrência dos períodos sombrios que a precederam, a Constituição de 1988 carrega um apreço especial pela dignidade da pessoa humana, o que a levou a elencar dentre os objetivos fundamentais da República, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, além da erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais. Na tentativa de cumprir tais objetivos, a Constituição de 1988 reconheceu o Direito do Trabalho como um direito social fundamental, trazendo à tona a relevância da proteção do trabalhador. No entanto, após mais de 30 anos de sua promulgação, muitos daqueles direitos ainda não foram efetivados, o que suscita a indagação se não seria a Carta Máxima meramente simbólica na esfera do trabalho, sobretudo em tempos pandêmicos. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo perfazer uma discussão a respeito da constitucionalização dos direitos trabalhistas sob a ótica da legislação simbólica. A seguir, procurar-se-á perfazer uma análise acerca das Medidas Provisórias de números 927 e 936 editadas pelo Estado brasileiro para regulamentar as relações de emprego durante a pandemia da Covid-19 como um mecanismo de precarização trabalhista. A metodologia utilizada passará pelo método monográfico analítico, fazendo uso do levantamento da legislação e do estudo de material doutrinário enquanto técnica de investigação. Dentre os principais resultados, verificou-se o caráter simbólico da Constituição de 1988 na esfera do Direito do Trabalho, principalmente durante a pandemia, já que as Medidas Provisórias editadas para regular a situação não observam o texto constitucional. Como conclusão, verificou-se nos movimentos sociais, considerando a importância e a força da luta coletiva, um promissor mecanismo de luta pela eficácia da Constituição.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
28

Santos, Jonatha Daniel dos, and Sthefane Wendy Costa Ribeiro. "Dialogando sobre Explorações Matemáticas e Literatura Infantil com crianças na Educação Infantil." TANGRAM - Revista de Educação Matemática 6, no. 3 (September 30, 2023): 142–66. http://dx.doi.org/10.30612/tangram.v6i3.17516.

Full text
Abstract:
O presente texto é gerado a partir de uma Pesquisa de Iniciação Cientifica vinculado ao Curso de Pedagogia, na Universidade Federal do Amazonas, da qual tem como finalidade compreender como as explorações matemáticas podem ser desenvolvidas a partir da Literatura Infantil junto às crianças que vivenciam a Educação Infantil, na cidade de Manaus. Por meio da literatura, é possível estabelecer caminhos pedagógicos para que as explorações matemáticas sejam ambientadas nesse universo, além de contribuir para a constituição da linguagem matemática. O estudo apresentado está alinhado com os princípios qualitativos de se fazer pesquisa no campo educacional. Como resultados provisórios, a linguagem matemática quando apoiada à Literatura Infantil consolida as inúmeras possibilidades lúdicas que o texto pode nos trazer, nos levando a lugares que nunca estivemos e apresentando histórias atrativas e curiosas.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
29

Fagundes, Emerson de França, Juliherme Carlos da Costa, and Tabita Aija Silva Moreira. "Qualidade de Vida no Trabalho: o caso dos agentes penitenciários em um Centro de Detenção Provisória do Rio Grande do Norte." Research, Society and Development 5, no. 2 (June 30, 2017): 109–23. http://dx.doi.org/10.17648/rsd-v5i2.101.

Full text
Abstract:
Os agentes penitenciários, devido a natureza da sua profissão, estão sujeitos a vários fatores de riscos, tensão, desgaste físico e mental. Esse estudo trata-se de uma pesquisa realizada em um Centro de Detenção Provisória (CDP) do Rio Grande do Norte (RN), com o objetivo de analisar a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), tal como percebida pelos agentes penitenciários, segundo o modelo de Walton (1973). O método adotado foi uma pesquisa de campo, de caráter exploratória e descritiva onde foram coletados os dados através de um questionário com perguntas estruturadas e fechadas. Aliado a "Escala de avaliação da qualidade de vida no trabalho" de acordo com o modelo de Walton, adaptada e proposta por Timossi et al (2009). A população-alvo foram os agentes penitenciários servidores de um CDP do RN. Para esta coleta, foram adotados os cuidados éticos, através da carta de anuência da instituição e termo de consentimento dos participantes. Os pressupostos teóricos desse trabalho, se baseiam nos estudos de Walton (1973) que pode ser considerado um dos precursores de uma abordagem científica de QVT. Para Walton, a QVT depende estreitamente do equilíbrio entre trabalho e outras esferas da vida, do papel social da organização e da importância de se conciliar produtividade com QVT. Na análise dos resultados constatou-se uma divisão por partes dos participantes da pesquisa, na qual dentre as dimensões consideradas satisfatórias, temos: o uso e desenvolvimento de capacidades; a integração social na organização e o constitucionalismo. Por outro lado houve insatisfação em relação a compensação justa e adequada; condições de trabalho; oportunidade de crescimento e segurança e a relevância social da vida no trabalho. Observa-se que a QVT é afetada pela subjetividade da percepção que cada pessoa possui em relação a cada dimensão apresentada sobre suas aspirações pessoais e profissionais diante dos objetivos organizacionais. Sugerem-se algumas ações para a melhoria da percepção da QVT no trabalho, como a implantação de um Plano de cargos, carreira e salários e a melhoraria do ambiente físico e da segurança dos trabalhadores.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
30

Couto, Renata Mena Brasil do, and Irene Rizzini. "Acolhimento institucional para crianças e adolescentes em situação de rua." Textos & Contextos (Porto Alegre) 20, no. 1 (May 5, 2021): e39173. http://dx.doi.org/10.15448/1677-9509.2021.1.39173.

Full text
Abstract:
Neste artigo, analisamos os resultados de uma pesquisa realizada junto a crianças e adolescentes em instituições de acolhimento com trajetória de vida nas ruas. A pesquisa abordou 271 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 18 anos, nas 17 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes. Destacamos o perfil majoritariamente masculino, adolescente e negro dos participantes, assim como seus desafios de inserção escolar e profissional, a violência vivenciada nas ruas, mas também em âmbito familiar, e os limites da rede de proteção na atenção a essa população. Consideramos a importância da inclusão das famílias no atendimento prestado às crianças e aos adolescentes acolhidos, respeitando o caráter provisório e excepcional do serviço de acolhimento institucional, assim como pontuamos as particularidades daqueles com trajetória de vida nas ruas, que exigem estratégias diferenciadas de cuidado. Os parâmetros normativos que hoje amparam o debate estão contemplados no texto, com a intenção de divulgá-los, mas também de chamar pesquisadores e profissionais ao debate acerca de sua implementação e de seu monitoramento.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
31

Santos, Lyndon de Araújo. "O Cristo Vivo na Civilização: Protestantismo e Espaço Público no Brasil (1930-1932)." HORIZONTE 15, no. 47 (September 30, 2017): 949. http://dx.doi.org/10.5752/p.2175-5841.2017v15n47p949.

Full text
Abstract:
<p>Este artigo analisa o relatório oficial produzido pela 11ª. Convenção Mundial das Escolas Dominicais na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1932. O relatório traduz o universo protestante (europeu e norte-americano, latino-americano e brasileiro) do início da década de 1930, os seus discursos, as suas práticas e suas visões de mundo. Os sentidos atribuídos pelos protestantes para a ação política, a educação e a civilização são compreendidos a partir do contexto entre guerras, da crise do imperialismo europeu e da eclosão de uma guerra civil no Brasil. A realização desta convenção no Rio de Janeiro representou uma demonstração de força política dos protestantes brasileiros junto ao governo provisório de Getúlio Vargas, que havia chegado ao poder pela Revolução de 1930, reaproximando a Igreja Católica e estabelecendo outros rumos para a sociedade. Trata-se, portanto, da análise histórica de um documento a partir de um recorte temporal atravessado por múltiplas forças que reordenaram a presença protestante no espaço público, na política, na cultura, enfim, no campo religioso brasileiro.</p>
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
32

Siqueira, Marcelo Sampaio, and Natercia Sampaio Siqueira. "OS EFEITOS DO ABANDONO NA PERDA DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA URBANA: UMA ANÁLISE À LUZ DO PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE." Revista Jurídica da FA7 17, no. 1 (May 25, 2020): 109–25. http://dx.doi.org/10.24067/rjfa7;17.1:1223.

Full text
Abstract:
O objetivo da pesquisa, considerando o déficit habitacional das grandes cidades, é analisar o instituto da perda da propriedade por abandono à luz não só do princípio da função social da propriedade, como dever atribuído ao proprietário, mas também do princípio da função social da cidade, como dever atribuído à Administração Pública. A análise da intenção do abandono da propriedade à luz do artigo 1.276 do Código Civil deve ser restritiva, embora a escorreita hermenêutica, em face dos princípios citados e do da eficiência, como elemento de uma interpretação mais justa, seja no sentido de buscar a simplificação dos requisitos para caracterização da perda da propriedade e a disposição desses bens para fins de regularização fundiária. Para o atingimento de tal finalidade utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica doutrinária e jurisprudencial e o método hipotético-dedutivo. Com a pesquisa atingiu-se aos seguintes resultados: o abandono da propriedade imobiliária, antes da aquisição da propriedade pelo Município, mas durante a fase arrecadatória, pode receber destinação provisória atendendo ao princípio da função social da cidade; a inadimplência fiscal e o prazo fixado pelo artigo 65 da Lei 13.465/2017 não induzem à presunção absoluta, em face do princípio da ampla defesa.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
33

Júnior, José Carlos da Costa. "O ensino de espanhol em foco: políticas linguísticas e panorama de 12 municípios de Minas Gerais." Letras Escreve 9, no. 3 (May 6, 2020): 31. http://dx.doi.org/10.18468/letras.2019v9n3.p31-37.

Full text
Abstract:
<p>O objetivo deste trabalho é discutir as políticas linguísticas para ensino de espanhol e a qual a situação do ensino dessa língua em 12 municípios mineiros, de acordo com o último Censo Educacional disponível, de 2016. Além disso, traçamos um panorama histórico acerca das legislação que contempla o ensino de espanhol no Brasil, focando, principalmente, na Lei 11.161 e em sua revogação pela Medida Provisória 746 e posterior Lei 13.415. Metodologicamente, fizemos uma pesquisa quantitativa com dados obtidos junto à Superintendência Regional de Ensino de Minas Gerais que contemplou os seguintes municípios: Belo Horizonte, Betim, Contagem, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Poços de Caldas, Sete Lagoas, Uberaba e Uberlândia. Foram levantados dados acerca da quantidade de escolas do Ensino Médio regular que ofereceram espanhol, quantidade de docentes que ministraram essa disciplina, quantidade de turmas abertas e alunos matriculados em todas as escolas estaduais, federais, municipais e privadas dessas cidades. Entre os resultados, encontramos que havia predomínio da rede privada sobre as públicas na maioria dos municípios, baixa quantidade de docentes lecionando essa disciplina e uma cidade com apenas 1 escola pública que ofertava essa língua estrangeira em 2016. </p>
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
34

Oliveira da Silva, Bismarck, Arilene Lisboa de Araújo, Reginaldo Antônio de Oliveira Freitas Júnior, and Renata Renata Rocha Leal de Miranda Pereira Pinheiro. "BASES DA CULTURA DA VIOLÊNCIA VIVENCIADA POR ADOLESCENTES DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO DO RIO GRANDE DO NORTE." Interfaces Científicas - Humanas e Sociais 9, no. 2 (February 2, 2022): 715–30. http://dx.doi.org/10.17564/2316-3801.2021v9n2p715-730.

Full text
Abstract:
A problemática da cultura da violência e sua relação estrutural com o capitalismo tem atravessado visceralmente a vida de adolescentes envolvidos com o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - SINASE brasileiro. No Rio Grande do Norte, a Fundação de Atendimento Socioeducativo - FUNDASE é a responsável pela execução das medidas socioeducativas de semiliberdade e internação provisória. Evidencia-se que tal reprodução da cultura da violência em sociedade tem afetado a dinâmica familiar desses adolescentes e sido uma das motivações de envolvimento com o sistema socioeducativo potiguar. Ainda, reflete-se sobre as particularidades da categoria violência; explica-se de que maneira a cultura da violência tem afetado o seguimento juvenil; e verifica-se de que forma a FUNDASE tem buscado implementar a perspectiva socioeducativa junto aos adolescentes do sistema socioeducativo. Utiliza-se a pesquisa bibliográfica e documental como aportes. Percebe-se que, mesmo os/as adolescentes vivenciando estigmas sociais, preconceito de classe, gênero, racial e violências de diversas naturezas (física, psicológica, violação dos direitos humanos, abandono familiar, exclusão social, negação de direitos sociais), há um movimento de redimensionamento da política governamental brasileira no intuito de concretizar a implementação dos princípios e diretrizes de práticas socioeducativas numa perspectiva de inclusão social, de resgate de sua historicidade e de emancipação política desse seguimento.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
35

Lima, Helton Bernardino, Francisca Emmanuella Saraiva Martins, and Marcela Barroso Maciel. "BREVE REFLEXÃO SOBRE A REFORMA DO ENSINO MÉDIO E SUA RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR." Cadernos Cajuína 4, no. 2 (January 21, 2019): 125. http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v4i2.283.

Full text
Abstract:
Este estudo suscita uma breve reflexão sobre a reforma do ensino médio decretada em 2017 pelo presidente Michel Temer e sua relação com o ensino superior. Aprovada por meio de Medida Provisória (MP), esta reforma levantou uma série de controvérsias em virtude da escassez dos debates junto à sociedade a respeito das mudanças que a referida reforma produziria no currículo, tais como a permissão de o discente direcionar seus estudos de acordo com a área de maior interesse, e a possível aproximação com o mercado de trabalho. Além disso, a aplicabilidade desta reforma pelos Estados brasileiros ainda gera grande discussão, motivos estes que justificam a relevância da reflexão do presente estudo. Sendo assim, o objetivo do artigo é analisar sobre os efeitos que a reforma do ensino médio terá na formação, no acesso e na presença de alunos oriundos das escolas públicas no ensino superior, bem como as mudanças que as licenciaturas terão que realizar para atender essa nova demanda. Das conclusões, apontamos para a incongruência desta reforma quanto a melhoria no sistema escolar brasileiro, mostrando-se capaz de reduzir a variedade de conhecimentos a serem adquiridos pelos alunos, bem como suas possiblidades de inserção no mercado de trabalho em carreiras profissionais não tecnicistas.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
36

Migon, Eduardo Xavier Ferreira Glaser, Guilherme de Araujo Grigoli, and Josias Marcos de Resende Silva. "As Forças Armadas brasileiras e o covid-19: a articulação de uma resposta interdisciplinar ao enfrentamento da pandemia no estado de São Paulo." Revista Brasileira de Estudos de Defesa 9, no. 1 (August 30, 2022): 127–57. http://dx.doi.org/10.26792/rbed.v9n1.2022.75275.

Full text
Abstract:
Trata-se de estudo de caso associado às ações do denominado Comando Conjunto Sudeste (CCjSE), estrutura organizacional integrada e provisória ativada por ordem do Ministério da Defesa para as ações de resposta à pandemia Covid-19 no âmbito do estado de São Paulo. A metodologia adotada vincula-se à perspectiva qualitativa, apoiada em pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, entrevistas e observação participante. Foram utilizados dados abertos e dados disponibilizados em consequência de solicitação formal e/ou referenciados pelos entrevistados. Especificamente, perguntamos como o CCjSE se articulou junto aos diversos atores (públicos e privados), no estado de São Paulo, para atuar sobre os impactos do Covid-19, dentro do contexto de uma ameaça complexa e uma resposta interdisciplinar. O conteúdo é de potencial interesse de áreas como planejamento estratégico, planejamento operacional, gestão de operações e gestão em ambientes complexos. Também da administração pública, em especial quanto à gestão de setores específicos (Defesa Nacional). Ao final do artigo, apresentamos boas práticas, dentre as quais se destacam a integração obtida entre a componente militar e as instâncias de governo e as estruturas administrativas civis, propondo formas de aprimorar o trabalho interdisciplinar na gestão pública, mas, principalmente perante fenômenos cuja complexidade exigem respostas integradas e multisetoriais.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
37

Ferreira, Izabela Tereza Rodrigues, Ana Carolina Miranda Lopes de Almeida, Felipe Bernardes Silva, and Marília Carvalho de Melo. "O PAPEL DA COMISSÃO GESTORA LOCAL EM ÁREAS DE CONFLITO PELO USO DE RECURSOS HÍDRICOS: ESTUDO DE CASO EM TRECHO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO PACIÊNCIA, NA BACIA DO RIO PARÁ, MINAS GERAIS." Revista Augustus 29, no. 56 (March 24, 2022): 174–92. http://dx.doi.org/10.15202/1981896.2022v29n56p174.

Full text
Abstract:
O presente artigo realizou uma análise técnica sobre a área declarada de conflito pelo uso de recursos hídricos em trecho da bacia hidrográfica do Ribeirão Paciência, na Bacia do Rio Pará (SF2), localizada nos municípios de Pará de Minas e Florestal, Minas Gerais, tendo como principal objetivo verificar o contexto do conflito pelo uso da água e as atividades desenvolvidas pela Comissão Gestora Local - CGL recém instituída nessa área. Com base na Declaração de Área de Conflito – DAC n° 002/2009, emitida pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), as informações relativas a usuários outorgados e de usos insignificantes, vazões referência da bacia e a relação demanda x disponibilidade foram verificadas. Os resultados obtidos pela DAC demonstram o déficit hídrico, sendo concedida uma outorga coletiva provisória e instituída a CGL, que possui um papel fundamental para a definição da alocação da água para a outorga coletiva definitiva junto ao Comitê de Bacia e ao Igam. Por fim, sendo a CGL uma instância recém criada para fortalecer a participação destes usuários no processo de gestão do uso da água de forma a diminuir conflitos pelo uso dos recursos hídricos nas DACs no Estado, apontamentos e reflexões são apresentados frente ao desafio contínuo de uma gestão descentralizada dos recursos hídricos preconizada pela Política Nacional de Recursos Hídricos.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
38

Cerqueira, Janaina Pontes, and Sandra Mara Campos Alves. "A Constitucionalidade do Projeto Mais Médicos para o Brasil." CADERNOS IBERO-AMERICANOS DE DIREITO SANITÁRIO 5, no. 2 (May 29, 2016): 91. http://dx.doi.org/10.17566/ciads.v5i2.249.

Full text
Abstract:
A escassez de profissionais médicos em determinadas áreas no Brasil é tema que sempre mereceu atenção especial do Estado. O Projeto Mais Médicos para o Brasil, implementado por meio da Medida Provisória nº 621, de 8 de julho de 2013, autoriza a atuação de médicos estrangeiros sob regime especial de aperfeiçoamento profissional no Sistema Único de Saúde (SUS), na Atenção Básica, possibilitando a cobertura médica assistencial em regiões prioritárias e vulneráveis do país, e foi fruto de questionamento judicial junto ao Supremo Tribunal Federal, por meio de ação direta de inconstitucionalidade, que colocou em confronto os limites constitucionais de autorização para essa forma de atuação profissional. O estudo objetivou identificar os argumentos jurídicos utilizados pelos diversos atores que atuaram nas ADINs 5035-DF e 5037-DF, notadamente no que se refere ao Projeto Mais Médicos para o Brasil, ajuizadas no Supremo Tribunal Federal e analisá-los à luz da Teoria dos Direitos Fundamentais de Robert Alexy. Os resultados apontam que o Projeto, na sua estruturação legal, encontra legitimidade na medida em que não se confunde com a abertura de mercado de trabalho, institui regime específico de atuação profissional, com garantias essenciais dos indivíduos, atenta para diretrizes de cooperação internacional em saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) e demonstra eficácia social com a concreta ampliação de acesso da população na cobertura assistencial até que medidas conjunturais e estruturantes da formação médica no Brasil sejam implementadas e alcancem resultados diretos à população usuária do SUS.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
39

De Angelucci, Giulia, Maria Garcia, Olívia Alves Gomes Pessoa, and Maria Tereza Uille Gomes. "Mães presas:." Revista de Estudos Empíricos em Direito 8 (July 11, 2021): 1–37. http://dx.doi.org/10.19092/reed.v8i.538.

Full text
Abstract:
Este estudo analisou o tratamento processual dado às mães encarceradas na Penitenciária Feminina do Paraná – PFP, localizada em Piraquara. Foi desenvolvido junto ao Centro de Pesquisa Jurídica e Social da Universidade Positivo - CPJUS. Trata-se de uma pesquisa empírica com a finalidade de analisar o tratamento concedido às gestantes e mães encarceradas, na PFP, à luz do HC coletivo 143.641/SP que apreciou a substituição da prisão preventiva pela domiciliar às presas gestantes, mães de crianças de até 12 anos ou com deficiência. A metodologia adotada foi a quantitativa, de caráter documental (Cellard, 2008) e utilizou-se a técnica de análise de fluxo processual (Silva, 2017) em 177 processos referentes às 190 mães que estavam encarceradas na PFP em novembro/2018. Dentre os dados levantados, observou-se que 91,5% das mulheres eram mães de filhos menores de 12 anos, mas esta informação apareceu em apenas 71% dos processos. Além disso, em 67% dos casos não houve pedido de liberdade provisória/prisão domiciliar realizado pela defesa mencionando o fato desta mulher ser mãe ou gestante. Entre os pedidos formulados, 69% foram indeferidos ou não chegaram a ser apreciados em decisão. Constatou-se, ademais, que 46% das mães encarceradas cometeram crimes relacionados à Lei nº 11.343/06, 31% estão presas por roubo e 13% praticaram homicídio. A partir dos dados colhidos, pode-se concluir que o HC coletivo 143.641/SP teve um baixo impacto no desencarceramento de gestantes e mães de filhos de até 12 anos na PFP.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
40

Suannes, Cláudia Amaral Mello. "A sombra da mãe: um estudo psicanalítico sobre identificação feminina a partir de casos de Vara de Família." Saúde, Ética & Justiça 13, no. 2 (December 7, 2008): 104. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v13i2p104-105.

Full text
Abstract:
<p>Esta pesquisa pretende traçar uma articulação entre feminilidade, maternidade e identificação a partir do atendimento – na condição de psicóloga perita de Vara de Família – de casos de disputa pela guarda de filhos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, sob o ângulo da Psicanálise. Tendo em vista que se desenvolveu em um setting particular, foi organizada em torno de dois eixos. No primeiro, apresenta-se o contexto institucional; indicam-se quais são os casos atendidos nas Varas de Infância e Juventude e nas de Família e Sucessões, e se aborda a atuação do psicólogo neste tipo de caso. Partindo da premissa que as ações das Varas de Família são travadas entre pessoas que mantêm entre si vínculos carregados de afetividade, problematiza-se o modelo pericial e se propõe uma escuta analítica que contenha em seu bojo uma possibilidade de intervenção (e, conseqüentemente, de pesquisa psicanalítica) junto a famílias que procuraram o Judiciário para resolver conflitos intrapsíquicos ou intersubjetivos. No segundo eixo, a partir da discussão de três casos, estabelece-se uma articulação entre feminilidade, maternidade e identificação. São casos nos quais as mulheres vivem o fato de a guarda provisória ter sido atribuída ao pai como uma perda narcísica, e a referência à alteridade da criança surge em segundo plano. Sem pretender generalizar, indaga-se sobre o valor narcísico da maternidade e sobre suas relações com a feminilidade. O vértice escolhido é a identificação dessas mulheres com suas próprias mães, notadamente quando esta opera ao modo de uma identificação melancólica.</p>
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
41

Lee, Peter. "Em direção a um conceito de literacia histórica." Educar em Revista, spe (2006): 131–51. http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.403.

Full text
Abstract:
Este trabalho pretende esboçar considerações iniciais e muito provisórias de uma noção utilizável de literacia ¹ histórica. Está sustentado sucintamente em algumas considerações filosóficas sugeridas pelos trabalhos de Bevir, Collingwood, Lorenz, Oakeshott e Rüsen, com a finalidade de decidir o que poderia se incluído de forma útil em tal noção. Mais substancialmente, emprega pesquisas empíricas recentes para sugerir qual consideração/aplicação de literacia histórica poderia ser discutida. Qualquer consideração útil exige prestar atenção em dois componentes: primeiro, as idéias dos estudantes sobre a disciplina de história; segundo, sua orientação em direção ao passado (o tipo de passado que eles podem acessar, e a relação deste com o presente e o futuro). Pesquisas conectando esses dois componentes de literacia histórica tiveram seu início recentemente, apesar da abordagem teórica de Rüsen dirigida à consciência histórica ter inspirado a investigação do segundo componente já há algum tempo em partes da Europa. Argumenta-se que o principal projeto para educação histórica deve ser o desenvolvimento de estruturas históricas aproveitáveis do passado, que não sejam "histórias de festas", mas que permitam aos estudantes assimilarem novos eventos e processos, tanto no passado ou no futuro e que sejam eles mesmos adaptáveis ao se defrontar com novo material recalcitrante. Instrumentos chaves daqui serão idéias adequadamente sofisticadas sobre considerações históricas, junto com conceitos proximamente relacionados, como significado, interpretação e mudança.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
42

Menezes, Carla Gurgel, and Omero Martins Rodrigues Junior. "Toxina botulínica tipo A: ação farmacológica e riscos do uso nos procedimentos estéticos faciais." Research, Society and Development 11, no. 14 (October 22, 2022): e239111436232. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i14.36232.

Full text
Abstract:
A toxina botulínica trata-se de uma proteína microbiana, ou seja, um metabólito produzido pela bactéria Clostridium botulinum, proteína que tem como mecanismo de ação a paralisia neuromuscular flácida transitória, tendo a função de relaxar a musculatura, possuindo sete diferentes sorotipos (A, B, C, D, E, F e G), que são liberados por meio da lise dessa bactéria. A Toxina do Tipo A é utilizada em procedimentos estéticos provisórios, que são considerados como não cirúrgicos e minimamente invasivos. Objetivo: para tanto, objetivou-se analisar a ação farmacológica e os riscos do uso da Toxina Botulínica Tipo A, nos procedimentos estéticos faciais. Método: estudo de revisão integrativa de literatura junto às bases de dados LILACS, PUBMED/MEDELINE e SCIELO, entre 2012 e 2022. Identificaram-se 86 artigos, sendo 6 utilizados na elaboração do trabalho. Resultados mostram que a toxina botulínica tipo A, ao longo dos anos, tem demonstrado ser um procedimento eficaz tanto na área clínica ou na estética. Porém, é necessário que sua aplicação seja realizada com uma dosagem correta, analisando cada paciente, para evitar possíveis complicações. De modo que sua utilização tem contribuído para a melhoria da autoimagem e habilidade expressiva, gerando impacto social positivo e maior qualidade de vida.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
43

Nunes Jr., Tarcisio T., Léo Heller, Priscila Luiza Da Silva, Sonaly Rezende, and Antônio Leite Alves Radicchi. "Prestação dos serviços de água e esgotos em Sete Lagoas-MG: “o SAAE é nosso” ou “que venha a Copasa”?" Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais 12, no. 1 (May 31, 2010): 119. http://dx.doi.org/10.22296/2317-1529.2010v12n1p119.

Full text
Abstract:
A decisão municipal acerca do modelo mais adequado de gestão dos serviços de saneamento básico ainda é objeto de controvérsias e disputas. Com a perspectiva de compreender o processo político de tomada de decisão, o artigo apresenta e analisa o debate ocorrido em Sete Lagoas (MG) entre a possibilidade de concessão dos serviços para a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) ou a manutenção do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Informações foram levantadas junto à Prefeitura, Câmara dos Vereadores e jornais locais, somadas às entrevistas realizadas com alguns dos principais atores do debate, de modo a recriar o cenário, com suas motivações e interesses acerca dessa importante decisão. Não obstante, o desfecho provisório do caso difere da maioria de tantos outros que vêm ocorrendo no país, a partir da criação das Companhias Estaduais de Saneamento Básico. A falta de posicionamento explícito dos representantes públicos do município e a bipolarização da opinião pública entre o desejo da melhoria dos serviços e, por outro lado, os receios de aumento das tarifas e do desemprego, deram o tom da discussão e culminaram em uma decisão inesperada: o encerramento do debate e a continuidade do SAAE. Palavras-chave: saneamento básico; gestão; concessão; política; participação. Abstract: In Brazil, municipalities’ decision concerning the most adequate model for water and sanitation management is still a controversial issue and a field for frequent conflicts. Addressing the perspective of understanding the policy process on decision-making, this paper presents and analyzes the debate that took place in Sete Lagoas (Minas Gerais) about the possibility of transferring the WSS services to the Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) or keeping it in municipal hands, through the Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Information was collected in the City Hall, City Council and local newspapers, aswell as through interviews with the main stakeholders, aiming at understanding the political picture, motivations, and interests around the debate. However, the provisional outcome of the case is different than many others that have been taking place elsewhere, after the creation of state companies for water supply and sanitation in Brazil. Public representatives’ lack of a clear political opinion and the divide of the population in two positions – wish for services improvement and fear for tariffs increase and for unemployment – were determinants for the unexpected decision: end of the debate and continuity of the SAAE. Keywords: water supply; sanitation; management; concession; participation.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
44

Régis, Jonathan Cardoso, and Alexsandro Briedis. "AS AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA E SEUS REFLEXOS PARA A SOCIEDADE." Ponto de Vista Jurídico 7, no. 1 (August 9, 2018): 7. http://dx.doi.org/10.33362/juridico.v7i1.1270.

Full text
Abstract:
<p class="resumo">Depois de passadas mais de duas décadas da ratificação pelo Brasil da Convenção Americana de Direitos Humanos e do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos as Audiências de Custódia são oportunamente implementadas pelo Conselho Nacional de Justiça com o intuito de apurar possíveis arbitrariedades e ilegalidades perpetradas pelos agentes policiais na realização de prisões e consistem na apresentação imediata do preso em até vinte e quatro horas do momento da prisão à presença de um juiz de direito para que esse possa analisar os requisitos de autoria e materialidade bem como a necessidade da manutenção da prisão e uma vez declarado qualquer excesso pelos agentes da lei tem a competência de relaxar a prisão aplicando medida cautelar colocando em liberdade o preso e remetendo cópia dos autos para apuração das transgressões supostamente cometidas pelos policiais junto à repartição competente. As Audiência de Custódia ainda figuram sutilmente como mecanismo de controle do Poder Judiciário incumbido de apreciar a prisão em flagrante a fim de evitar injustiças legitimando assim suas decisões quanto ao cerceamento da liberdade do indivíduo submetido às sanções penais impostas pelo Estado Democrático de Direito. Ainda contribuem para desafogar o sistema carcerário brasileiro atualmente em situação de colapso ocasionado principalmente pelo grande número de presos provisórios que ainda aguardam por julgamento, uma vez que a prisão preventiva passa a ser decretada em casos excepcionais e de extrema necessidade.</p><p class="resumo"><strong>Palavras-chave: </strong>Audiência de Custódia. Prisão preventiva. Ordem Pública.</p><h3>THE AUDITS OF CUSTODY AND ITS REFLECTIONS FOR SOCIETY</h3><div><p class="abstractCxSpFirst"><strong>Abstract: </strong>After more than two decades of Brazil's ratification of the American Convention on Human Rights and the International Covenant on Civil and Political Rights, the Custody Hearings are timely implemented by the National Justice Council in order to investigate possible arbitrariness and illegalities perpetrated by police officers in the execution of prisons and consists of the immediate presentation of the prisoner within twenty-four hours of the moment of the arrest to the presence of a judge of law so that it can analyze the requirements of authorship and materiality as well as the necessity of the maintenance of the prison and once declared any excess by law enforcement officers has the power to relax the prison by applying a precautionary measure by releasing the prisoner and submitting a copy of the records to determine the transgressions allegedly committed by the police at the competent office. The Hearing of Custody still figure subtly as a mechanism of control of the Judiciary Power charged with assessing the arrest in flagrante in order to avoid injustices thus legitimizing their decisions regarding the restriction of the freedom of the individual subject to criminal sanctions imposed by the Democratic State of Law. They still contribute to unburdening the Brazilian prison system currently in a state of collapse caused mainly by the large number of temporary prisoners still awaiting trial, since pre-trial detention is decreed in exceptional cases and in extreme need.</p><p class="abstractCxSpLast"><strong>Keywords: </strong>Custody Hearing. Pre-trial detention. Public order.</p></div>
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
45

Lopes, Diniz, and Margarida Garrido. "Atas do IX Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia." PSICOLOGIA 31, no. 2 (November 21, 2017): 137. http://dx.doi.org/10.17575/rpsicol.v31i2.1348.

Full text
Abstract:
Atas do IX Simpósio Nacional de Investigação em PsicologiaUniversidade do Algarve, 2016 Gestão da ansiedade na adaptação ao ensino superior: O contributo do biofeedback (pp. 137-141)Paulo Chaló, Anabela Pereira, Luís Sancho e Helena Mateus Health promotion through the modification of harmful habits and lifestyles (pp. 142-146)Pedro Matos Gonçalves, Orlindo Gouveia Pereira e Susana Machado Mendes Reflexividade ética na carreira: Papel de variáveis sociodemográficas (pp. 147-150)Cátia Marques, Ana Daniela Silva e Maria do Céu Taveira Capacidade de planeamento no envelhecimento saudável: O nível educacional interessa? (pp. 151-154)Beatriz Rosa, Maria Victoria Perea, Valentina Ladera Fernandez e Ricardo García Influência da escolaridade dos pais no prestígio do curso universitário escolhido pelos filhos (pp. 155-158)Jaisso Vautero, Ana Daniela Silva, Cátia Marques e Maria do Céu Taveira The importance of neurocognitive factors in the adoption of risky driving behavior: A comprehensive review (pp. 159-164)Sara Moreira, Diana Moreira e Fernando Barbosa O impacto da tensão trabalho-família e a sua relação com o compromisso organizacional (pp. 165-170)Lucília Abreu e Marta Alves Genograma da carreira: Análise de dissertações de doutoramento (pp. 171-175)Bruna Rodrigues, Sílvia Amado Cordeiro, Íris M. Oliveira, Ana Daniela Silva, Cátia Marques e Maria do Céu Taveira A avaliação da eficácia de um programa de desenvolvimento de competências para a vida junto de adolescentes em acolhimento residencial (pp. 176-179)Laura Santos, Maria do Rosário Pinheiro, Cristina Velho e Carla Palaio Um programa online de mindfulness: Efeitos na regulação emocional, stress e bem-estar (pp. 180-191)Cláudia Ramos, Sónia P. Gonçalves e Vasco Gaspar More socially responsible, more ethical, more attractive as a future employer? Contributes of corporate social performance and ethical reputation for the attraction of future employees (pp. 192-197)Ana Patrícia Duarte, Vítor Hugo Silva, Eduardo Simões e José Gonçalves das Neves Complexidade da conceção de parentalidade em famílias adotivas (pp. 198-201)Lília Silva, Cristina Nunes e Ana Susana Almeida O papel da felicidade na relação entre a liderança autêntica e a criatividade (pp. 202-209)Neuza Ribeiro, Ana Suzete Semedo e Arnaldo Coelho When a relationship of intimacy turns into homicide: About a case study (pp. 210-220)Andreia Azeredo, Diana Moreira e Fernando Almeida Onde estão as árvores? Análise exploratória de mapas mentais de um Campus universitário (pp. 221-226)Joana Bizarro, Gabriela Gonçalves, Catarina Silva, Patrícia Silva e Jacinta Fernandes O que pode fazer António? Os serviços de saúde mental nos processos de integração comunitária (pp. 227-231)Maria F. Jorge-Monteiro e José Ornelas Estudo da relação entre a confiança grupal e a satisfação dos membros numa perspetiva longitudinal e dinâmica (pp. 232-236)Ana Isabel de Gouveia Rente, Paulo Renato, Teresa Rebelo e Isabel Dimas Ser estudante de doutoramento: A relação de orientação e a perceção de desenvolvimento pessoal (pp. 237-242)José Simões e Madalena Melo Estudo inicial de adaptação e validação da Decision-Specific Reinvestment Scale numa amostra de atletas Portugueses (pp. 243-249)José Fernando Cruz, Patrícia Simões, Rui Sofia e Francisco J. Rodrigues Obesidade na adolescência: O papel da actividade física nas funções executivas (pp. 250-253)Fátima Gameiro, Beatriz Rosa e António Palmeira Observação de Bullying: Avaliação, sensibilidade moral e motivação para ajudar as vítimas (pp. 254-260)Sónia Pereira e Madalena Melo Relação entre cronótipo e desempenho escolar em estudantes portugueses dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico: Resultados preliminares (pp. 261-267)José Martins e Marco Miguel Bento Promoção da literacia emergente à luz do modelo Response to Intervention (RTI) (pp. 268-277)Marco Bento, Diana Alves, Orlanda Cruz e Ana Paula Silva Estudantes Cabo-Verdianas em Portugal: Novos perfis migratórios (pp. 278-285)Luciana Soares e Conceição Nogueira Uma perspectiva ecológica sobre o papel da qualidade da casa e da escolha na promoção do recovery e da integração comunitária no programa Casas Primeiro – Lisboa (pp. 286-291)Paulo Martins e José Ornelas “Dream Teens”: os jovens na promoção da saúde do seu grupo de pares (pp. 292-296)Cátia Branquinho, Margarida Gaspar de Matos e Projeto Aventura Social Dream Teens O recurso à suspensão provisória do processo em crimes de violência doméstica: Perceções e decisões dos/as magistrados/as (pp. 297-300)Sofia Jamal e Celina Manita The role of independent housing and working in the promotion of personal empowerment in people with mental illness (pp. 301-307)Luis Sá Fernandes e José Ornelas Sentimento de culpa e o suporte social no autocuidado das cuidadoras informais familiares (pp. 308-312)Lisneti Castro, Dayse Neri de Souza, Anabela Pereira, Evelyn Santos, Roselane Lomeo, Laurinda Mendes, Helena Teixeira, Cláudio Guimarães, Maria do Céu Ferreira e Ana Catarina Leite A Perturbação de Stresse Pós-Traumático (PTSD) em Portugal: Relação com a estima de si e o coping (pp. 313-319)João Hipólito, Odete Nunes, Rute Brites, Tito Laneiro, António Correia e Carlos Anunciação Sentido psicológico de comunidade: Um estudo multimétodo num contexto associativo (pp. 320-328)Olga Oliveira Cunha e José Henrique Ornelas
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
46

De Souza Neto, João Clemente, Rosana Maria Pires Barbato Schwartz, and Bernd Johannes Fichtner. "Dossiê: experiências pedagógicas em direção à cidade educadora." EccoS – Revista Científica, no. 61 (June 28, 2022): e22340. http://dx.doi.org/10.5585/eccos.n61.22340.

Full text
Abstract:
Este dossiê nasce a partir de um conjunto de reflexões e debates sobre experiências de pesquisadores de Universidades do Brasil, Alemanha, Portugal, França e Moçambique, vinculados ao Grupo de Pesquisa em Pedagogia Social e História da Cultura das Universidades Mackenzie, Alanus e Siegen.Seu objetivo é analisar e compreender, pela perspectiva interdisciplinar, as experiências de ocupação e de apropriação dos múltiplos territórios da cidade pelas pessoas e instituições, bem como evidenciar as possíveis formas de humanização dos espaços sociais vinculados a essas experiências.Emergem na cidade, a cada momento, formas artísticas e pedagógicas, a exemplo do grafite, do funk, da arte de rua, da arte urbana, das brincadeiras e jogos, performances e outras manifestações de cultura popular, a par com distintas formas de apropriação de teatros, cinemas e casas de espetáculo e patrimônios culturais. Essa dinâmica se circunscreve nos critérios da utopia de uma cidade justa, livre, solidária, produtiva, democrática e autossustentável.A cidade educadora procura integrar e articular as atividades socioculturais, socioeducacionais, artísticas, esportivas, sociais e realizadas nos patrimônios naturais, com a finalidade de potencializar os processos de convivência humana. Os vários modelos de apropriação da cidade expressam as manifestações de opressão e de resistência. Tais práticas podem ser novas formas de reinventar a libertação social. Por uma perspectiva freiriana, diríamos que a cidade educadora abre possibilidades para que cada cidadão possa problematizar sua existência humana de forma ética, no sentido da coexistência e convivência com múltiplas culturas.É necessário que a prática dos sonhos de libertação sempre nos questione e nos faça refazer os processos democráticos, de forma crítica, para evidenciar as práticas de desumanização e fortalecer as práticas de humanização. A problematização é um jeito de desvelar as formas de opressão e de fortalecer perspectivas libertadoras. Na cidade educadora, o multiculturalismo ou a diversidade não devem servir à dissimulação das manifestações e práticas de opressão.As lutas contrárias a práticas opressoras que, de um jeito ou de outro, negam a vocação humana, são permanentes e inevitáveis. Homens e mulheres, ao longo da história, vimo-nos tornando animais deveras especiais: inventamos a possibilidade de nos libertar, na medida em que nos tornamos capazes de perceber como seres inconclusos, limitados condicionados, históricos. Percebendo, sobretudo, também, que a pura percepção da inconclusão, da limitação, da possibilidade, não basta. É preciso juntar a ela a luta política pela transformação do mundo. A libertação dos indivíduos só ganha profunda significação quando se alcança a transformação da sociedade. (FREIRE, 1994, p. 100.) A cidade educadora é, portanto, palco de uma nova esfera pública, na qual as decisões requerem a participação popular e forjam o surgimento de um sujeito ético capaz de respeitar os múltiplos saberes e a diversidade. Nela, o sujeito faz o seu caminho de forma coletiva, não isolada, exercendo a sua politicidade, sujeito toma consciência dos seus limites, fragilidades e potencialidades. A nosso juízo, é um meio de enfrentamento da desigualdade social, uma vez que a libertação do sujeito passa pelas transformações da cidade.A partir do pressuposto de que no interior da cidade coexistem várias ações escolares e não-escolares, buscamos considerar um leque de disciplinas e saberes que contribuem para desvelar os processos de apropriação e interpretação de novas linguagens e da produção do conhecimento. A cidade educadora articula e sintetiza os aspectos socioculturais, sociopedagógicos e sociopolíticos próprios de uma pedagogia social.A cidade é lócus da diversidade, do encontro e desencontro, da convivência entre o homo sapiens e o homo demens. As múltiplas tensões que nela se confrontam produzem uma forma de diálogo gerador de uma sabedoria não fechada e não isolada, mas criativa e dialética. Uma sabedoria que brota das relações na cidade educadora busca compreender as situações de forma racional, crítica, autocrítica, criando condições de reinventar o social, no sentido da libertação de todos os cidadãos. Um pouco do que Dostoievski descreve em Crime e castigo. Uma outra pessoa pode ajudar o vilão a uma redenção. Nesse sentido, a sabedoria desenvolve a compreensão de si, do outro, da cidade e do planeta em que vivemos,O conjunto de artigos que trazemos neste dossiê deixa entrever essas questões. É nesse sentido que temos que lutar para concretizar o sonho democrático na cidade. A democracia pressupõe a convivência e o diálogo contínuo entre as múltiplas diversidades. O respeito à diversidade significa que a democracia não pode ser identificada com a ditadura da maioria sobre as minorias; deve comportar o direito das minorias e dos contestadores à existência e à expressão, e deve permitir a expressão das ideias heréticas e desviantes. Do mesmo modo que é preciso proteger a diversidade das espécies para salvaguardar a biosfera, é preciso proteger a diversidade de ideias e opiniões, bem como a diversidade de fontes de informação e de meios de informação (impressa, mídia), para salvaguardar a vida democrática. A democracia necessita ao mesmo tempo de conflitos de ideias e de opiniões, que lhe conferem sua vitalidade e produtividade. Mas a vitalidade e a produtividade dos conflitos só podem se expandir em obediência às regras democráticas que regulam os antagonismos, substituindo as lutas físicas pelas lutas de ideias, e que determinam, por meio de debates e das eleições, o vencedor provisório das ideias em conflito, aquele que tem, em troca, a responsabilidade de prestar contas da aplicação de suas ideias. Desse modo, exigindo ao mesmo tempo consenso, diversidade e conflituosidade, a democracia é um sistema complexo de organização e de civilização políticas, que nutre e se nutre da autonomia de espírito dos indivíduos, da sua liberdade de opinião e de expressão, do seu civismo, que nutre e se nutre do ideal Liberdade/Igualdade/Fraternidade, o qual comporta uma conflituosidade criadora entre estes três termos inseparáveis. (MORIN, 2000, p. 108.) Uma cidade educadora humanizadora, pela ótica de Edgar Morin ou de Paulo Freire, tem como pressuposto a democracia, a qual oferta a todos a possibilidade de se apropriarem dos bens da cidade e de criarem outros espaços. Os indivíduos, em seu processo de apropriação, constituem suas experiências e têm uma prática. Esta dinâmica leva os sujeitos e as instituições a reconhecerem a importância da dignidade humana e, para garantir o desenvolvimento humano, a desencadear formas criativas de lidar com os conflitos e com a diversidade, sempre respeitando as regras democráticas do jogo.Nesse contexto de perspectivas e reflexões, o Programa de Pós-Graduação Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em parceria com a Universidade de Alanus e Siegen, realizou, de 18 a 20 de novembro de 2021, um Curso sobre Cidade Educadora. Participaram do Curso pesquisadores e educadores de Universidades brasileiras e internacionais, na expectativa de responder ao desafio proposto pelo “Projeto: Mobilidade humana e culturas no plural: os desafios da convivência”, uma parceria entre o Mackenzie e o Print-Capes.O projeto trata de questões relativas a: imigrantes, refugiados, expatriados; representações ficcionais e artísticas dos espaços sociopolíticos e culturais; redes de aprendizagem, ensino de línguas e interculturalidade; linguagens não verbais; intolerância na internet, na literatura e nas artes; uso língua em situação de deslocamento, contato e acolhimento; artes como forma de integração e de redução das intolerâncias; pluralidade cultural, implicações para a gestão e atitudes perante o diverso e o estrangeiro; aprendizagem transformadora e enfrentamento de conflitos em diferentes culturas; valorização e preservação do patrimônio cultural, explica a Profa. Dra. Maria Lúcia Marcondes Carvalho Vasconcelos, da UPM.Também integrou o Curso o Projeto Lidando com novos espaços: crianças e adolescentes na apropriação do complexo arquitetônico do CEU Butantã, uma vez que o Centro Educacional Unificado, cuja pedagogia mantém uma interface com a Carta da Cidade Educadora, desperta no seu território o desenvolvimento de uma consciência cidadã de apropriação da cidade. É sempre bom destacar essa tomada de consciência do sujeito sobre seu território e a cidade. Este tende a ser um dos eixos impulsionadores de uma cidade humanizadora. Essas temáticas foram discutidas por vinte e cinco pesquisadores. Dezesseis deles transformaram em artigos os resultados de suas pesquisas e exposições. Oito desses artigos compõem este dossiê, cada um deles evidenciando as múltiplas linguagens e as práticas pedagógicas de apropriação e desvelamento da cidade, mas sem escamotear as diferentes manifestações da desigualdade social que nelas persistem. Em síntese, na cidade coexistem as práticas de opressão e de libertação. A cidade educadora ajudaria a reduzir os malefícios da desigualdade social.Agradecemos aos pesquisadores que estão compartilhando seus conhecimentos por meio dos artigos, bem como aos editores da Revista. Um agradecimento especial à Profa. Dra. Elaine Teresinha Dal Mas Dias, que nos apoiou na publicação deste dossiê. Desejamos a todos uma excelente leitura.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
47

Araújo, Rhoberta Santana de, Fabíola Bouth Grello Kato, and Vera Lúcia Jacob Chaves. "O programa Future-se e o desmonte do financiamento público e da autonomia universitária (The Future-se program and the dismantlement of public financing and university autonomy)." Revista Eletrônica de Educação 14 (October 29, 2020): 4543137. http://dx.doi.org/10.14244/198271994543.

Full text
Abstract:
The text analyses three versions of “Programa Universidades e Institutos Empreendedores e Inovadores - Future-se”, presented by the Brazilian federal government. The proposition has been targeted by intense criticism, triggering an ample process of mobiliation and rejection by the deliberative organs of the Higher education federal institutions. The methodological procedures were guided by bibliographical revision and documental analysis with a qualitative nature approach. In the analysis, it was identified that, beyond the privatizing character, when proposing self-financing instruments via market resources captation, the program attacks university autonomy, even interfering with the courses formative profile. Entrepreneurship and employability actions, by the proposition, shall guide academic management of graduation and post-graduation courses. The managerialist logic, based in contracts and result indicators, in exchange of special benefits concession, imputes restrictions to the university makings. Despite the grave crisis of economical, political and sanitary order battled in the country, the government sent the Future-se law project to the House of Representatives and it is going to join to the group of measures of dismantlement of the State, idealized by Paulo Guedes. The results point that an agressive process of universitary counter-reform of which the centrality is the public financing dismantlement and the emptying of university autonomy is in order.ResumoO texto analisa as três versões do “Programa Universidades e Institutos Empreendedores e Inovadores - Future-se”, apresentado pelo governo federal brasileiro. A proposta tem sido alvo de intensas críticas, desencadeando um amplo processo de mobilização e rejeição pelos órgãos deliberativos das Instituições Federais de Ensino Superior. Os procedimentos metodológicos pautaram-se por revisão bibliográfica e análises documentais com abordagem de natureza qualitativa. Na análise feita identificou-se que, além do caráter privatizante, ao propor instrumentos de autofinanciamento via captação de recursos no mercado, o programa ataca a autonomia universitária, com interferência inclusive no perfil formativo dos cursos. Ações de empreendedorismo e empregabilidade, pela proposta, devem nortear a gestão acadêmica dos cursos de graduação e pós-graduação. A lógica gerencialista, pautada em contratos e indicadores de resultado, em troca da concessão de benefícios especiais imputa restrições ao fazer universitário. A despeito da grave crise de ordem econômica, política e sanitária enfrentada no país, o governo encaminhou o projeto de lei do Future-se à Câmara de Deputados e se juntará ao conjunto de medidas de desmonte do Estado, idealizada por Paulo Guedes. Os resultados apontam que está em curso um agressivo processo de contrarreforma universitária cuja centralidade é o desmonte do financiamento público e o esvaziamento da autonomia universitária.Palavras-chave: Future-se, Autonomia, Financiamento, Contrarreforma.Keywords: Future-se, Autonomy, Financing, Counter-reform.ReferencesBASTOS, Pedro Paulo Zahluth. Financeirização, crise, educação: considerações preliminares. Texto para discussão. IE/UNICAMP, Campinas, n.2017 mar. 2013.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 20/04/2020.BRASIL. Emenda Constitucional n. 95, de 15 de dezembro de 2016. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc95.htm. Acesso em: 10 dez. 2019.BRASIL. CAPES. GEOCAPES – Sistema de Informações Georreferenciadas da CAPES. 2018. Disponível em: https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/ Acesso em 20/03/2020.BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 13.800 de 04 de janeiro de 2019a. Autoriza a administração pública a firmar instrumentos de parceria e termos de execução de programas, projetos e demais finalidades de interesse público com organizações gestoras de fundos patrimoniais; altera as Leis nº s 9.249 e 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e 12.114 de 9 de dezembro de 2009; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13800.htm. Acesso em 10 de jan 2020.BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto n° 9.725 de 12 de março de 2019b. Extingue cargos em comissão e funções de confiança e limita a ocupação, a concessão ou a utilização de gratificações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9725.htm Acesso em 16 de abril 2020.BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto n° 9.739 de 12 de março de 2019c. Estabelece medidas de eficiência organizacional para o aprimoramento da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, estabelece normas sobre concursos públicos e dispõe sobre o Sistema de Organização e InovaçãoBRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Decreto n° 9.741 de 29 de março de 2019d. Altera o Decreto n o 9.711, de 15 de fevereiro de 2019, que dispõe sobre a programação orçamentária e financeira, estabelece o cronograma mensal de desembolso do Poder Executivo federal para o exercício de 2019 e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9711.htm Acesso em 16 de abril 2020.BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portaria n° 1469 de 22 de agosto de 2019e. Fica estabelecido que os secretários da Secretaria de Educação Superior – SESU e da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC divulgarão, junto às Instituições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério da Educação, os limites de provimento de cargos autorizados nos bancos de professor-equivalente e nos quadros de referência de servidores técnico-administrativos em educação para o exercício de 2020. Disponível em: https://anup.org.br/legislacao/104366-2/ Acesso em 04 mar 2020.BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Medida Provisória nº 914 de 24 de dezembro de 2019f. Dispõe sobre o processo de escolha de dirigentes das universidades federais, dos institutos federais e do Colégio Pedro II. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Mpv/mpv914.htm Acesso em 04 mar 2020.BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Minuta de Projeto de Lei versão do Programa Future-se. Brasília, DF: Ministério da Educação, 19 jul. 2019g. Disponível em: http://estaticog1.globo.com/2019/07/19/programa_futurese_consultapublica.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Minuta de Projeto de Lei versão do Programa Future-se. Brasília, DF: Ministério da Educação, 16 out. 2019h. Disponível em: http://estaticog1.globo.com/2019/10/16/minuta_de_anteprojeto_de_lei__futurese__gt__portaria_1701__16102019.pdf. Acesso em: 26 out. 2019.BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição n° 186, de 2019i. Altera o texto permanente da Constituição e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispondo sobre medidas permanentes e emergenciais de controle do crescimento das despesas obrigatórias e de reequilíbrio fiscal no âmbito dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, e dá outras providências. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139702. Acesso em 20 mar.2020.BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição n° 187, de 2019j. Institui reserva de lei complementar para criar fundos públicos e extingue aqueles que não forem ratificados até o final do segundo exercício financeiro subsequente à promulgação desta Emenda Constitucional, e dá outras providências. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139703. Acesso em 20 mar. 2020.BRASIL. Proposta de Emenda à Constituição n° 188, de 2019k. Estabelece medidas de ajuste fiscal aplicáveis ao custeio da máquina pública e outras modificações. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/139704. Acesso 20 mar 2020. BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Minuta do Projeto de Lei versão do Programa Future-se. Brasília, DF: Ministério da Educação. 03 jan. 2020a. Disponível em: http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/despacho-236403674 . Acesso em 25 fev.2020BRASIL. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei n° 13.978 de 17 de janeiro de 2020b. Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/or2020/Lei/Lei13978-2020.pdf . Acesso em 04 de mar 2020BRASIL. Projeto de Lei n° 3076, de 2020c. Institui o Programa Universidades e Institutos Empreendedores e Inovadores – Future-se. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=7B8E383B8826C9F071BAAAE5DCF05D09.proposicoesWebExterno1?codteor=1900012&filename=PL+3076/2020. Acesso em 05 jul 2020.INSTITUCIONAL DO GOVERNO FEDERAL - SIORG. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Decreto/D9739.htm Acesso em 16 de abril 2020.CALABREZ, Felipe. O “Plano Mais Brasil” para eliminar direitos. Instituto Humanitas Unisinos on line. RS,novembro de 2019. Disponível em: (https://outraspalavras.net/outrasmidias/o-plano-mais-brasil-para-sujeitar-direitos-ao-mercado) Acesso em: (10 abril 2020).CHAVES, Vera Lúcia Jacob. Expansão da privatização/mercantilização do ensino superior brasileiro: a formação dos oligopólios. Educação & Sociedade, São Paulo nº 31,111, 481-500, 2010DARDOT, Pierre. LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. Tradução Mariana Echalar – 1ª Ed – São Paulo: Boitempo, 2016.GRELLO, Fabíola. B. NUPES: Protagonista das políticas para a educação superior no Brasil? (1989-2005).2008.158f. Dissertação (Mestrado em Educação) -, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2008.KATO. Fabíola B. G. A nova Política de financiamento de pesquisas: reforma no Estado e no novo papel do CNPq. 2013. 172f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.MEC cria grupo de juristas para analisar propostas do Future-se. G1 EDUCAÇÃO, outubro de 2019. Disponível em: (https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/10/02/mec-cria-grupo-de-juristas-para-analisar-propostas-ao-future-se.ghtml), Acesso em: (30 de outubro de 2019).LEHER, Roberto. Autonomia Universitária e Liberdade Acadêmica. Revista Contemporânea de Educação, v. 14, n. 29, jan/abr. 2019a Disponível em:( http://dx.doi.org/10.20500/rce.v14i29.23167). (Acesso em: 31 de mar. 2019).LEHER, Roberto. Future-se indica a refuncionalização das universidades e institutos federais. Le Mond Diplomatique Brasil, acervo online, agosto de 2019b. Disponível em:( https://diplomatique.org.br/future-se-indica-a-refuncionalizacao-das-universidades-e-institutos-federais/) . Acesso: (17 fev 2020.)LEHER, Roberto. Diferença de versões do Future-se, o DNA liberal, expresso em contrato de gestão, define a nova versão apresentada em 16/10. CARTA MAIOR, outubro de 2019c. Disponível em: (https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Educacao/Diferenca-de-versoes-do-Future-Se/54/45589). Acesso em: (10 mar. 2020).LEHER, Roberto. Future-se e a supressão da autonomia universitária. Portal FEPESP, São Paulo, fevereiro de 2020a. Disponível em:( http://fepesp.org.br/artigo/future-se-e-a-supressao-da-autonomia-universitaria-por-roberto-leher/ )Acesso em: (05 mar 2020).LEHER, Roberto. Esboço da análise do Projeto de Lei do Future-se. Le Mond Diplomatique Brasil, Brasil, junho de 2020b. Disponível em: ( https://diplomatique.org.br/projeto-de-lei-do-future-se/.) Acesso em: ( 12 jul 2020).SPALDING, Erika. Os fundos patrimoniais Endowment no Brasil. 2016, 133f, Dissertação (Mestrado) – Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/16554/disserta%C3%A7%C3%A3o_erika_spalding_vfinal1.pdf). Acesso:( 20 mar2020).SGUISSARDI, Valdemar. Universidade no Brasil: dos modelos clássicos aos modelos de ocasião? In; SGUISSARDI, V. Universidade Brasileira no Século XXI: Desafios do Presente. São Paulo: Cortez, 2009, pp. 285-309.SGUISSARDI, Valdemar; SILVA JUNIOR, João dos Reis. Trabalho intensificado nas federais: Pós-Graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo: Xamã Editora, 2009.SILVA JUNIOR, João dos Reis. O Núcleo de Estudos sobre ensino superior da versidade de São Paulo: um dos principais atores da reconfiguração da Educação Superior Brasileira? Revista Lusófona de Educação, Portugal v. 04, pp.13-32, 2004.SILVA JUNIOR, Joao dos Reis. The new Brazilian University a busca por resultados comercializáveis: para quem? Bauru, SP: Canal 6 editora, 2017.PALHARINI. Francisco de Assis. Caderno NUPES: o novo protagonista na reformulação teórica da política para a educação superior. In: MOROSINI, Marília; SGUISSARDI, Valdemar. A educação Superior em Periódicos Nacionais. Espírito Santo, FCCA/CNPq, 1998.PEREIRA, Elisabete Monteiro de Aguiar. A universidade da modernidade em tempos atuais. Avaliação. Campinas; Sorocaba-SP. v.14, n.1, p.29-52, mar.2009.e4543137
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
48

Alves, Sandra Mara Campos. "Programa Mais Médicos – Dois anos: mais saúde para os brasileiros." Comunicação em Ciências da Saúde 27, no. 03 (December 21, 2017): 233–38. http://dx.doi.org/10.51723/ccs.v27i03.79.

Full text
Abstract:
O Programa Mais Médicos, instituído em 2013, por meio de Medida Provisória (MP nº 621, de 8 de julho de 2013), posteriormente convertida na Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, enfrentou forte oposição da classe médica, e recebeu amplo apoio dos gestores de saúde municipais e estaduais.Apoiado em quatro grandes eixos ‑ (1) a melhoria em infraestrutura e equipamentos para a saúde, (2) a expansão do número de vagas de graduação em medicina e de especialização/residência médica, (3) o aprimoramento da formação médica no Brasil, e (4) a chamada imediata de médicos para regiões prioritárias do SUS, intitulada Projeto Mais Médicos para o Brasil – o PMM foi uma iniciativa singular do governo federal com vistas ao enfrentamento de questão crônica no Brasil, que é a escassez de médicos, especialmente para atuar no âmbito da atenção básica.A obra, editada pelo Ministério da Saúde após dois anos de lançamento do Programa, tem o condão de apresentar uma primeira avaliação institucional dessa ação, elencando os seus principais resultados.A obra é dividida em 3 (três) partes, além da introdução e um capítulo dedicado às considerações finais. Já na introdução, é destacado que o PMM está inserido em um conjunto de iniciativas adotada pelo governo federal, e que tem o condão de reformular políticas públicas, notadamente no âmbito da Atenção Básica (AB), por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A dificuldade de provimento e retenção de profissionais médicos em determinadas áreas, é uma das dificuldades relatada na publicação como um forte e persistente obstáculo à expansão da ESF.Outro ponto de destaque são as dimensões de resposta que o Programa Mais Médicos pretende alcançar. Primeiramente, com uma resposta imediata e sustentável consistente na formação e provimento de médicos, para atuar na AB, em áreas eleitas como prioritárias, seguido de um conjunto de medidas de médio e longo prazo, que se relacionam diretamente com o processo formativo do médico (número de vagas, mudanças curriculares, criação de novos cursos de medicina, etc.). Ademais, também está incluso nesse conjunto de ações a qualificação da estrutura das unidades básicas de saúde (UBS).Com esse conjunto de ações, orquestradas de forma sinérgica, o governo brasileiro pretende atingir, até 2016, a proporção de 2,7 médicos para cada mil habitantes, melhorando substancialmente a marca na época do lançamento do PMM, em 2013, de 1,8 médicos por mil habitantes.A Parte 1 do livro, intitulada A situação da Atenção Básica à Saúde, da insuficiência de médicos e da formação médica que exigiu a construção de políticas públicas, apresenta, em sua parte inicial, todo um conjunto de dados que demonstraram, de forma inequívoca, a necessidade de uma atuação mais incisiva, por parte do governo federal, no sentido de efetivar ações com vistas ao fortalecimento da atenção básica em saúde, tendo como base os pressupostos da nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), publicada por meio da Portaria GAB/MS nº 2.488/2011.Destaca ainda que a questão da insuficiência de médicos – diretamente enfrentado pelo PMM ‑ era um dos pontos de consenso entre governos federal, os órgãos representativos dos gestores de saúde estaduais e municipais, e o Conselho Nacional de Saúde. De forma complementar, essa necessidade também foi apontada pelos usuários, por meio de pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.Adiciona‑se ainda dados da demografia médica, que demonstraram não apenas a insuficiência desse relevante recurso humano para a saúde, mas também sua má distribuição entre as unidades da federação, com concentração nas capitais e grandes centros tecnológicos. Os dados apontaram ainda para a questão do ensino médico, e a insuficiência dos egressos para atender a demanda de postos de trabalho.A exposição desse conjunto de fatores serve para compreender que a decisão de lançar o PMM foi fortemente baseada em dados objetivos que conduziram a uma estagnação do avanço da ABS, por meio da Estratégia da Saúde da Família, e anteriormente por meio do Programa de Saúde da Família, nos anos de 1990.Nesse sentido, a publicação segue elencando várias medidas que foram tomadas no período que antecedeu ao lançamento do Programa Mais Médicos ‑ Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (2011); Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (2011); Programa Telessaúde Brasil Redes (2011), etc. – como uma tentativa de solver os desafios já elencados na obra.De modo mais detalhado, a primeira parte do livro também se debruça sobre a temática do ensino médico brasileiro, suas dificuldades, deficiências e necessidades de reformulação curricular, incluindo nesse debate não apenas o ensino de graduação, mas também a residência médica. Nesse sentido, demonstra como essa regulação “frouxa” contribuiu, ao longo dos anos, para o agravamento da questão da escassez de médicos e do despreparo desse profissional para atuar no Sistema Único de Saúde. Ainda seguindo a linha descritiva, a segunda parte do livro, que tem como título Programa Mais Médicos: eixos e inovações, após retomar novamente argumentos já apresentados na primeira parte e na introdução da obra, apresenta os três eixos de atuação do PMM, a saber: 1) provimento emergencial; 2) qualificação da estrutura da atenção básica e 3) formação médica.O primeiro eixo apresenta a concepção do Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMPB), a partir da perspectiva de integração ensino‑serviço. E após, passa a descrever, com detalhes, como são realizadas as adesões dos municípios ao projeto, e o processo de solicitação e distribuição das vagas disponíveis no projeto.Relata os critérios de priorização na escolha dos médicos estabelecidos na lei; e o estabelecimento de cooperação com a Organização Pan‑Americana da Saúde (OPAS/OMS), em 2013, que, por sua vez, estabeleceu cooperação com o governo cubano com o fito de trazer os profissionais necessários ao preenchimento total das vagas ofertadas pelo projeto. Descreve ainda como se dá o registro desse profissional médico, no Brasil, para aqueles que não o possuem.Segue expondo o processo de acolhimento, as atividades de aperfeiçoamento, e o acompanhamento dos profissionais por seus tutores. Informa ainda sobre o apoio clínico e pedagógico, e o acesso a informações atualizadas, como uma estratégia para incrementar a qualificação ‑ Portal Saúde Baseada em Evidências e Comunidade de Práticas.No segundo eixo, a obra se volta a detalhar o que foi investido em recursos financeiros a partir da previsão legal de “dotar as Unidades Básicas de Saúde com qualidade de equipamentos e infraestrutura” (Lei nº 12.871/2013). Narra a imortância do Programa de Requalificação das UBS (Requalifica UBS), lançado em 2011, e que, de forma conjunta com o PMM, desenvolveu o eixo de qualificação da estrutura das unidades básicas de saúde.Destaca que foi o programa de maior investimento em infraestrutura na atenção básica já realizado no Brasil. O investimento foi feito prioritariamente em reformas e ampliações, construções de novas unidades básicas e estruturação das UBS fluviais, sem olvidar o componente eletrônico. Um outro ponto relevante é a alteração no padrão das UBS, ampliada para uma área mínima de 300m2, permite também ampliar a oferta de serviços.No terceiro eixo, o ponto focal é a formação médica, tanto no âmbito da graduação como da residência médica/especialização. Afirma ser esse o eixo estruturante e com efeitos mais significativo a médio e longo prazo.A partir de uma proposta de reorientação dos modelos curriculares dos cursos de medicina pretende‑se formar um profissional com habilidades e competências para atuar no sistema público de saúde, com equipes multiprofissionais, e que perceba o indivíduo em sua integralidade, e não apenas dentro do contexto da doença. Medida que também gerará grandes reverberações, é a exigência de cumprimento de carga horária mínima de 30% (trinta por cento), no internato, em serviços de atenção básica e de urgências e emergências do Sistema Único de Saúde.No âmbito dos programas de residência médica, a obra destaca a centralidade que a residência em Medicina Geral de Família e Comunidade passa a ter, uma vez que foi considerada como pré‑requisito aos programas de residência que não são de acesso direto. O objetivo é que esse médico, antes de se tornar um especialista, tenha a formação necessária para realizar o cuidado integral da pessoa.Outra dimensão analisada nesse eixo foi a necessidade de aumento do número de médicos e especialistas. Por meio de um processo de regulação de vagas pelo Estado, o componente “necessidade social” será utilizado para esse processo, apontando para uma interiorização dos cursos, e equilíbrio de vagas entre as regiões do Brasil. Nesse sentido, a expansão das escolas médicas públicas e privadas passa a ser acompanhada de modo mais próximo pelo Estado.No campo das especialidades, essa regulação está sendo iniciada por meio da criação de um Cadastro Nacional de Especialistas, alimentado pelo Conselho Federal de Medicina e as associações médicas, e que permitirá identificar as necessidades de especialistas para cada região.Por fim, a obra apresenta a figura do Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino‑Saúde (COAPES) como uma estratégia para garantir precipuamente a integração ensino‑serviço a partir da pactuação firmada entre as instituições públicas e privadas que ofertam cursos de graduação de medicina e residências médicas, e os gestores de saúde (locais e regionais). Detalhar os novos instrumentos como o COAPES, Cadastro Nacional de Especialistas e explicar as mudanças que serão geradas com a adoção da residência em Medicina Geral de Família e Comunidade como pré‑requisito para as especialidades médicas que não são de acesso direito, é de grande relevo para a compreensão da envergadura do programa. Ademais, as diversas publicações que versam sobre o Programa Mais Médicos estão voltadas a análise da sua implementação, não trazendo à lume essa preparação prévia indispensável a viabilização das várias dimensões que compõem o projeto. Nesse sentido, a obra se mostra inovadora e necessária.A Parte 3 do livro, que é o seu coração, aborda o processo de implantação do PMM no território brasileiro. Apresenta os resultados relacionados as dimensões de provimento emergencial; melhoria da infraestrutura e formação médica (graduação e residência).O PMM apresentou dados que comprovaram a importância e a envergadura do projeto para a garantia do direito à saúde, por meio da dimensão de acesso aos serviços. Após a realização de 6 (seis) chamamentos, contabilizados até o primeiro semestre de 2015, um total de 18.240 profissionais responderam ao chamado, sendo 5.274 portadores de registro no conselho profissional no Brasil; 11.429 intercambistas cooperados (Cooperação MS/OPAS/governo Cubano) e 1.537 intercambistas individuais.Esses profissionais foram distribuídos nas cinco regiões, especialmente em municípios com alta vulnerabilidade social; ou com mais de 20% da população vivendo em extrema pobreza; e ainda em distritos sanitários especiais indígenas. Com esse aporte, o crescimento de médicos foi de 12,7%, comparando os dados de 2012 até junho de 2015.A avaliação feita usando como base os indicadores quantidade de médicos lotados em UBS admitidas pelo PMM, em equipes de saúde da família, e médicos lotados em UBS, e cumprimento de carga horária de 40h na AB, demonstrou que o incremento foi positivo na evolução da AB, especialmente junto aos municípios que aderiram ao programa, o que também resultou no aumento da cobertura populacional.Sobre a melhoria da infraestrutura 45,6% das obras já foram concluídas, significando 1.577 novas UBSs; 9.011 UBSs reformadas e/ou ampliadas, além de 2 UBSs fluviais. Ademais, 47,6% estão em processo de execução, e apenas 7,1% não foram iniciadas, com destaque, nesse último item, para a grande quantidade de UBS fluviais 28 que ainda não foram inicializadas. Os argumentos colacionados para justificar o baixo número de UBS fluvial executada, além da própria complexidade do projeto, é o número menor de executores que podem ser contratados para tal tarefa (no caso estaleiros) e a deficiência de expertise própria para acompanhar os projetos nos municípios (engenheiros com conhecimento na área de construção naval). Nesse sentido, a oferta de um projeto padrão de UBS fluvial feito pelo Ministério da Saúde de modo gratuito, contribui sobremaneira para alavancar as obras a partir de 2013. Por fim, os avanços no âmbito da formação médica são demonstrados por meio da aprovação, em 2014, das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de medicina. Essas alterações apresentam um novo paradigma no ensino médico, com uma formação mais emancipadora e socialmente contextualizada, voltada para a interação ensino‑serviço. De forma adicional, essas reformas curriculares passam a perceber o SUS como o ordenador da formação dos recursos humanos em saúde, conforme dispõe a Constituição Federal.As reformas incidem ainda na carga horária do internato, e especialmente, no tempo dedicado ao treinamento no âmbito da atenção básica. Essas mudanças, especialmente as concernentes a integração ensino‑serviço serão respaldadas pelos COAPES.Nesse contexto, não poderia ficar de fora a mudança também no perfil do docente, que deve estar constantemente aprimorado e envolvido com o projeto pedagógico do curso, e não mais apenas focado em sua disciplina. Para tanto, os Ministérios da Saúde e da Educação ofertarão cursos de mestrado profissional aos médicos nas regiões em que forem instalados os novos cursos de graduação e residências profissionais.A obra destaca ainda os dados relacionados a abertura de novos cursos de medicina e como isso pode auxiliar no atingimento da meta de 2,7 médicos por 1000 habitantes no ano de 2016.No âmbito das residências médicas, a Resolução nº 1/2015, da Comissão Nacional de Residência Médica, passou a regulamentar o Programa de Residência Médica em Medicina Geral de Família e Comunidade, com o estabelecimento de requisitos mínimos, competências necessárias, desejadas e avançadas, buscando assim, qualificar cada vez mais, essa importante especialidade médica. Destaca ainda a ampliação de vagas nos programa de residência médica, após o financiamento do Ministério da Saúde, por meio de bolsas.Em que pesem várias pesquisas já publicadas apresentarem resultados positivos no âmbito da implementação do PMM, essa publicação oficial do Ministério da Saúde além de apresentar dados nacionais, também fornece elementos relevantes sobre os aspectos preparatórios de várias dessas ações, os obstáculos enfrentados, e as soluções que foram tomadas. Demonstram ainda as relações institucionais que foram tomadas para o atingimento dos objetivos do programa.As considerações finais apontam para a aprovação e o sucesso do PMM nesse período, confirmado por pesquisas realizadas por um pool de universidades e institutos de pesquisa, sobre os mais variados aspectos (satisfação do usuário; estrutura da UBS; comunicação com médicos estrangeiros, etc.). E assim, refutam várias críticas e dúvidas que foram colocadas quando da apresentação da proposta.A obra, analisada em sua completude, é bastante repetitiva e descritiva, e se assemelha mais a um relatório técnico do que efetivamente uma publicação científica. Todavia, é de leitura obrigatória para quem pretende compreender as minúcias e meandros que foram considerados antes e durante a decisão de implantar um projeto com essa envergadura.Proceder uma análise aprofundada com apenas dois anos de implementação de suas ações não permite vislumbrar os resultados em todas as suas dimensões, tendo em vista especialmente a existência de ações de médio e longo prazo que precisam ainda ser efetivadas, e essa é uma forte limitação da obra. Todavia, dado o volume de dados já produzidos, e que se pode constatar na apresentação dos mesmos ao longo do texto, foi acertada a escolha de divulgá‑los de modo oficial.A mudança de governo recente, deixa dúvidas sobre o processo de continuidade do Programa Mais Médicos na forma como foi concebido, o que também deve ser considerado em análises futuras. À sociedade, defensores da saúde e do SUS, resta vigiar e atuar para que disputas políticas e partidárias não maculem os objetivos finalísticos do projeto, pois ofertar saúde de qualidade aos seus cidadãos deveria ser a preocupação precípua de toda nação que se diz democrática.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
49

Baptista, Ana Maria Haddad. "Marina. Lucchesi, Marco. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023." EccoS – Revista Científica, no. 66 (September 19, 2023): e25161. http://dx.doi.org/10.5585/eccos.n66.25161.

Full text
Abstract:
Ao atravessarmos a leitura de um livro com a responsabilidade de "apresentá-lo" a um público, diversos são os caminhos para que isso aconteça. Podemos, como se sabe, isolar o livro como se o autor não tivesse outros. Ou, até, escaparmos de contextualizações. Mas no caso de um livro cujo autor é da envergadura d Marco Lucchesi, tal procedimento seria, no mínimo, desonesto. Ou uma postura que iria contra qualquer princípio de sensibilidade. Reforçaríamos, ainda mais, a fúria irônica de Sartre: "É preciso lembrar que a maioria dos críticos são homens que não tiveram muita sorte na vida (...) O crítico vive mal; sua mulher não o aprecia como seria de se desejar, seus filhos são ingratos, os fins de mês são difíceis" [1]. Sejamos justos e lúcidos. Marco Lucchesi, já faz bons anos, destaca-se no cenário nacional e internacional por um percurso literário e profissional, digno de ser comentado se pensarmos em um escritor que, de fato, desde sempre se dedicou à literatura. Na prática, a difundi-la pelos mais variados meios. O escritor brasileiro que pertence à ABL desde seus quarenta e sete anos e, posteriormente, a presidiu durante quatro anos. Atualmente, preside a Fundação Biblioteca Nacional. Jamais deixou de lado traduções de autores, contemporâneos e clássicos, de todos os cantos do mundo. Diga-se de passagem, que Marco Lucchesi domina mais de vinte idiomas. O poeta frequenta Babel desde criança. Com isso sobe e desce suas escadas com a serenidade e agilidade dos grandes sábios. Sem esnobismos. Com a mesma naturalidade do desabrochar espontâneo de um lírio da paz numa manhã que pouco promete. Por que omitir que Marco Lucchesi criou uma língua própria? Ou seja, a língua Laputar. Recentemente publicada em sua terceira edição juntamente com a quarta edição de Hinos Matemáticos. Uma obra do poeta em que conceitualmente (o enfoque não é pedagógico) coloca em evidência a beleza da matemática e conduz, uma vez mais, a relações entre ela e a poesia. Paisagem Lunar, em sua segunda edição, é um verdadeiro tratado filosófico que reúne sínteses epistemológicas, sob a forma, inclusive, de aforismos, em que nos leva a refletir, uma vez mais, os delicados liames que entrelaçam literatura e filosofia. Em Domínios da Insônia a reunião da maior parte de poemas do autor, que por sua vez, dialogam com fontes contemporâneas e clássicas quase inimagináveis, assim como o habitual diálogo do poeta com inúmeras fontes artísticas, filosóficas e científicas. Quando Anna Luiza Cardoso, numa entrevista a Marco Lucchesi, lhe pergunta qual face literária predominava em seu conjunto de obras, responde: "Creio que todas se articulam de modo prismático. Um jogo de espelhos em que as partes se convocam e se entrelaçam. Mas a poesia é o lugar do encontro. O coro de vozes. O começo do processo, o sentimento do mundo e suas intensas ressonâncias. A poesia em tudo. Mesmo quando em outro gênero literário ou endereço. As fronteiras caíram. A busca do silêncio e da profundidade me leva a ruídos e superfícies" [2]. Ecos..."Tiro do chão aromas do silêncio. Mas é preciso cultivá-los" [3]. Convém lembrar que Marco Lucchesi não foi nomeado, em janeiro de 2023, pelos altos escalões governamentais, para presidir um dos mais importantes espaços de memória do cenário mundial, por um simples capricho ou um acaso. O autor, na teoria e na prática, sempre esteve presente em bibliotecas. Haja vista, somente para ficarmos com um exemplo, seu romance O Bibliotecário do Imperador. Na prática, sempre foi uma constante e invariável em sua trajetória de vida, atuar em projetos sociais e culturais visando distribuição de livros, formação de bibliotecas nos mais variados espaços. Isto é, escolas, comunidades nacionais (das mais próximas às mais distantes). A geografia das articulações de distribuição de livros do autor não conhece limites. Fronteiras. Inclui, inclusive, a Antártica. Como disse, em seu discurso, a ministra do supremo Rosa Weber, ao visitar, recentemente a Biblioteca Nacional: "No ano em que se registra um século da morte de Rui Barbosa, e a partir do legado deixado por este brasileiro invulgar, de múltiplos talentos, notável jurista, jornalista e político, temos a oportunidade de refletir sobre a construção de nosso país no preparar do futuro que se desenha hoje. E olhar para o passado é olhar para a nossa história, nossa cultura, nossa memória. Rui, a exemplo do poeta Marco Lucchesi, atual presidente da Biblioteca Nacional, também foi um imortal (...) A partir do exemplo e trajetória desses dois extraordinários brasileiros o passado e o presente se encontram no dia de hoje enquanto história e celebram a reverência à arte, à literatura, à poesia e à estética deste Brasil multicultural, que se forja a partir da diversidade étnica e plural das suas formas, das suas cores e da essência de sua gente, em tudo o que nos diz respeito [4] ". Em síntese: optamos, neste texto, por situar Marina no conjunto de obras do autor. Localizá-la, à medida do possível, no contexto atual. Ouçamos Marco Lucchesi: "Mais do que cem páginas perdeu o livro. Queria que as cartas falassem por si mesmas. Guardado, ou esquecido, o manuscrito, dentro de dois arquivos de papel: com recortes de jornal, fotos e postais. Anos (e páginas) depois, a trama da linguagem e a estrutura mudaram a ideia original. Passou de romance a novela" [5]. Uma das primeiras reflexões a que nos submete Marina é, em grande parte, o conceito de novela e romance. Apesar de sabermos que as tipologias não deveriam entrar dentro de um sistema rígido classificatório, elas são didática e conceitualmente importantes. Na verdade, o próprio autor já nos define o que é uma novela. No entanto, levanta, queiramos ou não, questões ligadas a ela. Gênero, sabe-se, que teve grande repercussão na Itália e na França. Ouçamos Marco Lucchesi, no prefácio intitulado, Dez novelas, um poeta, do livro organizado por ele, As dez melhores histórias do Decamerão: "O Decamerão de Boccaccio é aquele capítulo essencial da História do Ocidente. E me refiro ao núcleo do Humanismo, aos prelúdios do Renascimento. Trata-se da reconquista da prosa, a narrativa do mundo e sua translação, em torno da palavra"[6]. Vale lembrar que Erich Auerbach também nos oferece uma verdadeira estética da novela ao indicar historicamente um belo percurso do gênero. Novela, nos leva, inclusive, à radionovela, fotonovela, telenovela. Gêneros importantes que indicam aproximações e derivações para uma riquíssima discussão sobre o assunto. Gêneros que tiveram grande importância, inclusive, para a Psicologia, Sociologia e a História. Todavia, imprescindível lembrar que: "A História não se repete, não tem sósias, nem se dispõe a um eterno retorno, projetada em dimensões binárias. A História não guarda tesouros latentes à espera de um resgate unívoco" [7]. Uma novela? Em pleno século XXI? O que leva o autor a escrever uma novela? Uma das respostas é clara. Ouçamos Ciprian Valcăn: "Marco Lucchesi é um espírito da categoria dos hereges. Vem guerreando contra as fórmulas ideológicas sempre prontas a engoli-lo, recusando teimosamente suas intenções totalizadoras, sua fé irracional em terem descoberto a verdade última, verdade essa capaz de pôr fim à história. Ele tem procurado sempre ser desatual, ou seja, manter-se à distância dos caprichos e da tirania da moda, pensar com perseverança à sua própria maneira, sem que os aplausos ou as vaias da plateia influenciem de alguma maneira as suas preocupações" [8]. Nessa medida, Lucchesi continua "à distância dos caprichos e da tirania da moda", isto é, Marina é uma novela epistolar! Ouçamos o poeta, "A correspondência entre Marina e Celso remonta à década de 1990. Interrompida, não sei por qual motivo, foi retomada anos depois. Poética da dissonância. Encontro e dispersão. Talvez amor, que em toda a parte está, mas não se encontra em parte alguma. Amor, que morre ao traduzir-se e quando morre, se traduz" [9]. Temos mais uma indagação cabível: O que é uma carta? "...cartas abrem um espaço descontínuo, onde se abrigam os luzeiros da palavra num atlas celeste. Pequena aurora dos filósofos" [10]. Entre uma carta e outra a descontinuidade de um diálogo. Talvez a espera. Ecos distantes de Marguerite Yourcenar"...entre mim e esses atos de que sou feito, existe um hiato indefinível"[11]. E quando uma resposta chega...o diálogo recomeça. Mas, sobretudo, quando "aurora dos filósofos" por que não pensarmos, por exemplo Foucault, no que aponta em termos de uma hermenêutica do sujeito em que as cartas entre os filósofos antigos, inclusive, eram fundamentais? Sabe-se: as cartas estabeleciam um exercício para se pensar sobre si! E entre os filósofos mais antigos esclarecer quem estaria mais avançado em busca das virtudes simultaneamente a uma recordação das verdades entre destinatário e remetente. A famosa e a eterna chama que clama a busca da verdade para a vida. Em outras palavras: as cartas possuem uma história em que no contexto contemporâneo, cada vez mais, ficam distantes e sem memória. Portanto, Marina, sob nossa perspectiva, abre um espaço distinto e precioso em que e-mails e outras mídias parecem reinar em tempos, talvez, nunca tão desmemoriados. Mas já que estamos nas camadas do amor, como não lembrar das cartas de Abelardo e Heloísa? Como esquecer a famosa carta de Madalena a Paulo Honório, em São Bernardo, cuja leitura parcial por estar aos pedaços, faltando uma página, levou o ciumento a um arrependimento que jamais foi finalizado? "Sobre a banca de Madalena estava o envelope de que ela me havia falado. Abri-o. Era uma carta extensa em que se despedia de mim. Lia-o, saltando pedaços e naturalmente compreendendo pela metade, porque topava a cada passo aqueles palavrões que a minha ignorância evita. Faltava uma página: exatamente a que eu trazia na carteira, entre faturas de cimento e orações contra maleitas que a Rosa anos atrás me havia oferecido"[12] . E as cartas entre os próprios escritores durante séculos e séculos? Lucchesi: "Preciso do outro para alcançar-me" [13]. Sim. "Atlas celeste". Sim. 9/12/90 O sagitário, seu símbolo, diletíssimo Marco, exprime o nexo entre a terra e a poesia-céu. A violenta tensão do impulso do arco é um movimento intenso e perigoso. Dividir a tensão entre os extremos seria talvez salutar. Mas se o fascínio da poesia-céu é irresistível, a distensão será inevitável. Aceite seu belo destino. Grande beijo, Nise [14] Querido Marco. A beleza e a substância do seu extraordinário texto de apresentação de meu 'O Universo da Cor' me fez levitar acima dos demais mortais. Quando eu baixar à terra talvez tenha condi- ção de comentá-lo. Com toda a emoção de Jamile, o grande abraço re- conhecido, do seu Israel. Niterói, 9-6-2003 [15] Marina é uma novela-epistolar-prosa-poética que indica o quanto a literatura, cuja morte é frequentemente anunciada, se mantém soberana, acima dos supostos determinismos – em grande parte pessimistas – contextuais, quando em mãos de um autor, que jamais decretou o seu fim, de envergadura. A começar da estrutura intrínseca à novela. São 39 cartas... sob alguns ecos de Hermann Broch: [16] "desdobrando o tempo até a intemporalidade, de tal modo que ele, ao consumir qualquer duração, com crescente realidade, abre e transpõe fronteira após fronteira, a mais interior e a mais exterior". Cada uma delas possui uma síntese. Quase uma ementa do que virá depois: "Preservação das tartarugas. Sobre a importância de polir as lentes. Leitura e previsão do horóscopo. Metáfora do corpo em lua cheia"[17]. E a partir da síntese a carta propriamente dita. Altíssima e fascinante tensão leva o leitor à leitura da próxima. Os silêncios e lacunas consagram a estética de Lucchesi. Entretanto, desesperam o leitor em busca da continuidade de "...um dos mais belos livros de amor, um moderno Cântico dos cânticos, em que o divino se revela através do humano. Além de se inspirar no amor entre um homem e uma mulher, Marina vai invocando o amor mútuo entre poeta e palavra. Amor escrito nas cartas de Celso a Marina, a um sentimento antigo, adolescente, que renasce dentro do novo coração de um novo homem" [18]. A tensão não tem limites. O leitor desprevenido talvez não note que a carta 12 dá um salto de descontinuidade à 14. Marco Lucchesi, tal qual Borges, entrelaça verdadeiras armadilhas para os leitores. Nada é gratuito na literatura do autor. Onde estaria a carta de número 13? Foi jogada? Foi despedaçada? Foi perdida? Qual seria, sempre fica uma indagação misteriosa, o motivo? Sabe-se que treze, para muitas culturas, significa um número que indica mau presságio. Uma leitura possível, para a inexistência da carta 13, seria o conteúdo da carta 14: "Uma brecha nos muros, finalmente. Palavras desarmadas, sem apelo. Para onde me levas, densa noite? Clarão de negro sol não passa nunca. Fosse bastante pronunciar a noite. É preciso enfrentar a travessia. Como arrancar a pedra da loucura? Fomos arremessados para longe, levados pela força do destino. Talvez adivinhasse a despedida. Encontro-me num campo de ruínas. Preciso dos raios de sol. Como era mesmo a ópera de Mozart? " [19]. Talvez: "Destino acima do destino" [20].Tudo indica, para não incorrermos numa leitura arriscada demais e nos ardis de uma superinterpretação, como diria Eco, e sem referentes, que há uma situação de perigo. Tanto interno quanto externo. Na 12 e na 14. Enfim, a carta 13 inexiste. Quando o leitor, avidamente, busca o desfecho da história de amor, surge, grande surpresa: uma carta de Marina. A carta de número 32. "A casa da praia foi demolida?! Era tão bela e eu te imaginava lá dentro. Linda casa, lindo lugar, linda praia! E a vista da janela era impagável! (...) Não me esqueci de nada, da paisagem deslumbrante e das pessoas que marcaram a minha vida. Espero voltar algum dia. Nada será como antes, é claro. Mas resta sempre descobrir quem somos" [21]. Quando se conhece o conjunto de obras de um autor, impossível não ouvir alguns ressoares: "A casa da rua dos Ipês foi derrubada. E brilha, todavia, enquanto é noite. Não me faltam constelações da memória. Faz escuro, mas a manhã não demora, tão jovem ainda. As ondas seguem seu ofício. Brilha o Sol na rua dos tempos idos. A praia me pertence. E a cada grão de areia, um mundo novo. Flutua a ideia de infinito junto ao mar " [22]. A carta de Marina cria a expectativa de que virão outras da mesma remetente. Mas Lucchesi não concede. Temos acesso somente a uma única carta dela. Isso, seguramente, aguça os nossos sentidos e eleva a tensão do livro. O desfecho final da fascinante história de amor é incrivelmente surpreendente. E isso acontece na carta 39, ou seja, a última: "Eu mergulhei num tempo inabordável. Achados e perdido. A luz feroz do encontro que não houve. Uma promessa aberta, inconclusa. Inquieta obsessão, a despedir-se de teus olhos, que me roubaram deste chão de iniquidades. Crisântemos esparsos. A missa em dó menor. Marina, como Inês, é morta. Escrevo todas as cartas para ressuscitá-la. Ou para morremos juntos. E para juntos recuperarmos a herança imprecisa do futuro. Mundo sem Deus. Com esplêndido futuro luminoso. Vinte anos se passaram, cobertos de silêncio. Um corpo que se agrega à selva dos fenômenos. Deu-se por fim a glória de um destino. As aves migratórias são inquietas" [23]. Sim. Desfecho imprevisível: Celso escreve para uma mulher que já está morta. Ponto alto do livro porque a morte é a consciência fatal e irreversível da finitude. E a imprevisibilidade do desfecho se sobrepõe, ou, intercala-se, se justapõe, queiramos ou não, à leitura que havíamos feito do livro. A morte de Marina muda a primeira leitura. O autor nos leva a reler todas as cartas sob outra perspectiva. Os leitores não têm escapatória. Não percamos de vista as palavras do autor na carta de número 0..."No escuro e no silêncio, as cartas ardilosas não desistem do eterno retorno da leitura" [24]. De fundo, novamente, os ressoares de Broch: "O nada nunca alcançável, a morte fecunda/A que apenas o acaso é semelhante?/ Toda a lei se transforma em acaso, na queda do abismo,/E também tu, ó destino, te tornas acaso, para o acaso/ Subitamente para o crescimento e os ramos do conhecimento/ rebento a nascer do rebento, desintegram-se de súbito/ em destruída linguagem, isolado em objeto,/isolados na palavra, desfeita a ordem, desfeitas a verdade, a comunhão e a unidade" [25]. Mas Lucchesi tem uma boa resposta: "A linha de uma vida é complexa. Não há um modo retilíneo, irreversível, contra um conjunto de incerteza e digressão. O mundo é uma teia emaranhada. Nossos passos traduzem o devir. Nenhum fato é isolado. Tudo é sistema" [26]. Diante do exposto segue-se uma questão importante! A quais ritmos somos levados pelos ardis arquitetônicos labirínticos de Marina ? Os ritmos da obra são predominantemente oscilantes. Deliciosamente oscilantes porque, entre outros fatores, os sons de fundo, em grande parte determinam o ritmo. Nessa medida, acompanhamos, entre idas e vindas, quase bamboleantes, "baleias, bicicletas, corpo feminino em fuga, frios temporais do Atlântico, atravessar a maresia, nademos juntos, não para de chover, ando nas rochas, o vento move as árvores, mar despenteado, terremoto, Mozart, um piano sobrenada na memória, piano voador, selva selvagem que sibila ao vento" e mais centenas de imagens expressivas que dão um tom incrível ao movimento. Ao ritmo do livro. Um ritmo em que as pausas, lacunas e os silêncios predominam. Afoga-se, com isso, a leitura literal. Recua. Silenciosamente. E quando, nós leitores, voltamos à superfície, percebemos que nossos próprios relógios entraram em colapso. O tempo cronológico destoa, descaradamente, de nossos relógios internos. Silêncios, pausas e lacunas dão um aroma muito especial à ausência em si mesma que exige do leitor: imaginação, fantasia, criatividade. Um processo muito presente nos instantes privilegiados que quando escapam, impossível retornar a eles. Por definição como o tempo. Irreversíveis. A densidade poética possui ápices que não podem ficar omitidos. Porque, Marina, os relógios não morrem. Não se dissipa um grão de areia, nem mesmo a gota de suor no rosto perolado. A eternidade aclara a contingência. Ronronam os gatos de outrora. E meus diletos cães põem-se a latir. Poço infinito. Abismo raso. [27] Densidade poética em continuidade + sutilíssima curvatura erótica + "Eros: quando promete ao chegar, desmente ao partir" [28]. E assim [29]: Carta de amor (desesperado) que rasguei: "...pousa nos lábios uma estrela...secreta harmonia...deserto amanhecer...teu corpo inelutável...lagoa iluminada e seios úmidos...bosque sutil...pequena morte...jogo de espelhos e palavras...seu rosto desenhado no meu peito...à mesa um copo de absinto...duas palavras e voltamos a dormir...infame precipício..." Num ressoar distante...muito distante...Yu Xuanji [30]... Carta a um amigo Vastas, inquietas, as ruas sem bons amigos Passam-se os dias, envergo o melhor vestido Frágil no espelho é meu rosto, os soltos cabelos Cobre-me em bruma leve o perfume do incenso É primavera, o desejo encontra-me agora Vejo-me à imagem de ilustres divas de outrora À porta jovens ditosos param seus carros Vergam salgueiros: à hora, flores se abrem. Marco Lucchesi é um escritor, sabidamente, como exposto no início deste texto, e como "comprovam" suas obras, cuja literatura dialoga com as mais diversas fontes de outros saberes, nunca é demais lembrar, conceitualmente. Ou seja, tem propriedade profunda em relação aos seus referenciais que são se prestam a meras epígrafes com pretensos aromas de erudição (elementos em alta nos dias de hoje entre os famosos representantes da 'tudologia'). As múltiplas perspectivas de tempo em Marina, oceanicamente , "flutuam num domínio atemporal"[31], como já colocado, anteriormente, inclusive, na esteira de Broch. Questões de temporalidade cuja concretude se apresentam como sínteses epistemológicas, que mais direta ou indiretamente, se fazem presentes nas obras de Lucchesi. Nessa medida, reforçando o quanto a sua literatura atravessa a filosofia dispersando fronteiras rígidas. Sob ecos mais explícitos, entre muitos outros diretamente ligados à filosofia, de Parmênides e Emanuele Severino, a marcação temporal de Marina nos mostra o quanto o tempo é uma consubstancialização do pensamento, como definiria Jankélévitch. O que é o tempo? "Um corpo em fuga". O tempo seria "um espaço descontínuo"? Em que medida estamos imersos na "jaula do presente" ? O que é duração em termos de Bergson? "Uma viagem de dez metros levou décadas". "Eis, em resumo, os últimos vinte, ou duzentos, anos". "O que são vinte anos no tempo geológico? Não passam de um minuto. Gota no mar, um quase nada, fogo-fátuo". Cronologias? "Passaram-se vinte anos e dois gatos desde a última carta. Perdi a conta dos relógios que morreram". "Presa da escuridão, o dia amanhece". Eternidade? "Meio-dia". "O agora é um índice de eternidade". Tempo cíclico? "retorno da leitura". "Retorno do eterno retorno". Para não ser mais uma vítima de Sartre, não devemos cair, entre outros fatores que abreviam nosso espaço, nas sutis armadilhas da exaustão quando nos propomos a apresentar um livro. Contudo, não podemos deixar de lado o quanto Marco Lucchesi, enquanto grande escritor que é, vai ao encontro, em grande parte, da cosmologia de Peirce. Talvez, uma das mais abrangentes em termos de contemporaneidade. Que ao menos responde, mesmo de forma provisória, algumas insuficiências conceituais a que estamos, miseravelmente, submetidos. A filosofia de Peirce coloca a questão da verdade de forma, talvez, satisfatória. Ou seja, não existem verdades definitivas. Existiria sim, um mundo, ao que tudo indica, que caminha para ela. Lembremos que em Marina a todo momento Marco Lucchesi, nos faz refletir a tal respeito. Lucchesi coloca indagações que não são respondidas. Joga-as para que seu leitor reflita juntamente com ele. Na cosmologia de Peirce sujeito e objeto estão juntos. Acredita ele, de forma severamente fundamentada, este grande estudioso de Kant, Schelling e Schiller – naturalmente entre outros – que existe uma atemporalidade entre sujeito e objeto que os faz ficar em perfeita simetria. Existiria uma descontinuidade temporal em que passado e futuro desaparecem. Tal descontinuidade se daria entre o interno e o externo. Nessa medida, rompe-se o tempo objetivo, assim como na subjetividade existiria um hiato de temporalidade na própria consciência e que, por incrível que pareça, ficaria isolado da experiência de alteridade do mundo. Enfim, pura qualidade na unidade. O agora como pura presentidade. Sob tal perspectiva, Marina se mostra como um exemplo fascinante do denominado continuum de possibilidades. Portanto, sentimento de liberdade indefinida e infinita que somente poderá ocorrer sob o domínio de um hiato interior de temporalidade. Em Marina, assim nos parece, dissolvem-se, conceitualmente, as famosas dicotomias entre subjetividade e objetividade. Ouçamos Lucchesi: "Sujeito e objeto não se sustentam numa oposição dramática. Uma incursão de subjetividades, a descoberta especular de um conteúdo crescente, de um contínuo insolúvel, que os afasta e os aproxima" [32]. Para a leitura de um livro como Marina e das verdadeiras obras artísticas em geral, por lembrar veementemente de Ivo Assad Ibri , não basta um olhar apenas referencial. Requer-se, e isso não está disponível em todas as almas, um certo estado poético. Graus de sensibilidade estética. Cremos que somente desta forma poderemos, de fato, atravessar sentidos mais profundos e agudos daquilo ao qual nos dispusemos a compreender. S. 1 Não esquecer as mãos sujas de Sartre e os sem-culpa (Schuldlosen) de Broch. [33] S. 2 [Tosse, 2020 Não tenho febre. Olho de longe as pedras de Itacoatiara. Deito-me no chão e olho o azul do céu. A passagem das nuvens me fascina desde a infância. Como se um deus legislasse o azul. Uma tosse de leve. Páginas de Boccacio.] [34] [1] Sartre, Jean-Paul. O que é a literatura?. Tradução de Carlos Felipe Moisés. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. p. 32. [2] Lucchesi, Marco. Poeta do Diálogo. São Paulo: Tesseractum/ Fundarte, 2022. p. 139. [3] Lucchesi, Marco. Marina. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023. p. 26. [4] https://portal.sft.jus.br/.noticias/. [5] Marina. p. 13. [6] Lucchesi, Marco: organização e apresentação. As dez melhores histórias do Decamerão/Giovanni Boccaccio. Tradução de Raul de Polillo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2021. p. 7. [7] Lucchesi, Marco. Paisagem Lunar. São Paulo: Tesseractum, 2023. p. 73. [8] Lucchesi, Marco. Paisagem Lunar. In prefácio. p. 7. [9] Idem, Marina, p. 13. [10] Idem. [11] Yourcenar, Marguerite. Memórias de Adriano. Tradução de Martha Calderaro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. p. 36. [12] Ramos, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 78. [13] Marco Lucchesi. Carteiro Imaterial. Rio de Janeiro: José Olympio, 2016. p. 16. [14] Silveira, Nise da. Viagem a Florença: carta de Nise da Silveira a Marco Lucchesi. Rio de Janeiro: Rocco, 2003. p. 29. [15] À sombra da amizade: cartas de Israel Pedrosa a Marco Lucchesi. Niterói: Eduff, 2021. p. 105. [16] Broch, Hermann. A Morte de Virgílio. Tradução de Maria Adélia Silva Melo. Lisboa: Relógio D'Água, 2014. p. 101. [17] Lucchesi, Marco. Marina. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023. p. 31. [18] Miranda, Ana. In Posfácio Marina, p. 101. [19] Marina, p.45. [20] Lucchesi, Marco. In: Prefácio da obra Doutor Jivago de Boris Pasternak. Tradução de Zoia Prestes. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014. p. 12. [21] Marina, p. 81. [22] Lucchesi, Marco. Paisagem Lunar. São Paulo: Tesseractum Editorial, 2023. p. 157. [23] Marina, p. 95. [24] Marina, p. 15. [25] Broch, Hermann, p. 160. [26] Marina, p. 27. [27] Idem, p. 96. [28] Lucchesi, Marco. Paisagem Lunar. p. 60. [29] Idem, p. 86. [30] Xuanji, Yu [844-869]. Poesia Completa. Tradução de Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao. São Paulo: UNESP, 2011. p.119. [31] Marina, p. 49. [32] Paisagem Lunar, p. 76. [33] Paisagem Lunar, p. 233. [34] Lucchesi, Marco. Adeus, Pirandello. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2022. p. 64.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
50

Zamith Cruz, Judite. "Marina. Lucchesi, Marco. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023." EccoS – Revista Científica, no. 67 (December 18, 2023): e25392. http://dx.doi.org/10.5585/eccos.n67.25392.

Full text
Abstract:
Jogo de espelhos e palavras Analogias duma beleza transitiva Foi entre “formigas e cupins”[1] que descobri e inventei por “ver” o que lia. Do jardim a casa, numa aprazível “distração”, li Marina (do latim, marinus, “marinho”). Se ia em busca de cupins, absorvi-me logo numa bela atividade intrínseca de “ler” a natureza humana. Os estados/processos emocionais deram-se ao meu sonho acordado, frente à lua cheia. Por contraste mínimo, o que acontece no sonho propriamente dito é antes uma não narrativa, uma dissociação não controlada, exibida a superfície de fundo inacessível[2], graciosa alternativa criativa à “associação de ideias”. “O sonho de uma sombra”, em Píndaro (522 – 443 a.C.)[3], foi a ofuscação da “verdade” nua e crua. O sonho e a fantasia permitem a estranha fragmentação da sequência do pensamento escorreito, quando se experiencie a realidade de All-Self (ser com tudo em redor). Um efeito é imaginarmos sermos nós aquela “estrela” e recategorizamos algo num “todos juntos”, “transitarmos”[4], sem fixação, encontrado “tudo em tudo”[5]. “Somos plurais”[6] e mutantes sem “coerência”. Colocado a par o ser e o não ser, dada a aparência de Marina, numa superfície lisa refletida, convoca à reflexão que muda, quando “… todos querem, buscam, sonham com você”[7]. Na afirmação do narrador, Celso, é partilhado o desejo de alguém ou dele com “você”. Num detalhe ora geral, ora específico, algo dela poderá ser comparável ou semelhante a outra coisa, uma analogia. No encalço dela, Marco Lucchesi acompanha-nos no “eterno retorno da leitura”[8], trocadas cartas entre Celso e Marina, na década de noventa do século passado[9]. “Rasgadas”, anos passados por ele, entendidas “inúteis e vazias”[10], tendo ela dirigido um e outro e-mail inúteis, para “confissões”, via ”correspondências”[11], em que culpas confessadas nem sejam alheias a “amores mortos”[12]. Anteriormente, Celso chegaria a procurar Marina em “mundos improváveis”. Em locais de sua casa, a falsa presença, inviável, “tão querida”… Possivelmente desejada, chega a ser atingido o paradoxo da perenidade da vida, no espaço exíguo, amor eterno. Marina encontra-se em quase tudo[13]: “Digamos: a) no terreno baldio das gavetas; b) na agenda que perdeu a validade; c) nas fotos inquietas de um álbum (andorinhas em queda: sem cola, pálidas ou saturadas); d) no velho sótão que não tenho.” Como se “pousássemos os pincéis”, em continuidade, o modelo analógico varia no tempo… O escritor acrescenta: “nosso passado é analógico”[14]. Celso escuta cantos, sons e silêncios (a música “dela”?), no aparelho de rádio analógico... “Analogia”, nas nuances de significado no dicionário, são uma entre outras. E dada a representação de um objeto assemelhar-se ao original, pode Marina ser “pintada” em eternas obras de arte. “Vejo-a”, no que vejo e no que leio: “Coroação da Virgem”, de Fra Angélico (1395 — 1455); “A Madona de San Sisto”, de Rafael (1483 — 1520) … Escolho logo a bela Gioventü, de Eliseu Visconti (1866 - 1944). Figura nº 1 – Óleo sobre tela, Gioventü, de Eliseu Visconti (1898) Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Giovent%C3%B9 Mas é em Candido Portinari[15], numa obra de 1957 – “O menino com pássaro”, que a voz e ela… se me apagou. Seria recolhida e cuidada por aquele que a encontrasse. Figura nº 2 – Elemento de obra de Candido Portinari (1957) – O menino com pássaro Fonte: https://www.wikiart.org/en/candido-portinari/menino-com-p-ssaro-1957 Numa analogia, a figura oscila de forma contínua, entre passado e presente, imparável no tempo. Sem comparecer perante Celso, também ele num não-lugar se quedou[16]. Os seus braços, “irredentos do todo”[17], vivido um “como se…”, avançariam o distanciamento/estranheza[18] face ao espelhado “teatro de sentimentos”. Fora Marina ferida? Num “jogo de espelhos e palavras”[19], “escrevo por espelhos reticentes, com frases e lacunas movediças” …. “Estendo as mãos para o espelho…”[20]. “Refletida” a escrita em processo, encontro Lucchesi solto no outro. Nos seus termos, a palavra “espelho” dará lugar ao oculto no “jogo de espelho, analogias”[21]. Quando a reflexão teria ainda o Sol no “espelho”, o encontro de ambos jorrava luz. Perdida a década de oitenta, o que é dado, antecipado[22]? Novas luzes e sombras. Celso e Marina foram inicial “espelho de paixão”. Seguiu-se a brecha na paixão. Num salão espelhado da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 1507, vejo uma figuração pintada por Hans Schäufelein. “Herodes” deu lugar à figuração doutros maus tempos, no “Espelho da Paixão” (Speculum Passionis). Cristo diante de Herodes, o malvado, que morreu com o Eclipse lunar. Num “reflexo“, o culpado, no julgamento em “Herodes”[23], convocara Cristo[24], um culpado. Eu sou o outro do outro eterno Eleia, às portas da atual Itália. Numa primeira estrofe de Poema, a expressão dum outro, Parménides (530 a.C. — 460 a.C.), para quem “deus” não foi gerado, existindo[25] ad eternum... A estaca foi colocada num limiar doutro lugar estranho, em Poema: “Aí se encontram as portas”. Talhada a via inovadora do caminhar, tendemos a cruzar linhagens para não nos perdermos. Nem tudo se desgasta e corrompe, com Parménides. No rumo incerto, outra conquista do explorador Ulisses[26], foi ter encontrado o retorno? Ulisses, Celso, Alice, Marina… Pierre e Natacha, Tristão e Isolda. No desencontro, Molly e Leopold ou Eurídice e Orfeu ... A ficarmos “aos pés da biblioteca”[27], a ler vidas nas figuras centrais, estas oferecem um recuo[28]. Abrem portas. Eternas personagens, nem todas juvenis. Celso, o narrador? Alguém que já teve um “matagal” de cabelo perdido, que “nasceu no coração [uma floresta, cabelos…] … com espinhos” - “O elogio da calvície” [29]. Outra personagem de Marina, Alice, foi um exemplo de ajuda, porto marítimo, seguro, onde atracar? Substitui, sem substituir Marina? Alice adotará, também ela, o enigmático porte de “Gioconda”, “a senhora Lisa, esposa de Giocondo”, representada por técnica do sfumato, de Da Vinci (1452 — 1519). Foi seu o “vaso”[30], que Celso amou - “vasos quebrados” [31]. Acresce que “Alice e o vira-lata branco” encontram-se ambos registados num “resumo” de carta[32], em união, bem juntos. Bem articulado no pensado é o que a carta diz e não diz. Mas quem será aquele outro vira latas? Marina ainda pede foto da outra – Alice[33]. Num e-mail registado: “Se puder [você, Celso], mande-me fotos ou vídeos de Alice. Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”. Será verdade? Uma inquebrável lembrança de Celso, uma só vez, Marina tocara piano com ele, a quatro mãos[34]. Celso poderá ter reparado (n)o vaso, a dado passo. Pode ter tido outra imagem fixada à Alice, de então. Seria aquele vaso que “amava”, ou Alice[35], uma figura magnética? “Para fugir de mil perigos”, a quem não faltou Alice? Alice usou “ampolas e unguentos, magos e poções”[36]? Cuidadora, Alice, com Celso, representado nos rapazes com pássaros feridos[37]? Em suma, pareceria a Celso não existir punção operada ou poder maior, quando os relacionamentos morrem, ainda que os vasos sejam compostos de cacos que se colam: “Não posso reparar o irreparável”[38]. No entanto, Celso conhecia a técnica das peças coladas do Japão - a técnica do kintsugi[39]. Observou, até mesmo o outro vaso por si trazido com os gerânios, da sua antiga casa… “Distancia que se perde. Vaso que se encontra…”[40] Na ficção, a fiação tudo interliga “Vimos a fiação que tudo interliga. Semântica e sintaxe”[41]. Dos golpes de génio ficcional e da sangrenta História, Marco Lucchesi concebeu comparações, em que “mudam as guerras”[42] e as linguagens. Numa realidade de rapto, guerra e paixão, o poema épico transcende o amor passado que eterniza. Homero fundador da literatura ocidental, numa autêntica carnificina, a incerta “Guerra de Troia”, contou com Ájax[43] dentro do cavalo, dando guerra (infinita)[44] a Heitor, o destemido troiano, incapaz de lhe perfurar o escudo. A guerra teve que ser interrompida ao pôr do sol, intervindo Apolo. Do inicial “pomo de discórdia” entre deusas até aos feitos, nove anos passados em guerra, Ájax é “muralha”. A Ilíada evidencia que esmagou o escudo de Heitor, com uma só pedra. Quem sabe se Celso seria uma barreira inexpugnável, de tão “glacial”[45], que se tornou? Numa contenda, para o romance histórico, de 1865 e 1869, Liev Tolstói cruzou aqueles que se amaram, na passagem do Grande Cometa, em 1811: na invasão napoleónica, em 1812, a personagem recorrente, Pierre encontra-se com a bela Natacha, aparentemente apaixonada por Boris, amada por Denisov. Como foi possível a “guerra sem paz”[46]? Celso e Marina viveram dessa “Guerra de quase e talvez”[47], no que foi a “guerra que nos mata”[48]. Lendários amores infelizes e apaixonados, trágicos, na bárbara Idade Média (século V a século XV)? Tristão («tristeza») e Isolda (“das mãos de fada”)[49]. E o Rei Marcos que a perdeu[50]. Guerras nos ensaios não-ficcionais e nas ficções. Já a estranha paixão da cantora Molly e Leopold termina com o “sim” dela, apenas num solilóquio. O corpo de Molly – no livro de James Joyce - seria “sensual”[51], no que ressalta o “incêndio” interior. Divergências? Foi numa dada “tarde”, vinte anos passados, que a caixa eletrónica de Celso recebe um primeiro e-mail de Marina. Iria acabar com a guerra entre ambos. Não parece de comparar com a ficção? Marina e Celso encontrar-se-iam no fim da “guerra fria”[52], em data marcada pela queda do muro de Berlim, 9 de novembro de 1989. Numa Rádio Londres, com “mensagem de Inglaterra aos aliados”, durante a longínqua Segunda Guerra Mundial, ele passava a escutar outra transmissão no rádio bem comum, no sistema analógico. Um sinal da mensagem dela, vulgar. Metáforas básicas da descrição do real Quando se coloque uma figura de estilo, cujos sentidos figurados utilizem comparações como a “metáfora do corpo em lua cheia”[53], é a Lua “tão nua e desarmada a vaporosa Lua”. A pessoa é então toda inteira, se bem que a Lua seja fragmentada noutra fase lunar. Damo-nos a facetas diversas, também. E a não ser a transição de fase a mesma daquela grande lua, Marco Lucchesi ainda afrontou a perda irreparável de parte dela, por Celso, num desaforo: “se você esperava tapetes e fanfarras, perdeu a viagem. Abandonei a timidez, digo o que penso, e sem rodeios.”[54] Dada a acentuada guerra entre Celso e Marina, ao referencial “real”, preferi antes juntar à lua a palavra “viagem” e a palavra “mundo”, no que coloco mais do que o que (a)parece – numa alegoria. Assim, na minha perceção subjetiva, uma fenomenologia, ocorreu algo mais a aprofundar. Nessa viragem, limito mais do que o que se me abra à fixação de “guerra”, quando se sucedam figuras de estilo, no livro[55]. Num jogo de linguagem, retiro a desafogada imagem concreta: o passeio na praia, junto da Cinelândia e o que faço? No termo metafórico duma “psicologia de viagem-vida”, encontro logo ali o figurativo, portanto, com os rodeios à casa velha de Celso, com os eventos no trânsito, com as margens do mar face à praia. Meios mundos são a frente “subaquático”[56] e outros territórios e sítios. Poderia convocar imensos espaços de transição, imaginando[57] além de um “mundo submarino”[58]. Lucchesi tantas vezes observa “estrelas”, algumas “estrelas não promissoras”[59]… Voltando ao avesso, na Terra, à “viagem à roda do piano e do quarto”[60], essas são breves viagens e têm fim. Contudo, é dada à incompletude a infinita “viagem à roda dos teus olhos, punhado de beleza, informe, passageira”[61]. Numa estranha viagem de recuo (na revirada do avesso), focada uma “correspondência” sem troca, é de antemão inviabilizado o “sim” e a chegada a bom porto[62]? Da presença na ausência de Marina: tempo de sonho e pesadelo Como “resumir” os “20 anos”[63] de afastamento? Um desapego de “dez mil dias”, após o “terremoto”. “Dez mil dias” sem se falarem? Pretendo dar forma ao texto, quando pense que uma correspondência convencionada abranja reciprocidade e presença, ainda que evitada a “literatice”[64] e o “episódico”. Não “agradará” ao narrador contar das cartas, para se livrar efetivamente delas. Ameaça que irá “destruí-las”. Celso foi intempestivo, aquando do primeiro e-mail de Marina[65], após aqueles vinte anos de alheamento dela… O livro Marina reproduz a reduzida “novela”[66] de singelas cartas e e-mails. Passado o texto a pente fino, no segundo e-mail de Celso, este redige uma desculpa: “Perdi tudo, não sei como. Preciso de um novo computador. Como se não bastassem formigas e cupins. Obstinado, insisto e recupero apenas uma parte”[67]. Numa convencional “não-narrativa”, coloco a tónica na congruência e na intencional, quando seja a “dissonância”[68] desarmante de “lirismos”. Alcançada a agressividade, a crítica mordaz, a sagacidade e o ardil… Frente ao quebra-cabeças, pede-se abertura (de espírito), quando se leia o “romance de ideias”, no pensamento do ser (em Parménides e Heidegger). Na dimensão emocional, a obra de resiliência traz-me a consciência da artificialidade da ficção. Cubro de culpas a protagonista Marina. Coloco logo a poção de amor viático, um mantimento para sustento num “líquido destino”[69]. Logo passa a parecer-me que “essa viagem nunca termina”[70], numa entusiástica volta no carrocel do mundo, num “eterno retorno”[71]. Essa segunda vez que é nomeado o eterno, dá-me esperança, ainda que Celso assuma: … “não quero este destino circular”. ~ E eu quero! Se o “nosso encontro não estava escrito [no destino] … Não houve um deus a decidir nosso destino, nem brilho de uma estrela promissora. Deixámos simplesmente de escrevê-lo [ao destino]”[72]. Escrevamos o que desejemos, então, por linhas tortas. Há ocasiões, em que um sonho se repete e elucida algo[73]… As produções estéticas de artistas foram os produtos de imaginações, ainda que acreditassem ser ajudados pelo diabo, por um santo ou pelo próprio sonho avassalador e as visões enigmáticas. Giuseppe Tartini (1692 - 1770), William Blake (1757 - 1827) ou o cavaleiro Adolf von Menzel (1815 - 1905) são exemplos elucidativos do pensamento mágico dominante, nos séculos XVIII e XIX. Há quase 100 anos, o psicanalista Carl Jung[74] escreveu o seguinte, com um sentido determinista do sonho: “uma experiência anómala, que não é compreendida permanece uma mera ocorrência; compreendida torna-se uma experiência [humana excecional] vivida”. Uma característica desse tipo de experiências únicas é serem inefáveis, mal descritas. Inefáveis ilações, na sombra que vira a luz? Posso recuar atrás, ao sonho e ao tempo de Píndaro[75]. O que alcançou aquele da Verdade, quando viveu entre 522 e 443 antes da nossa era? Com Píndaro, ficou assente que “[no humano] sonho é uma sombra”. Assim colocado, “sombra” opõe-se a brilho, a luz, quando a “verdade” seja ofuscada, esboroada na obscuridade. E na medida em que seja ausente um sentido puro para as palavras, damo-nos a alegorias, a metáforas, da “transparência” da palavra, da luz ao sábio recuo paradoxal. Possa o sonho ser “iluminação”, tal Marina, duma “beleza transitiva”[76], entre as luas cheias. Marina conforma aquilo[77], o deslocado pela sombra, quando fuja a juventude, na transitória impermanência. Que espelho da “verdade”? Logo na primeira configuração, se o par não foi (ou foi?) um “espelho inverso”[78], Marina chega a ser retratada no vidro fosco, na “transformação [dela] num espelho”[79]– “uma Gioconda cheia de segredos”, representada pelo impressionista Eliseu Visconti, em Gioventü. Indecidíveis formatos. Como abordar palavras guardadas num “poço” que, a ser “raso”[80], sempre igual e espalmado, lembra o “infinito” do “abismo (líquido)”[81], entre duas pessoas que “comunicam”[82]? 2 Analise textual de marina O método de analisar textos “Coerência” traduz a ideia, cunhada pelo psicoterapeuta Carl Rogers (1902 – 1987), em que o participante apresente um relato de experiência bem estruturada - lógica, a faceta cognitiva e interpretativa, uma significação de peso na experiência “arrumada”. Na narrativa literária, a noção de “coerência” coloca-se, no antigo Dicionário de teoria da narrativa[83]: “texto como unidade no processo comunicativo, resultante de intenções e estratégias comunicativas específicas, ele é também um texto semanticamente coerente... elementos recorrentes… não integralmente redundante… progressão de informação no interior de um texto … na ‘enciclopédia’ do recetor”[84]. Na nova literatura, Marina alude o “vórtice” do redemoinho amoroso de Celso e Marina, o forte movimento do “terramoto” bem rápido, cruzado com a empolgante sonoridade das bravas ondas. Marina retém uma imensa fluidez, em torno dum eixo fixado ao vórtice entre ambos. Sorvida a voragem sentimental no turbilhão do mar, noutra asserção a “vórtice” – um turbilhão, o fenómeno “incoerente” trespassa a vitalidade dos movimentos guerreiros de “homens”, nos tempos atuais. Onde encontrar uma “secreta harmonia”[85]? Em mulheres, no desaguisado com homens? “Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado”[86]. Seremos bem menos coerentes do que se pensou, tanto mulheres quanto homens. Todos nós, humanos, somos sujeitos de analogias. Com o “corpo inelutável”[87] de Marina, que foi o “corpo em fuga” e se encontra ao lado do seu, Celso é já do outro lado. Seja que suba ele à Tocata e Fuga em ré menor, de Bach[88]? A inconsistência é presente na ausência de outrem. Outra mexida foi dada ao mundo amoroso, com as híbridas histórias-ficções, realidades e alternativas. Na alternativa ao modo de organização de “identidade do ‘eu’ estacionário”, sem fluidez de maior, teríamos a fixação eterna. Um risco pode ser nem encararmos a vida sujeita a contingências/acasos – o sem ganhar folgo, “… e, de repente… o sobressalto”. Em Marina, o leitor transcende o sabido (ontológico) e o instituído “romance”, o que não pressupõe que todos os planos sejam antecipadamente traçados. Não sabemos se Marina nos deixou. Ela foi a “glória de um destino”[89]? Um famigerado destino? Um Deus não decide do destino do par amoroso[90]. “Desconheço a direção [do futuro, indeterminado]. Soubesse de uma senha [mágica, um código … e o controlaria Celso. No fluxo permanente de mudança, já o passado e o devir são escapes [na aparente “fuga”], uma “disfunção” no presente [na fantasia inviável]. Porque não viver o aqui-e-agora? Amplificado o tempo, a “hipertrofia…”, é inviável a luta interior, “contra a qual luta o presente”[91]. “Deu-se por fim a glória de um destino. Porque, Marina, os relógios não morrem”[92]. “O vento segue os rumos do destino [ou da predisposição de sorte]”[93], tão mais improvável do que a precisão do tempo dos relógios. Abordagem narrativa na psicologia Numa aproximação literária, na psicologia narrativa, “as personagens são os elementos permanentes que sustentam o desenrolar do enredo”[94]. Nem as personagens fogem, nem restam fragmentadas, na “transparência da voz”[95]. Quem fale no esqueleto narrativo, pensa em episódios de um “guião” (scripts) identitário ou coletivo e, para a “narrativa de perda”, em Celso, congrega-se uma “organização de significado”, no que dê conta de mudanças dessa organização afetiva e psicológica, tão frequente e intensa de privação, podendo tornar-se duradoura ou reatar uma mera ocorrência súbita. O presente texto sobre Marina apresenta “fenómenos” talhados. Dito de outro modo, dá corpo a “ideias centrais, ao happening, ao incidente em torno do qual um conjunto de ações e de interações são dirigidas, com vista a serem reconhecidas, geridas e integradas, ou com as quais um conjunto de ações se relaciona”[96]. Numa forma de encontrar e descobrir ocorrências, farei um parêntesis para o que sabemos de um autor. Na sua suspensão de ideias feitas, como nos “lugares comuns”, nos “hiatos” e nos “silêncios”, o que “lemos” nos não ditos, sem um código? Para o efeito enredado, temos a ajuda de comparações constantes, numa “codificação aberta” do texto. Utilizam-se atributos/características para as palavras todas inteiras e para a variabilidade de significados não ficar de fora. E as “palavras (sem) envelope”, plenas de pregnância e fugidias, impõem afundar numa rigorosa análise linha-a-linha. Haverá ainda que conceber dimensões gerais, para “linhas-da-história”, duma ou doutra mini narrativa ou história, em Marina, o “tempo eterno” e o imparável “relógio dos ponteiros”; a vida e a morte; a terra e o mar, a nuvem e a pedra, o fogo do amor e as suas cinzas… Ao “questionar” os dados/textos, no aprofundamento que se justifica, efetuam-se as aludidas “comparações constantes entre fenómenos”. Da projeção, da narrativa e do episódio Em Marina, identificam-se esparsas narrativas míticas, nas guerras e nos amores. No amor, o “projetado” Orfeu[97] chega a parecer ser Celso, na sua ânsia de que Marina não morra …[98]. Celso poder-se-á sentir, noutra volta, um Marcus[99], chegando tarde, perdida Isolda, amante de Tristão[100]. “Pobre rei Marcos. Tão tarde descobriu o desamor”[101]. Marina não é escrito na primeira pessoa, autorreferenciada. Discriminada a faceta “projetiva” (ex.: uma pessoa não específica ou segunda pessoa, outros, alguém de quem se fala ou escreve): Marina ou Alice descobrem-se entre uma “Gioconda cheia de segredos”, uma Molly, o “verbo infinito”, na “voz” da cantora. Um eco repetido da voz dela, Marina. O narrador e Marina “nadam no monólogo de Molly”[102]. É preciso dizer que “não sei até que ponto lembro da tua voz [Marina]”[103]. Dito de outro modo, Celso mal se recorda do que Marina “disse/diz”, repetidamente. Falhou a voz e “deixou de dizer”[104]. Por seu lado, os episódios reais reportam-se às mínimas ações/interações, as quais podem ser relatos de experiências significativas, por vezes truncadas nas premissas, donde a maior ou menor coerência lógica ou consistência lógica. Quando as palavras chegam a mudar de estado, digamos, aluadas, tornam-se “líquidas, turvas, transparentes”[105]. Passam palavras estranhas pela fluência de selves (“múltiplos eus”, mentais e subjetivos), transformações identitárias. Apreender-se-ão coerências doutros implícitos, aspetos tácitos e inaudíveis da daqui e dali. Narrativa episódica A partir dos fenómenos esparsos, no grosso volume da vida, alcançamos registos de realizações pessoais e dos impedimentos, destinos e acasos, sortes e desaires. Foi a partir dessas constatações que distingui os fenómenos de meros episódios, nas narrativas/histórias, que lembram “todo o texto mostrar de forma holística as cognições e os processos emocionais do autor”[106]. O que se designou de plot (na língua inglesa) para um “episódio”, portanto, vai de encontro à narrativa, ao deparar-se o leitor com uma sequência de eventos ao longo do tempo (“sucessão”), para um “texto”[107], mesmo no mínimo “enredo”[108]. Na forma bem estruturada, visou-se o elemento sequencial e dinâmico, na literatura (na lógica, “gramática” ou “sintaxe”), considerado o episódio o “único esqueleto indispensável” e “menos variável”[109]. A variabilidade de Marina encontra-se nas intercaladas unidades de significado/segmentos de tópico, nas breves temáticas, as quais identificam a substituição de conteúdos, nos registos escritos por Celso. Acresce haver processos narrativos de vários modos evidenciados, no sentir, no experienciar e no pensar: a “descrição externa/concreta de acontecimentos de vida (atuais ou imaginados / passados, presentes ou futuros); a “descrição interna experiencial” (subjetiva), de episódios/narrativas, com a identificação verbal de “reações afetivas e/ou estados emocionais” (ex.: “triste”, “zangado”, “frustrada”, etc.); e a “análise reflexiva/interpretativa da descrição de eventos e/ou da experiência subjetiva, sendo os eventos presentes, passados ou futuros”[110]. No primeiro domínio narrativo, a ênfase no sentir alcança menor complexidade do que o experienciar (interno) e o refletir/pensar. Episódios mínimos Após o desenlace por afastamento, surge um episódio elaborado quase no final do livro. Possui a tónica na conduta de Celso, antes da adesão ao refletido, somente após a imersão interior num quadro e num cenário: Episódio - Título Promessa de calor na aflição dela: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite (p. 91). Registei outros episódios relatados, com mais de “vinte anos”, exceto o primeiro, possivelmente mais recente: (1) Aflições de Celso no mar[111]; (2) Celso e Marina nadaram no mar e, sentir-se-iam “alegres”, possivelmente ao saírem para a praia[112]; (3) “Mística do encontro” de dois “tímidos” (“dissemos algo escasso, imponderável ... o clima, as gentes, a história”)[113]; e (4) Aludidos passeios de bicicleta[114]. Na narrativa criam-se então replays de experiência, quando se atenda ao “eu” subjetivo frente ao quotidiano, a rituais e a “inéditos”, como nos encontros a dois. Somente o episódio de Celso sozinho e aflito no mar não correu bem. Será invencível o revolto mar e a doença de coração: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[115]. E se é tremendo o risco de morte no mar bravo, não é impossível lutar a dois contra o tempestuoso. O que nem quer dizer deixar de ter mão para apagar aquela ou outra terrível imagem recordada. Afinal, qualquer um sonha com “você”[116]. Ora aquele primeiro “episódio de ‘sonho’”, mas pavoroso, é ilustrativo do mundo irreal, na forma “narrativa”[117]: “um belo dia quase me fui na onda[118] de seis metros. Eu me livrei a muito custo. Um sonho breve que o sal interrompeu. Vantagem provisória...” é acordar. Já o fustigou o voraz turbilhão real da ameaça e perigo no medo da morte dela, quando volte a passar ao mar… Deixar de ser, naquela praia – que “quase levou” Marina … e que é a mesma praia, que “seduz” o narrador[119]. O perigo de afogar-se na praia é real e irreal. Anotei ilações, decorrentes interpretações do texto, nas expressões do autor: (1) Risco frente ao mar[120]; (2) Juventude, em que se possa morrer com alegria[121]; (3) Encontros, fruto de “um milagre matemático… acaso e o seu mistério”[122]; e (4) A bicicleta que “morreu”[123]? A bicicleta? Um indicador do encontro com Marina: “Passeio de bicicleta. Voa o vestido azul. Essa viagem nunca termina”[124]. Noutra apropriação do contexto, o par poderia [ver] “baleias”, ao longe, “delicadas” [125], quando iam pedalando na “bicicleta” … Num contrassenso forjado na comparação, a bicicleta dele era um “cavalo”[126]? Antes dela “morrer”[127], melhor dito, “enferrujar”[128]. Na transição de pensamentos, afetos à morte: “Não há resumo para a última carta. Porque esta é uma carta definitiva. Porque se trata da morte de Marina”[129]. E adiante: “Imploro, Marina, que não morras antes de morrer”[130]. Ficaria ela sem maior sentido de vida? A viragem de alegre “surpresa” chegou a ser concebida, numa anterior “carta destroçada”, restos do que ficou dentro do “caderno escolar” e “cujos pedaços recomponho num mosaico bizantino”[131]: “Carta de amor (desesperado) que rasguei: “...pousa nos lábios uma estrela... secreta harmonia... deserto amanhecer... teu corpo inelutável... lagoa iluminada e seios úmidos... bosque sutil... pequena morte... jogo de espelhos e palavras... teu rosto desenhado no meu peito... à mesa um copo de absinto... duas palavras e voltamos a dormir... infame precipício...” (p. 86). Os procedimentos de análise de experiências são guias de leitura, no que prendem o elucidado “desespero”, o isolamento e o limitado prazer de Celso, quando a vida pudesse afigurar-se um pesado fardo, irado contra Marina, contra o violento mar, o amor eterno… A súmula de alegria - a “surpresa” … Num resumo analítico[132], estabelecem-se relações entre um fenómeno, no sentido da conceção de um episódio. Donde, uma ilustração de seis fatores envolvidos, no episódio Promessa de calor na aflição dela[133]: - Condições causais antecedentes, para a ocorrência reportada (antes do amanhecer, já levantado Celso da areia da praia onde dormiu, ao despontar do sol); - Fenómeno per se (“sacudidos ossos” ao sol, no limite do ser, entre eternas rochas, com a ausência de Marina); - Contexto (a praia junto ao mar ensoleirado); - Estratégias somente idealizadas de ação interativa (ser tomada Marina por indefesa a proteger, no que Celso escreve da sua possibilidade de “ajuda”); - Condições intervenientes (quadro “menino com pássaro” de Portinari…), - O que constrange ou facilita o incidente/fenómeno (recordações de encontros com Marina, num local partilhado e o fenómeno de imaginar um quadro) e - Condições consequentes (a dificuldade de continuar pela noite, sem a presença de Marina e a fixada promessa de calor humano). Nessa leitura duma abstração da experiência, um episódio pode ser idealmente estruturado, se bem que escapem as estratégias de ação interativa. Noutra margem encontram-se a filosofia (de Parménides e Heidegger), o jogo com textos míticos (Ájaz, Rei Marcus…). No “romance de ideias” de Marco Lucchesi, são vastos os domínios de conhecimento. Com o autor aprendi que, ao não aceder a “coisas em si”, tenho as coisas para mim e, talvez, nos apareçam amores e guerras, por prismas do entendimento e da sensibilidade. Dos fenómenos - as aparências - “O que sei?” No quotidiano, sei que vivemos de forma a criarmos conexões entre inauditos episódios, flashbacks, substituições de interesses/temáticas nem buscadas, redundâncias e omissões (como “lacunas de memória”), numa apreensão do que nisso assuma perene “relevância”. O núcleo duro, o “essencial”[134], segundo o autor? “Perdemos as palavras essenciais”[135]. Perdemos “baleias” naquele mar alto, enferrujaram-se as “bicicletas” e desapareceu o “corpo feminino em fuga”[136]. As cartas dizem muito “mais do que parece”[137]. 3 Do mundo poético “Tornei-me um leitor de Parmênides”[138] e de Heidegger No mundo eterno, Parménides colocou o “motor imóvel” do tempo, o “livre-arbítrio”[139], o “cálculo integral”[140] … “causa e concausa”[141] … “tudo em tudo”[142]… Bastará “puxarmos o fio…”[143]? Numa passagem paradoxal da breve (?) “novela”[144], logo vemos como “tudo muda” no (des)encontro, a par de “rádios, guerras, amores”[145]. Não há confissão, não há reparação, na “narrativa não projetiva”. As “narrativas” antes partem dela[146], nos “lugares comuns”[147], registados nas mensagens. O que procura despertar Celso? “A voz de quem morreu, não as histórias”[148]. Bastaria o alcance da superfície, na “voz” dela[149]… No início de Marina, nem se espera a finalização do encontro. Não é desejado o fim do amor. Um mal irremediável. Terá morrido? Obra de “criatividade” dissonante face a espectativas de cartas de amor, Marco Lucchesi coloca-nos a margem de manobra, uma deriva, mudado Celso em permanência e, nesse sentido, as suas posições emocionais básicas são sublevadas e revoltosas, sublimadas, substituídas. Existentia, como a explicitar? Quando numa página inicial, não numerada, o autor nomeia um filósofo italiano, Emanuele Severino (1929 - 2020), que escreveu sobre Martin Heidegger, que exploração de fenómenos “metafísicos”? Martin Heidegger[150], de que trata? Li algures que Heidegger se interessou por “atualidade, realidade, em oposição a possibilidade concebida como ideia”. Ser é a totalidade do que existe. “Aí onde está cada um de nós” - da sein, seria o lugar da nossa presença, duplicada pela sombra da subjetividade. Subjetividade é o vivido que torna algo maior, quanto dá à presença novas formas afetivo-cognitivas. Mundos universais musicais Tenho aquela “vontade” de mudar o passado[151] e de criar uma ideia prospetiva de florescimento. Do mito de amor a Marina, nem estranho virem três damas dar uma flauta a um príncipe, Tamino, que buscará a sua amada. A harmonia da música condensa o “universal”, atingidos géneros e variadas “vozes” trocadas, na “Flauta Mágica”, de Mozart (1756 – 1791). O poder unificador da música é uma metáfora para o príncipe neutralizar o mal. Outra das óperas que acompanham Celso? A ópera de Verdi (1813 – 1901)? Recuo, à procura de La forza del destino, de 1862, cantado por Galina Gorchakova. Será que soubemos escutar o ciciado na voz da atualidade e o que nem se abra ao previsível, no acaso, sem destino[152]? Vozes pessoais de visionários? Na aparência, as palavras são soltas numa poéticas. Meia página abala o leitor. Meia página, umas quantas linhas de “voz”[153] , “voz marinha”, vinda do mar, submarina. Marina. Na “poética da dissonância”, fica aberta a superfície ao “espaço descontínuo”, criado por Lucchesi para ela[154]. A inatingível voz dela? Não sabemos. Na aceção do termo “fragmento”, Heidegger sublinharia essa origem deslocada de textos únicos e incompletos, que deixam espaço por concretizar. Escritores como Lucchesi, coligindo fragmentos, escapam às “correntes literárias”, “movimentos identitários” e “evidências” repetidas. Um significado de recusa de continuidade no vestígio escrito, fragmentado, foi adquirido no mar, que não é terra firme. Todavia, com “intencionalidade”[155] na voz, “nunca poderemos deixar o mundo, o que nunca deixámos”[156], o mundo terreno. Numa particular fenomenologia[157], poder-se-á conceber a “suspensão de julgá-lo”. Como não julgar o mundo do pensamento oblíquo, da metafísica passada? Ficando pela rama, na área concreta, terrena (não marítima, à beira mar, o que “sobrenada” ...). No que importa, não estamos nós fora de água? É de todo difícil alcançar maneira de arrancar o “pensamento de superfície”, também a superfície da página de Marina encante, pela superfície que cobre os reflexos incessantes, os jogos de reflexos, como ilusões e evasões, que surgem e desaparecem. Se não for atingido o que aparece antes do fundo das letras, ficamos aquém de imergir: foi muito antes que Parménides e Heidegger viveram. É preciso dizer que a superfície não se confunde com a aparência - a realidade energética, a dança terreste, da vida dançante[158]. A máscara de Marina já arrasta a ilusão do que aflora (a superfície) – a “transparência da voz”[159]. Esconde-se ela algures, no “re-dobrar” do seu ser[160]. A sua aparência causar-me-ia a diligência em “lê-la” a preceito. A voltar a Parménides e Heidegger, a profundidade[161] do livro dá antes a explorar o ser e as coisas[162], ao invés da superfície (mas com a superfície), a sua luminosidade. Quando a metáfora da luz (do dia, do Sol, da Lua promissora do brilho dos olhos verdes…) não encontra um reino perdido que persiga o ser, quantas ideias ficam subterradas e obscuras ao leitor? Foi a partir daquele ilusório mundo de reflexos (a superfície), que alcancei a incerta profundidade. Será o outro mundo (“marinho”) contrastado ao ilusório da realidade e ainda aquele outro mundo perdura, mutável e instável, matizado de cor intensa e de brilho ténue de águas passadas. Quanto ao retorno à superfície, ao aparecer, no emergir de novo, volta a agitação do mar emocional, que se ressente, no que permanece do eterno esvaziamento. Ficou um poço vazio daquele outro momento de amor ou do que dele reste nas rochas imutáveis. “Tenho por ela um profundo afeto. Lembro-me de seu sorriso, ao piano”[163]. Quando “aparecer é um compromisso metafísico”? A “metafísica” foi além de physis. Cientistas designam a metafísica de “especulação” de ideias, tantas vezes incertas, com que se debatam. O que se entende por “real” é, nesse segundo sentido, o que ultrapassa a “realidade” que conhecemos por perceção (inter)subjetiva. O real é um referencial profundo[164]e infinito; a realidade é o que conhecemos ou julgamos conhecer. Numa mediação poética para a metafísica, “aparecer” situa a presença original no mundo do ser, sendo que o mundo adote a incerteza na errância (e na morada no novo mundo). ~ Quanto “aparecer” vive acima da superfície e da aparência das coisas, é o ser que reflete um inóspito caminho de linguagem reflexiva, aproximativa e assintótica[165]. No ato de escrever, Marco Lucchesi delineou-me a possibilidade de especulação, a liberdade crítica e a ironia, abertas portas à metafísica fenomenológica. O existir em processo trouxera-me antes outros saberes e, nos espaços do mundo daqui, foi indicada a deslocação para a saída de “ex-” (em “existir”). Entretanto, aprendi que existir alcança o sentido de “pôr-se de pé”, de acordo com a etimologia. Num apelo a erguer-se (pondo-se de pé), já o próprio ser permanece em lugar recôndito, na condição de vir a aliar o desvelamento do ente – objeto, coisa, um ser, Marina... Outros “reivindicam” para si o “estar-aí” (da-sein), dito que todos “querem, buscam, sonham com você” [Marina], um corpo no que não “fuja”[166], na errância noturna. Consequência da fuga da luz? Será ela dada a “despertar” outra, a emergente Marina de Celso? Encontra-se ela ausente, no que seria de voltar a abordar a limpidez, a superfície, a “transparência”[167] da constelação “prometida” de dois seres. Uma forma de profundidade incompleta. Numa lúcida forma de escrita, patamar de sonho lúcido, Celso encontra-se em guarda. O narrador não deseja “despertar [vidas escritas]” … Talvez busque tão somente a “voz” dela, naquele eco, em que ressoa a limpidez, alcançará outra “voz”. A quem dar “voz”? A Molly, no seu solilóquio, na primeira pessoa[168]. Molly, uma inigualável cantora de ópera; Marina, de que nem sabe Celso se se lembra… da voz, dada à imagem fugidia na melodia, ao piano[169]. O que passou não se encravou. No ser em mudança, serão cristalizadas mínimas recordações, rareando “o caminho da verdade”[170], sem saída (uma aporia) tantas vezes paradoxal. Guerras dos mundos de ideias As ideias “verdadeiras” e as guerras de “opiniões” não se consolidam, nas correntes do paradoxo. Conjugam batalhas sem fim: Parménides e Zenão vs. Platão; Nicolau de Cusa vs. os que não cooperavam… Numa oposição ao seu tempo, questão cerrada e a descoberto, foi a permanência e a transformação. Parménides reteve a pura permanência, unilateral. Exigente na “ponderação”, Platão (428/427 – 348/347 a.C.) dedicou-lhe um diálogo inteiro - Parménides, em que Sócrates levou uma revisão verbal dum oponente, Zenão de Eleia (século V a.C.), para o efeito de inquirir o sentido do Uno, cujas “absurdas consequências seguem (ou não seguem?) em contradição com a referida doutrina”[171]. E se o ser é múltiplo? “Parménides”, um arauto da “revolução”? Esse é um ponto de um “resumo” do livro. Sendo que o germe da destruição estivesse plantado[172], que revisões foram geradas, a propósito das suas ideias? O que queriam mostrar os eleatas, com Zenão adiante das forças, o arauto da geometria e dos estranhos números, o infinito e o zero? Uma revolução, no conceito de tempo: fluxo constante e deixa de haver presente? O paradoxo de Zenão assinala o contrário à opinião recebida e comum, para o tempo virar uma sequência de mínimos momentos separados, donde vivermos o presente e a mudança ser ilusão. Quanto ao espaço? Sendo uno, não dá condições a haver “lugar” e “aqui”. No espaço fragmentado só há “aqui”, ausente o movimento. A revolução tem sentido no paradoxo, forjadas inesperadas dissensões. “Mudam [os tempos e] as guerras”[173]. No século XV, novo sobressalto. Gerador de ódios por contemporâneos, Nicolau de Cusa (1401 – 1464) alarmou muitos, pelo acento na compatibilidade entre extremos. Encarou a conjetura de “opostos”[174], dicotomizado o mundo por valores antagónicos, quando se creia num ponto de vista considerado válido. Nova batalha. Era Napoleónica, em França e na Europa, no ano VIII (ou, no calendário vigente, datado a 9 de novembro de 1799). Contrastaram adesões e oposições a Napoleão, herói e anti-herói, arrebatado o poder no golpe “18 do Brumário”[175]. As mudanças foram inquestionáveis, com a chefia e as saradas guerras. A guerra entre Marina e Celso não foi uma constante, também não persistiu. No foco da maior peleja, a distância a Marina[176] antecedeu outra circunstância: o entendimento de “como [Celso] se vê”[177]. Num “sinal de transição, de deslocamento”[178], veio de Celso a afirmação séria, numa trégua consigo mesmo: “já não habito na distância”[179]. Anteriormente, despedir-se-ia dela, como um Catulo[180], numa linguagem coloquial, sem intensidade e sem profundidade maior… Poderia estar a recuperar o “habitar”, junto dela. Existirem compatibilizados, nas suas oposições, requer o significado: “habitar”. Talvez se encontre algures, na linguagem. Para “morar”, fica bem longínqua a raiz etimológica, no sânscrito - vatami -, cujo termo alemão é wesen. Dir-se-ia que Celso possa já “estar-aí” (da-sein)[181]. No seu lugar - aí -, à fluência não lhe faltará diferença. Como expor uma diferença melhor do que com o ruído feito pelas diferenças da fala e do canto de Celso e Marina? Revejo a aliança, a separação, o que nem quer significar uma divisão de opostos. Há uma distinção nas “vozes”, para um sistema caótico, em várias escalas de linguagens. A organização de mundos No século XXI, em 2023, há ordem para parar e avançar no terreno do ser. “Há mais de dois milénios…”. Heidegger[182] introduziu essa conjetura perdurante[183], nas primeiras palavras de Ser e Tempo. Fora há muito “esquecido” o que surgira em Parménides, uma abstração – Poema – “onde se encontra o ser e o ente”? Ente pode ser objeto, coisa, ser … E o ser é o mais próximo do ser humano, sem que seja “um Deus ou um fundamento do mundo”[184]. Não existe um ente sem um ser. Acresce perguntar: “o que significa pensar?”[185]. Pensa-se em alguém, um ser, enquanto as guerras matam pessoas. Desde que a nossa imaginação pejou o mundo de deuses, entre ninfas, dragões ou quimeras, foi feita a equação, pelo menos: esquecido o humano. Não neutro, mas esclarecido, Heidegger rebelou-se contra ter sido minada essa incógnita do mundo – o ser, o guardião da questão[186]. Colocado o tão saliente à parte (o ser) e juntas as palavras a ideais, “ordenaram-se” melhor as coisas. Nessa incessante transformação, contra as utopias, foram cometidas “supressões” de coisas, acrescentos de quimeras, os “suplementos”, esquecidas possíveis “deformações”[187]. Aguardado o alvorecer da modernidade líquida, após a linha humanista dos anos sessenta do século passado, ainda seria antecipado o outro tempo do ser frágil, das diferenças e vulnerabilidades acrescidas. Vemos superada a razão não linear, o princípio da não-contradição[188], a alinhar o excluído. Arrastamos até mesmo para a paz a “coincidência de opostos”[189]. No reiterado pensamento ímpar de Lucchesi, um visionário de saberes ontológicos, preside o ser humano que é pensado, dito que ser e não ser não sejam iguais. Os seus conhecimentos são buscados entre um que é muitos[190]: ser e não ser e “ser de todo o ser”, na expressão de Giordano Bruno (1548 – 1600). Ruínas e salvação Um genial revolucionário, Giordano Bruno, foi o que retomara o ser, em On the infinite universe and worlds (“Sobre o infinito, o universo e os mundos”). Recordado num post scriptum[191], o opositor, Bruno, foi morto. Para mais escrevera “A ceia das cinzas”[192], em gritante contraste com o fogo da paixão. Deu-se ao desfecho inolvidável, à morte horrenda, após outra intrincada conjetura resistente à “ignorância” por dogmatismo e ceticismo do tempo. Bem além e aquém do “estar aí“, em substancial presença, o que resiste à fixação ao lugar encontra-se na imaginação, em múltiplas superfícies, no não linear, cujas diversas escalas se coloca Marina. Celso vive numa efetiva transição temporal, quando “o agora é um índice [indicador] da eternidade”[193]. Quando ainda se creia na “eternidade do mundo”[194], uma exceção. Enquanto nos insurgimos, Marina poderia “fixá-lo” ao passado em comum[195]. Na “correspondência” truncada, o narrador assumirá a perspetiva de “crer na eternidade do ser. Mundo sem fim e sem Deus. Essa é a ideia que me salva”[196]. Ademais, imaginar a “eternidade” não diz que não se “aclare a contingência” [197], o acaso, por contemplação intuitiva[198] e sensível. No perpétuo salto entre histos, reparo no ocaso do relacionamento, na paragem e esgotamento dum percurso: “[As cartas de Marina, “ibérica prudência”?] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo. Cartas inúteis e vazias! Abracem do não ser a eternidade!!”[199]. Creio no indecidível. Não cumpriremos todas as “promessas”, as coisas voltarão a ser as mesmas nas guerras e nos amores à beira mar: o “vestido azul”, a “pedra”, os “passeios” e as “bicicletas”[200]. Recordações e ilusões para “todas as cartas em princípio circular”[201]. “Quem sabe se…”[202], se “tudo se passa aquém da superfície”[203]? A verdade - domínio duplicado da aparência - agarra o “desvendamento”[204]. Da substância/essência não temos algo, além da aparência. E ainda que deixássemos há muito de atingir “as coisas em si”, vivemos demasiado no escuro em volta. Quanto muito, realizemos nova viragem às partes, quando “o passado é órfão do presente [índice de eternidade]”[205], no mundo compartimentado. Vivemos num “tempo inabordável”[206]. De forma paradoxal, deixámos o “museu”[207] e as “espécies” à solta, que diminuem com seres impreparados. Do ser e tempo[208] à nova hermenêutica, reatada “presença”, o que “aparece” no “compromisso metafísico” com o ser[209]? Numa filosofia para o século XX, o existencialismo ainda contou para O ser e o nada[210], no que importou o significado, o valor e o propósito da vida. Na época, avançado distanciamento/estranheza[211] face ao “teatro de sentimentos”. Na Europa, tanto “narrativa”, quanto “ficção” deram lugar ao “novo romance”[212], uma mistura de atores sociais e coletivos, de géneros misturados, uma “polifonia”[213]. A psicologia da vontade e a narrativa Na psicologia então emergente, William James[214] discriminara a “vontade de acreditar” do que queremos fazer “desacreditar” - o que seja convencionado para a época ou para a “troca” correspondida de “cartas” a e-mails, o que escape à explicação e/ou à compreensão[215]. Narrativa, na psicologia pós-racionalista, congregou a ideia de que “contadores de histórias” seriam os que estariam incrustados ao amor e ao sofrimento. Como sublinhado, nas teorias semânticas, havia outras “vozes” e “polifonias”, quando um discurso se enuncie. Fora enunciado. Ademais as (re)autorias e sensibilidades eram provenientes doutros domínios de saber, tomadas por empréstimo (nas teorias feministas, na narratologia, nas ciências sociais e humanas…). As temáticas ganharam sentidos segundos, o significado de ridículo e a ironia alcançou outra voz crítica, ainda com o romance de ideias. Com Laurence Stern[216] é possível “justificar” uns “resumos” dum Celso[217]. Os condensados foram ordenados, entre “ideias confusas”[218] dum amor límpido. Num modelo dos mundos emocionais e do “eu em processo”, as “organizações de significado pessoal” (OSP) remeteram, em fim de século, a "metáforas básicas da descrição do real”. Traduziram apreensões dinâmicas para “estrutura da personalidade” e consumaram “significados”, para formas de dar sentido à vida. O modelo OSP, de Vittorio Guidano Vittorio Guidano foi um psicoterapeuta romano, que viu a criatividade como possibilidade de transitarmos duma para outra organização de “significado pessoal”, da falta e perda à reorganização noutra emoção, talvez pelo receio da distanciação. Correu na margem de entendimentos do corpo e da culpa. Concebeu uma epistemologia, com Leslie Greenberg, Humberto Maturana, Michael Mahoney e Óscar Gonçalves. Numa visão emocional integradora, a faceta de experienciar a vida (I, em inglês; o nível de “eu experiencial”) nem se opôs mais a “significar” a experiência (a narrativa da experiência). Pode ser dado o exemplo buscado no que conheci em Guidano e num seu amigo, Leslie Greenberg, de saúde mental. Quando com eles estudei, partiram dde G. H. Mead[219], entre muitos outros. No sul africano Leslie Greenberg[220] senti a primazia conferida a existir, tão visceral, no âmago da experiência imediata, o "eu". Frente a frente ao vivido subjetivo, Vittorio Guidano[221] colocava-se noutro plano de conhecimento: o “mim reflexivo” (me, em inglês). Contrastava na relação à energia de Greenberg, uma “presença” por inteiro, uma conexão no momento, em níveis diversos (físico, emocional, cognitivo e espiritual), ou seja, havia uma consciência da plena experiência corporal e emocional, vontade de escuta ativa, busca de compreensão. Modelos para fazer mundo Na distância cavada, lemos que “a gota do mar é pequena, quando o tempo de ausência seja longo.” A memória nem se esvai na comparação e compreendido desgaste. O “piano – sobrenada”[222] … – voga à tona de água, assim sendo a memória[223], num “abismo líquido”[224]. Poderia ser a voz “atemporal”[225], inesquecível, aquela voz entretanto quebrada de Marina? Tendo lá permanecido uma presença, não se cravou… No incomensurável passar dos anos, quais “cardumes de palavras”[226], arrastaram “o vazio”[227]. A eternidade deixou de ser. Morreu um mundo terreno junto do mar. O eco imaginário de Marina, na ausência quedou-se. Existem as “rochas” [que] continuam imutáveis[228], fustigadas por ventos e marés. Do revolto mar à mata-bioma e às pedras encalhadas, sobressai o abandono, nas “correntes indomáveis”[229]. Celso, continente/recetáculo, sem mãos. Haja o que desapareça e volte com a “correnteza”[230]. Sem alcance do “mundo submarino”[231], as águas não brilham. Somente na “superfície” são “transparentes” [232] águas, para um mundo que foi desarticulado e fragmentado em partes. Como referido, no uno, teríamos um mundo total e eterno. Numa perspetiva particular, um amigo meu acentuou a condição física, metafórica e metafísica (“especulativa”) do ser. Sem ler Marina, António Maurício enfatizou o transitório – o humano para “ondas do mar” (o seu mundo parcial). Na expressão oral, coloquei as suas palavras de permeio, com parênteses retos, para elucidar o refletido do infinito: Em resumo, e metaforicamente, parece-me que [esse processo humano, dinâmico instável] tem semelhanças com o que acontece às ondas do mar[233] (…) configurações/formas locais e transitórias desse mar/suporte e alimento de todas as outras formas/configurações potencialmente possíveis do mesmo. Que podem nascer, crescer, viver/existir, reproduzir-se e morrer/deixar de ser/existir, porque são fenómenos/seres transitórios. (…) Mas não é por isso [por haver formas locais e transitórias de mar], que o mar/vácuo quântico/TAO/[234]o sem nome/... (pressuposto background/suporte/meio/ e fim de tudo o que é possível, e por isso intemporal, Total, global, cognoscível e/ou incognoscível), sem ser… seja redutível a qualquer aspeto antropomórfico[235] .... mas contendo-os... O meu amigo tem uma conceção física e de recipiente – o “vaso vazio”, o inamovível Uno[236]. Nessa substância, Maurício faz conter os mundos parciais contrastantes. Na “leitura desviante”, colocamos “entrelinhas”[237]. A “colocar parêntesis” no que se saiba ou julgue saber, houve um retorno ao mundo, no abalo cultural da consciência. Na aproximação a coisas[238], podemos condensar “cardumes de palavras”[239], no que sobreviveu unido, o par que se afastou: As “cartas deitam iodo [como o mar] e sal… [como lágrimas] [240]… novo sal”[241] Crescem as ondas que me arrastam para dentro [daquele mundo submerso]. Põe-se Celso “a nadar“[242]. [No mar] Haveria “… a correnteza“… e entretanto “as ondas sobem cada vez mais altas… Já não encontro salva-vidas. [Celso dirigindo-se a Marina, pede-lhe uma vez:] Nademos juntos”[243]… No relacionamento, terá havido … um “naufrágio e tempestade”[244]. Até no “perigo de [Celso] afogar-se na praia”[245]. Ergue-se, subleva-se ele, humano, que “não tem guelras nem escamas”[246] … No salva-vidas da terrena praia, onde não “para de chover” … “mal sei nadar em tanto azul… [Celso] Andava a saltar “nas rochas, acima do cinturão das algas”, mas mergulhara no mar, “quando é escassa a correnteza”[247]. “Caminho sobre a chuva, ondas revoltas [no mar], branca espuma”[248] … “nadar [para] tão longe” …[249]. Na deriva, as “leituras desviantes” de uma temática[250], colocam vários caminhos de leitura. Não fosse o vazio deixado de palavras… [Sempre permanecem] “As pedras [que] rugem no bater das ondas”[251] [instáveis]. [Muda o significado de] “Praia - Cadeia alimentar, baleias, pescadores”[252] … “Sinto no meu corpo a maresia [que muda também, após a vazante, de cheiro intenso do mar] e assim transformo o sal em novo sal”[253] [Em casa] O “relógio de areia” de Celso, quando se encontrava com Marina, no passado, “ficava na estante” … [porque o tempo era subjetivo]. “Um belo dia [a ampulheta] quebrou-se” … “Vinte anos” separaram [Celso e Marina] … quantos “grãos” de areia [na ampulheta] são necessário” para tanto tempo passado?[254] “… ao dorso da onda fria, apressa o coração”[255], sendo que o sal eliminado, baixe a pressão[256] [arterial] e “transformo o sal em novo sal”[257]. Nova vida. As palavras vão e vêm, na modernidade líquida. A tornarem-se as palavras “úmidas”, é o sinal de sofrimento no “sal” e na “lágrima” salgada. Qual garrafa que se joga ao mar? Flutuaram ambos num domínio intemporal, deram-se a palavras inevitavelmente “fartas de imprecisão, saudosas da beleza”[258]. E que “cartas” se virão a “salvar” do mar do esquecimento, com agrestes “ventos do Atlântico”? Na insana movimentação vital, Celso “decide [a dado momento] atravessar a maresia”[259] e quedou-se o mar de distância entre si e Marina[260], ao primeiro e-mail dela, seguido-das imagens coloridas, palavras dela. Marina aparecer-lhe-ia na imaginação dovbelo solilóquio de Molly Bloom[261], um encantatório eco. É dele o repente, quando não queira voltar ao passado: “Não me afasto deste mundo de areia… Passam navios à distância”[262]. Em terra firme, Celso, não sai de si mesmo. No final do livro, arredio, Celso dará conta do inesquecível mau tempo, em que se sentira “naufrago”, abraçado ao não-lugar[263]: “Passada a tempestade, me afogo nos teus olhos [verdes e do mar]”[264], olhos de luz fina e penetrante. Do repetido reparo no olhar de lince, o que ficamos cientes do passado na marinha de salinas, na praia e noutras paragens? A lembrança foi ter à imagem da “jovem” Lívia, sua prima e amiga de Marina… [Lívia] “deu-se às ondas”[265]. Deixou de ser. Condenado, Marcus, perdeu alguém; Celso perdeu Marina, não fossem as “fugas” intempestivas. Anunciado casamento ou “condenação”, na escuta de Grande Missa em Dó Menor, K 427[266], de Amadeus Mozart (1756 – 1791), o significado diverge, para o cineasta Robert Bresson[267]. A perda não justifica uma causa, que seja culpa de falta de pontualidade dela ou o atraso dele. Preso ao antecipado mito: “Cheguei tarde como o Rei Marcus”[268], já que a bela Isolda amava Tristão e vogariam num barco do amor à beira mar[269]. No enlevo por Isolda, Celso assumia encontrar-se na condição do rei[270]. Outro fora a lição de Orfeu[271], que olhou para trás… “Não se ergueu” (no existir). E como a palavra concretiza o pensamento (quando o alcance), em inumeráveis mundos atingimos a parte num ou noutro fator – o mar subterrâneo, o envelope na palavra, uma sinédoque. A crer na memória “líquida”, mais uma vez, em imaginação de Marina[272], Celso “lembrou-a” de que já teriam pisado as pedras até à onda, ao imenso mar[273] Quando o a sair último apaga a luz Na ausência de fundamentos externos e de princípios internos, temos o reino perdido do ser. No mundo abandonado, aliado no estranhamento, é o esquecimento (“o fundador”) uma implicação do recuo do ser[274]. Como constatado, em Heidegger[275], surgiu o ser, um dos seus dois temas constantes. Como ser nem seja fundamento, nem seja princípio, incorreria na dobra original “ser-ente”[276]. Donde, a possibilidade de “re-dobra” do ser em Marina. Para o incauto efeito, somente desviando-se um autor, poderá recuar o ser, em que as hierarquias da existência passam a ser independentes (ser e ente), deixando de fazer sentido o que veio primeiro. Nenhum deus alguma vez pode unir o disperso, nos tempos que correm. Em Heidegger (1986 [1982]), para quê escrever “Porquê poetas”. Andaria o filósofo nos caminhos da floresta obscura, no que recuaria e o conduziu a Hölderlin (1770 — 1843): “E porquê poetas em tempos atribulados?[277]” Além da destroçada condição de “autor-idade”, o autor deslocou-se à poesia de vestígios inacessíveis. Marco Lucchesi pode ter atendido ao segundo tema de Heidegger, quando foque o eterno, em Parménides[278]. Visado fundamento do enigmático “pensamento”: leu as primeiras descobertas nos fragmentos ou vestígios escritos. De Marina, Lucchesi arrasta já o leitor às primeiras interrogações, como nos ousados fragmentos pré-socráticos incompletos, desbravados e arredios a um ponto, excêntrico a linhagens ou a “influências”. Ocorre pensar noutro ângulo de visão criativa, sem articulação entre o próximo e o longínquo, alcançado um brilho lateral, que perpassa na contemporaneidade. Qual será o derradeiro lugar em que pulse o pensar? – Pergunte-se. Em Poema, de Parménides, fragmento de conceitos acutilantes. Possuímos além da “dobra” constitutiva do ser (nos limites entre ser e ente), a prerrogativa de interrogar, de hesitar, de duvidar e de afirmar. Em que mundos desaparece e reaparece a consciência? Resposta: Nos dias que se sucedem a noites, a alternância revela-se à consciência, no sonho e na realidade percetiva. Da diferença entre mundos, Marina, o que perdura na ausência? Memórias de palavras “recorrentes: o nada, a Morte, abismos e fantasmas”[279]. Perdura o “sonho” no eterno “menino”[280]. Em Marina, o coprotagonista Celso, um retirado fazedor de “não histórias”, afigura-se retirado, o que não significa derrotado. Noutra asserção crítica, quando não se bata em retirada, poderão ser dados saltos na compreensão duma obra de múltiplas leituras. Foi no Prefácio à segunda edição de Crítica da razão pura, que Kant alertou para o pensamento, cujos “saltos temerários” nem seriam escusados. Poder-se-ia ir mais longe, no arriscando, nas nossas frágeis sociedades, a ponto de nem ser dito o que se pense, nem ousar-se o criticar. [1] Lucchesi, Marco. Marina. Santo André (SP): Rua do Sabão, 2023, p. 89. Quanto à “romaria de formigas” (p. 78), a ser desfeita, “vivo em guerra contra os cupins…” (p. 23). “Só as cartas ficaram intactas. Desprezadas até pelos cupins” (p. 24). “Pobres cartas! Ai de nós! Indigestão de todos os cupins” (p. 28). Afinal, outra maçada, será o velho computador perder cartas, “perder tudo” (p. 89). [2] A crença no acesso à profundidade teve os seus dias melhores, quando se acreditou numa via única, uma dimensão da base ao topo, entretanto barrados os códigos e a exatidão, buscada na modernidade. [3] Marina, p. 73. [4] Marina, p. 56: Marina possui uma “beleza transitiva”. Marina, p. 60: “Sou trilho morto, intransitivo [que não chega a ela]. Se não te alcanço não me basto”. Marina, p. 71: o caráter transitivo, sendo o que muda, aproximou-se de “sinal de transição, deslocamento”. [5] Marina, p. 27. [6] Marina, p. 76. [7] Marina, p. 76. [8] Marina, p. 15. [9] Marina, p. 13. [10] Marina, p. 87. [11] Marina, p. 13, p. 17. [12] Marina, p. 67. [13] Marina, p. 85. [14] Marina, p. 85. [15] Marina, p. 91. [16] Marina, p. 55. [17] Marina, p. 87. [18] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [19] Marina, p. 86. [20] Marina, p. 72. [21] Marina, p. 69. [22] Marina, p. 84. [23] Marina, p. 33. [24] Na alusão do autor, a xilogravura de 1507, de Hans Schäufelein the Elder? Um idoso, “o mais velho” (the elder). Ou “Cristo diante de Anás, do espelho da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”, também de 1507? [25] Marina, p. 22. Parménides é também referido na p. 35 e na p. 98. [26] Marina, p. 49). Ulisses representa o que enfrentou perigos e riscos do mar, explorando o mundo. Escritores foram “navegadores”, por caminhos sem guia e sem antecipação, como James Joyce (1882 – 1941). [27] Marina, p. 49. [28] Marina, p. 71. Celso efetua ainda um recuo, quando “uma janela abre-se ao vento” e se desfaz o enlevo com Marina. Concretamente, recuo terá o sentido militar, na guerra. [29] Marina, pp. 34-34. [30] O vaso é um recetáculo, um contentor para as coisas sensíveis, no Timeu de Platão, datado de 360 a.C. Identifica a chora, no que acolhe as coisas em devir. [31] Marina, p. 89. [32] Marina, p. 77. Nas folhas ímpares, são dados a ler “resumos”, como o da página 27: “Sobre a morte das cigarras e o motor imóvel. As garras do leão. Livre-arbítrio, borboleta e tempestade. Software e cálculo integral. Termina com um verso de Mallarmé.” Geralmente, os “resumos” são ampliados em textos de duas páginas. [33] Marina, p. 81. [34] Marina, p. 43. [35] Marina, p. 89. [36] Marina, p. 78. [37] Marina, p. 67, post scriptum: “Leitor de pássaros, sou como um áugure romano a decifrar tua mensagem”. Na Roma antiga, desde o século VIII a.C., os sacerdotes tornar-se-iam augures, tirando presságios, partindo dos voos, do canto e das entranhas de pássaros, entre outras aves. [38] Marina, p. 89. [39] Marina, p. 87. [40] Marina, post scriptum, p. 98. [41] Marina, p. 50. Na perspetiva computacional, disse-me um informático, a diferença é nítida entre significado e semântica: “fornece-se uma semântica para um argumento (ou seja lá o que for), quando se fornece um método de traduzir os símbolos, que contém para qualquer coisa que tenha significado: dar uma semântica para uma linguagem pressupõe, ou envolve, uma Teoria do Significado. Contrasta com a sintaxe, que é apenas a gramática formal do sistema, que determina que os símbolos estão corretamente juntos ou não. Pode assim seguir-se uma sintaxe do sistema sem ter a mínima ideia da sua semântica”. [42] Marina, p. 43. [43] Marina, p. 18. Na Ilíada, poema homérico, salienta-se o belo e valente Ájax, com que lutou Heitor, sem vencedor ou vencido. [44] Marina, p. 53. [45] Marina, p. 35. [46] Marina, p. 36. [47] Marina, p. 83. [48] Marina, p. 39. [49] Marina, p. 79. [50] Marina, p. 86. [51] Marina, p. 49. [52] Marina, p. 18. A Guerra Fria, tensão geopolítica, no final da Segunda Guerra Mundial (1945), abrangeu Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), desde a Presidência de Truman, em 1947, tendo fim na dissolução da URSS. [53] Marina, p. 31. [54] Marina, p. 35. [55] Quando a alegoria apresenta dois significados, literal e figurado, as palavras, cujo significado seja literal, devem dar lugar ao significado alegórico (figurado). [56] Por extensão, ao mundo subaquático, Marina, p. 50: “… o abismo líquido”. Marina, p. 37: “um líquido destino terra adentro. Marina, p. 79: “Presumo que se lembre (ó, líquida memória!) da onda que das pedras nos levou ao mar.” [57] Imagino até mesmo O mundo à minha procura, de Ruben A, um relato autobiográfico em que o escritor dá conta da vida e da escola, que “esquece os livros”. [58] Marina, p. 49. [59] Marina, p.54. [60] Marina, p. 65. [61] Marina, p. 65. [62] Marina, p. 13. [63] Marina, p. 27, p. 29. Na mesma página 29: “de dez mil dias” …, após o “terremoto” - “uma “falha sísmica”. [64] Castro, Ruy. A vida por escrito: ciência e arte da biografia. Lisboa: Tinta da China, 2023., p. 16. A “literatice” passa pela ideia de um biógrafo atravessar a pessoa-personagem, para dela extrair o que não saiba de si mesma nos pormenores, para o efeito de conceção de episódios “inesquecíveis”. [65] Marina, p. 16. [66] Marina, p. 13. [67] Marina, p. 89. [68] Marina, p. 13. [69] Marina, p. 37. [70] O interminável percurso, é destacado na página 93. O texto continua com a presença do tempo, para “Zenão de Eleia: Aquiles corre com a tartaruga”, um paradoxo da verdade de Parménides, numa demonstração “por absurdo”. [71] Marina, p. 16. [72] Marina, p. 54. [73] Durante uma noite, após ter querido escrever insistentemente uma sonata, o compositor italiano Giuseppe Tartini compô-la a dormir e a sonhar. Intitulada O Trilo do Diabo, imaginou que o próprio maligno lhe apareceu em pessoa para tocar violino e o “ajudar”. Ele não era capaz de terminar a obra musical, mas quando acordou conseguiu acabá-la com a única parte da música de que se lembrava. [74] Jung, Carl. (1954 [1951], p. 123) [75] Marina, p. 73. [76] Marina, p. 56. [77] Marina, pp. 55-56: “A jovem [caveira sem carne] cedeu sua beleza ao brinquedo”, tratando-se de morta, que na urna funerária tinha a sua boneca de marfim, segundo Marco Lucchesi, preservada do Tempo dos antoninos, na Roma antiga, pelo autor. Portanto, aquilo, demarca a figura histórica, no achado brinquedo, que a acompanhou na urna. https://en.wikipedia.org/wiki/Crepereia_Tryphaena [78] Marina, p. 56. O “espelho inverso”, do aveso, passa o par a dois contrários ou simetricamente opostos. [79] Marina, p. 69. Quem diga a transformação dela alude à sua representação no quadro de outra. [80] Um poço é um recetáculo, a chora, em Platão. Um continente retém um conteúdo, as ideias sensíveis. [81] Marina, p. 50. [82] Marina, p. 96. Nessa página, é salientada a comunicação, quando gatos ronronam e cães latem. [83] Reis, Carlos, & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, pp. 152-155. [84] Idem, pp. 152-153. [85] Marina, p. 86. [86] Marina, p. 91. [87] Marina, p. 86. [88] Marina, p. 63. [89] Marina, p. 95. [90] Marina, p. 54. [91] Marina, p. 73. [92] Marina, p. 96. [93] Marina, post scriptum, p.97. [94] Reis, Carlos & Lopes, Ana Cristina M. Dicionário da teoria da narrativa. Coimbra: Almedina, 1987, p. 154. [95] Marina, p. 91. [96] Strauss, Anselm, & Corbin, Juliet. Basics for qualitative research: Grounded theory procedures and techniques. Newbury Park, CA: Sage, 1990, p. 96. [97] Marina, p. 95. Numa intercalação da história de Proteu com o mito de Orfeu, essa invenção do poeta romano Virgílio (70 a.C. — 19 a. C.), encontra-se nos versos de número 453 a 527 do Livro IV, das Geórgicas. [98] Marina, pp. 71-72. Vale ouvir a rádio Orfeu … Ouço distante a voz de Orfeu. [99] Marina, p. 80, p. 86. [100] Marina, pp. 79-80. [101] Marina, p. 80. [102] Marina, p. 49. [103] Marina, p. 91. [104] Marina, p. 91. [105] Marina, p. 49. [106] Neymeyer, Robert A. & Mahoney, Michael. Construtivismo em psicoterapia. Tradução de Mônica Giglio Armando e Fábio Appolinário. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas, 1997, p. 173. [107] Quem diga texto, poderia referir-se a trabalhos com que um texto se cruza, num filme, romance ou peça de teatro. [108] Forster, Eduard Morgan. Aspects of the novel. New York, NY: Harcourt, Brace and World, 1927. O “enredo” (plot) distingue-se da “história” (story), na medida em que o enredo ordena os acontecimentos de forma temporal e de forma causal, mas a “história” limita-se a ordená-los no tempo. [109] Scholes, Robert, & Kellogg, Robert. The nature of narrative. New York, NY: Oxford University Press, 1966, p. 207, pp. 238-239. [110] Angus, Lynne; Lewin, Jennifer; Boritz, Tali; Bryntwick, Emily; Carpenter, Naomi; Watson-Gaze, James, & Greenberg, Leslie. Narrative Processes Coding System: A Dialectical Constructivist Approach to Assessing Client Change Processes in Emotion-Focused Therapy of Depression. Research in Psychotherapy: Psychopathology, Process and Outcome 2012, 15(2), 54–61. DOI: 10.7411/RP.2012.006 [111] Marina, p. 23. [112] Marina, pp. 79-80. [113] Marina, p 83. [114] Marina, p. 94. [115] Marina, p. 71. [116] Marina, post scriptum, p. 76. [117] Marina, p. 23. [118] No risco de morte no mar bravo, noutro lugar: “… ao dorso da onda fria, apressa o coração” (Lucchesi, 2023, p. 71). [119] Marina, p. 23. [120] Marina, p. 23. [121] Marina, p. 80. A expressão é atribuída pelo autor a um livre pensador, Lucilio Vanini (1585 – 1619), que se autodenominou outro, nas obras publicadas como Giulio Cesare Vanini. [122] Marina, p. 83. [123] Marina, p. 93. [124] Marina, p. 93. [125] Marina, p. 14, p. 79. As baleias primam nos seus “afetos radicais” (p. 79). [126] Marina, p. 93. [127] Marina, p. 93. [128] Marina, p. 93. [129] Marina, p. 95. [130] Marina, post scriptum, p. 99. [131] Marina, pp. 85-86. [132] Strauss, Anselm. Qualitative analysis for social scientists. New York, NY: Cambridge University Press, 1987, p. 32. [133] Marina, p. 91: “Antes do amanhecer, sacudo meus ossos na areia. O mundo frio no vapor das ondas [do mar], enquanto o sol desponta, bem depois, nas rochas que me vedam o horizonte [limite]. Sem que você soubesse, caminhamos lado a lado. Não sei até que ponto lembro tua voz. Tudo que diz e deixa de dizer [adiante, num eco repetido]. O modo, sobretudo a transparência da voz. Como o menino e o pássaro de Portinari. Te vejo, assim, ferida, a proteger-te. Promessa de calor. Será difícil atravessar a noite”. [134] Marina, pp. 13-14. [135] Marina, p. 54. [136] Marina, p. 14. [137] Marina, p. 13. [138] Marina, p. 22. [139] A noção de “livre arbítrio contracausal” indica a decisão livre, não determinada por uma causa, um motor. [140] No cálculo integral, pensa-se na heurística, de Arquimedes (287 – 212 a.C.) , com a finalidade inicial de calcular áreas e volumes e seguir a pista e gravar o movimento dos corpos celestes, do sol, da lua e dos planetas, no que se partiu da aritmética e da geometria. [141] Concausa introduz a causa, que coexiste com outra causa, cujo efeito seja conjugado. [142] Marina, p. 27. [143] Marina, p. 27. [144] Marina, p. 13. A brevidade contrasta como o longo tempo que passou, após o encontro prolongado. [145] Marina, p. 43. [146] Marina, p. 69: “Teus olhos sabem narrativas”. [147] Marina, p. 87. [148] Marina, p. 91. [149] Marina, p. 91. [150] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, (1970 [1947]), p. 65. [151] Marina, p. 75. [152] “O acaso dá-nos os pensamentos, o acaso retira-no-los”. Esse é um pensamento de Blaise Pascal (1623 – 1662). [153] Bakhtin, Mikhail M. Speech genres and other late essays. Austin, Texas: University of Texas Press, 1986. Partindo de “géneros de fala”, certas vozes farão coisas diferentes. A noção de “voz” tornou-se um conceito adequado e útil para a caracterização do narrador num texto: “quem ‘fala’”. “Quem é ‘ouvido’”, “quem expressou algo” … A ser “dada uma voz”, a “voz”, conduziu à critica de uma só voz, com Bakhtin. Na conexão de “voz”, com as ciências sociais, avançamos entre “múltiplas vozes”. [154] Marina, p. 13. [155] A “intencionalidade” em Edmund Husserl (1859 – 1938) e) colocou-se em “Meditações cartesianas”, para a forma basilar da consciência e dos processos psíquicos: “consciência de alguma coisa”. Donde, a proximidade das coisas. [156] Lévêque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Publico, 2001, p. 13. [157] O mundo e a consciência veem em conjunto, dum único golpe: se o mundo é exterior/interior à consciência, o que escape é o ribombar de “tempestade”, o espanto perante uma explosão, o ribombar do trovão. [158] Marina, p. 75. [159] Marina, p. 91. [160] A ser retomado o sentido do ser (do ser em si mesmo, do ser do “homem” e do ser do pensamento), com Martin Heidegger (1889 – 1976), a “metafísica” ganhou terreno, na tradição filosófica. Ficou a crítica ao que tenha sido “esquecido” - o ser, com frequência, entre Platão (428/427 – 348/347 a.C.) e Nietzsche (1844 – 1900). [161] Na etimologia de “profundidade”, “pro” indica uma direção a, e “fundus” é o esvaziamento, por extensão de fundo. [162] Na especificidade, “coisa” denota o objeto natural. Acresce o tratamento dado ao objeto ou ao termo natural-artificial, ao real-irreal, ao mental-físico. Na filosofia, “coisa” incorre numa aparição, vaga presença, quando faltem as palavras, por incerteza na “errância”, falhado o alvo … Uma tempestade abrupta, uma explosão. Coisa chega a ser conhecimento, imaginação, vontade... [163] Marina, p. 81. [164] Num referencial da personalidade do adulto, adiante aludido, a psicologia pós-racionalista enquadra um modelo da realidade humana, que conjuga a experiência e o significado da experiência (“eu-mim reflexivo”). À superfície emocional da infância, estudada em John Bowlby, o psiquiatra Vittorio Guidano, aliou a “organização do significado pessoal” (OSP). [165] Uma assíntota, na geometria, para uma curva plana, é uma linha que explora uma distância infinita em relação a um ponto (P), quando esse ponto se distancia ao infinito, sem jamais encontrar a linha. [166] Marina, post scriptum, p. 76. [167] Marina, p. 91. [168] Galindo, Caetano W. Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, pp. 1104-1106. [169] Marina, p. 43. [170] Parménides. Fragments du poème de Parménides. Paris: PUF, 1996. Na primeira parte do poema, foi concebido um saber puro, a “verdade”, que afeta a via dos jogos de aparência das coisas, vindo a duplicar as aparências, no “desvendamento” (a-letheia, no grego clássico). O Uno, em Parménides, deixou-nos a mensagem fragmentada, na “revelação”, a “abertura”, a verdade escrita, no poema Sobre a natureza. Tanto as diversidades do mundo exterior, quanto as “opiniões dos mortais” (referidas num décimo da segunda parte da obra – o mundo da aparência), foram distanciadas da contemplação. Parménides inspirou a noção de Platão, para a dialética (partindo de duas ideias opostas, gerada uma síntese). [171] Platón. Parménides. Tradução de Guillermo R. de Echandía. Madrid: Alianza, 1987, pp. 55-56. [172] Na circunstância, as tensões antagónicas, entre a unidade e a diversidade, haviam sido protagonizadas por Parménides e Heráclito (cerca de 500 – 450 a.C.). Forçada a ultrapassagem da disputa inicial? [173] Marina, p. 43. [174] Nicolau de Cusa manifestou a sua forma de pensar num mundo em transição, tendo defendido a necessidade de contingência (coincidentia oppositorum), por parte da natureza e aderiu à contemplação intuitiva, em que o conhecimento fosse a unidade dos contrários (no livro Docta ignorantia, “Sobre a ignorância aprendida/sobre a ignorância científica”). [175] Marina, p. 35. [176] Marina, p. 31. [177] Marina, pp. 27-36. Na página 27, assumido ter-se tornado “perigosos”, na página 35, Celso diz ter medo de si mesmo. [178] Marina, p. 71. [179] Marina, post scriptum, p. 97. [180] Marina, p. 87: “[As cartas] Terminam com abraço afetuoso, promessas impagáveis e mil beijos de Catulo”. Catulo foi um poeta romano (87/84 a.C. – 57/54 a.C.), entre outros “modernos”, criticados por Marco Cícero, um contemporâneo, escritor e autor de cartas, mas que mudou a literatura europeia, com impacto no século XVIII. [181] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970 [1947]. Na parte final de Carta sobre humanismo, Heidegger esclareceu: “não eis-me aqui! mas sim, se posso expressar-me num francês obviamente impossível, ‘être le là’ e o ‘aí’ é precisamente a-letheia. Como esquecer que da-sein representa o “estar aí”, o “habitar”? [182] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [183] Uma ontologia dedicada ao ser, existência e realidade. [184] Heidegger, Martin. Lettre sur l’Humanism. Paris: Aubier, 1970, p. 77. [185] Heidegger, Martin. Que veut dire penser? In Essais et conferences. Paris: Gallimard, 1958. [186] O ser foi abandonado, quando se colocou adiante o ousia. No saber dos ousiai, enfatizadas substâncias. [187] Goodman, Nelson. Ways of world making. Indianapolis, Indiana: Hackett, 1985, pp. 7-17. [188] Marina, p. 93. Na lógica clássica, uma proposição não pode ser, em simultâneo, “verdadeira” e “falsa” (princípio da não contradição). Uma proposição é falsa ou é verdadeira (princípio do terceiro excluído). [189] Marina, p. 89. Em De docta ignorantia, de 1449, Nicolau de Cusa criou três momentos do “espírito” no itinerário, uma hermenêutica, ora voltado para o “exterior”, ora para o “interior”. Importa para a coincidência de sorte, em não serem anulados pontos de vista diferentes (opostos), do ser humano ao infinito. [190] Marina, p. 89. [191] Marina, post scriptum, p. 62. [192] Marina, p. 89. [193] Marina, p. 73. [194] Marina, p. 35. [195] Marina, p. 35. [196] Marina, p. 93. “Salva-nos” pensar que a unidade primeira não torne a escamotear o ser, frente ao ente, em Deus. A base da metafísica, ciência do ser, foi por muitos anos o debate de “substâncias”, para o que se mantenha por baixo, o “elemento” permanente da coisa. Embora o ser tenha múltiplas aceções, formulam-se todas para um princípio (arché) único, material e definido. Na “correspondência”, o ser não pretende servir a ideia de “ser para Deus”, de ser a pessoa concreta, o que se mantém (ousia, “substância”, “no bem fundo”). [197] Marina, p. 96. [198] Como Nicolau de Cusa, que viu nesse acaso o conhecimento de Deus. [199] Marina, p. 87. [200] Marina, p. 93. [201] Marina, p. 98. [202] Marina, p. 17. [203] Marina, p. 18. [204] O “desvendamento” - aletheia, no remoto Poema de Parménides, um saber do Uno, entretanto desfeito,encontra-se antes de recolocada a ordem do vivido, ou seja, “todas as formas de presença afetivas e intelectuais”, em Jean Lévèque. Lévèque, Jean. ABCedário da filosofia. Lisboa: Reborn e Público, p. 114. [205] Marina, p. 73. [206] Marina, p. 95. [207] Marina, p. 73. [208] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980. [209] Marina, p. 22. [210] Marina, p. 93. “Não ser” tem no francês a palavra “néant”. E “nada” encontra-se em mè eon (“o não-ente”), em grego. Nem sendo a chora, o “nada”, o não-ente, nem chega a ser privação do ser, porque o “lugar” não tem qualquer objeto. O vazio de um contentor – o “vaso” - é diferente: possui forma, é chora. [211] Marina, p. 54: “Distância na distância da distância. Porque o demónio é filho do silêncio. António Vieira dixit”. O silêncio marca a distância tão grande entre ambos, gerador do mal. Mas Celso foi um menino com “fome da distância” (p. 63). Um dia, deixou de “habitar na distância… distância que se perde” (pp. 97-98). [212] Kundera, Milan. 1988. A arte do romance. Lisboa: Dom Quixote, 1988. Nessa obra, o “romance” é de ideias, a partir de Cervantes (1547 – 1616), por longo tempo “aguardada” a inspiração de Laurence Sterne (1713 – 1768), em D. Quixote. Ao romance de ideias foi dada outra linhagem, na marcação francesa: François Rabelais (1494 — 1553) e Denis Diderot (1713 — 1784), quando alcançaram liberdade crítica e ironia revolucionária, no renascimento e no século XVIII. O multifacetado Rabelais cruzou até as facetas na palavra, ora erudita, ora aventureira, percorrendo o lado festivo e o lado religioso e solene. [213] Marina, post scriptum, p. 76: “São minhas essas vozes: que me indagam, enlaçam, apertam, comprimem. Polifonia da gente que me habita. Mas todos querem, buscam, sonham com você”. [214] James, William. The will to believe and other essays in popular philosophy. New York, NY: Longmans, 1897. [215] Marina, p. 49. Para Carl Gustav Jung (1875 - 1961), a “humanidade” dividiu-se em duas partes: nos que “nadariam”, com James Joyce, no Ulisses, havendo quem se “afogasse” (numa autoridade, num qualquer saber dogmático). No Ulisses, é o monólogo de Molly Bloom condutor a um “sim”. [216] A obra de Lucchesi remete a Viktor Shklovsky. um crítico literário russo, em paralelo a Laurence Stern, autor de dissonantes observações, no que este último escreveu “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy”, um novo Quixote.” [217] Marina, p. 17: “Cada qual começa com um resumo”. [218] Marina, pp. 29-30. [219] Mead, George Herbert. Works of George Herbert Mead. Vol. 1 Mind, self and society from the standpoint of a social behaviourist. Chicago, Illinois: University of Chicago Press, 1967. A explicação das diferenças entre si e Greenberg, foi esclarecida por Guidano, que utilizou os termos de George Herbert Mead – I (“eu”) e me (“mim”), frente a Greenberg. Mead (1863 — 1931) concebeu o self social (Mead, 1913), no sentido de sermos a única espécie que usa a linguagem, aquisição a partir da qual planeamos, pensamos e comunicamos a experiência. A vida de uma pessoa não seria um atributo individual e privado em Mead, cuja narrativa seja uma autoexpressão, envolvendo o controlo da informação do self. [220] Geller, Shari M. & Greenberg, Leslie S. (2012). Therapeutic presence: A mindful approach to effective therapy. American Psychology Association. https://doi.org/10.1037/13485-000 [221] Guidano, Vittorio. The self in process: Towards a post-racionalist therapy. New York, NY: Guilford, 1991. [222] O que seja acima do nada, sobrenada num “lugar” das coisas sensíveis, que soam e ressoam. [223] Marina, p. 43. [224] Marina, p. 50. [225] Marina, p. 49. “Persegue os temporais”, os maus tempos de vendavais no passado-presente-futuro. [226] Marina, p. 18. [227] Marina, p. 49. [228] Marina, p. 73. [229] Marina, p. 73. [230] Marina, p. 18. [231] Marina, p. 49. [232] Marina, p. 73. [233] Tanto “mar” quanto o cérebro são “suportes físicos” e “alimentos”. A imensidão das “ondas do mar” e da mente em movimento configuram um fluxo movediço e inatingível, em que o ser é originariamente “bem-fundo”, a “substância” (no latim, ousia), para o que sejam variações e transformações das coisas. [234] Lao Tzu. Tao Te Ching. Capítulo 4, n.d. http://pt.wikisource.org/wiki/Tao_Te_Ching/IV. No mundo parcial ancestral chinês, pensar é agir. Reiterada a filosofia no T’ai Chi, a conexão ocorrida no Universo propicia a combinação de mente (li) e matéria (chi), “realidade última”, numa acomodação da unidade do Tao, à semelhança do “ancestral das dez-mil-coisas”: O Tao é um vaso vazio // Cujo uso nunca transborda. // Abismo! // Parece o ancestral das dez-mil-coisas! // Abranda o cume; Desfaz o emaranhado; Modera o brilho; Une o pó. // Profundo! // Parece existir algo! // Eu não sei de quem o Tao é filho. // Parece ser o anterior ao Ancestral. [235] Antropomorfismo para uma forma de pensamento em que elementos da natureza ou figuras de deuses alcançam características humanas. [236] O princípio da identidade, em Parménides, assumiu que todo o objeto é idêntico a si próprio. [237] Marina, p. 18. [238] Sartre, Jean-Paul. Une idée fondamentale de la phénoménologie de Husserl, l’intentionalité. La Nouvelle Revue Française, 1939, 304(1), 129-132. Na medida em que a consciência traduz uma aproximação às coisas, poderá “ser algo que não ela própria”. [239] Marina, p. 18. [240] Marina, p. 18. [241] Marina, p. 37. [242] Marina, p. 18 [243] Marina, p. 18. [244] Marina, p. 21. [245] Marina, p. 23. [246] Marina, p. 23. [247] Marina, p. 23. [248] Marina, p. 26. [249] Marina, p. 28. [250] Marina, p. 28. [251] Marina, p. 28. [252] Marina, p. 29. [253] Marina, p. 37. [254] Marina, p. 42. [255] Marina, p. 71. [256] Marina, p. 37. [257] Marina, p. 37. [258] Marina, p. 49. [259] Marina, p. 16. [260] Marina, pp. 16-18. [261] Marina, p. 49. Na obra publicada em 1922, Molly Bloom, cujo nome verdadeiro era Marion, é a personagem de Ulisses, de James Joyce, uma cantora de ópera, reconhecida em Dublin, na Irlanda. No monólogo, é colocado um “fluxo de consciência”, sem parágrafos e sem pontuação de vírgulas e travessões. [262] Marina, p. 55. [263] Marina, p. 55. [264] Marina, p. 95. [265] Marina, p. 61. [266] Marina, p. 95. [267] Casar não foi contemplado por Mozart, tendo vivido poucos mais anos que Jesus. Bresson utilizou a música de Mozart, em 1956, no filme “Um condenado à morte escapou”, passado durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), nomeadamente no Kyrie, de Mozart (caso vocativo da palavra grega kyrios, para “senhor”). No Antigo Testamento, utilizou-se Kyrie na mais antiga tradução grega (Septuaginta), para traduzir a palavra hebraica Yahweh. No Novo Testamento, Kyrie foi o título dado a Cristo, como em Filipenses 2:11. [268] Marina, p. 86. [269] Marina, p. 86. [270] Marina, p. 79. [271] Marina, p. 95. [272] Marina, p. 79. [273] Marina, p. 79. [274] Marina, p. 55: “Ao não lugar me abraço como um náufrago”. No recuo do ser, não será “dispensado” o ser, no que me recorda o protagonista e narrador de Marina, encontrado num não lugar, sob um batimento da “pressão”. [275] Heidegger, Martin. Être et temps. Paris: Gallimard, 1980, pp. 88-89. [276] A dobra é franzida. “Eu-ente”, um depósito material insolúvel, na dobra existe o “sedimento”, em Ensaios e conferências, de Heidegger. [277] No Romantismo, após o Século das Luzes (século XVIII), Hölderlin viveria já ao “cair da noite”. Teriam deixado o mundo três deuses “fraternos” – “Héracles, Dionísio e Cristo”. Acresce dizer, sem romantismo, que alcançada a “noite”, perdermos as referências-guias, as linhagens e ficamos sós. Deixa-se de referir a autoridade (“quem sabe”) e configura-se um destino nem certo, nem seguro. Na incerteza da errância, falharia o alvo que seja excessivamente arriscado. [278] Marina, p. 22, p. 35 e p. 98. [279] Marina, p. 76. [280] Marina, p. 78.
APA, Harvard, Vancouver, ISO, and other styles
We offer discounts on all premium plans for authors whose works are included in thematic literature selections. Contact us to get a unique promo code!

To the bibliography