Academic literature on the topic 'Acumulação Absoluta'

O presente trabalho recupera a reflexão de Marx, acerca do desenvolvimento tecnológico, com base no seu famoso 13.º capítulo “Maquinaria e grande indústria” (Maschinerie und große Industrie), pertencente ao Livro I de Das Kapital. Ao longo deste trabalho serão sucintamente analisadas questões fundamentais como a da acumulação de capital, a concorrência e a compulsão (capitalista) por mais-valia (absoluta e relativa), o papel da luta de classes face a isto e a maneira como as relações sociais (de produção) vigentes influenciam o desenvolvimento tecnológico. No final destrinçam-se as contradições da tecnologia dadas as relações sociais de produção capitalistas.

Opresente trabalho, fruto de pesquisa de doutorado, tem com objetivo é problematizara concepção de pobreza como “disfunção” dos indivíduos e as consequentesrespostas que os auto-responsabilizam, culpabilizam e criminalizam os mesmos.Assim, buscamos o suporte teórico marxistas, a lei geral de acumulação capitalista e concluímos que a“pobreza” na sociedade capitalista éindissociada da riqueza e que semanifesta numa variedade e heterogeneidade de formas, atingindo diferentementepopulações e sujeitos, em realidades singulares; e que seu enfrentamento não écompromisso natural ou até moral, que dependa de ações voluntarias e de boavontade, tão pouco um fenômeno que se resolve com ações altruístas,autosustentável e empoderada, e que as ações de políticas sociais no marco dasociedade capitalista podem atenuar e até resolver a pobreza absoluta, masjamais a pauperização relativa.

Este texto discute a posição do Brasil e sua possível dependência acadêmica aos países da União Europeia que estão a se organizar no que tem sido chamado de Sociedade e Economia do Conhecimento desde a assinatura do Tratado de Bolonha. A concretizar esta relação, a hipótese é de que a produção de conhecimentos em nosso país e em nossas universidades e centros de pesquisa se restrinjam a conhecimentos básicos, comoditizados, para que os países mais desenvolvidos lhes agreguem valor e intensifiquem os seus processos de acumulação de capital através da venda e cobrança de royalties. Esta dependência acadêmica tende, então, a repetir padrões típicos da exploração colonial: produção de mais-valia absoluta em nossas universidades e centros de pesquisa, e produção de mais-valia relativa fora das nossas fronteiras.

Este trabalho realiza uma releitura dos capítulos históricos de O capital, de Karl Marx, na perspectiva de trabalhar com o conceito de "mobilidade do trabalho", tal como este é desenvolvido no livro que serve de base teórica ao artigo: "Movilidad del trabajo y acumulación de capital", do autor francês Jean-Paul De Gaudemar. Esta obra é muito pouco conhecida no Brasil, sobretudo na área da economia política, contudo, ela é importante pela capacidade em aprofundar a concepção daquele conceito e por colaborar para a construção de uma interpretação mais acurada das determinações do capitalismo contemporâneo e de suas novas formas de exploração, tais como a flexibilização, a terceirização, a reengenharia etc. Sendo assim, o artigo procura, a partir do entendimento do conceito de mobilidade do trabalho, realizar algumas incursões em temas centrais do processo de acumulação capitalista, sobretudo em questões como desemprego e processos de trabalho que levam ao aumento da extração da mais-valia relativa e absoluta e que provocam, dessa maneira, a redução dos níveis médios de renda do grosso da população trabalhadora, o aumento da informalidade e a precariedade das condições de vida material. Pode observar-se que o esgotamento do padrão de acumulação capitalista, durante a transição entre a década de 1960 e 1970, promoveu mudanças profundas no modo de funcionamento do sistema, levando a formais mais indiretas de exploração e a controles culturais e ideológicos muito mais sofisticados e eficazes.

O presente texto tem como objetivo contribuir com algumas reflexões sobre determinadas características fundantes do atual padrão de acumulação de capital. Para tanto, analisa o processo histórico segundo o qual a subsunção formal do trabalho ao capital, expressa pela extração da mais-valia absoluta, criou a necessidade e as condições para a diminuição do valor da força de trabalho e, por isso, para a produção da mais-valia relativa, que exigia a subsunção real do trabalho ao capital, materializada pelo controle do processo de trabalho e que, por sua vez, implicou, contraditoriamente, a redução do preço da força de trabalho abaixo de seu valor. De forma potencializada, este fenômeno, aliado ao domínio do capital sobre praticamente todas as atividades humanas, resultou, na contemporaneidade, numa subsunção da vida dos trabalhadores ao capital, ou melhor, numa subsunção real da vida social ao capital.

O uso de bioindicadores e biofiltros, principalmente plantas inferiores, representa uma alternativa eficiente no monitoramento da qualidade ambiental. A vantagem do emprego de vegetais na avaliação da contaminação ambiental consiste no reduzido custo de instalação e no fato de poder retratar uma situação global, integrando a soma dos diferentes efeitos dos agentes contaminantes. Segundo o método "moss-bag", adaptado aos fatores regionais específicos, foram empregados saquinhos de nylon contendo o musgo Sphagnum Recurvum P. Beauv. como biofiltro dentro do estudo realizado na Serra do Mar de Cubatão/SP/Brasil. A contaminação atmosférica de metais pesados (Al, Fe, Ni, Zn) foi monitorada mensalmente durante o ano de 1987. Primeiros dados analíticos sobre a acumulação absoluta e relativa dos metais pesados em ppm e porcentagem (%), respectivamente, confirmam a excelente capacidade de retenção de agentes contaminantes atmosféricos pelo musgo.

O presente artigo tem como objetivo analisar à luz da literatura marxista as relações acerca da exploração da força de trabalho e seus rebatimentos na saúde pública brasileira. Realizou-se uma revisão sistemática crítica, em revistas marxistas nacionais, incluindo 13 artigos analisados em três categorias, sendo a exploração do trabalho, a saúde e as relações entre elas. O artigo contextualiza os temas da superexploração do trabalho e da expropriação social e, de forma sintética, da perspectiva histórica da acumulação capitalista na América Latina, a questão do trabalho e da saúde. Os artigos incluídos demonstram, que as condições de saúde se encontram, intimamente, articuladas à superexploração da força de trabalho. Sem dúvida e não poderia ser diferente no nosso país de capitalismo dependente, a produção de mais-valia absoluta é, muito mais importante, sendo a superexploração uma característica estrutural.

Este trabalho faz uma análise das razões que levaram à hegemonia do petróleo como fonte energética e dos desafios para a transição energética propugnada por amplos setores acadêmicos, políticos e populares. Como arcabouço metodológico, recupera os principais elementos da economia política, como mais-valia absoluta, relativa e extraordinária, rendas diferencial, absoluta e de monopólio, preços e preços de produção, para interpretar o papel da apropriação da energia na emergência e consolidação do modo capitalista de produção e os fatores e atributos que nortearam as transições energéticas e conduziram à hegemonia do petróleo num quadro de múltiplas possibilidades de recursos energéticos. Analisa a estrutura geopolítica e as disputas pela renda dos recursos naturais, com foco no controle das reservas e produção do petróleo, sob coordenação da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo expandida), com suas empresas nacionais, em conflito com os interesses dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e China e das empresas petrolíferas independentes. Finalmente, apresenta o quadro de possibilidades para a desfossilização da matriz energética brasileira e mundial mediante a indicação das alternativas baseadas nos vetores de eletricidade ou hidrogênio e analisa os desafios e impactos de sua adoção sobre a estrutura econômica, social e de poder político inerente ao sistema capitalista, cujo motor é o processo de acumulação baseado na ampliação da produtividade para a geração de excedentes econômicos.

http://dx.doi.org/10.5007/1980-3532.2015n14p161O presente trabalho é parte integrante de um projeto que venho desenvolvendo sobre o processo de reestruturação e a descentralização produtiva, a precarização e a flexibilização do trabalho na indústria de Catalão. Nossa pesquisa tem como eixo central as empresas Mitsubishi, Anglo American e Vale. Contudo, vale ressaltar que, quaisquer que sejam os "modelos" tecno-organizacionais, impostos pelo capital, eles funcionam como formas de exploração de mais-valia relativa e absoluta (e como controle social do capital sobre o trabalho). O capital, não esqueçamos, é uma relação social coercitiva. Nesse sentido, é possível considerar o toyotismo como um dos momentos importantes do processo de subsunção real do trabalho ao capital, que atinge as grandes empresas, num cenário de competitividade global sob a regência de políticas neoliberais, pode ser caracterizado, ainda, como uma ofensiva do capital na produção. A crise do capital tende a tornar adequada, para as condições novas de acumulação capitalista mundial, o modelo japonês. Deste modo, as condições sócio-históricas, onde nasceu o toyotismo, um capitalismo de escassez, de mercado restrito, moldaram-no como um conjunto de princípios adequados para o período do capitalismo em crise.

Trinta anos depois de Margaret Tatcher ter anunciado “there is no such thing as society”, o mundo em que vivemos parece querer dar-lhe razão. De crise em crise, a economia liberal parece ter conquistado a hegemonia absoluta. O capitalismo na sua fase tardia, parece consolidar-se pelos quatro cantos do mundo. A acumulação de capital conquista incessantemente mercados, a desigualdade garante muitas das guerras da actualidade que por sua vez fazem florescer negócios e respectivos negociantes.Mas a análise global, pessimista por circunstância, deixa inevitavelmente de fora muitos dos aspectos que também caracterizam este tempo. Um olhar possível é o da Antropologia, sobre vários processos, projetos e experiências que resistem à economia capitalista e que transportam consigo a força emancipadora das utopias reinventadas com os instrumentos da actualidade. Neste texto, procuro caracterizar algumas destas experiências, com base etnográfica em trabalho de campo realizados na cidade do Porto (norte de Portugal) e nos Altos Pirinéus, na comunidade autónoma de Aragão (norte do Estado Espanhol).No compromisso com uma antropologia do futuro a cultura torna-se contraponto da economia e só ultrapassando concepções dualistas que reduzem a diversidade das actividades humanas teremos, nestas práticas de rebeldia e da imaginação, sinais de esperança para os futuros que ainda se podem construir.

La Formation Barreiras comprend des séquences continentales et marines synchrone à l'ouverture de l'Océan Atlantique. La plupart des études sur la Fm. Barreiras sont concentrées sur les régions Nord et Nord-Est du Brésil, tandis que la recherche dans la région Sud-Est est encore limitée sur l'enregistrement du système de dépôt sédimentaire. Cette thèse vise à caractériser les cuirasses et leurs transformations au sein de la Fm. Barreiras afin de comprendre comment les horizons supergènes s'intègrent dans le paquet sédimentaire. La zone d'étude est située dans l'État de l'Espírito Santo, sud-est du Brésil. Les travaux de terrain comprennent la description stratigraphique et l'échantillonnage de trois profils : P1 (Praia das Falésias), situé sur le littoral, et P2 (Praia de Marobá), situé à 20 m d'altitude à l'intérieur des terres, tous deux dans la partie émergée du bassin de Campos ; et P3 (Presidente Kennedy), situé à 80 m d'altitude. Un total de 36 échantillons a été analysé à l'aide d'une série de techniques, comprenant l'analyse texturale, la pétrographie et la micromorphologie, complétée par une étude au microscope électronique à balayage (MEB) et par spectroscopie de rayons X dispersifs. De plus, la diffraction des rayons X (DRX), la fluorescence des rayons X et les techniques de plasma à couplage inductif. Cette étude adopte une approche inédite pour la Fm. Barreiras, notamment par la caractérisation fine de la kaolinite et l'estimation de son âge via la spectroscopie de résonance paramagnétique électronique (RPE). Le quartz, l'hématite, la kaolinite et la goethite sont les principales phases identifiées par DRX. Les analyses optiques ont également identifié du zircon, du feldspath, du rutile, de la muscovite, de la biotite, de l'ilménite, de l'allanite et de l'épidote. Les profils sélectionnés ont permis de mettre en évidence sept horizons ferrugineux: (i) Massive Duricrust (MD) caractérisée par une morphologie cavernicole et colonne; (ii) une Fragmentary Duricrust (FD) lobée et cohésive avec une matrice similaire à celle du MD ; (iii) deux couches de Platy Duricrust, (PD) continues séparées par un grès massif et une argilite ; (iv) Clayey (C) constitué d'argilite à silte et de grains opaques; (v) un horizon Sand-clay Mottled caractérisé par une c/f porphyrique ouverte avec des hypocoatings; (vi) une Nodular Duricrust (ND) définie par des nodules qui passent progressivement à faciès supérieur ; et (vii) Oxisol/Latosol (Sand clayey, SC) avec une transition graduelle du sol rouge au sol jaune et des nodules de taille centimétrique. Les processus de dégradation de l´horizon MD et d'altération des minéraux primaires contribuent à la formation des horizons superposés (FD, SCM, C et ND), menant au développement des horizons pédogéniques (SC, post-Barreiras) au sommet de tous les profils étudiés. La caractérisation RPE a révélé que le Fe3+ structural remplace l'aluminium, indiquant que les kaolinites sont désordonnées, et la concentration des défauts induits par irradiation varie entre 0,46 ± 0,07 et 7,48 ± 1,12 u.a. L'augmentation du signal isotrope associée à la kaolinite a subi une altération pédogénique et le composant g ⊥ (perpendiculaire) indique un faible niveau de radiation et un âge de cristallisation jeune pour les kaolinites. La paléodose; dose de rayonnement accumulée au cours du temps, varie entre 5,87 Gy/ka et 93,28 Gy/ka pour des débits de dose corrigés variant entre 6,04 et 72,12 Gy/ka. L'âge des horizons ferrugineux, telles que les cuirasses et la zone tache, varie entre 4,13 ± 1,2 et 0,29 ± 0,1 Ma, tandis que celui de la zone pâle et des horizons pédologiques est compris entre 2,41 ± 0,7 et 0,73 ± 0,2 Ma. Ils indiquent des périodes des durées de formation importantes de kaolinite durant le Pliocène/Pleistocène et révèlent deux fronts de dégradation liés à des périodes paléoclimatiques et à des enregistrements géodynamiques depuis l'établissement de la configuration actuelle de la plateforme continentale
The Barreiras Formation (Fm.) represents continental and shallow-marine sequences that are widespread along the entire Brazilian Atlantic margin. The extensive ferruginization is conspicuous as evidenced by numerous ferruginous horizons with duricrust layers. This study aims to investigate the genesis and degradation of duricrusts within the Barreiras Fm. on the southeastern Atlantic coast, with a focus on the characterization of the ferruginous horizons and their integration into the sedimentary sequence. Survey activities involved the identification and stratigraphic description. Three profiles were selected: P1, located on the seashore; P2, onshore at 20 m, both in the emerged portion of the Campos basin; and P3, at 80 m on the crystalline basement. A total of 36 bulk and preserved samples were analyzed using classical methods such as, textural analysis, petrography and micromorphology complemented by scanning electron microscopy and energy dispersive X-ray spectroscopy. X-ray diffraction, X-ray fluorescence and inductively coupled plasma were carried out. The results indicate seven ferruginous horizons, from the bottom to top: (i) massive duricrust (MD) composed mainly of quartz grains disseminated in a ferruginous micromass, characterizing a close to single-spaced porphyric c/f related, (ii) a fragmentary duricrust (FD) with a similar groundmass to the MD and iron depletion pedofeatures towards fragments edges, (iii) two layers of platy duricrust (PD) separated by a sandstone, (iv) a clayey level (C) that exhibits opaque grains disseminated in a undifferentiated b-fabric, (v) a sand-clayey mottled (SCM) exhibiting an open porphyric c/f, hypocoatings and relict iron mottles, (vi) a nodular duricrust (ND) characterized by nodules with dispersed quartz grains disseminated in a friable micromass that gradually leads to the formation of the upper horizon, the (vii) Oxisol/Latosol (SC). Quartz, hematite, kaolinite and goethite are the main mineral phases, also zircon, epidote, biotite, muscovite and feldspar dispersed in an iron-rich, aluminous micromass. The spatial distribution and correlation indicate a ferruginization process progressing from the continent towards the coast. The weathering processes, which were accompanied by a marked deferruginization, led to kaolinite recrystallization constituting a kaolinitic micromass and hosting rare remains of a vermicular structure or typical booklets replacing the feldspars. The EPR revealed structural Fe replacing Al, indicating that the kaolinites are disordered. The g ⊥ component indicates a low radiation background and a young crystallization age of the kaolinites. The age of the ferruginous facies, such as the duricrusts and mottled zone, varies between 4.13 ± 1.2 and 0.29 ± 0.1 Ma and that of the pale zone and pedologic horizons between 2.41 ± 0.7 and 0.73 ± 0.2 Ma. They indicate significant periods of duricrust formation during the Pliocene/Pleistocene and reveal two degradation fronts leading to the transformation of kaolinite crystals and related to paleoclimatic periods since the establishment of the current configuration of the continental platform. The first, from the base of the profiles to the middle section, is controlled by the water table and a hydraulic discontinuity. The second, from the top to the middle profiles, is due to the evolution of pedogenetic alteration, i.e. mineralogical transformations of the ND horizon, especially by infiltration of rainwater. The results show a polygenetic weathering in the Barreiras Fm. with different cycles of ferruginization and degradation. There is no evidence of a simple history of vertical weathering. Instead, different processes affected specific areas of the regolith while other parts were preserved
A Formação Barreiras (Fm.) abrange sequências continentais e marinhas rasas amplamente distribuídas ao longo da margem atlântica do Brasil. A intensa ferruginização é evidente, com numerosos horizontes contendo couraças. Este estudo investigou a origem e a degradação das couraças ferruginosas da Fm. Barreiras, na costa sudeste do Brasil, com foco na caracterização mineralógica, micromorfológica e cronológica e na sua integração na sequência sedimentar. As atividades de campo incluíram a identificação e descrição estratigráfica de três perfis principais: BFP1, na linha da costa e; BFP2, a 20 m no continente, ambos na porção emersa da bacia de Campos; e BFP3, a 80 m, Fm. Barreiras sobre o embasamento cristalino do orógeno Ribeira. Foram coletadas 36 amostras brutas e preservadas, com base em variações de cor, textura e mineralogia. As análises laboratoriais incluíram textura, petrografia e micromorfologia, complementadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de raios-X por dispersão de energia (EDS). Foram também realizadas difração de raios-X (DRX), fluorescência de raios-X (FRX) e espectrometria de plasma acoplado indutivamente (ICP-SFMS e -OES). A metodologia inclui um nível de abordagem ainda não aplicado na Fm. Barreiras, especialmente a caracterização cristaloquímica das caulinitas e a estimativa das idades de cristalização via espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica (EPR). Foram identificados sete horizontes ferruginosos, da base para o topo: (i) couraça maciça com estrutura cavernosa (MD); (ii) couraça fragmentada (FD), com arcabouço semelhante ao da MD e feições de depleção de ferro; (iii) duas camadas de couraça placoidal (PD) separadas por um arenito e um lutito; (iv) um nível de argiloso (C), constituído por caulinita e minerais opacos; (v) uma camada argilo-arenosa mosqueada (SCM), exibindo um estrutura porfírica aberta, hiporrevestimentos e relictos de ferro; (vi) couraça nodular (ND), caracterizada por nódulos com grãos de quartzo dispersos em uma matriz friável, transitando para o horizonte superior; (vii) Latossolo (SC). As principais fases minerais são quartzo, hematita, caulinita e goetita, além de zircão, epídoto, biotita, muscovita e feldspato, dispersos numa micromassa rica em ferro e alumínio. A normalização dos elementos terras raras (ETR) evidencia maiores concentrações de ETRL e filiação entre os horizontes. A distribuição espacial, cotas topográficas e correlações entre os horizontes indicam que o processo de ferruginização progride do continente em direção à costa. O intemperismo, acompanhado por uma ação de deferruginização, levou à formação de caulinitas com, pelo menos, duas populações: i- livretos típicos que substituem os feldspatos e as micas e; ii- uma micromassa caulinítica com vestígios de estrutura vermicular. A caracterização EPR revelou a presença de ferro trivalente estrutural e alumínio no domínio superparamagnético, o que indica que as caulinitas são desordenadas. O componente g ⊥ indica um baixo nivel de radiação e uma idade de cristalização recente das caulinitas. A idade dos horizontes ferruginosos, como as couraças e a zona mosqueada, varia entre 4,13 ± 1,2 e 0,29 ± 0,1 Ma, enquanto a da zona pálida e dos horizontes pedológicos varia entre 2,41 ± 0,7 e 0,73 ± 0,2 Ma. Materiais parentais datam entre 6.56 ± 2,0 e 4,16 ± 1.2 Ma. Os dados indicam períodos significativos de formação de couraças ferruginosas durante o Plioceno/Pleistoceno e de formação de solos durante o Quaternário. Duas frentes de intemperismo levam à transformação dos cristais de caulinita e estão relacionadas a períodos paleoclimáticos desde o estabelecimento da configuração atual da plataforma continental. A primeira, da base dos perfis até a seção média, é controlada pelo nível do mar, pelo lençol freático e por uma descontinuidade hidráulica entre arenitos e lutitos. A segunda, do topo até o meio dos perfis, resulta da evolução da alteração pedogenética do horizonte [...]

A interceptação de esgotos sanitários em sistemas de drenagem pluvial em períodos seco e a sequencial transferência aos elementos de transporte e tratamento perfaz solução de engenharia já praticada no país. Esta pesquisa faz parte da dissertação de mestrado em engenharia ambiental e tem como objetivo, quantificar a acumulação volumétrica de resíduos sólidos minerais e resíduos sólidos grosseiros em sistemas de esgotamento sanitário do município de Araruama, baseados no modelo separador absoluto e na estratégia de interceptação em sistemas de drenagem pluvial. Os resultados indicam que o sistema de esgotamento sanitário baseado na estratégia interceptação de esgotos em sistemas de drenagem pluvial em períodos seco gera maior quantidade de resíduos que o modelo separador absoluto, independentemente do período mensal de observação. Indicam também que independentemente do tipo de sistema de esgotamento sanitário, acumula-se mais resíduos no período de maior pluviosidade.